quinta-feira, 29 de março de 2012

O que nos deixa gordos - Obesógenos, Você Conhece

O que nos deixa gordos - Pesquisadores defendem que são os obesógenos os principais responsáveis - Imagem Laborant Shuterstock


O que nos deixa gordos - Obesógenos, Você Conhece?


Por Marise Jalowitzki
29.março.2012
http://compromissoconsciente.blogspot.com.br/2012/03/o-que-nos-deixa-gordos-obesogenos-voce.html


Já é de aceitação irrestrita que as pessoas são obesas porque comem demais. Também, já se convencionou que depende apenas do consumidor comer menos e fazer mais exercícios. É de uso corrente a frase: "Pra emagrecer, só tem um jeito: fechar a boca!"

Mas isso começa a ser revisado. E se resume em: NÃO IMPORTA APENAS QUANTO VOCÊ COME, MAS O QUE COME! Uma nova pesquisa revela que a equação é muito mais complexa do que parece, e vários outros fatores estão em jogo. São as substâncias químicas agregadas aos alimentos - conservantes, corantes, aromatizantes, espessantes...


"Será que podemos continuar falando simplesmente em termos de calorias ingeridas? Ou olhar apenas para as categorias tradicionais, como gorduras, proteínas e carboidratos, e lacticínios, carnes, grãos e vegetais? Como há uma proliferação de poluentes industriais nos alimentos ultraprocessados, muitos especialistas acreditam que não.

Pesquisadores de um campo relativamente novo estão olhando para os químicos industriais e aspectos não calóricos das comidas que influenciam no ganho de peso. Os cientistas que estão conduzindo essa pesquisa acreditam que essas substâncias, presentes em muitas comidas, podem estar alterando a maneira como nossos corpos armazenam gordura e regulam nosso metabolismo. 

Bruce Blumberg, professor de biologia na Universidade da Califórnia, estuda o efeito dos poluentes orgânicos que são altamente usados pela indústria dos agrotóxicos e nos sistemas de água. Os compostos organoestânicos “mudam a maneira como nosso corpo responde às calorias”, ele afirma. “Os que nós estudamos, o tributilestanho e o trifenilestanho, geram mais, e maiores, células de gordura nos animais expostos."

Outro estudo, realizado pela Universidade de Princeton, também aponta que o tipo da caloria importa. Os pesquisadores descobriram que ratos que bebiam xarope de milho, com muita frutose, ganhavam mais peso do que aqueles que bebiam água com açúcar, mesmo que o número de calorias fosse o mesmo. Os primeiros animais também exibiram sinais de síndrome metabólica, como ganho de peso anormal, especialmente gordura visceral ao redor da barriga, e aumento significativo dos triglicérideos.

Miriam Bocarsly, autora principal do estudo, afirmou: “A questão das calorias para dentro, calorias para fora, é muito boa e muito debatida no campo. Mas nós temos esse resultado que aconteceu com ratos. Algo está obviamente diferente entre o xarope e a água com açúcar, mas o que será?”.

Blumberg comenta que a frutose, por si só, já é um obesógeno. “A frutose cristalizada não existe na natureza, nós estamos fabricando isso”, afirma. “A frutose não é comida. As pessoas pensam que ela vem da fruta, mas não. A que comemos é sintetizada. Sim, é derivada da comida. Mas cianeto também vem da comida. Você chamaria cianureto de comida?”.


Claro que há os que pensam diferente e a discussão continua. Mas há muitos especialistas a favor dessa tese, que parece fazer todo o sentido.

"O neuroendocrinologista Robert H. Lustig também acredita que a frutose é um elemento relacionado à obesidade. “Eu pessoalmente coloco a frutose nos obesógenos. Como a frutose engana o cérebro para que coma mais, ela possui propriedades consistentes para a obesidade”, diz.

Lustig é outro que enxerga o modelo do balanço calórico como falso. “Eu não acredito nesse modelo, centralizado nas calorias”, comenta. “Acredito no do depósito de gordura, que é centrado na insulina. A razão é que, ao alterar a dinâmica da insulina, você pode mudar o consumo calórico e o comportamento relacionado às atividades físicas. Isso tem sido minha pesquisa pelos últimos 16 anos”, conta. A ideia de Lustig é que, ao aumentar a circulação de insulina – geralmente um resultado do consumo exagerado de frutose – as pessoas ficam mais esfomeadas e cansadas, o que resulta em excesso de alimentação e falta de motivação para se exercitar.

