sexta-feira, 27 de maio de 2011

Morte de Ambientalistas e Governo: Só coibiremos essa violência absurda quando acabarmos com a impunidade!

Desmatamento ilegal é causa de assassinatos de ambientalistas - Nos últimos 25 anos, mais de 1,5 mil pessoas foram assassinadas em conflitos agrários


Por Marise Jalowitzki
27.maio.2011
http://compromissoconsciente.blogspot.com/2011/05/morte-de-ambientalistas-e-governo-so.html



O momento que estamos vivenciando, Novo Código Florestal e Preservação Ambiental faz com que os olhos internacionais estejam focados no Brasil, na Amazônia e no Governo e suas providências. Tem muito dinheiro investido! E a situação é altamente perigosa, atrasada, constrangedora e no contra-pé da sustentabilidade.

Os criminosos matam os que denunciam, espalham medo entre a população simples, mas, ao mesmo tempo, estão apressando as providêcias efetivas para esta chaga social.

Esperamos sinceramente que o governo cumpra o que está prometendo em sua Nota (publicada adiante).

Após a morte de três ambientalistas em uma semana, mais ameaças de morte estão sendo espalhadas. Desta vez é a agricultora Nilcilene Miguel de Lima, de Lábrea, que está na mira das ameaças. Ela é presidente da Associação “Deus Proverá”, no sul do Amazonas.

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Do Terra:
Assentada na região há sete anos, Nilcilene desenvolve atividades de cultivo familiar ligadas à conservação do meio ambiente, da floresta e ao ativismo social.
A rica e exuberante região de Lábrea, na divisa dos estados do Acre, Rondônia e Amazonas, tem sido palco de muitos conflitos nas últimas décadas por causa da luta pela posse terra, principalmente para pecuária e exploração madeireira.

Presidência da República manifesta “total repúdio e indignação”

Os ministros Gilberto Carvalho  (Secretaria-Geral da Presidência da República) e Maria do Rosário Nunes (Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República) divulgaram uma nota sobre o assassinato do líder camponês Adelino Ramos. Eles manifestam “total repúdio e indignação”.

Eis a nota:

“1 – Adelino era uma liderança reconhecida na região Norte do país, sendo presidente do Movimento Camponeses Corumbiara e da Associação dos Camponeses do Amazonas. Dinho, como era conhecido, morava em um assentamento do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) com outras famílias e seu grupo buscava regularizar sua produção. Segundo lideranças locais, ele vinha recebendo ameaças de morte de madeireiros da região. Na manhã de hoje, na companhia de sua família, ele foi executado a tiros no município localizado na divisa dos estados de Rondônia, Acre e Amazonas. Cabe ressaltar que ele era um remanescente do massacre de Corumbiara, ocorrido em 9 de agosto de 1995, que resultou na morte de 13 pessoas.

2 – O assassinato de Adelino Ramos merece o nosso total repúdio e indignação. Há três dias o Brasil se chocou com a execução de duas lideranças em circunstâncias semelhantes, no Pará. Hoje, mais uma morte provavelmente provocada pela perseguição aos movimentos sociais. Essas práticas não podem ser rotina em nosso país e precisam de um basta imediato.

3 – Segundo levantamento conjunto da Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos e da Ouvidoria Agrária Nacional, desde 2001, já foram registrados 71 assassinatos em Rondônia motivados por questões agrárias. Mais de 90% dos casos ficaram sem punição.

4 – Imediatamente ao recebimento da notícia, entramos em contato com a Polícia Civil, com o governador do estado de Rondônia e com a Polícia Federal, exigindo a mais rigorosa atitude para investigar o caso e punir os criminosos, tanto os executores como os possíveis mandantes. É necessária uma ação enérgica e exemplar. Só coibiremos essa violência absurda quando acabarmos com a impunidade.

5 – O governo brasileiro não tolera que crimes como esses aconteçam e fiquem impunes no nosso país. Nesta semana, a presidenta Dilma Rousseff já determinou que a Polícia Federal acompanhe as investigações no Pará, numa atitude enérgica e clara de que crimes como esses não podem se tornar uma prática rotineira em nosso país. Acompanharemos de perto os desdobramentos para garantir justiça. É isso que se espera de um Estado democrático de direito e é assim que o governo procederá.”

Do Blog da Amazônia - Altino Machado



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 por defender a floresta (Foto CNS)

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