sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Cracolândia - Escória Humana

Crack - Dependentes são dispersados qual escória


Cracolândia - Escória Humana


Por Marise Jalowitzki

Sinceramente? Quanto mais vivo, menos entendo do mundo. Qual a política adotada em relação ao consumo de drogas em nosso país? Qual a política em relação à segurança? Existe um planejamento? Um plano posterior a ser executado? O que pensam os governantes em relação a um problema que deixaram chegar no limite para agora ainda fazer publicidade de ações que só promovem dúvidas e interrogações em quem assiste as "providências" adotadas?

Sério. Já vimos este filme antes, há décadas, onde paises hermanos "limparam" suas ruas pra ficar bonito aos turistas. O jeito de "fazer sumir" a pobreza, a miséria, consta de linhas tristes, vergonhosas e perversas de nossa história.

Já tive oportunidade de escrever em outros artigos ( http://ning.it/yFIvMh  ) sobre a hipocrisia social: deles, dos mandatários e nossa, com nosso conivente silêncio. A situação do crack e outras drogadições, no Brasil, tiveram sempre os ouvidos moucos de quem poderia fazer algo de efetivo em tempo hábil.

Agora, tal qual com as pacificações nas favelas do Rio de Janeiro, a mesma filosofia é aplicada em relação aos que "habitavam" a cracolândia: dispersar, apenas dispersar. Em que isso resolve o problema? Em que isto levará sossego à população? Pelo contrário, pessoas em abstinência, sem nenhum acompanhamento médico, aumentam a tendência à violência e aos ataques e assaltos para conseguir a droga da qual dependem.

Assim como os traficantes tiveram de se dispersar para outras favelas e até mesmo outros estados, aumentando assaltos organizados, com armas pesadas em pequenas cidades do interior, assim os verdadeiros zumbis perambulam a esmo, sem noção, até estar em crise de abstinência.

Onde estão os ambulatórios volantes, as vans de emergência que foram anunciadas pelo governo federal como forma de atendimento imediato?

Há paises que adotaram o sistema de conceder, como se um "fumódromo" fosse, locais específicos onde a droga era prescrita por médicos, enquanto, supervisionado, o dependente é tratato. Um caso que se deixou ficar tão grave e trágico como esse, AGORA precisa da intervenção da saúde pública.

Só dispersá-los, como se escória humana fossem é desumano. Ali estão pessoas que já não se mandam, não se governam, não sabem se orientar. Abandoná-las à própria triste "sorte"/azar é uma política ainda mais degradante do que a que vivem os dependentes.

Sob a justificativa de "identificar quem são os traficantes" expulsam-se de cá para lá pessoas doentes (sim, a OMS considera a dependência química uma DOENÇA, AINDA QUE MUITOS NÃO QUEIRAM ACEITAR!) sem tratamento.

O que não é possível é ficar "impávido colosso" a um critério mau.





Crack - links para artigos sobre o tema e Campanhas



Crack, Epidemia, 25 anos depois - Link de artigos e Campanhas - Hipocrisia Social 

Links para artigos, referenciados por ordem de publicação

Marise Jalowitzki
Compromisso Consciente



compromissoconsciente@gmail.com
Escritora, pós-graduação em RH pela FGV,
international speaker pelo IFTDO-EUA

Porto Alegre - RS - Brasil


Um comentário:

  1. Muito grata pela contribuição e apreço. Abs e bom domingo.
    O processo com os dependentes continua. Pessoas ligadas à saúde parecem apoiar a iniciativa (isso que falo de conivência com uma política errada). "Estamos com postos instalados, o dependente tem como nos procurar..." Quantos dependentes químicos você conhece que, de livre vontade, foram procurar tratamento? O percentual é mííínimo!
    É de pasmar!

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