Outro possível elemento obesógeno é o bisfenol A (BPA), encontrado em muitos alimentos e materiais de embalagens. O professor Frederick S. vom Saal, da Universidade de Columbia/Missouri, vem estudando isso.
O Centro para Controle e Prevenção de Doenças (CDC) divulgou que quase todos os americanos testados tinham BPA na urina, “o que indica que há grande exposição da população ao BPA”. Algumas marcas já se pronunciaram, e planejam parar de usar o produto nas latas e embalagens dos alimentos.

Vom Saal acredita que o BPA é apenas o exemplo mais proeminente das várias substâncias presentes em nossa comida que podem nos deixar obesos. 


“Se as pessoas realmente querem resolver a obesidade, diabetes, e doenças cardiovasculares, não é inteligente ignorar um contribuinte como esse. E nós não estamos obesos apenas por causa do BPA. Também sei que a nicotina e outros químicos influenciam na diabetes e nas doenças metabólicas”.

Se a teoria dos “obesógenos” for aceita, a indústria da comida estará com problemas. Seria difícil promover alimentos diet e “saudáveis” que podem ter menos calorias, mas contém uma série de substâncias que podem contribuir para o aumento de peso."

Faz tempo que a indústria coloca nas escolhas pessoais o resultado de seu peso e saúde, embora sejamos bombardeados continuamente com toda a sorte de incentivos. Assim, além de arcar com todo o ônus, ainda enfrentamos, como consumidores, as dificuldades para decidir sobre quais produtos adquirir, levando em consideração a natureza dos aditivos industriais, já os produtos não vêm com essas substâncias listadas, por não ser obrigatório. 

E, mesmo aquilo que vem impresso nas embalagens, sempre com letrinha miúda e cor de forma a dificultar a leitura, mesmo isso é incompreensível à grande maioria dos clientes. O que significa Corante Caramelo IV? E a frutose, que todos achavam "ser da fruta"? E o que vem a ser INS e os números, meros códigos?

“As pessoas dizem para mim o tempo todo: ‘O que eu faço?’”, comenta vom Saal. “E a resposta é: não há muito que fazer, porque a indústria não é obrigada a te contar sobre esses químicos. Como evitar algo que você não enxerga?”.


Excertos do artigo publicado em www.theatlantic.com/kristin-wartman  

Kristin Wartman

KRISTIN WARTMAN - Kristin Wartman escreve sobre alimentos e vive no Brooklyn. Escreve regularmente para o  The Huffington PostCivil Eats e Grist.




Querendo, leia mais em:

Somos o que comemos - Hipócrates, Pai da Medicina, sabia o que estava dizendo


Opções alimentares - Carne, insetos, vegetarianismo
Página de Links





Asnos só servem para causar acidentes nas estradas

Jegues - os jumentos sempre levaram uma vida sacrificada, levando peso no lombo além de sua capacidade - Agora, querem exporta-lo para servir de cobaia em experimentos científicos  na área de cosméticos, na China   

Asnos só servem para causar acidentes nas estradas 


Por Marise Jalowitzki
29.março.2012
http://compromissoconsciente.blogspot.com.br/2012/03/asnos-so-servem-para-causar-acidentes.html


"Asnos só servem para causar acidentes nas estradas. Quem já possuiu um o substituiu por motos". A declaração taxativa é de José Simplício de Holanda, secretário adjunto de Agricultura do estado do Rio Grande do Norte - RN. 


Na opinião do secretário adjunto de Agricultura, José Simplício de Holanda, a exportação dos jegues para a China resolveria um problema local. Em regiões do Alto Oeste e Seridó, o animal é altamente rejeitado pelos ex-proprietários. Abandonados, sem cuidados e sem destino, os animais transitam pelas estradas, sendo atropelados, gerando acidentes. O secretário adjunto torce para que o Projegue seja efetivado, o que, segundo ele, resolveria o problema dos transtornos nas rodovias.


O maior argumento a favor das exportações é esse: livrar-se de um problema incômodo. O PROJEGUE, para quem lê pela primeira vez, acredita que é um programa em prol do jumento, que visa dar-lhe proteção e melhores condições de vida, mas não. PROJEGUE é um programa que dá garantia de compra dos animais a preço de mercado. 


"É muito difícil lidar com essa situação. Diria que é incontrolável. Por isso acredito no potencial dessas negociações de exportação para a China."


