quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Transgênicos - Você ainda acredita que vá diminuir? Soja, milho e algodão transgênicos já são 67%. Brasil é o 2º no mundo no uso de transgênicos.

Transgênicos - Brasil é o 2º no mundo no uso

Transgênicos - Você ainda acredita que vá diminuir? Soja, milho e algodão transgênicos já são 67%. Brasil é o 2º no mundo no uso de transgênicos.


Por Marise Jalowitzki


O Brasil é o segundo país que mais usa produtos agrícolas geneticamente modificados no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos.

Transgenia - Soja, milho e algodão transgênicos já são 67% -. Todos os que se manifestam contrários, onde me incluo, não se manifestam contrários apenas por "estar do contra", não. O pedido, o argumento, a solicitação, desde o início, é pelo acompanhamento de pesquisas sérias que monitorem os efeitos que a transgenia possa provocar nos organismos dos que consomem e/ou convivem com tais modificações.

Transgênicos - Legumes são cada vez maiores e mais viçosos
Você ainda acredita que a utilização de sementes transgênicas vá diminuir? Eu não! É preciso saber aceitar quando uma batalha está perdida. Esta, perdemos. Mais esta!  Nas feiras e supermercados, a cada semana os legumes e frutas ficam maiores. Todos parecem satisfeitos em consumir os "lindos" produtos. Alguns poucos cidadãos - ecologistas, ambientalistas, verdes - ainda se debatem e estabelecem as suas ilhas, criando ecovilas em diversos pontos do mundo.

Estarão a salvo? Só se os ventos forem favoráveis! Sim, pois mesmo nas ecovilas, onde se procura preservar ao máximo o jeito natural de viver, com o menor índice de poluição possível e utilizando a semente sem modificação genética, mesmo nesses lugares, caso soprarem ventos muito fortes e a distância não for suficiente, a polinização poderá ocorrer do mesmo jeito, misturando pólen e criando mutações igual.


Abelhas estão morrendo pela ação de
agrotóxicos neonicotinóides

 As abelhas, responsáveis por 90% do processo de polinização, já estão morrendo (Veja: http://ning.it/f2q5uV ). Os agrotóxicos neonicotinóides estão se incumbindo de acabar com elas, para que os donos das sementes geneticamente transformadas, possam, finalmente, se apropriar da produção mundial de alimentos no mundo.

Para os países onde a Onda Verde está mais difundida, os agrotóxicos estão sendo reprimidos e as abelhas já começam a voltar. Agora, aqui, onde os órgãos oficiais ostentam como um troféu o fato de sermos o 2º lugar em utilização de transgênicos no mundo, isso parece não preocupar. Afinal, as sementes transgênicas são resistentes à herbicidas, embora tenham perdido sua capacidade de reprodução natural. E o lucro imediato é sempre levado mais a sério do que a preservação, infelizmente.

Quem lembra do século passado, do milênio passado, quando foram notícia em toda a mídia as ações do francês José Bové que, durante o Fórum Social Mundial aqui em Porto Alegre, liderou a arrancada simbólica dos pés de soja transgênica, destruindo uma lavoura de pesquisa da multinacional Monsanto  (a maior transnacional do setor biotecnológico e uma das cinco maiores transnacionais de química agrícola), na cidade de Não-Me-Toque? Dos três hectares plantados, dois foram destruídos. Bové teve que voltar à França, "convidado" a se retirar do país pelo ato e declarou que a "Polícia Federal brasileira estava a serviço das multinacionais que manipulam transgênicos".

O então superintendente em exercício da Polícia Federal no Rio Grande do Sul, Dagoberto Garcia, declarou: ''É um absurdo falar que estávamos defendendo os transgênicos. Eu mesmo gostei do Fórum Social Mundial, sou um cidadão com mulher e filhos. Por acaso vou ser a favor de alguma coisa que prejudique a saúde pública?"

Parecia unanimidade que os transgênicos careciam de mais análise antes de serem legalizados. O que, até agora, não aconteceu.

Naquela época, o Greenpeace atacava vigorosamente a Monsanto, alunos do ensino fundamental levavam as cartilhas com a relação dos alimentos (refutando inclusive salgadinhos e refrigerantes) que continham transgênicos. Havia uma esperança no ar de que os experimentos receberiam uma fase de estudos mais sérios e demorados sobre os efeitos, as possíveis mutações, colateralidade, etc.

Naqueles dias, estudantes de agronomia, membros do Sindicato dos Trabalhadores Rurais e do Movimento de Mulheres Agricultoras também participaram. Todos os que participavam defendiam a causa contrária à transgenia. Os que plantavam, ainda se esquivavam de declarações, já que as sementes modificadas entravam clandestinamente no país, pela Argentina.  

