Água - Bem mais precioso, precisa ser preservado! A Ameaça dos Mortos é livro esclarecedor para a prática da não contaminação das águas |
http://aameacadosmortos.blogspot.com/2007/11/apresentao.html
LIVRO ALERTA SOBRE CONTAMINAÇÃO DA ÁGUA POR CEMITÉRIOS
Falar da contaminação da água num mundo em que os recursos naturais foram ignorados e desprezados durante centenas de anos pode parecer assunto corriqueiro, mas não quando se fala na participação de cemitérios nesse processo.
Dificilmente alguém dá a devida atenção ao tema, talvez pelo fato de os cemitérios serem monumentos à memória daqueles que morreram e que os vivos fazem questão de perpetuar ao longo do tempo.
Este tipo de construção adquiriu a condição de inviolabilidade no que tange à pesquisa científica nos seus diferentes aspectos. Muitas vezes, a pesquisa ligada a este tema é vista com olhares de reprovação. Força-nos a lembrar de um lugar para onde vão entes queridos, sonhos e lembranças.
Admitir que somos capazes de destruir a natureza mesmo depois de mortos é algo impensável para a maior parte da população. Mesmo sabendo que já nascemos poluindo. Basta lembrar dos medicamentos usados no parto, do xampu que lavamos os cabelos, do detergente para lavar louça e do remédio que tomamos para a gripe.
Para realizar este livro-reportagem, visitamos cemitérios e literalmente pisamos em ossos para conhecer de perto a realidade daquilo que, até então, só havíamos ouvido falar ou lido nas poucas teses acadêmicas encontradas.
O primeiro impacto foi assustador: ossos espalhados pelo chão, covas semi-abertas pela água da enxurrada, vestes funerárias espalhadas por toda parte, funcionários sem qualquer tipo de equipamento de proteção pessoal, mesmo durante o processo de exumação.
A retirada das ossadas no Cemitério Municipal de Vila Nova Cachoeirinha, o 2º maior de São Paulo com 300 mil metros quadrados de extensão, inaugurado em 1.949, é feita em qualquer horário do dia, sob os olhos da população carente que utiliza o cemitério como atalho para chegar ao outro lado do bairro.
Diante de tamanha falta de respeito à memória dos que ali estavam enterrados, às famílias, aos empregados, e ao meio ambiente, passamos, então, a olhar para o cemitério não mais como um lugar assustador, mas como uma fonte potencial de poluição.
Em São Paulo, um exemplo é o Cemitério Municipal Vila Nova Cachoeirinha, na Zona Norte. Basta uma rápida visita e, em pouco tempo, um flagrante da total falta de cuidados. Há montanhas de entulho com pedaços de caixão, alças de caixão enferrujadas, pedaços de roupas funerárias. É possível observar covas recentes semi-abertas, já que a terra, em geral, é levada pela enxurrada.
Sem se identificar, um funcionário relata que as roupas de cadáveres e restos da exumação em contato com o solo são levados pelo serviço de limpeza para um aterro comum.
Sem luvas e sapatos adequados, o funcionário não demonstra qualquer preocupação com as condições sanitárias do cemitério. Perguntado sobre os cuidados com a higiene no local de trabalho e uso de equipamento de segurança (ele estava de chinelos) o funcionário dá uma explicação surpreendente. “A cachaça cura”, diz ele, demonstrando total despreparo e falta de conhecimento para lidar com o assunto.
Como a maior parte dos cemitérios públicos, o Vila Nova Cachoeirinha tem covas rasas, com menos de um metro de profundidade e é cercado por moradias populares e favelas. Sem cercas adequadas, o local serve como atalho para a população do entorno.
A estudante Luciana Barbosa, de 21 anos, atravessa o cemitério diariamente para chegar ao ponto de ônibus e já não se incomoda com os ossos e vestes fúnebres que encontra pelo caminho. A moradora conta ainda que os ossos espalhados pelo cemitério são usados em rituais de magia negra, praticada pela falta de segurança no local.
Luciana já não se assusta com o cemitério, mas com as atividades praticadas. “Na maioria das vezes que eu passo pelo caminho, vejo os caras tirando os ossos. É muito feio. Fede muito”, afirma, referindo-se às exumações feitas ao ar livre diante dos olhos da comunidade que passa diariamente pelo cemitério.
A estudante conta que as vestes funerárias são deixadas em qualquer lugar quando as famílias não as recolhem. “É muita falta de respeito. Eles não cuidam e deixam o jardim jogado. Os caras fazem ritual de macumbaria à noite, jogam várias roupas.”
O filme de terror vivido pela comunidade se agrava ainda mais em dias de chuva forte. Há quem se recorde, sem nenhuma saudade, do tempo em que o córrego que sai da área do Vila Nova Cachoeirinha inundava as casas na parte baixa do cemitério, com todo tipo de lixo funerário.
Luciana recorda do caso em que um crânio desceu do morro do cemitério e foi parar no quintal da vizinha.
As famílias que moravam na favela foram transferidas para conjuntos habitacionais populares próximos ao cemitério. A solução municipal foi cavar valas para evitar que a água da chuva chegue até a comunidade.