Simplício afirma que a criação do jumento é simples, uma vez que ele "se cria sozinho" e facilmente se reproduz, já que a gestação do animal dura cerca de 11 meses. 


Como os chineses comem também esta carne (equinos em geral), os jumentos (também chamados jegues, asnos ou burros) seriam transformados em carne de exportação. Mas, não é só isso. A China deixou bem claro, também, que irá utilizar os animais para experimentos científicos na área de cosméticos, o que fere a nossa Constituição.


Diversos órgãos de proteção animal - nacionais e internacionais - estão se mobilizando para impedir que tal aconteça. Também há petições sendo assinadas pela população e um pedido de suspensão da medida tramitando na Câmara, por solicitação do deputado federal Ricardo Tripoli.


Por enquanto, o projeto ainda não teve maiores avanços, apesar das expectativas do Governo do Estado de RN. 


Uma das fontes:
RN - Natal
Edição de domingo, 11 de março de 2012 
http://www.diariodenatal.com.br/2012/03/11/economia2_0.php
Alex Costa // alexcosta.rn@dabr.com.br 

ASSINE AS PETIÇÕES!
FAÇA A SUA PARTE!
EXPERIMENTOS CIENTÍFICOS, NÃO!
CHEGA DE AGRESSÃO AOS ANIMAIS!
GARANTA O DIREITO À VIDA DOS ANIMAIS!

DIVULGUE, COMPARTILHE COM SEUS CONTATOS.

Vamos dar um jeitinho de fazer estas 2 petições aumentarem MUITO para a gente entregar?

http://www.peticaopublica.com.br/?pi=P2012N21806

http://www.thepetitionsite.com/481/954/995/ministerio-da-agricultura-congresso-nacional-presidencia-da-republica-ministerio-publico-ministerio/

Sempre lembrando que, no site Petição Pública, temos que VALIDAR nossa assinatura, através do e-mail que será enviado para a nossa caixa de entrada logo a seguir, ou a assinatura não será contabilizada.  


Leia mais sobre os riscos de exportação do jumento, em:




Sobre os Direitos dos Animais, leia: 

Quem deu o direito ao homem de maltratar os animais???
ASSINE A PETIÇÃO! 

 

Página de Links sobre Direito dos Animais à VIDA, neste blog:


quarta-feira, 28 de março de 2012

Páscoa e Indústria de Chocolates - O que você sabe sobre o tráfico infantil

Ovos de chocolate e o trabalho escravo infantil - Nestlé e outros

Páscoa e Indústria de Chocolates - O que você sabe sobre o tráfico infantil?


Por Marise Jalowitzki
28.março.2012
http://compromissoconsciente.blogspot.com.br/2012/03/pascoa-e-industria-de-chocolates-o-que.html


Até agora, tenho escutado e lido sobre o descontentamento das pessoas sobre a alta, ano a ano, dos produtos comercializados por ocasião da Páscoa: ovos de chocolate e afins. Valores que podem chegar a 1.000% a mais do que o preço de uma barra comum (peso idêntico ao ovo).


Pela pertinência, volta a reiterar a leitura do texto publicado há um ano, neste blog, sobre como funciona a indústria do chocolate das mega empresas, especialmente a Nestlé.


Ovos de chocolate, lindos e saborosos, escondem sofrimento infantil


A conhecida empresa está sempre ampliando sua vasta rede. Por esses dias, mesmo, li novamente sobre novas instalações no Brasil. Eu, desde que assisti ao video onde um pesquisador expôs a própria vida, por diversas vezes, para verificar o roubo, a venda de crianças para trabalhar como escravos na colheita e transporte de cacau, na Costa do Marfim, não compro mais chocolates Nestlé.


Mesmo procurando por mais informações, na esperança de que esta empresa e a própria comunidade internacional tenham tomado providências a fim de acabar com este triste procedimento, NÃO ENCONTREI NADA A RESPEITO! O que dá a entender que continua TUDO IGUAL!!!




Assim, querendo, recomendo que leia este artigo e assista ao video: http://t.co/sII0UU3





Cacau - Qual a cor do selo anti-tráfico infantil?
 

NESTLÉ e Costa do Marfim - Qual a cor do selo para quem não se preocupa com Trabalho Escravo Infantil?



