O esforço de Megaron Txukarramãe e dos povos indígenas para preservar o que resta da floresta |
BELO MONTE: "Lula é inimigo público número 1 dos índios" diz líder Kayapó
Por Marise Jalowitzki
27.março.2011
http://ning.it/dNAGvF
Creio que um dos piores codinomes que um brasileiro poderia receber é o de ser o "inimigo público nº 1 dos indígenas". Desde os bancos escolares sabemos das maldades que os portugueses e espanhóis fizeram contra os índios, dizimando centenas e centenas de tribos.
Eram os colonizadores e as páginas de sangue foram escritas.
Crescemos considerando tudo isso uma atrocidade.
COMO esse estado de coisas se perpetua AGORA como nunca? E com aquele que se dizia o "homem-do-povo" e perpetuado pela sua sucessora?
I-N-A-C-R-E-D-I-T-Á-V-E-L!
Quem vai parar tudo isso?
Os Fóruns, os Encontros, as COPs se sucedem e a população indígena permanece na mais absoluta desaparição!
Povo Kayapó acreditou nas promessas de preservação. Receberam devastação |
Transcrevo matéria publicada no site do Greenpeace, colocando em primeiro lugar o texto escrito pelo Líder indígena Megaron Txukarramãe, em 2010 Comunicado
Nós lideranças e guerreiros estamos aqui em nosso
movimento e vamos continuar com a paralisação da
balsa pela travessia do rio xingu. Enquanto Luiz
Inacio Lula da Silva insistir de construir a barragem
de Belo Monte nós vamos continuar aqui.
Nós ficamos com raiva de ouvir Lula falar que vai
Nós ficamos com raiva de ouvir Lula falar que vai
construir Belo Monte de qualquer jeito, nem que
seja pela força!!!
Agora Nos indios e o povo que
Agora Nos indios e o povo que
votamos em Lula estamos sabendo quem essa
pessoa. Nós não somos bandidos, nós não somos
traficantes para sermos tratados assim, o que nós
queremos é a não construção da barragem de Belo
Monte.
Aqui nós não temos armas para enfrentar a força,
se Lula fizer isso ele quer acabar com nós como vem
demonstrando, mas o mundo inteiro vai poder
saber que nós podemos morrer, mais lutando pelo
nosso direito.
Estamos diante de um Governo que
Estamos diante de um Governo que
cada dia que passa se demonstram contra nós
indios. Lula tem demonstrado ser inimigo número
um dos indios e Marcio Meira o atual Presidente da
Funai tem demostrado a ser segunda pessoa no
Brasil contra os indios, pois, a Funai não tem
tratado mais assuntos indigenas, não demarcação
de terra indigena mais, não tem fiscalização de
terra indigena mais, não tem aviventação em terra
indigena.
Os nossos líderes indigenas são empedido
Os nossos líderes indigenas são empedido
de entrarem dentro do predio da funai em Brasilia
pela força nacional.
O que esta acontecendo com
O que esta acontecendo com
nós indios é um fato de grande abandono, pois, nós índios,
que somos os primeiros habitantes deste país,
estamos sendo esquecidos pelo Governo de Lula,
que quer a nossa destruição, é esta aconclusão que chegamos.
estamos sendo esquecidos pelo Governo de Lula,
que quer a nossa destruição, é esta aconclusão que chegamos.
Líder indígena Megaron Txukarramãe
Aldeia Piaraçu, 26 de abril de 2010
Líder indígena Megaron Txucarramãe: a luta continua em defesa da floresta |
Em 2010 a devastação da floresta aumentou em 900%!
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BELO MONTE: "Lula é inimigo público número 1 dos índios" diz líder Kayapó
Os índios Kayapó Metuktire, da aldeia Piaraçu, continuam seu movimento de resistência contra a construção da hidrelétrica de Belo Monte, no Pará. Há dez dias (23/04), eles paralisaram o tráfego da balsa que corta o rio Xingu, na BR-080, no Mato Grosso, em protesto contra a decisão do governo Lula de seguir adiante com a polêmica obra. Hoje, eles reafirmaram que a balsa continua fechada em resposta às recentes declarações do presidente, que classifica a atuação dos movimentos contrários à usina de ‘insana’.
Não é a primeira vez que os índios paralisam a balsa. Há 20 anos, o líder indígena Megaron Txukarramãe já participava de protestos como esse para defender os direitos de seu povo. “Lula tem demonstrado ser inimigo número um dos índios”, diz, em comunicado divulgado na semana passada.
Com seu colar de dentes de onças, Megaron é uma figura humana imponente e, ao mesmo tempo, simples. De fala pausada e palavras medidas, ele expressa preocupação pelos impactos que a construção da usina de Belo Monte terá sobre seu povo.
População indígena vive tempos de angústia, assistindo a extinção da floresta para dar lugar às Hidrelétricas |
“Nós, índios, depende do rio, depende da floresta, depende da terra pra poder sobreviver. Na terra, nós planta. Na floresta, nós caça; tem animais pra caçar. E no rio, tem peixe, que nós pesca pra alimentar nossa família”, ele afirma.
