segunda-feira, 19 de setembro de 2011

 RISCOS NO TRANSPORTE DE RESÍDUOS AOS FORNOS DE CLÍNQUER

Transporte de resíduos pelo modal rodoviário - Os impactos negativos são potencializados pelo efeito da sinergia que pode ocorrer entre as diversas substâncias presentes no ambiente

OS RISCOS NO TRANSPORTE DE RESÍDUOS AOS FORNOS DE CLÍNQUER

Por Marise Jalowitzki

19.setembro.2011
http://ning.it/pNkBQf

Ao final da semana tivemos notícia do mega engavetamento que aconteceu em São Paulo, na rodovia dos Imigrantes, envolvendo quase 300 carros. Entre Pânico, explosões, medo, uma morte, muitos feridos, a noção exata do perigo em situações frágeis. Cheguei a publicar o temor (que era de todos, nas primeiras horas após o acidente) de que um caminhão que transportava combustível ameaçava explodir. Por sorte o caminhão já havia descarregado sua carga.

Ficou a reflexão, importante: como anda o controle de horários, vias e condições de trafegabilidade para as cargas inflamáveis, tóxicas e perigosas?

Sim, pois a saber de como está a condição dos caminhoneiros, que muitas vezes nem dormem para conseguir escoar a carga em tempo recorde, por certo as precauções não são tomadas. Tantos acidentes envolvendo substâncias químicas, que acabam escoando para o solo, ou pior, diretamente para as águas, afetando a já precária saúde pública, principalmente da população do entorno. Que é a que mais desconhece todos os efeitos da poluição.

Agora se sabe que os resíduos tóxicos são transportados por caminhões até os fornos de clínquer, nas indústrias de cimento, para incineração e posterior mistura para constituir o cimento que é comercializado. O quanto de resíduos tóxicos pesados são misturados, ainda não se tem notícia. Usam-se os termos "escória", "clínquer" (produto da queima), "pozolanas" (que, no caso do Brasil, não são de origem vulcânica e, sim, resíduos da queima de carvão nas termoelétricas).

Os riscos, somente no transporte, já são significativos e precisam de maior supervisão. As demais etapas, todas perigosas, estão sendo comentadas neste blog, conforme link mencionado ao final desta página.

O que, por exemplo, aconteceu com os 26 mil litros de resíduos de óleo diesel, derramados no córrego de Barra Mansa No Rio? À época, a notícia foi divulgada. Como todas as divulgações do gênero, as providências posteriores não são mais comentadas, se é que são tomadas e em qual medida. (Veja link desta notícia no blog Gestão de Riscos: http://ning.it/nQbV2T )

Transporte de material tóxico - Em caso de acidente, os resíduos acabam no entorno. Os trabalhos de socorro à população e meio ambiente precisam ser melhor divulgados e aplicados

Não são fatos isolados. Poderíamos mencionar centenas deles. O que importa é:
- que a população saiba dos riscos a que está sujeita

- que, na medida deste conhecimento, se mobilize para que os cuidados sejam redobrados

- que a população, quando afetada, recorra aos postos de saúde e receba orientação e tratamento condizentes, dentro do que ainda é possível salvaguardar

- que os legisladores ampliem o leque de controle e supervisão e lutem para que o efetivo de fiscalização aumente, em número e em poder decisório

- que as indústrias envolvidas aumentem sua responsabilidade, tomando TODOS os cuidados possíveis para minimizar os danosos efeitos que um acidente desta natureza pode causar, a curto, médio e longo prazo.

Informe-se!
Divulgue!
Influencie na tomada de providências efetivas para o controle, supervisão e melhoria da tecnologia hoje existente, a fim de diminuir os danos a todos, pessoas, animais e meio ambiente!

RISCOS NO TRANSPORTE DE RESÍDUOS AOS FORNOS DE CLÍNQUER DAS INDÚSTRIAS CIMENTEIRAS

"Como qualquer outro insumo utilizado em uma planta industrial, os resíduos destinados à co-incineração nos fornos de clínquer são transportados da unidade fabril onde foram gerados até as fábricas de cimento, na quase totalidade, pelo modal rodoviário.

Este fato amplia de forma extraordinária as possibilidades de disseminação dos riscos associados à atividade, pois as fábricas, muitas em áreas metropolitanas, recebem resíduos gerados em localidades muito distantes, como é o caso de Minas Gerais, por exemplo, que recebe resíduos originados em bases distribuidoras de combustíveis derivados de petróleo das Regiões Norte e Nordeste.

Os resíduos são transportados em caminhões tipo carga seca, caminhões caçamba ou caminhões tanque; a granel, ou embalados em big-bags ou tambores metálicos de 200 litros, de acordo com o estado físico do material e, em geral, não estão devidamente identificados com placas de risco e número da ONU, procedimento obrigatório para o transporte de produtos e resíduos perigosos.


A população que vive nas áreas vizinhas às unidades industriais e também aquelas que estão assentadas mais longe, na direção dos ventos, estão expostas ao impacto dos diversos compostos químicos poluentes gerados nas fábricas e, consequentemente, sujeitas aos riscos de adoecimento.

Os poluentes emitidos pela chaminé das plantas de clínquer formam uma pluma, cuja dispersão na atmosfera depende das condições meteorológicas – velocidade e direção do vento, precipitação e inversão térmica –, das características do poluente e da fonte emissora – velocidade, temperatura e vazão dos gases, altura da chaminé.

É durante este processo, que caracteriza a poluição do ar, que substâncias químicas, gases e material particulado em suspensão (que inclui metais pesados e seus sais) poderão ser inalados ou entrar em contato com os olhos ou a pele das pessoas, causando danos à sua saúde.

Os impactos negativos são potencializados pelo efeito da sinergia que pode ocorrer entre as diversas substâncias presentes no ambiente."

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