Miki Mistrati - Protocolo do Cacau

Incluído em fevereiro 2016:

Para ler o artigo na íntegra, clique neste título:
Cacau - Qual a cor do selo anti-tráfico infantil?
 


Por Marise Jalowitzki

http://compromissoconsciente.blogspot.com.br/2011/04/nestle-e-costa-do-marfim-qual-cor-do.html?spref=tw


Os videos que havia publicado em 2011, foram removidos. Trata-se de um documentário envolvendo a cruel indústria, feita a duras penas pelo jornalista Miki Mistrati, nascido a 31 de janeiro de 1968 (48 anos)
Agora, só há partes, igualmente válidas.
Não deixe de assistir.
"O chocolate que consumimos é produzido com o uso de trabalho infantil e tráfico de crianças?

O premiado jornalista dinamarquês, Miki Mistrati, decide investigar os boatos. Sua busca atrás de respostas o leva até Mali, na África Ocidental, onde cameras ocultas revelam o tráfico de crianças para as plantações de cacau da vizinha Costa do Marfim. A Costa do Marfim é o maior produtor de cacau, respondendo por cerca de 40% da produção mundial. Empresas como a Nestlé, Barry Callebaut e Mars assinaram em 2001 o Protocolo do Cacau, comprometendo-se a erradicar totalmente o trabalho infantil no setor até 2008. Será que o seu chocolate tem um gosto amargo? Acompanhe Miki até a África para expor "O Lado Negro do Chocolate"."



Protocolo do Cacau

Video original, legendado em português, contendo todo o documentário, com mais de 1 hora de duração, foi removido do youtube.

Ficaram estes:
Links dos videos:

O Lado Negro do Chocolate - Documentário Legendado PT- 46min - Com legenda em português - https://www.youtube.com/watch?v=zESgFuJ_wy8

PARA ATIVAR A LEGENDA, CLICA PRIMEIRO EM "DETALHES", DEPOIS EM "LEGENDA" 


Ou estes:
Parte 1/3 - https://www.youtube.com/watch?v=l6JI5jn-QrA - 14 min (legenda abre direto)


E tem também este:
https://www.youtube.com/watch?v=ozSRWm7VcVE&list=RDozSRWm7VcVE#t=6 - 45 min - também abre legenda direto


Outros sites sobre o tema: 
 El País - Clipping: Na rota dos meninos escravos - de Benim a Costa do Marfim - Link: http://www.reporterbrasil.org.br/clipping.php?id=373

- O Planeta que temos - de Mali até a Costa do Marfim - Link:

Marise Jalowitzki
Compromisso Consciente


compromissoconsciente@gmail.com
Escritora, Educadora, Ambientalista
Coordenadora de Dinâmica de Grupos,
Especialista em Desenvolvimento Humano,
Pós-graduação em RH pela FGV-RJ,
International Speaker pelo IFTDO-EUA

Porto Alegre - RS - Brasil

Sobre a Venda dos Jumentos à China

Jegues - jumentos e a exportação à China para experimentos científicos


Sobre a Venda dos Jumentos à China


Por Marise Jalowitzki
28.março.2012
http://compromissoconsciente.blogspot.com.br/2012/03/sobre-venda-dos-jumentos-china.html


O artigo primeiro sobre o comércio dos jegues à China recebeu um comentário interessante, aqui no blog. Lá no facebook, onde compartilho, também houve quem questionasse quem era mais importante: jegues ou pessoas...???


O comentário no blog (anônimo) tenta injetar apenas intenção populista no deputado Tripoli, que está a defender a causa. O que respondi é exatamente o que penso:


"Sério, antes tarde do que nunca! QUEM DERA TODOS os legisladores, ainda que motivados apenas pelo destaque público midiático resolvessem agitar uma bandeira em prol de algum dos milhares de problemas que temos em nosso país. 


PREFIRO UM LEGISLADOR FAMOSO (ainda que oportunista) EM PROL DE UMA BOA CAUSA, do que os milhares de anônimos que temos por aí, gestão após gestão, apenas beneficiando a si e aos seus próximos. 


Viva a mídia, então! O importante, MESMO, nesta questão específica, é garantir o direito à vida dos jegues, que fizeram parte de toda a nossa história, desde o colonialismo, sempre levando no lombo cargas que não eram suas. Concordas?"