O sepultamento de cadáveres data da pré-história, quando os homens enterravam os corpos da tribo por questões de segurança. O corpo exposto poderia atrair predadores. Pode-se adicionar aí o incômodo que um corpo humano em decomposição pode ocasionar.
Como a maior parte dos costumes, com o passar do tempo, o ato de enterrar se tornou um tabu, e foi inserido nas regras religiosas dos povos.
Dois exemplos clássicos de que a prática tornou-se quase obrigatória foram os egípcios e os maias. Duas civilizações bastante distintas, mas para as quais o sepultamento era extremamente importante.
A palavra cemitério, derivada do grego kimitírion, significa “pôr a jazer” ou “fazer deitar”, o lugar onde se dorme, quarto, dormitório. Foi sob a influência do cristianismo que o termo tomou o sentido de “campo de descanso após a morte”. A partir do século 18, os sepultamentos, antes em templos religiosos ou hospitais, passaram a ser feitos ao ar livre, em cemitérios campais.
Por economia, é comum os municípios elegerem áreas de baixo ou quase nenhum valor de mercado para os sepultamentos. Geralmente terrenos grandes e íngremes em regiões mais afastadas do centro, ignorando a formação geológica e hidrogeológica.
E é aí que está o perigo. Com localização e manejo inadequados, os cemitérios podem atuar como fontes geradoras de impacto ambiental. A negligência em relação à conservação dos túmulos e o desprezo a espécies zoológicas como formigas e tatus, são possíveis contaminantes.
Em 2001, outra tese de doutorado do Instituto de Geociências da USP apontou o problema. Sob orientação do Prof. Dr. Alberto Pacheco, o estudo avaliou a ocorrência e o transporte de microorganismos no aquífero freático do Cemitério Municipal Vila Nova Cachoerinha, na Zona Norte da capital.
As suspeitas se confirmaram: os mortos são capazes de se tornar perigosos poluentes...
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A AMEAÇA DOS MORTOS
Cemitérios põem em risco a qualidade das águas subterrâneas
Publicação: novembro de 2007
Nº de páginas: 68
Formato: 14x21 cm
Encadernação: Brochura
ISBN: 978-85-907124-2-8
Editora: Maxprint
Autores:Fernanda Felicioni, Flavio F. A. Andrade, Nilza Bortolozzo
Água limpa é direito de todos - Defenda a Água! |
Necrochorume: Em uma série de 10 tópicos, agrupei os temas mais relevantes, assim distribuídos:
Parte 1 – Seremos adubo algum dia? Vamos cuidar das águas! – Introdução - http://compromissoconsciente.blogspot.com/2011/02/seremos-adubo-algum-dia-vamos-cuidar.html
Parte 2 - O corpo humano e a liberação do necrochorume
http://compromissoconsciente.blogspot.com/2011/02/o-corpo-humano-e-liberacao-do.html
Parte 3 – O que diz a Legislação sobre o tratamento de cadáveres
http://compromissoconsciente.blogspot.com/2011/02/o-que-diz-legislacao-sobre-o-tratamento.html
Parte 4 – Outras alternativas para tratar o necrochorume
http://compromissoconsciente.blogspot.com/2011/02/necrochorume-corre-ceu-aberto-em-alguns.html
Parte 5 – Como acontece a decomposição do corpo humano
http://compromissoconsciente.blogspot.com/2011/02/como-acontece-decomposicao-do-corpo.html
Parte 6 - Como a qualidade do solo influencia no tempo de decomposição do corpo humano
http://compromissoconsciente.blogspot.com/2011/02/como-qualidade-do-solo-influencia-no.html
Parte 7 - Como acontece o processo de contaminação do solo e de fontes d’água pelo necrochorume
http://compromissoconsciente.blogspot.com/2011/02/como-acontece-o-processo-de.html
Parte 8 - O que dizem os pesquisadores sobre as consequências do necrochorume
http://compromissoconsciente.blogspot.com/2011/02/o-que-dizem-os-pesquisadores-saude.html
Parte 9 – Impactos ambientais devido à liberação do necrochorume
http://compromissoconsciente.blogspot.com/2011/02/impactos-ambientais-contaminacao-das.html
Parte 10 - Doenças que podem ser contraídas pela população, devido ao sepultamento inadequado de cadáveres
http://compromissoconsciente.blogspot.com/2011/02/doencas-que-podem-ser-contraidas-pela.html
incluindo estes:
- 11 - A Ameaça dos Mortos - Livro esclarece sobre a problemática dos
cemitérios e a Preservação das Águas
http://compromissoconsciente.blogspot.com/2011/02/ameaca-dos-mortos-livro-esclarece-sobre.html
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Link do Video:
http://g1.globo.com/especiais/eleicoes-2010/noticia/2010/10/sergio-cabral-e-reeleito-governador-do-rio-de-janeiro.html
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Marise Jalowitzki
Compromisso Consciente
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compromissoconsciente@gmail.com
Escritora, pós-graduação em RH pela FGV,
international speaker pelo IFTDO-EUA
Porto Alegre - RS - Brasil
e isso mesmo
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