Mais tarde, à medida em que a prática foi sendo mais e mais difundida e, depois, oficialmente legalizada (em 2003), os adeptos dos transgênicos defendiam, categóricos, a "boa causa" que movia a iniciativa das sementes: matar a fome do mundo!!! Eita justificativa que é conveniente sempre que se procura emocionar os ingênuos!

Pois é, hoje, quase ninguém se lembra. Já virou cartoon.  

Atualmente, pelo menos, a hipocrisia deixou cair seu véu: é o lucro pelo lucro, o ganho pelo ganho, sem medir consequências. "Você tem que se manter no mercado", essa é a Lei.


 "Se você correu, correu tanto, não chegou a lugar nenhum! Baby, oh! Baby! Bem vindo ao século 21!! (Raul Seixas)

Marise Jalowitzki
Escritora
Porto Alegre - RS - Brasil

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Nota:
Em 1997, a Embrapa firmou contrato de cooperação técnica com a Monsanto, obtendo assim suporte legal para conduzir pesquisa de avaliação de eficiência do gene e da construção gênica da soja resistente a herbicida à base de glifosato (Round up Ready), dividindo opiniões até hoje.

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Links relacionados:

http://info.abril.com.br/noticias/tecnologias-verdes/brasil-ja-e-2-em-transgenicos-23022010-34.shl 
http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/alimentos-transgenicos/alimentos-transgenicos.php

http://www.comciencia.br/reportagens/transgenicos/trans02.htm

http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/davos_anti_davos.shtml



28/12/2010 07h17 - Atualizado em 28/12/2010 17h20

Transgênicos já são 67% da área plantada com soja, milho e algodão

Veja no mapa onde está a produção dessas commodities no Brasil.
'Riscos ainda não foram comprovados', alerta Greenpeace.

Anay Cury Do G1, em São Paulo

A redução dos custos de produção e o aumento da demanda têm incentivado a utilização de sementes transgênicas por produtores de soja, milho e algodão - as únicas três commodities do país em que a modificação genética pode ser utilizada - em quase todos os estados. De acordo com dados do setor, o crescimento da adesão à tecnologia tem avançado em ritmo acelerado desde que o plantio foi autorizado no país.

Na safra 2010-2011, mais da metade de toda a área semeada conta com tecnologia transgênica.

Do total de 37,54 milhões de hectares com plantação de soja, milho e algodão, cerca de 67%, ou 25,29 milhões de hectares, correspondem a produção transgênica, segundo levantamento da consultoria Céleres. Um hectare equivale a 10.000 metros quadrados.

Entre as três commodities cuja produção transgênica é permitida, a soja tem a maior área plantada, bem como a mais expressiva adesão à tecnologia. Do total de 23,61 milhões de hectares de plantação do produto, 75% contam com sementes modificadas. Na safra 2003-2004, quando o plantio foi regulamentado, a adesão à tecnologia era de 22,1% do total de terras onde a soja era cultivada. Já na safra que será colhida em 2011 essa percentual chega a 75,3%. A produção da oleaginosa foi a primeira a receber autorização da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), do Ministério da Ciência e Tecnologia.

Híbridos com tecnologia Roundup Ready permitem controlar, de forma mais eficaz, as plantas daninhas que competem com a cultura do milho por água, luz e nutrientes, segundo a Monsanto. Híbridos com tecnologia Roundup Ready permitem
controlar, de forma mais eficaz, as plantas daninhas
que competem com a cultura do milho por água, luz
e nutrientes, segundo a Monsanto. (Foto:
Divulgação/Monsanto)

Na Monsanto, dois terços da produção de soja nesta safra é transgênica, segundo o diretor de marketing da empresa, André Franco. "A previsão é de que, na próxima safra, esse percentual chegue a 80%, podendo ser ainda maior nos próximos três anos." A perspectiva positiva da empresa deve-se ao tripé "maior produtividade, mais facilidade de manejo e menor custo de produção", de acordo com o diretor.  

Na região Sul do país, que concentra a segunda maior área de produção transgênica de soja, 7,98 milhões de hectares - atrás apenas do Centro Sul, 16,34 milhões - o cultivo do grão só foi mantido graças à oferta das sementes transgênicas, na avaliação de Mauro de Rezende Lopez, pesquisador do Centro de Estudos Agrícolas do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getulio Vargas (FGV).

