sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

O Céu não é o Agressor - Le Monde culpa governo brasileiro pela tragédia provocada pelas enchentes - Guha Sapir, da ONU: O Brasil não é Bangladesh. Ele não tem desculpa!


Le Monde - Tragédia no Rio é a maior da história do país e poderia ter sido evitada
 http://compromissoconsciente.blogspot.com/2011/01/o-ceu-nao-e-o-agressor-le-monde-culpa.html

Le Monde culpa governo brasileiro pela tragédia provocada pelas enchentes

Le Monde - o governo brasileiro devia bater no peito, enviou apenas 40% da verba para prevenção de desastres naturais

Guha Sapir, da ONU: O Brasil não é Bangladesh. Não tem desculpa."

 Segundo dados oficiais, lembra o Le Monde, cinco milhões de pessoas vivem nessas regiões.

O céu não é o agressor

LEMONDE| 19.01.11 | • Atualizado em 19.01.11 3:27 p.m. | p.m. 03:28

(publicado na edição de 20.janeiro.2011)

Por Jean-Pierre Langellier
 
(Transcrição da última parte da reportagem)
(...)
Esta nova tragédia, como outras no passado, ilustra a negligência criminosa de alguns eleitos. Por demagogia ou interesses eleitorais, eles deixaram a praga do concreto dominar as colinas, ou mesmo encorajaram a especulação imobiliária.

O governo brasileiro, deveria bater no peito, pois, em 2010, enviou para os municípios apenas 40% do dinheiro destinado para os programas de prevenção de desastres naturais.  

 (...) A falta de vontade política prevalece em todos os níveis da federação. Por serem ações imediatas, não há interesse, porque lhes traz pouca voz nas eleições.

(...) Em um documento enviado à ONU em novembro de 2010, Brasília admite que não pôs em prática as medidas recomendadas para informar, educar e alertar as comunidades em risco. Nem mesmo a criação de um banco de dados ou um site.

No rescaldo do desastre, um consultor externo para a ONU, Debarati Guha Sapir, teve um acesso de raiva:
"(...) Este país tem quase apenas riscos naturais a serem gerenciados, e não consegue gerenciá-los. Imagine se ele fosse também para enfrentar terremotos, erupções vulcânicas e furacões. O Brasil não é Bangladesh. Ele não tem desculpa."

A conclusão preliminar deste drama poderia retornar para o editor do semanário Época: "Nós não vamos ser uma potência do "Primeiro Mundo", como aceitamos ser, se não fizermos nada para evitar tais tragédias".


E-mail: langellier@lemonde.fr
http://www.lemonde.fr/

O início
O dilúvio da noite. Uma chuva de trovão. O barulho da água da tempestade e fúria. Os rios de lama que nada pode resistir: árvores, casas, animais, carros. Gritos de desespero na escuridão.
E então, ao amanhecer, desolação. Um lugar encantador devastado. Os corpos enterrados em um manto de argila. A surpreendente descoberta do pior desastre natural na história do Brasil moderno: mais de 700 vítimas, de acordo com um recente relatório, que sempre fica mais pesado. A grande maioria foi pega de surpresa em seu sono.
(...)

As fortes chuvas normalmente pontuam o verão austral, uma tempestade após outra.
Em 24 horas, caiu mais água do que qualquer outro janeiro.

O céu, porém, é menos culpado do que o homem.

Não há fim para o inventário. Há muitas falhas que levaram à tragédia.

A previsão? Brasil a falta de radares meteorológicos capazes de localizar um perigo potencial. (...)Ninguém jamais pensou em qualquer caso, para prevenir a população.

E fica ainda pior. Infeliz legado de décadas de crescimento urbano descontrolado, o uso da terra em áreas de risco é uma afronta à natureza e senso comum.

"Infelizmente, é mais a regra do que exceção" , observou o Presidente, Dilma Rousseff , voando sobre a paisagem devastada.

De acordo com um número oficial, 5 milhões de brasileiros vivem nessas áreas.

A pobreza das famílias e pouco transporte público forçaram muitas pessoas a ficar de qualquer forma, em qualquer lugar, dentro ou próximas ao local de trabalho.

Mas, também há residências e pousadas espalhadas pelas encostas. O infortúnio atingiu ricos e pobres.

Imprevidência acompanha e piora outros erros administrativos: o ambiental. Muitas casas foram construídas ao longo dos rios e as matas ciliares que poderiam proteger contra inundações, são parcas. As ruas eram de concreto, contrariam o fluxo da chuva; a drenagem de águas residuais é pobre, as calhas estão entupidas com lixo.

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Links relacionados ao tema, neste blog:

Governos, são VOCÊS que precisam pagar pela tragédia no RIO! Sistema meteorológico poderia ter alertado sobre chuvas no Rio! E agora? http://compromissoconsciente.blogspot.com/2011/01/sistema-meteorologico-que-poderia-ter.html


http://compromissoconsciente.blogspot.com/2011/01/dizer-que-o-problema-das-enchentes-e.html

http://compromissoconsciente.blogspot.com/2011/01/tragedia-no-rio-o-cristo-redentor-esta.html

Depois do leite derramado... - Projeto dos senadores Lindberg e Crivella - http://compromissoconsciente.blogspot.com/2011/01/depois-do-leite-derramado-lindberg.html



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Tragédia no Rio - Brasil possuía sistema meteorológico, que não estava sendo monitorado!

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