Vulcão Puyehue - De cinzas a tijolos |
A idéia de transformar as cinzas em tijolos veio de uma moradora de La Angostura, Maria Irma Mansilla |
Vulcão Puyehue - De cinzas, tijolos - Argentina cria tijolos de cinza vulcânica
Por Marise Jalowitzki
24.junho.2011
http://t.co/PHCxUMT
O vulcão chileno Puyehue voltou a expelir cinzas desde a última quinta-feira, terminando com os planos de quem ainda teimava em passar o feriado em Bariloche e outras localidades de inverno. Apesar da população ter se esmerado para retirar as cinzas e deixar o local aprazível, a nova onda de nuvens vulcânicas tornou a cobrir a paisagem.
É hora de olhar para a frente. Com a estimativa dos cientistas de que o vulcão está cedendo e que novas nuvens serão cada vez mais raras, os moradores buscam o que fazer doravante.
Depois de perder mais de 500 ovelhas, ter centenas de gado em observação, sofrer danos à saúde, perdas financeiras pela queda no turismo, especialmente em Bariloche, enfim, uma notícia transformadora para a Argentina em relação às cinzas expelidas pelo vulcão chileno Puyehue.
Maria Irma Mansilla foi quem teve a idéia de construir tijolos a partir das cinzas
A iniciativa partiu de uma moradora da Patagonia argentina. Depois de semanas cercada pelos sedimentos lançados pelo vulcão chileno Puyehue, Maria Irma Mansilla decidiu transformar as cinzas em tijolos. Moradora de um bairro pobre da cidade argentina de La Angostura, ela diz que agora sonha em começar a produção em grande escala.
"Eu pensei como seria bom se pudessem fazer tijolos com cinzas. Poderia construir uma casa para o meu avô. Primeiro, devem ser atendidos os idosos e depois as mães solteiras", afirmou Mansilla, acrescentando que, por último, construiria uma casa para ela.
Ela afirma que a idéia veio de um namorado que disse ter ouvido que há muitos anos, em outra erupção no Chile, já tinham sido feitos tijolos de cinzas.
Para evitar riscos, Maria Irma enviou três amostras para uma agência do governo argentino.
Vulcão Puyehue - Villa La Angostura, na Argentina, acumula cerca de cinco milhões de metros cúbicos de cinzas, o suficiente para encher as caçambas de um milhão de caminhões e construir tijolos |
Governo local aprova fabrico de tijolos e faz planos ambiciosos O secretário de Obras Públicas e Serviços Públicos da localidade, Gabriel Fachado, que é arquiteto, confirmou a viabilidade no fabrico.
'Temos material de sobra para fazer tijolos, tubulações, poços de água e asfalto. Acrescentamos às cinzas um pouco de cimento e o resultado é um bloco perfeito para a construção', afirmou o arquiteto.
Segundo ele, os tijolos serão usados inicialmente para a construção de casas populares, mas também serão úteis para outros modelos de casas e de hotéis.
'Vila La Angostura está construída sobre solo vulcânico, mas jamais tivemos tamanha quantidade deste material e por todos os lados da nossa cidade', disse.
Para ele, é preciso 'aproveitar' o material expelido pelo vulcão que está a quarenta quilômetros da cidade e é frequentada principalmente por turistas de classes altas no verão e no inverno.
De acordo com estimativas da Defesa Civil local, Villa La Angostura acumula cerca de cinco milhões de metros cúbicos de cinzas, o suficiente, disseram, para encher as caçambas de 'um milhão de caminhões'.
Nesta quinta-feira, as cinzas voltaram a cair na cidade onde tetos, piscinas, lagos, ruas e bosques estão cobertos com os resíduos vulcânicos.
'No início foi uma areia e depois cinza. Nos lagos também flutuam grandes pedras vulcânicas, espécie de blocos inteiros', afirmaram na Defesa Civil.
Cinzas do vulcão Puyehue voltaram a cair desde a última quinta-feira, mas o jeito é olhar para a frente e criar novos projetos |
Onde serão utilizados os tijolos
O governo da cidade conta com o apoio do governo da província de Neuquén e da Argentina, contou Fachado, entenderam que este material 'deve ser transformado em algo útil para a comunidade'.
A idéia é exportar o tijolo de cinzas para outras localidades de Neuquén e depois, talvez, também para outras províncias argentinas.
Fachado disse que trinta e duas famílias já se inscreveram para formar uma cooperativa especializada na fabricação deste material de construção.
'Com estas cinzas, vamos gerar mão de obra para os que estão desempregados', declara Fachado, otimista e esperançoso.
O diretor de Meio Ambiente de Villa La Angostura, Daniel Meier, disse que outra proposta que está sendo discutida no local é usar a areia para fazer 'praias' em torno dos principais lagos da cidade.
"Não seremos o Rio de Janeiro, mas vamos acrescentar mais uma atração ao nosso turismo, que é realmente a nossa principal fonte de renda.Várias toneladas das cinzas já foram levadas para diferentes galpões na cidade, mas ainda há outras milhares de toneladas acumuladas nas ruas e nos quintais dos moradores.
Estamos realizando análises permanentes e comprovamos que as cinzas não são tóxicas. Mas temos que usar óculos e máscaras porque é como se estivéssemos respirando pó ou areia da praia o tempo inteiro", enfatiza Meier.
Os transtornos causados pelas nuvens de cinzas vulcânicas
Villa La Angostura possui quinze mil habitantes e desde que o vulcão entrou em erupção, no dia quatro de junho, muitos ficaram sem luz e água porque o peso das cinzas afetou os fios de alta tensão.
Segundo a Defesa Civil local, 75% da população já tinham luz, mas as cinzas voltaram a cair ontem (24) e a única certeza, disseram Fachado e Meier, é que a temporada de inverno será afetada.
"Pedras de vulcão também caíram nas estações de esqui e temos medo de uma avalanche. Mas com tijolos e outros projetos com estas cinzas vamos superar esta etapa e ficar prontos para a temporada de verão", anunciou Meier.
Antes, disse, é preciso 'sair do atual estado de emergência' na qual a localidade oficialmente se encontra.
BOA SORTE!!!
Fonte: BBCBrasil
http://noticias.terra.com.br/noticias/0,,OI5204716-EI188,00.html
http://g1.globo.com/mundo/noticia/2011/06/cinzas-de-vulcao-serao-transformadas-em-tijolos-na-patagonia-argentina.html
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LINK: http://t.co/gNlhKzI
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Nota: Nos primeiros dias da erupção do vulcão chileno, as notícias divulgaram como sendo o Chaitén. Depois, ficou esclarecido que a cadeia vulcânica do Puyehue é que estava em explosão e não o Chaitén, mais ao sul, que esteve ativo em 2008. (10.junho.2011)
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Marise Jalowitzki Compromisso Consciente |
Escritora, pós-graduação em RH pela FGV,
international speaker pelo IFTDO-EUA
Porto Alegre - RS - Brasil
international speaker pelo IFTDO-EUA
Porto Alegre - RS - Brasil
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