sábado, 29 de dezembro de 2018

Escola - A Educação Proibida


Somos todos diferentes e precisamos ser respeitados por isto. (Este lindo trabalho é de Santa Ajuda)



Marise Jalowitzki
29.dezembro.2018
https://compromissoconsciente.blogspot.com/2018/12/escola-educacao-proibida.html

Como os dedos de uma mão, todos diferentes entre si, assim somos nós. Aprender sobre as diferenças, aprender a respeitar e propiciar a livre convivência entre as diferenças é educar para a Paz.

Estimular a criatividade, a habilidade de fantasiar, de imaginar e, depois, tentar realizar, estes, sim, são objetivos que todo educador deve incentivarr em uma criança.

Hoje assisti novamente ao video "A Educação Proibida", documentário que incentiva a uma profunda reflexão sobre o nosso sistema de ensino e a postura de cada educador. Resolvi, então, dividir algumas ponderações ali contidas.

Quando uma criança ou jovem é reprovado, "não é o aluno que fracassa. É a escola."

"Não há evasão escolar.
Há expulsão escolar."

As escolas, no geral, "são espaços de tédio e aborrecimento" e, mesmo em um sistemaq engessado como o nosso, está nas mãos de cada educador fazer a diferença. O que se faz urgente é professores, orientadores educacionais e direção da escola sentar juntos, pensar juntos e tentar a melhor forma de oferecer aos alunos, razão de ser da escola, o espaço o mais aprazível possível de viver e conviver, de experienciar e aprender.

"Uma escola deveria educar para a Paz. Mas ninguém educa para a Paz. Educa-se para a Guerra." Como? Por focar apenas para a Competência.
Quando se foca apenas para a competência, estimula-se apenas o que é mensurável, tangível, quantificávelo, possível.
O aluno não é orientado a pensar, sentir, expressar sua opinião.
Por que o foco apenas na Competência é o princípio de qualquer guerra?
Porque ela estimula
Competição
Individualismo
Discriminação
Condicionamento (do pensamento e ação)
Gera violência emocional
Faz pensar apenas no materialismo (o que pode ser visto, reconhecido, quantificado).

Ler as notas em voz alta é uma tremenda maneira de estimular tudo a competição, o individualismo, a discriminação e o condicionamento no pensar e no sentir, proporcionando violência emocional, o famoso bullying, que tanto machuca quem recebe e entorta quem promove.

Assim, o aluno é estimulado, durante todo o tempo de permanência na escola, a
- Obedecer, o que faz com que não questione nada, apenas siga as regras estabelecidas
- Competir, para se destacar entre os demais, para ser o primeiro, o número 1 (o que exclui o sentimento de grupo, de solidariedade, de participação)
- Desconfiar dos colegas que se aproximam "para tirar cantagem"...
- Não expressar seu desconforto com aquilo que não aceita, ou não entende, ou não concorda.
- A ostentar consumo, como forma de "estar inserido" e demonstrar "sucesso"...
Mesmo quando a escola proporciona discussão e debate, o faz condicionando a conteúdos específicos, não ao livre pensar, sentir e expressar.

As frases mais usadas:
"Queres ser um medíocre durante toda a vida? Se não, tens de estudar muito!"
"Tens de estudar para ser 'alguém' na vida!"
"Desse jeito NUNCA vais chegar ao ensino médio!"
"Se seguem falando, vou separar os dois de lugar!"
"Se continuarem conversando, vão ficar sem recreio!"

Filhos do Sistema
Os professores são apenas reprodutores da forma como foram ensinados. Professores são alunos crescidos. É o mesmo sistema há séculos. Professores são filhos do sistema!
Ninguém fala de emoções. E, se alguém fala, é ridicularizado!
É um sistema de adestramento da individualidade, um puro e simples preparo para conseguir emprego e ser mais um [igual] em uma sociedade altamente competitiva e excludente.
O paradoxo disto é esperar que um aluno (e a população como um todo) seja dócil e obediente...

Igualdade para desiguais
Sob a bandeira da igualdade, espera-se obter resultados previsíveis, com o menor esforço possível, aplicando fórmulas e idéias genéricas.
Não funciona.
Uma escola não deve ser separada em graus específicos. Turmas que possuem séries misturadas, suscita ajuda mútua, aprendizagem compartilhada, possibilita prazos e tempos adaptados às diferenças individuais.
É preciso alterar currículos.
É preciso não se ater apenas a números (notas), a qualificações e classificações. É ver o ser integral.
Todos aprender "o mesmo", com vistas a gerar resultados homogêneos é plantar a exclusão, ao invés de estimular as peculiaridades de cada um.

Sistema de exclusão social
Ao aluno que se expressa de maneira divergente, comumente é destinado o pejo, a  ridicularização, a expressão da divergência é vista como falta de respeito.
Ao elitizar alunos que se destacam pelas notas obtidas durante o ano escolar, elitiza-se a sociedade.
Reproduz-se a exclusão social, que reserva, mais tarde, aos diferentes, os cargos mais precários, tidos como insignifcantes na "escala de sucesso", pois não possuem os títulos (certificados), nem notas destacáveis...

Mapa diferente de território
Ao estimular pura e simplesmente "seguir o mapa", obriga-se a criança, ou o jovem, a olhar apenas para o demarcado previamente, para o instituído, roubando-lhe o sagrado direito da descoberta, que se constitui no verdadeiro aprendizado.
Maria Montessori declarou: "Não me siga! Nem o que digo, nem o que faço! Siga a criança, atente para o que ela diz, faz e sente! Aí é que está!"

O difícil, o desafio de qualquer educador, não é repassar informações e conhecimentos prévios. O desafio é ajudar no normal desenvolvimento de uma pessoa, respeitando suas características!

Quem se preocupa em conhecer, respeitar, estudar as necessidades reais das crianças?
Um educador não pode cercear a vontade de perguntar, não deve proibir a capacidade de fantasiar, de criar, de sonhar. Mas, o que faz a escola? Obriga-o a calar, limitando-o a ouvir, a calar, a obedecer e reproduzir!

Faça diferente! Faça melhor!