sábado, 22 de janeiro de 2011

O Medo Básico de Comprometer-se


Moldamos o nosso mundo com as nossas idéias


Sobre a Mudança Positiva Desejada e o Medo Básico de Comprometer-se 


Por Marise Jalowitzki
12.janeiro.2011
http://compromissoconsciente.blogspot.com/2011/01/o-medo-basico-de-comprometer-se.html

Dia desses recebi um depoimento importante de um internauta brasileiro, com formação superior. Ele assinava o e-mail, terceirizado por um amigo. Intencionando publicar parte dele, pedi autorização direta (embora já estivesse circulando na web - via e-mail) e pedi alguns poucos dados complementares para fazer constar no artigo (cidade,estado).

Para meu espanto, a resposta foi assustadora. Primeiro, pediu, quase súplice, que não publicasse sua identidade. Comentou que estava velho, pobre e ainda tinha família para sustentar. Transmitia um temor básico de que o perseguiriam. Depois de algumas frases, começou a me ameaçar: caso eu teimasse em "desobedecê-lo" e publicasse seu nome, iria peremptoriamente me desmentir, acusando-me de "mentirosa". Por fim, pedia perdão pela sua "covardia" e despediu-se gentilmente.

Fiquei estupefata. Por várias razões.

1- O ilustre profissional considerar que "blog" é uma coisa e "e-mail" é outra. O e-mail era socializado a um grupo. Portanto, web igual. Depois de lançada a mensagem, com identificação, cada um poderá fazer a divulgação que julgar conveniente, livremente.

2- Web não é terra-de-ninguém. Já escrevi sobre isso em outro artigo, com este título, no caso da Mayara Petruso, aquela estagiária de Direito que ofendeu os irmãos nordestinos, com termos fortes de preconceito e discriminação. As pessoas precisam responsabilizar-se por aquilo que dizem. 

As reportagens publicadas nos diferentes portais, chegam a ter milhares de comentários, quando o interesse popular é despertado. Entretanto, dá para contar as unidades que se identificam de verdade. Os comentários, em sua quase totalidade, são anônimos, portanto, sem comprometimento. Daí a razão de tanto descompromisso, traduzido em impropérios e acusações fúteis.

3- Anonimato preservado? Nem tanto! Caso uma declaração seja considerada por demais importante (para mais, ou para menos), dependendo de sua gravidade, basta fazer um rastreamento para identificar a origem da mensagem (PC) para responsabilizar o verdadeiro autor. Assim, é importante que as pessoas, todas as pessoas, pensem um tanto mais antes de teclar irresponsavelmente.

4- E, por fim, o que mais foi notório, foi o medo básico, primordial, desse senhor, em ser acusado, atacado, perseguido (e aos seus). Noto isso em tantos e tantos fóruns. Não sou ingênua, sei que as perseguições continuam acontecendo e podem surgir tanto em quem grita muito, divulga coisas em tons muitos ofensivos, como também em quem usa de linguajar mais suave, mas, igualmente, desvenda verdades que alguns querem muito manter escondidas.

Certa vez, soube de um colega que fazia questão de ressaltar, no grupo, que era militar e que estava ali para "vigiar qual era a do professor de história, que já tinha um passado de preso político e que estavam de olho nele". Blefe? Talvez não. Quando? Meados dos anos 90.

Vivemos acossados pelo medo e rodeados de inimigos. Também, vivemos em um mundo de irresponsabilidades e é preciso mais conhecimentos dos fatos para que cada um possa discernir quais as suas verdades e a qual linha de pensamento e ação quer seguir.

Como as coisas irão mudar para melhor se as pessoas não discutirem situações desconhecidas, ambíguas, contraditórias, indefinidas?

Sinto que cuidar dos interesses, fazendo a mudança positiva acontecer, embora lenta e gradativamente, mantendo o foco em objetivos primordiais, pode ser possível! Senão, porque estaria eu escrevendo e divulgando, assim como milhares o fazem? Anseio um Brasil mais Justo, um Planeta com mais Justiça e Igualdade de condições básicas para todos. Preservação da Natureza e exploração Sustentável. Honestidade e Respeito entre as pessoas.

Por vezes, vou deitar com algumas reflexões: terei sido gentil, sutil, pontual, coerente nas coisas que escrevi? Por vezes, volto ao texto e rearranjo alguns termos, algumas postulações. Creio que isso deva nortear todo o ser que deseja compartilhar seriamente as suas idéias. Por isso, solicito a opinião dos amigos. Agora, deixar de divulgar o fruto de minhas pesquisas, de reflexões que, penso, possam auxiliar outras pessoas a refletir, também, é negar a minha formação de educadora, de ser humano comprometido com a aprendizagem contínua, processo que dura uma vida inteira.

As pessoas, a maior parte delas, possui idéias e posições coerentes frente a muitos acontecimentos. Entretanto, o medo básico de comprometer-se parece ir além dos limites razoáveis. Quando há informações estruturais, bibliografia fundamentada em referências legais, divulgar tais informações é aprendizado e evolução.

Como ampliar a educação de um povo se não for dada a condição de receber mais e mais informação de conteúdo procedente?

Onde o "Mal" se fortalece?
O "Mal" se fortalece no medo dos fracos!
"Mal" entendido como o ato de burlar a lei, de ir contra os princípios consensados e previamente aprovados por um grupo, comunidade, nação. Constituição.

Isso, de mostrar o correto, parece-me, deve ser uma constante na vida de muitas pessoas, em qualquer situação. Sem inventar fatos com vistas a impressionar, ater-se às ocorrências reais e externar seu parecer, o mais eticamente possível, é prática que precisa ser sempre exercitada e aprimorada.


Toda mudança, no início, é frágil e carece de cuidados


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Marise Jalowitzki
Compromisso Consciente



Escritora, Educadora, Ambientalista,
Coordenadora de Dinâmica de Grupo,
Pós-graduação em RH pela FGV,
International Speaker pelo IFTDO-EUA
Porto Alegre - RS - Brasil




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