Será que Mayara Petruso pensou nas consequências? É certo que não
Marise Jalowitzki
06.novembro.2010
Garota que promoveu preconceito na web perde emprego e MPF-SP investiga crime.
Veja inclusão em 10.janeiro.2019 ao final desta página
Que vai ser do futuro desta jovem?
Que se investigue e que se faça justiça, sim. E que, também, se aproveite o momento para repensar atitudes. É cada vez maior o número de pessoas que aproveitam a rede (e as relações, como um todo) para dizer o que bem querem, do jeito que querem, muitas vezes sem nem pensar naquilo que estão dizendo, que dirá se inteirar do conteúdo sobre o qual estão opinando.
Seguidamente tenho de "apagar" comentários que aparecem em meus artigos, pois "nada a ver". Dou um exemplo: No caso onde explano o mau atendimento da LG e o bom atendimento da VIVO, apareceu um comentário: "Sai daí! Para de ocupar espaço! Vai ver que votou na Dilma!"... só pude sorrir.... e apagar! O que uma coisa tinha a ver com as outras? Será que esta pessoa leu, ao menos, o artigo?
E, com certeza, não acompanha o que escrevo, senão, com certeza, saberia que meu voto não foi nem para Dilma, nem para Serra....
Mesmo com relação ao Movimento Marina. Depois de passado o primeiro turno, o site ficou "jogado às traças" e virou um horror. Xingações, ofensas, defesas de um, acusações de outros, na grande maioria disparates, com termos deprimentes.
Se consideramos "baixaria" o que aconteceu nos debates entre os presidenciáveis é porque somos "diferentes" e fazemos "diferente"... ou não? Pois é, para criticar, e criticar é um belo exercício, temos de nos ater a fatos, manter o foco e procurar manter um bom nível no linguajar! Já pensaram nisso?
Agora, a Mayara vai ter de, no mínimo, contratar um advogado para se defender e, sabe-se lá que outras consequências a situação geradairá ter, simplesmente por querer "promover um bate boca". O emprego já perdeu. Era estagiária. Em Direito.
Porque insisto que foi uma grande besteira, provavelmente ouvida e reouvida em casa e nas relações em geral. TODOS sabem como os nordestinos são chamados pelo Brasil-a-fora: os "cabeça-chata" é o termo mais corriqueiro. Que eles "vem roubar o nosso trabalho", também. Gaúcho, no Brasil inteiro, é chamado de boiola, com piadas fortíssimas, e orgulhoso. Bahiano, continua levando fama de preguiçoso. Paulista, de que só sabe trabalhar e que quer "tirar o couro" de todo mundo. E, por aí vai.
Essas conversas são o "recheio" de muita celebração, o bate-papo corriqueiro de muito jantar, churrasco, happy-hour, barzinho. Fica gravado no subconsciente. E, quanto mais se ouve e se falam certas besteiras, mais o subconsciente acha aquilo normal, tão normal a ponto de alguém perder a referência e nem avaliar as consequências.
Quem leu as declarações subsequentes da estagiária paulista, pode observar que ela escreveu coisas do tipo: "Ih, parece que consegui! Agora vou virar celebridade! Vou para a tv!" Pura irresponsabilidade. Agora, vai conhecer outras dimensões da fala irrefletida.
Discutir situações reais, com posições reais, visando a melhoria, isto é edificante e necessário. Agora, discriminar, rebaixar, ridicularizar, excluir, isso, com toda certeza, precisa ser controlado e coibido. E responsabilizado.
Que este exemplo sirva para muitas pessoas, que costumam falar o que querem, sem avaliar riscos e consequências, que dirá, pensar no quanto estão ferindo aqueles que recebem a acidez de suas mensagens.
No Terra: http://noticias.terra.com.br/brasil/noticias/0,,OI4774205-EI7896,00-MPFSP+apura+se+jovem+cometeu+racismo+contra+nordestinos.html
Em 10.janeiro. 2019
Excerto de reportagem igualmente sobre o tema preconceito. Vergonha!
Algumas pessoas citaram o caso Mayara Petruso como exemplo. A estudante de direito ficou famosa em 2010 por expressar seu ódio contra nordestinos nas redes sociais após a vitória de Dilma Rousseff nas eleições presidenciais.
“Nordestino (sic) não é gente. Faça um favor a SP: mate um nordestino afogado!”, publicou Mayara em 2010. A jovem foi condenada pela Justiça Federal de São Paulo pelo crime de discriminação e recebeu uma punição de 1 ano, 5 meses e 15 dias de prisão, mas a pena foi convertida em prestação de serviço comunitário e pagamento de multa.
Mayara trabalhava em um escritório de advocacia, mas perdeu o emprego depois do caso. Ela também teve que mudar de cidade e de faculdade por conta da repercussão de suas mensagens.
A lei que pune o crime de xenofobia existe desde 5 de janeiro de 1989. Ela diz que “serão punidos, na forma desta Lei, os crimes resultantes de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional”. A pena consiste em detenção de até 3 anos e multa. (Pragmatismo Político - https://www.pragmatismopolitico.com.br/2019/01/autores-video-contra-nordestinos-pedem-desculpas.html?utm_source=push&utm_medium=social&utm_campaign=artigos
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Marise Jalowitzki Compromisso Consciente |
Escritora, Educadora, Ambientalista,
Coordenadora de Dinâmica de Grupo,
Pós-graduação em RH pela FGV,
International Speaker pelo IFTDO-EUA
International Speaker pelo IFTDO-EUA
Porto Alegre - RS - Brasil
Não é o que se fal que tem que mudar. Fica parecendo qe o erro dela foi dizer aquelas coisas, simplesmente. Mas mais do que pensar nas consequencias, ela e milhões de brasileiros deveriam pensar nas CAUSAS do que os levam a falar frases preconceituosas. Pensamentos retrógrados, tacanhos, mesquinhos e xenofóbicos que os fazem pensar serem o centro do mundo,os sem-defeito, a "raça superior". Já vimos cientifica e historicamente o quanto isso é equivocado e mentiroso. Coitada da Mayara, paga pelo erro que muitos cometem. Mas pelo menos serve de exemplo para o restante!
ResponderExcluirObs: Não é o fato das conversas preconceituosas serem comuns que as legitima ou justifica. Preconceito, discriminação regional e racial são uma "merda" em qualquer canto do planeta.
Com certeza, Caro Pery! Preconceito, discriminação regional e racial e todas as formas de discriminação precisam ser erradicadas. Temos de comentar sobre todas as suas nuances, até para que algumas pessoas entendam a real extensão do preconceito, entranhado que está em nosso dia a dia.
ResponderExcluirCerta vez ouvi uma senhora, loira e de olhos azuis, elogiar um negro: "Este é uma pessoa de valor! Um negro de alma branca!" Falava sinceramente! Nem se deu conta que esta sua expressão, mesmo carregada de reconhecimento e carinho, também era discriminatória.
Quanto mais debatemos os assuntos, mais fácil fica identificar.
Abraços e grata pela contribuição!