Governo precisa implementar ações efetivas com população das áreas de risco |
Pesquisador: tragédia no Rio é social, não culpa da natureza
http://compromissoconsciente.blogspot.com/2011/01/pesquisador-tragedia-no-rio-e-social.htmlNota de Marise Jalowitzki:
Ontem à noite assistimos a presidente das República falar com seriedade sobre a tragédia no Rio, isentando de responsabilidade os estados e os municípios com relação às inundações, enchentes e demais tragédias pelas quais passamos. Bateu no peito e declarou: a responsabilidade é do governo federal.
Louvável.
Estamos esperando, além da liberação dos recursos e da liberação do FGTs, mais o hospital de Campanha, o que irá acontecer de efetivo depois de passado este momento de dor e sofrimento.
Aqui em Porto Alegre - RS, a Defesa Civil já está mapeando áreas de risco e fazendo levantamentos e tomando providências para, se necessário, evacuar as áreas de risco com antecedência. Se preciso, demolindo as habitações e remanejando a população envolvida.
PRECISAMOS saber o que vai acontecer no Rio e no nosso amado Brasil, em relação a essa sofrida parcela de irmãos brasileiros!
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(Transcrito do Terra)
13 de janeiro de 2011 • 23h24 • atualizado às 23h36
http://noticias.terra.com.br/brasil/noticias/0,,OI4888370-EI17544,00-Pesquisador+tragedia+no+Rio+e+social+nao+culpa+da+natureza.html
Pesquisador da UFRJ diz que tragédias como a de Nova Friburgo são culpas do poder público e da sociedade
Foto: Jadson Marques/EFE
Subordinação à especulação imobiliária e aos interesses da indústria da construção civil e negligência do governo na construção de habitações sociais são as causas da tragédia no Rio apontadas pelo professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Carlos Vainer.
Especialista em planejamento urbano, ele disse que a culpa das centenas de mortes após as chuvas na região serrana do Estado não é da natureza.
"Com todo respeito ao governador Sérgio Cabral, a culpa pelas tragédias desse tipo não é da natureza. Não existem tragédias naturais, só existem tragédias sociais, que se resumem na forma em como a sociedade organiza a ocupação e sua relação com o ambiente", disse ele, contestando uma declaração do governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB).
O governador afirmou que os municípios sofreram "em função de uma força da natureza, combinada com ocupação irregular do solo". Para Carlos Vainer, trata-se de uma questão histórica. "Devido à falta de habitações para a população pobre, essas pessoas se dirigem a áreas de grande inclinação sujeitas a desmoronamentos", disse.
Entretanto, alguns bairros ricos e condomínios fechados da região serrana também foram atingidos. "Isso mostra a negligência do poder público ao ser condescendente com a especulação imobiliária e autorizar projetos que não poderiam ter sido licenciados. Mas os interesses fundiários e da indústria da construção civil falam mais alto", disse o especialista.
Viva Rio pede ação da sociedade
Ao lado do poder público, escolas, igrejas, associações de moradores e organizações locais precisariam participar mais desse trabalho de prevenção e de convencimento das pessoas sobre os riscos que enfrentam ao construir ilegalmente, afirmou também o presidente da Viva Rio.
As fortes chuvas que atingiram os municípios da região serrana do Rio nos dias 11 e 12 de janeiro provocaram enchentes e inúmeros deslizamentos de terra. Pelo menos 497 pessoas morreram nas cidades de Teresópolis, Petrópolis e Nova Friburgo. De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), choveu cerca 300 mm em 24 horas na região - em Nova Friburgo, cidade mais afetada, o valor esperado para o mês de janeiro é de 209 mm.
Para Rubem Cesar Fernandes, presidente da ONG Viva Rio, mais do que a presença do Estado, a participação civil também é fundamental. "Embora seja um fenômeno recorrente, a sociedade brasileira não tem uma cultura de prevenção arraigada. O estilo de ocupação é muito informal, ela é espontânea, sem controle, sem orientação de políticas públicas", disse.
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Especialista em planejamento urbano, ele disse que a culpa das centenas de mortes após as chuvas na região serrana do Estado não é da natureza.
"Com todo respeito ao governador Sérgio Cabral, a culpa pelas tragédias desse tipo não é da natureza. Não existem tragédias naturais, só existem tragédias sociais, que se resumem na forma em como a sociedade organiza a ocupação e sua relação com o ambiente", disse ele, contestando uma declaração do governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB).
O governador afirmou que os municípios sofreram "em função de uma força da natureza, combinada com ocupação irregular do solo". Para Carlos Vainer, trata-se de uma questão histórica. "Devido à falta de habitações para a população pobre, essas pessoas se dirigem a áreas de grande inclinação sujeitas a desmoronamentos", disse.
Entretanto, alguns bairros ricos e condomínios fechados da região serrana também foram atingidos. "Isso mostra a negligência do poder público ao ser condescendente com a especulação imobiliária e autorizar projetos que não poderiam ter sido licenciados. Mas os interesses fundiários e da indústria da construção civil falam mais alto", disse o especialista.
Viva Rio pede ação da sociedade
Ao lado do poder público, escolas, igrejas, associações de moradores e organizações locais precisariam participar mais desse trabalho de prevenção e de convencimento das pessoas sobre os riscos que enfrentam ao construir ilegalmente, afirmou também o presidente da Viva Rio.
As fortes chuvas que atingiram os municípios da região serrana do Rio nos dias 11 e 12 de janeiro provocaram enchentes e inúmeros deslizamentos de terra. Pelo menos 497 pessoas morreram nas cidades de Teresópolis, Petrópolis e Nova Friburgo. De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), choveu cerca 300 mm em 24 horas na região - em Nova Friburgo, cidade mais afetada, o valor esperado para o mês de janeiro é de 209 mm.
Para Rubem Cesar Fernandes, presidente da ONG Viva Rio, mais do que a presença do Estado, a participação civil também é fundamental. "Embora seja um fenômeno recorrente, a sociedade brasileira não tem uma cultura de prevenção arraigada. O estilo de ocupação é muito informal, ela é espontânea, sem controle, sem orientação de políticas públicas", disse.
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