"Se não fossem os transgênicos, a soja teria sido varrida do campo. A concorrência com a Argentina era muito grande. Os portos da Argentina, do Uruguai, do Paraguai são melhores que os nossos, sem contar o custo do frete, que aqui é muito maior. As sementes transgênicas baixaram os custos de produção. Os produtores tiveram de aderir. Você tem que se manter no mercado", afirmou.

A introdução da modificação genética também tem se intensificado entre os produtores de milho (inverno), alcançando 75,7% do total da área plantada do grão no país na próxima safra. Na de 2008-2009, época em que foi concedida a permissão para que as culturas contassem com sementes transgênicas, a adesão era de 14,7%.  

Na segunda safra do milho 2010-2011, do total da área plantada, de 5,30 milhões de hectares, 4,019 milhões têm produção transgênica. O crescimento da produçõa no país tem sido da ordem de 10 pontos percentuais a cada ano, segundo o diretor da Monsanto.

"Não há restrições de produtores quanto ao uso de sementes transgênicas. A vantagem financeira é substancial. O uso de água, de diesel e até a emissão de CO2 na atmosfera são reduzidos. Não há motivos para que os produtores não optem por essa tecnologia", disse Alda Lerayer, diretora-executiva do Conselho de Informações de Biotecnologia, PhD em genética molecular de plantas.

A adesão às sementes transgênicas pelos produtores de algodão ainda é pequena, se comparada à de soja e milho. No entanto, a exemplo do que ocorre com as outras commodities, a utilização de sementes está crescendo. Na safra de 2004-2005, ano em que a autorização para o cultivo foi dada, 3,3% das terras tinham sementes transgênicas. Já nesta safra, que será colhida em 2011, a introdução da cultura já atinge 25,7% da área total.

Segundo informações da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), a área global de plantações transgênicas ocupa mais de 100 milhões de hectares, em cerca de 50 países, seja cultivando ou importando variedades geneticamente modificadas para consumo humano ou animal.

Perspectivas
A tendência é que a utilização da tecnologia cresça cada vez mais, na avaliação do pesquisador da FGV, Mauro de Rezende Lopez, principalmente com o avanço da demanda pelo mercado externo. "A população de Índia e China crescem. Eles não têm comida suficiente e vêm procurar aqui", disse.

O "grande problema", para o pesquisador, é quanto à limitação da produção. "Todas as combinações levaram a produção a patamares incríveis de produtividade. Mas estamos chegando ao limite", afirmou Lopez, sinalizando o aumento dos preços.

No dia 17 de dezembro, o Grupo Intergovernamental para Alimentos da FAO Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO, na sigla em inglês) afirmou que  os mercados mundiais de alimentos enfrentam um longo período de elevação de preços, sem precedentes, e é provável que o índice de preços calculado pela entidade atinja novo recorde ainda em dezembro. Para ele, o aperto na oferta mundial de vários produtos agrícolas faz com que uma queda de cotações na safra 2011/12 seja altamente improvável.

Os transgênicos estão entre nós

Todos os segmentos da indústria de alimentos utilizam tanto o milho quanto a soja e seus derivados em larga escala. De acordo com levantamento do Conselho de Informações sobre Biotecnologia, há presença desse tipo de produto em bebidas e salgadinhos, balas, doces e chocolates, alimentos prontos, molhos, leites, queijo e congelados, entre outros.

De acordo com a Embrapa, estão em estudo outras variedades de produtos geneticamente modificados, como feijão resistente ao vírus do mosaico dourado, soja com tolerância à seca, café e cana-de-açúcar com resistência à broca, entre outras. Para que comecem a ser produzidas e comercializadas, essas variedades ainda terão de ser aprovadas pela CTNBio.

O outro lado
Enquanto alguns têm perspectivas positivas quanto à expansão dos transgênicos, há aqueles que defendem ainda o cultivo tradicional. Para o Greenpeace, o avanço da produção transgênica tende a acabar com um mercado em potencial na Europa. "Há poucas semanas, foi enviado à Comissão Europeia um abaixo-assinado com 1 milhão de assinaturas contra esse tipo de produção. O Brasil ainda exporta sua produção convencional. Se isso acabar, acabará esse mercado no exterior", defendeu Iran Magno, coordenador da campanha de transgênicos do Greenpeace.

Magno também tem ressalvas quanto aos efeitos do consumo do produto transgênico na saúde: "os riscos ainda não foram comprovados, nem para um lado nem para o outro", afirmou.

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O natural parece quase utópico. Daqui há algum tempo, veremos quais os efeitos reais! Será tarde. Apenas restará correr atrás do prejuízo, remediar, como sempre, até agora!

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