sexta-feira, 18 de março de 2011

Denúncias sobre condições de trabalho nas Hidrelétricas do Rio Madeira - Jirau e Santo Antonio

 
UHE-SantoAntonio - Rondonia - Triste paisagem do Progresso

  Denúncias sobre condições de trabalho nas Hidrelétricas do Rio Madeira - Jirau e Santo Antonio
Parte 1/2




Por Marise Jalowitzki
18.março.2011
http://t.co/i4fCdqV


O presente texto tomou como referência a publicação do original em espanhol, link mencionado ao final. Trata-se de uma denúncia efetuada logo após o término da paralisação acontecida entre os dias 17 e 29 de junho de 2010, na UHE de Santo Antonio.


O trabalho do dia a dia na obra é estressante, com um cenário repleto de acidentes, abusos de autoridade e intimidações.


A hidrelétrica de Jirau tem um custo estimado em 10 bilhões de reais e, junto com a Hidrelétrica de Santo Antonio (estimada em 13,5 bilhões de reais), forma o chamado Complexo Hidrelétrico do Rio Madeira, a obra mais cara do PAC - Programa de Aceleração do Crescimento. Santo Antonio iniciou suas obras em 2008, com previsão de término em 2015 e uma produção prevista de 3.150MW, suficiente para abastecer 11 milhões de casas ou 44 milhões de pessoas.


Embora seja comentado o quanto as hidrelétricas irão levar de energia à população, o principal motivo que determina a pressa na conclusão das obras é utilizar a energia gerada para abastecer a indústria, que consome muito, como é o caso da produção de bauxita/alumínio.


UHE Santo Antonio-Jirau - Rio Madeira - Rondonia - trabalho estressante



Obras gigantescas
A monumental paisagem, produto de florestas devastadas, contrasta com as condições de trabalho nelas.

Em Jirau há os alojamentos modernos, há sala de lazer, com televisão, o canteiro de obras ofereça farmácia, central de telefonia (Vivo) e caixas eletrônicos (Bradesco), os empregados estão bastante insatisfeitos e estressados.


Horário de almoço de uma hora
A ampliação do horário de almoço é uma reivindicação antiga. Nesta uma hora de parada para almoço, são despendidos 20 minutos até chegar ao restaurante e aí, enfrentar filas enormes até obter o alimento.


Pagamento para morar nos Alojamentos
Como era esperado, muitos dos trabalhadores que estão no canteiro de obras vieram de outras localidades e, portanto, dormem nos alojamentos. Precisam pagar um aluguel mensal por isto.


Entretanto, a grande concentração de empregados nos alojamentos, a falta de ar condicionado, faz a tensão e a insatisfação no trabalho aumentar.


Anderson Machado, advogado que representa o sindicato (Sticcero - União dos Trabalhadores da Indústria da Construção do Estado de Rondonia) no canteiro de obras em Santo Antonio, argumenta:


"A concentração dos trabalhadores, internos todo o tempo no mesmo ambiente, gera pressão. O trabalho é estressante, tenso e quando é a hora do descanso, permanece no mesmo ambiente." Segundo ele, a intenção da Empreiteira é economizar com transporte e aluguel, razão de manter os alojamentos no local do trabalho. Com isso, reduz-se a uma sala de TV a diversão e entretenimento. De quatro em quatro meses a empresa proporciona uma visita aos familiares, para os solteiros e, de três em três meses, para os casados.


O trabalho é duro. João trabalha há pouco tempo na  área de concretagem. ´"É difícil pra qualquer um se adaptar naquele "buraco quente", diz o trabalhador."Devido ao calor, os desmaios são frequentes, mas não são considerados. Dentro do buraco na rocha, o ambiente é infernal, o ar fica muito quente e seco!"


O trabalhador conta que é comum alguém passar mal e, ao ser enviado para a clínica, "depois de 15 minutos, a pessoa deve estar trabalhando na frente novamente ", descreve. Ele disse que na obra "as nuvens parecem fugir do sol. "

Como é o ambiente de trabalho

A hidrelétrica de Santo Antonio está situada a sete milhas a sudoeste de Porto Velho. Cerca de 7.030 pessoas trabalham lá, no total, sendo que 84% vem de Rondônia. 


As equipes de decapagem e escavação dão forma ao leito e margens do rio para receber a barragem. Outros grupos escalam ​​até 50 metros para entrelaçar as estruturas de aço que receberão as turbinas da barragem. Após concluída a estrutura metálica é jogado o concreto.


Quando pronta, a barragem terá consumido 3,1 milhões de metros cúbicos de concreto em torno do 44 turbinas capazes de gerar 3,150


Salários
Trabalhadores recebem salários que variam de 700 a 1000 reais.
Os protestos de junho de 2010, na UHE de Santo Antonio, também reivindicavam aumento salarial.

Em Jirau, trabalhadores comentam que o dissídio estava marcado para este mês, mas não souberam determinar a data em que ocorreriam as negociações.
 


Link-fonte: http://cinabrio.over-blog.es/article-condiciones-de-trabajo-faraonicas-en-represas-del-brasil-65835549-comments.html


Santo Antonio - antes da Usina Hidrelétrica


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Mais artigos sobre Jirau (Acesse Busca - coluna lateral)
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Marise Jalowitzki
Compromisso Consciente


Escritora, pós-graduação em RH pela FGV,
international speaker pelo IFTDO-EUA
compromissoconsciente@gmail.com
Porto Alegre - RS - Brasil






Um comentário:

  1. quero de nuncia uma fabrica de madeira mas sendo que essa fabrica fica dentro de uma venida com vários moradores e também mora uma criança especial que teve penemunia por causa da pueira da madeira e podemos demostrar que esta casa foi alugada para morar não para abrir uma fabrica de cachonetes de madeira onde trabalham no quintal deixando o quintal da venida todo sujo. posso tbm amostrar que a madeira é serrada no quintal onde fica o residuo de tudo ,não deixando de fala que a madeira entra dentro da minha casa me prejudicando a respiração do meu filho e da minha mãe que é uma idosa de 61 anos e tem diabete e tem pressão alta . posso venham me ajudar .

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