Segundo Megaron, o governo deveria discutir com os índios a construção de grandes obras de infra-estrutura, como Belo Monte. “Governo tinha que [...] explicar pra índio e mostrar pra índio como é que vai ficar essa barragem, que tamanho, quanto terra vai inundar, ou se vai encher o rio, se vai secar o rio... Como é que vai funcionar? Por que nós não sabe. O que nós sabe é que o rio não vai ser mais normal, natural, correndo do jeito que esse rio nasceu, natural dele. Então, o governo quer construir a barragem. [...] Mas todos os indígenas [deste movimento] não quer construção da barragem e não quer dinheiro da barragem”, disse ele, em entrevista ao Greenpeace em novembro de 2009.
Segundo Megaron, o governo deveria discutir com os índios a construção de grandes obras de infra-estrutura, como Belo Monte. “Governo tinha que [...] explicar pra índio e mostrar pra índio como é que vai ficar essa barragem, que tamanho, quanto terra vai inundar, ou se vai encher o rio, se vai secar o rio... Como é que vai funcionar? Por que nós não sabe. O que nós sabe é que o rio não vai ser mais normal, natural, correndo do jeito que esse rio nasceu, natural dele. Então, o governo quer construir a barragem. [...] Mas todos os indígenas [deste movimento] não quer construção da barragem e não quer dinheiro da barragem”, disse ele, em entrevista ao Greenpeace em novembro de 2009.
Uma das maiores humilhações vividas pelos índios aconteceu em 2009 |
Com grande esforço e determinação, o líder Megaron reuniu 300 lideranças indígenas e convidou o governo para discutir o futuro da floresta e de todos os povos que nela habitam. NENHUM REPRESENTANTE DO GOVERNO APARECEU, em clara demonstração de menosprezo.
Nessa ocasião, Megaron reuniu cerca de 300 lideranças indígenas de várias etnias para discutir os impactos da obra na região. Diversos representantes de governo foram convidados, mas ninguém apareceu. Em resposta ao atropelo do governo para seguir com o processo ‘goela abaixo’ da sociedade brasileira, o Greenpeace projetou, no prédio do Ministério de Minas e Energia em Brasília, um vídeo contendo a mensagem do Xingu contra Belo Monte.
Veja as fotos: http://www.greenpeace.org/brasil/pt/Noticias/voz-do-xingu-grita-contra-belo/
Para o Greenpeace, se Belo Monte sair do papel, será ao mesmo tempo um disparate econômico, um crime social e ambiental e uma mancha na história do Brasil.
O projeto ecoa um modelo de desenvolvimento velho, que o país não deve nem precisa investir, tendo em vista que é absolutamente possível gerar a mesma quantidade de energia com impactos infinitamente menores. “Belo Monte é o exemplo do que há de mais atrasado no Brasil, é replicar o antigo molde energético que beneficia poucos à custa de uma destruição socioambiental imensa”, diz Sergio Leitão, diretor de Campanhas do Greenpeace. “Defender Belo Monte significa olhar o desenvolvimento do país pelo espelho retrovisor. O Brasil de hoje e do futuro podem seguir um caminho que una segurança energética, crescimento econômico e respeito ao ambiente e às pessoas.”
Mais de 20 anos de história - A resistência das populações locais tem uma história de mais de 20 anos, com momentos marcados por manifestações extremas daqueles que não conseguem ser ouvidos pelos que deveriam proteger sua terra e sua vida.
O projeto ecoa um modelo de desenvolvimento velho, que o país não deve nem precisa investir, tendo em vista que é absolutamente possível gerar a mesma quantidade de energia com impactos infinitamente menores. “Belo Monte é o exemplo do que há de mais atrasado no Brasil, é replicar o antigo molde energético que beneficia poucos à custa de uma destruição socioambiental imensa”, diz Sergio Leitão, diretor de Campanhas do Greenpeace. “Defender Belo Monte significa olhar o desenvolvimento do país pelo espelho retrovisor. O Brasil de hoje e do futuro podem seguir um caminho que una segurança energética, crescimento econômico e respeito ao ambiente e às pessoas.”
Mais de 20 anos de história - A resistência das populações locais tem uma história de mais de 20 anos, com momentos marcados por manifestações extremas daqueles que não conseguem ser ouvidos pelos que deveriam proteger sua terra e sua vida.
Mais de 40 especialistas em assuntos climáticos sinallizam o desastre ambiental que representa a instalação da usina de Belo Monte. |
O que mais é preciso fazer?
Belo Monte é alvo de críticas também por parte da comunidade acadêmica. Um painel de 40 especialistas aponta os efeitos negativos da obra e abre questões sobre a viabilidade econômica, social e ambiental que ainda precisam ser respondidas pelo governo federal.
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Eu assinei a petição. Voltou uma informação declarando que os e-mails não foram reconhecidos .
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Eu assinei a petição. Voltou uma informação declarando que os e-mails não foram reconhecidos .
Leia mais sobre Belo Monte, neste blog: http://ning.it/gzWrbi
Marise Jalowitzki Compromisso Consciente |
Escritora, pós-graduação em RH pela FGV, international speaker pelo IFTDO-EUA
Porto Alegre - RS - Brasil
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