Policial Herói
Por Marise Jalowitzki
Pois ontem à tarde, quinta-feira, mais uma vez barulho de helicópteros, o que tem sido frequente. Com a construção do novo estádio do Grêmio, as ampliações do aeroporto Salgado Filho para a Copa, os protestos dos arrozeiros, o maior número de legisladores federais que moram no RS, os helicópteros também aumentaram seu tráfego. Por isso, o ruído já não causa tanto alarme como antes, quando era elencado diretamente a assaltos e consequente busca dos bandidos. Não que isso tenha diminuído, não que cause menos diligência, não. Mas, de alguma forma, está "incorporado".
Dirigi-me até a Assis Brasil, com intenção de comprar algumas coisinhas no supermercado próximo. Logo estranhei o aglomerado de carros nas ruas periféricas. Teria sido mais um motoqueiro atropelado? Ao chegar na avenida, uma das mais movimentadas da capital porto alegrense, zona norte, região popular da cidade, trânsito interrompido, cordões de isolamento. Pessoas assustadas. Muitos policiais nas ruas.
A ocorrência
Mais uma vez uma mulher, desempregada, veio buscar o seu minguado seguro-desemprego no banco, desta vez o Bradesco. Sacou e saiu. Já na rua, foi abordada por dois assaltantes. Tentou segurar a bolsa. Um policial já da reserva, que passava por ali, deu ordem de prisão, acabou atirando nos dois assaltantes que estão no hospital, recebendo atendimento. Quase instantaneamente, foi alvejado por um terceiro, que estava em outro ponto estratégico, dando cobertura, que o atingiu pelas costas, no peito. O terceiro assaltante está foragido. O policial morreu logo depois.
Notícia trágica de um mundo que está cada vez mais violento. Onde pessoas matam e morrem por alguns reais. Uma pedra de crack custa 1 real. Uma pedra de oxi, 0,50 centavos!!! Os bandidos nada tem a perder. A sociedade, os policiais, a luta está cada vez mais feroz!
O que será a partir de segunda-feira, quando entra em vigor a lei que liberta vários criminosos? Onde a força de uma fiança vai conceder ainda mais liberdade ao crime?
Quem era o policial
Danilo Rozo, 48 anos, era tenente-coronel da reserva da Brigada Militar - Foto - Divulgação - Brigada Militar |
Fui logo para casa (pois tinha deixado o celular) para avisar os familiares que utilizam a rota e estavam na rua. Graças a Deus, ao final de algumas horas, estavam todos a salvo e eu rezei agradecendo o fato de estarmos todos bem.
Ao ouvir o noticiário local, para minha surpresa, reconheci o rosto do tenente-coronel baleado e morto: era o mesmo herói de alguns anos atrás, quando apareceu na mídia em situação de resgate; onde lutou contra a correnteza e foi quase levado pelas águas ao tentar salvar uma família isolada pelas enchentes.
Uma vida de bravura.
Uma vida interrompida.
Uma profissão de risco.
Uma família imersa na tristeza e na dor.
Faz pensar em tudo.
O que será de nossa sociedade agora que a drogadição tomou a relevância que tomou?
Um drogado não pensa em nada, não mede consequências, ele quer e precisa da droga. Para isso, ataca sem dó. Claro que essa senhora assaltada já estava na mira, provavelmente antes mesmo de entrar no banco. Talvez os assaltantes sejam até mesmo parentes seus, talvez até morem com ela!
Fiquei comovida. Como tantos outros, incluindo os personagens resgatados naquela ocasião e que, como reconhecimento e agradecimento, foram novamente procurados pela mídia.
Ficam nossas condolências para a família, nosso conforto espiritual principalmente para aquela mãe que chora convulsivamente no velório do filho de 48 anos, que foi ceifado prematuramente.
Ficam nossas condolências para a família, nosso conforto espiritual principalmente para aquela mãe que chora convulsivamente no velório do filho de 48 anos, que foi ceifado prematuramente.
Mesmo com toda a dor da perda, o policial herói deixa lembranças fortes e elevadas de uma pessoa que não mediu esforços para ajudar, salvar, correr riscos para auxiliar o próximo. Seus órgãos foram doados. Eles continua salvando vidas mesmo depois de sua morte.
Com certeza, esta é uma história de vida para ser recontada muitas vezes. As crianças já costumam ver na figura do bombeiro um herói-salvador. Esta é mais uma história de bravura. Poderia ser de um herói-vivo. Não foi assim.
Ao policial-herói, que siga em PAZ!
A todos os policiais sérios, deste país e do mundo, que sabem da importância de sus profissão para garantir a segurança da população, coibindo o que temos de mais pernicioso em nossas vidas, que é o mundo do crime, nosso reconhecimento.
PAZ PARA TODOS!
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Video: Bloco 4 - http://mediacenter.clicrbs.com.br/templates/player.aspx?uf=1&contentID=193081&channel=45
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Tenente-coronel morto na Capital era visto como herói em Santa Cruz do Sul - Em enchente de 2001 no município, Danilo Rozo foi responsável por salvar um casal de irmãos - http://zerohora.clicrbs.com.br/zerohora/jsp/default.jsp?uf=1&local=1§ion=Geral&newsID=a3371919.xml
-------Link relacionado ao tema, neste blog:
A necessária ação da polícia na sociedade em que vivemos |
Polícia-vilã, polícia-cidadã, polícia-salvadora
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Marise Jalowitzki Compromisso Consciente |
Escritora, pós-graduação em RH pela FGV,
international speaker pelo IFTDO-EUA
Porto Alegre - RS - Brasil
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Porto Alegre - RS - Brasil
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