E volto a frisar: ESTÁ GARANTIDO NA CONSTITUIÇÃO O DIREITO DOS ANIMAIS NÃO SEREM SUBMETIDOS A SOFRIMENTO. Experimento científico para cosméticos, nem pensar!! Há maneiras vegetais e sintéticas para chegar ao mesmo resultado.

Vejam o que diz Mauricio Puppo, publicado neste blog em:

Na Declaração Universal dos Direitos
dos Animais está assegurado que eles
não passem por testes que lhes causem dor



Experimentos Científicos em Animais - É possível substituir?

Por Marise Jalowitzki
26.junho.2011
LINK: http://t.co/q8QmUfX




Artigo primeiro sobre a venda de jumentos, neste blog:
http://compromissoconsciente.blogspot.com.br/2012/03/venda-de-jumentos-china-para.html 



Jegues pedem socorro! - Brasil vai vendê-los à China para Experimentos Científicos para indústria de cosméticos - Diga Não!!!


VENDA DE JUMENTOS À CHINA, PARA EXPERIMENTOS CIENTÍFICOS EM INDÚSTRIA COSMÉTICA



Marise Jalowitzki
Compromisso Consciente


compromissoconsciente@gmail.com
Escritora, Educadora, Ambientalista
Coordenadora de Dinâmica de Grupos,
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International Speaker pelo IFTDO-EUA

Porto Alegre - RS - Brasil

segunda-feira, 26 de março de 2012

Impactos Ambientais em Brasília - Cimento e emissão de material particulado



Cimento é hoje um dos produtos mais utilizados no planeta - Na foto de Giovanni di Natale, o auditório Oscar Niemeyer, uma onda de cimento, na Itália

Impactos Ambientais em Brasília - Cimento e emissão de material particulado


Por Marise Jalowitzki
26.março.2012
http://compromissoconsciente.blogspot.com.br/2012/03/impactos-ambientais-em-brasilia-cimento.html 



Chama-me a atenção quão pouca divulgação recebe a questão do fabrico e comercialização do cimento no Brasil, seja pelas parcas informações regulares na grande midia, seja nos debates de grupos ecológicos, ongs e redes sociais. A poluição gerada pela indústria cimenteira, que vai bem além da extração de calcário e argila, parece ser de pouco conhecimento. Neste blog, tenho publicado vários artigos, transcrevendo sempre textos de outros documentos, com o objetivo de alertar especialistas, ambientalistas, profissionais de obras e seus familiares, tentar sensibilizar empresários da construção civil e outros, além de dar conhecimento à população, principalmente do entorno das fábricas de cimento, se bem que os resíduos se espalham por quilômetros e quilômetros, sem que haja um monitoramento adequado. E imprescindível.


O MAIS GRAVE é a queima de resíduos tóxicos de várias espécies nos fornos de clinquer, fornos que, originariamente, não foram projetados para esse fim e que recebem, em ritmo crescente, uma variedade sempre mais diversificada de material perigoso que, ao final, ACABA PARTICIPANDO DA COMPOSIÇÃO DO CIMENTO E TIJOLOS DE CONCRETO.


Assim, os perigos atingem um número incontável de pessoas, incluindo operários da construção civil, empresas que fabricam moirões para cercas, postes, potes, vasos, estátuas para ornamentar jardins e tudo o mais onde entre o cimento, INCLUINDO AS PAREDES DE NOSSAS CASAS.


Deixo mais um alerta, considerações que deveriam estar sendo amplamente discutidas, incluindo análises sobre a escolha dos combustíveis, a coincineração de resíduos e os riscos da fabricação e uso do cimento.


Em todo o Brasil os incrementos para receber as Copas, em especial a Copa do Mundo, fazem do cimento uma peça chave. QUEM SABE DIZER QUAIS AS CONSEQUÊNCIAS AMBIENTAIS - ar, solo, água, plantas, animais e seres humanos? 

"Há diversos impactos ambientais associados ao setor cimenteiro, desde a extração de matéria-prima, que gera degradação e alterações nos habitats próximos às fábricas, passando pela emissão de material particulado, causador de muitos problemas à saúde humana, até o macroimpacto gerado na fase de clinquerização, com a emissão de gases de efeito estufa, principalmente o dióxido de carbono. 


No Distrito Federal, na região da Fercal, em Sobradinho, a presença de duas grandes fábricas - a Tocantins S/A e a Ciplan S/A gera nas comunidades próximas, impactos de ordem ambiental e social. 


