quinta-feira, 17 de março de 2011

Clima de tensão na Hidrelétrica de Jirau


Trabalhadores, após conflito e anúncio de malária, vão embora às centenas, mesmo sem ter acertada a baixa na empresa

Clima de tensão na Hidrelétrica de Jirau
Parte 2

Por Marise Jalowitzki
17.março.2011
http://compromissoconsciente.blogspot.com/2011/03/clima-de-tensao-na-hidreletrica-de.html


O clima de tensão vem se acumulando desde 2009 no canteiro de obras da Hidrelétrica de Jirau, em Rondônia.


Para entender melhor o que os trabalhadores querem dizer quando declaram "A briga foi só o estopim" é importante perceber que, desde outubro de 2010, situações de conflito foram uma continuidade.


27.outubro.2010 - Protesto de trabalhadores interdita entrada da empresa 
Em 27 de outubro de 2010 houve uma interdição  em frente a UHE. 300 pessoas fecharam a entrada da empresa. O protesto terminou em 29 de outubro (dois dias depois).


Os manifestantes reclamavam:

- do baixo valor das indenizações pagas pelo consórcio construtor às áreas que serão alagadas

- do descumprimento de medidas de programas de apoio aos índios kaxararis

- garimpeiros da região se juntaram ao protesto, pedindo compensações à usina por terem perdido sua área de garimpo.

Depois de uma reunião com representantes do governo de Rondônia e do Ministério Público, os manifestantes que bloqueavam a entrada do canteiro de obras da hidrelétrica de Jirau, resolveram liberar a passagem de caminhões e trabalhadores na noite desta sexta-feira (29).

A empresa Camargo Correa alegou que os trabalhadores que estavam no canteiro de obras estavam carecendo de alimentos e água, aos quais não tiveram acesso devido à interdição. Os colegas foram sensíveis e admitiram cessar a interdição.



29.Outubro.2010 - No mesmo dia em que os trabalhadores liberaram a entrada da empresa, suspendendo a mobilização, Juiz determina destruição de casas na área da hidrelétrica de Jirau


Folha Online - 4 meses atrás (29 de outubro de 2010 às 17:44 hs.)

A Justiça Federal em Porto Velho (RO) determinou na tarde desta sexta-feira o despejo de 25 pessoas e a destruição de casas vazias ou em construção na comunidade de Mutum-Paraná, que vai dar espaço à hidrelétrica de Jirau, a 100 km de Porto Velho.

Cerca de 300 famílias, que moram em Mutum, estão recebendo casas em outra localidade ou indenização da ESBR (Energia Sustentável do Brasil), empresa responsável pela obra e controlada pelo grupo GDF Suez (50,1%).

A ESBR entrou na Justiça para retirar moradores que, segundo a empresa, passaram a morar no local depois de junho de 2009, quando terminou o cadastramento de pessoas com direito à indenização.

Em setembro passado, o juiz havia mandado retirar de 37 moradores, mas em outubro, após intervenção da Procuradoria da República, ele suspendeu a decisão.

Hoje a Justiça recebeu documentos de 12 pessoas os quais comprovariam que são moradores antigos de Mutum. Restaram, então, 25 a serem despejadas

Leia a matéria completa no link:




Natal de 2010 - Sem ter nenhuma de suas reivindicações atendidas, empresa promove Festa de confraternização onde tem show pornô com Rita Cadilac e sorteio de 03 motos. Caráter compensatório? teve quem achou que sim, o que revoltou ainda mais -




Greve em Janeiro.2011

Os trabalhadores já haviam deflagrado uma greve em 11.janeiro.2011, que foi interrompida por decisão judicial, sem que nenhum benefício tenha sido concedido.


Em 17.janeiro.2011 - "A presidente do Pleno do TRT da 14ª Região, desembargadora Vania Abensur, determinou neste sábado (15) em audiência de instrução e conciliação iniciada às 10h10, para apreciação do processo de dissídio coletivo de greve dos empregados da empresa Enesa Engenharia, a suspensão do movimento de paralisação no canteiro de obras da usina hidroelétrica de Jirau, no prazo de dez dias." 

"Durante esse prazo, os patrões e empregados deverão concluir as negociações, ajuizando em seguida perante o TRT o dissídio coletivo de natureza econômica, com a apresentação das cláusulas negociadas e as não aprovadas."



Quadro de destruição foi grande, após tumulto em Jirau



Comentários colhidos em matérias publicadas nos sites pesquisados e que carecem de averiguação


Nome: José Gomes
Comentado em 16/3/2011 às 21:50
As Usinas somente falam do vandalismo e o prejuizo com a paralização, mas não falam nada sobre as 5 mortes: 2 mulheres e 3 homens. Por favor gostaria que os nobres jornalistas investigassem se o caso é veridico ou estão com o rabo preso também. Por favor publiquem



Nome: sandro
Comentado em 16/3/2011 às 18:39
tOma...
vaii corta gasto de nóis...
ae nos comentarios de baixo, só ta contente quem é encarregado ou engenheiro.
ja nós de cargos menores tamos ralando e ainda não ganhamos quaze nada..
ta certo q não somos obrigados a ficar, mais quando oferam a proposta pra gente la no nosso estado disseram q seriam a mil maravilha...
concordo q tem q punir os vandalos..



Nome: daniela de freitas
Comentado em 16/3/2011 às 17:46
porque ninguem fala das pessoas que mataram lá neste vandalismo.

Nome: Luiz Carlos

Comentado em 16/3/2011 às 09:58
Vc´s estão e puxando o saco da Camargo.
Tem funcionários que estão a mais de 8 meses sem promoções, e engenheiro todos tem as suas.
Big card de 120,00? o que você compra em porto velho com 120,oo?
Os ônibus das rotas são deplorável, sem segurança alguma.
Tudo bem acho perfeito e prender todos os baderneiros, e bandidos porque isso e uma bandidagem.
Mais ta na hora da população saber as dificuldades que enfrentamos todos os dias.
Corte de custos na obra inteira afeta tudo.
A empresa ainda peca em alguns pontos, e infelizmente culminou com esse ato.
infelizmente quem perde e a empresa, que por mais custos que tenham cortados, agora vem um prejuízo ainda maior.

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Segundo a direção da empresa Camargo Correia (Consórcio Energia Sustentável do Brasil), o que houve foi puro vandalismo e não há nada que justifique tanta selvageria.


A perícia está avaliando os prejuízos. A empresa possui seguro e boa parte dos prejuízos terá cobertura. Vinte e duas pessoas foram detidas, acusadas de envolvimento direto na rebelião e pelo menos 58 ônibus foram queimados. Os caixas eletrônicos foram saqueados, depois de levados de guindaste a um matagal.
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Leia também:
Conflitos em Jirau já vem desde 2009 -http://compromissoconsciente.blogspot.com/2011/03/conflitos-na-hidreletrica-de-jirau.html
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Marise Jalowitzki
Compromisso Consciente




Escritora, pós-graduação em RH pela FGV, international speaker pelo IFTDO-EUA
Porto Alegre - RS - Brasil






2 comentários:

  1. 0nde estao os mortos do conflito? estao ocultando cadaveres?

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  2. A situação continua bastante tensa. Hoje ainda continuaram os incêndios a carros, ônibus e salas.
    Há relatos anônimos de pessoas que se esconderam na mata, que foram perseguidas e até mulheres violentadas por homens encapuzados. A polícia não se manifesta, a imprensa continua divulgando as mesmas cenas e a mesma teoria de "apenas uma briga".
    Quem ganha com tudo isso, são os cofres da Camargo Correa, que tem tudo no seguro.

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