Evo Morales - O mesmo cajado que confere o poder é o que manda bater? |
Evo Morales suspendeu o projeto de construção da estrada
Por Marise Jalowitzki
26.setembro.2011
http://ning.it/ovWw7O
Bater primeiro, para ver se silencia. Quando o rumor se agiganta, parece que há um lampejo de coerência. Porque o modelo é sempre o mesmo?
Depois dos protestos, da praça tomada pelos manifestantes, da indignação de todos, o povo pedindo a renúncia de Evo Morales, ele achou por bem decretar a suspensão temporária da construção da parte da rodovia que pretende promover o comércio na América do Sul. Os indígenas estão em manifestações desde 15 de agosto e Morales havia declarado que não discutiria o assunto.
No último domingo, cerca de 500 policiais lançaram bombas de gás lacrimogêneo contra os indígenas acampados nas proximidades de Yucumo, indígenas que serão diretamente afetados com a rodovia. Foram agredidos violentamente e levados a força de volta às suas localidades de origem. Muitos estão desaparecidos.
A ministra da Defesa, Cecilia Chacón, diante dos fatos, pediu demissão, após a ação que considerou "injustificável" da polícia quando "existem outras alternativas".
Depois da notícia da morte de uma criança, a manifestação popular chegou aos milhares e fez com que o presidente boliviano, que é de origem indígena, suspendesse temporariamente o projeto. Evo Morales vai perdendo a popularidade com ações assim intransigentes e violentas.
Bolívia - Evo Morales ordenou a repressão violenta, desconsiderando a manifestação dos povos indígenas afetados |
A estrada unirá os oceanos Pacífico e Atlântico.
O Brasil é quem financia o projeto, com custo total de 415 milhões de dólares, liberados pelo BNDES. A empresa responsável OAS também é brasileira.
Em 15 de agosto, os indígenas iniciaram uma marcha em Trinidad com direção a La Paz em rechaço à construção da segunda parte da rodovia Villa Tunari-San Ignácio de Moxos, que corta ao meio o Parque Nacional Isiboro Sécure (Tipnis).
Bolívia - Repressão a índios leva multidão a pedir renúncia de Morales
Assista ao Video exibido no Jornal Nacional - 26.setembro.2011 - http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2011/09/repressao-indios-leva-multidao-ruas-para-pedir-renuncia-de-morales.html
Bolívia: população liberta indígenas detidos pela polícia
26 de setembro de 2011 • 22h09
26 de setembro de 2011 • 22h09
San Borja, Bolívia, 26 Set 2011 (AFP) -
Habitantes da localidade de Rurrenabaque, na Amazônia boliviana, libertaram nesta segunda-feira os 300 indígenas que a polícia deteve na véspera durante uma ação repressiva que gerou indignação e provocou a renúncia da ministra da Defesa, Cecilia Chacón.
Em Rurrenabaque, 320 km ao norte de La Paz, a população tomou o aeroporto local e bloqueou a pista de pouso, para evitar que os indígenas detidos fossem levados de volta, contra sua vontade, a suas regiões de origem, informou o prefeito local, Yerko Núñez.
No domingo, a polícia boliviana dispersou com violência o grupo de indígenas que seguia em direção a La Paz para rejeitar a construção da estrada que atravessa o Parque Nacional Isiboro Sécure.
A operação ocorreu em Yucumo, onde os indígenas foram retirados de suas barracas e, colocados à força em ônibus que seguiram para San Borja.
Mas dezenas de indígenas conseguiram escapar dos policiais e nesta segunda-feira voltaram à estrada, com o apoio da população de San Borja, em meio à crescente tensão e ao repúdio à violência policial.
Diante do mal-estar com a repressão, a ministra da Defesa, Cecilia Chacón, enviou uma carta ao presidente Evo Morales informando sua renúncia após a ação "injustificável" da polícia quando "existem outras alternativas".
O dirigente indígena Rafael Quispe ficou surpreso com a ação "brutal" da polícia: "não entendemos esta atitude de um governo que se diz indígena e ataca os indígenas".
Antes da ação policial no domingo, o presidente Evo Morales anunciou no povoado de San Antonio - onde se reuniu com os 16 povos nativos do Território Indígena Parque Nacional Isiboro Sécure (TIPNIS) - a convocação de um referendo nos departamentos de Beni e Cochabamba sobre a construção da estrada Villa Tunari-San Ignacio de Moxos.
Morales também garantiu a promulgação da lei contra a ocupação de terras no TIPNIS e afirmou que vai retirar os colonos de assentamentos ilegais.
A repressão policial, que não poupou mulheres e crianças, provocou protestos com milhares de pessoas nas cidades de La Paz, Cochabamba e Santa Cruz, além de uma greve cívica na região de Beni.
A estrada em questão é parte da rodovia que unirá os oceanos Pacífico e Atlântico e promoverá o comércio na América do Sul. O projeto é financiado pelo Brasil, com custo total de 415 milhões de dólares.
Brasília reagiu nesta segunda-feira aos incidentes manifestando "sua confiança em que o governo boliviano e os diferentes setores da sociedade continuarão favorecendo o diálogo e a negociação em busca de um entendimento sobre o traçado da estrada".
jac/lr
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Marise Jalowitzki Compromisso Consciente |
compromissoconsciente@gmail.com
Escritora, pós-graduação em RH pela FGV,
international speaker pelo IFTDO-EUA
Porto Alegre - RS - Brasil
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