Na Comunidade de Queima Lençol, localizada nas proximidades da fábrica Ciplan, e no entorno da APA de Cafuringa, há forte poluição gerada pela emissão de material particulado, oriundo da fabricação do cimento. Esta situação vem gerando conflitos na região, com episódios de fechamentos da rodovia de acesso à fábrica e à comunidade, com queima de pneus e protestos por parte da população local.


As várias alterações ambientais – emissões de gases e de poeiras, destruição do relevo, modificações locais no ciclo das águas, disseminação de contaminantes pelo uso de resíduos industriais como combustível – que são decorrentes do desenvolvimento das etapas produtivas do conjunto de indústrias do setor de produção de cimento.

Outro ponto generalizável é o uso intenso de combustíveis nos fornos rotativos das fábricas de cimento, e a diversificação crescente, com um leque disponível no mercado, cada vez mais amplo, de combustíveis básicos – os fósseis, derivados de carvão mineral e de petróleo, e uma infinidade de resíduos industriais; e os da biomassa, carvão vegetal e resíduos agrícolas.


Multiplicam-se as possibilidades de combinações ou misturas de diversos destes combustíveis – conhecidas como blends –, utilizadas em cada plano de queima de cada forno, para cada ciclo produtivo. Portanto, diversifica-se a composição das emissões de gases e poeiras para a atmosfera, bem como dos tipos de contaminantes que podem ficar retidos no próprio produto vendido.

A questão social decorrente é de primeira grandeza, pois o cimento é de uso generalizado, praticamente não têm sucedâneo; são mercados regionais e nacionais valiosos; existem minas de calcário e fábricas de cimento em quase todos os Estados da Federação, e considera-se de certo modo inevitável que se continue a extrair rochas calcárias para fabricar cimento."



Aumento crescente do uso do cimento


E apesar das agruras da concentração da renda e da diminuição do poder aquisitivo da grande maioria da população brasileira, que dificultam bastante o crescimento do consumo de cimento, tende-se a naturalizar o aumento do volume produzido a cada ano.




- No início da década de 1980, a produção ultrapassou 25 milhões de toneladas anuais; 
- De 1983 a 1985, retrocedeu a 20 milhões de toneladas;
- Em 1986, voltou ao patamar de 25 milhões de toneladas anuais, permanecendo por aí durante alguns anos;  
- Na virada do século (1999-2000) atingiu 40 milhões de toneladas anuais de cimento;
- Em 2003, a produção nacional de cimento retrocedeu a 35 milhões de toneladas anuais. 
- Em 2011 a produção alcançou 40milhões e 200 mil toneladas de cimento produzido no Brasil - recorde! (SNIC, anos diversos).


Questão Ambiental


A questão ambiental determinada pelo porte considerável da indústria cimenteira e da queima de um grande fluxo anual de combustíveis também é de primeira grandeza, e é ampliada pelo fato de que, ao mesmo tempo em que se generaliza a utilização das instalações das fábricas de cimento como se fossem incineradores de resíduos industriais – na realidade, os fornos de clínquer não são projetados e nem licenciados especificamente para esta finalidade –, a atmosfera das regiões vizinhas às cimenteiras recebem volumes constantes ou crescentes de material particulado e de produtos da combustão, com uma diversificação físico-química também crescente, por causa da grande variedade de resíduos e de blends que são queimados sucessivamente na mesma fábrica. 


Além disso, a formação de mercados regionais e nacional de resíduos industriais combustíveis – que incluem as sucatas de pneus e câmaras –, promove a circulação destes materiais entre várias localidades, o que significa uma disseminação geográfica e ocupacional do risco químico.


www.snic.org.br/pdf/presskit_SNIC_2011.pdf 

www.fem.unicamp.br/~seva/anppas04_SantiSeva_cimento_RMBH.pdf 
Dissertação de Mestrado – UNB - Universidade de Brasília, Centro de Desenvolvimento Sustentável, 2008 http://repositorio.bce.unb.br/handle/10482/1878?mode=full&submit_simple=Mostrar+item+em+formato+completo 


Querendo, leia mais em:

Indústria do Cimento - Fornos de 
cimento usam resíduos perigosos


Indústria do Cimento - Fornos de cimento usam resíduos perigosos como substituto de energia - Coprocessamento


30.setembro.2011
LINK: 
http://ning.it/pmn8rx






E mais, na Página de Links sobre a Poluição do Cimento - neste blog


Marise Jalowitzki
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