quarta-feira, 27 de outubro de 2010

PETRÓLEO – “BILHETE PREMIADO”???




PETRÓLEO – “BILHETE PREMIADO”???
Marise Jalowitzki


http://ning.it/aErVjT
27.10.2010


PARA QUE UNS GANHEM, MUITOS TEM DE PERDER!!???

O QUE FAZER QUANDO AS PESSOAS ESTÃO CONVICTAS DE SUAS VERDADES? Muito pouco. Difícil chegar perto do coração de alguém quando esta pessoa está absorvida por suas idéias e acredita realmente nelas.

Na segunda-feira à noite, assistindo ao debate entre os presidenciáveis, na Record, pude sentir, mais uma vez, a convicção eufórica da candidata em relação ao pré-sal. Percebi quão trabalhoso será manter o objetivo na sustentabilidade. Fiquei triste, por perceber a distância de convicções entre o Progresso e o Progresso Sustentável, levando em consideração as energias limpas e renováveis.

Fiz um grande esforço para escrever este artigo. Migrei do ideal, do melhor e mais seguro para o planeta e vim até a realidade: a extração de petróleo vai continuar! Investimentos pesados estão sendo feitos, nem um, nem outro candidato pensa o suficiente em sustentabilidade, em energias limpas. Qualquer um dos dois, ocupando a presidência, não irá frear a extração petrolífera.


A candidata chama o pré-sal de “bilhete premiado”. “Nós podemos dividir a história do petróleo em dois momentos: antes do pré-sal e depois do pré-sal” – diz ela.


É bem verdade que o petróleo que jaz nas profundezas é mais “nobre” que os demais já explorados no Brasil e, portanto, bem mais rentável.


Só que O PETRÓLEO AINDA ESTÁ NAS PROFUNDEZAS! NINGUÉM O TIROU DE LÁ, AINDA! Há riscos inimagináveis, pois não há, sequer, conhecimento suficiente de COMO FAZER para extrair o petróleo. Quais as providências? A população não sabe!


Ninguém extraiu petróleo de tamanha profundeza.

São 7 mil metros de profundidade!

A experiência, no oceano, é de até 2 mil metros.

Qual a reação da camada do pré-sal ao ser perfurada?

Vai comprimir os tubuladores?

Vai diluir?

Em que percentual?
Em quanto tempo?

Se ninguém sabe, quais as providências para a possibilidade de um impacto ambiental "ainda desconhecido"?

Não há ainda tecnologia disponível. Tudo será novo. Tudo está acontecendo no campo do experimento.

Caxias do Sul, no RS, está toda mobilizada e entusiasmada, aprimorando seus estudo para apresentar propostas e projetos compatíveis.

Rio Grande-RS trabalha na construção da parte superior da primeira plataforma que irá extrair petróleo no pré-sal, Pernambuco trabalha na construção da parte inferior da plataforma.






Claro que os mais insensatos dirão: “Você não gosta de desafios? Isto devia ser motivador!”




O que penso sobre petróleo, muitos já sabem. Mas vou repetir. Neste momento, porém, vou me ater só a “euforia do novo”.


Um empreendimento.

Como ex-ministra de Minas e Energia a candidata DEVERIA (olha o tempo verbal) estar divulgando, em paralelo à notícia de “bilhete premiado”,

- QUAIS AS PESQUISAS QUE ESTÃO ACONTECENDO,

- QUAIS AS AVALIAÇÕES DE RISCOS,

- QUAIS OS IMPACTOS AMBIENTAIS PREVISTOS,

- QUAIS AS MEDIDAS QUE SERÃO ADOTADAS PARA PREVENIR,

- O QUE SE PRETENDE FAZER, de efetivo, para que a exploração não aconteça pura e simples, como sempre aconteceu no mundo. Qual nômade, usa-se, faz-se o estrago, depois “deixa a natureza se recompor” e chama-se as "catástrofes naturais" advindas – terremotos, desmoronamentos, inundações - de “efeitos sísmicos”.


Não é assim que a mídia noticia? Os terremotos, os desmoronamentos, os rios e mares secando são, todos, apenas “ações da natureza”. O máximo que pode acontecer, com altos investimentos em tecnologia de remediação (coisa que ainda não está acontecendo), é “prever com alguma antecedência” o desastre e avisar a população. Agora, frear as ações que TANTO DANO CAUSAM AO PLANETA, nisso, nem se cogita.



Camadas geológicas e catástrofes

“Reassentamento das camadas geológicas”. Não é assim que divulgam?

Agora, e as camadas e camadas de petróleo que são retiradas, lá no sub subsolo, quem fala nisso?






Todo mundo sabe que, numa pilha de latinhas, por exemplo, quando se retira uma latinha do meio, ou da base da pilha de latas, todas as demais caem, pois ficam sem sustentação e procuram por estabilidade, tentando ocupar o espaço deixado por aquela que foi retirada!






O mesmo acontece conosco, quando estamos em situações de risco e não avaliamos as consequências do que pode nos acontecer...


Tudo e todos recebem a influência da gravidade.



Assim, também com a terra: toda em camadas, sempre que uma camada abaixo é retirada, a camada superior tende a baixar, “desmorona” e se “reassenta”!

Está prevista a injeção de carbono para acelerar a liberação do petróleo do pré-sal para a superfície. Este mesmo carbono será reinjetado nas profundezas, ocupando os espaços deixados pelo petróleo extraído.

Como estão os estudos do que irá ocorrer a médio e longo prazo com este gás artificialmente injetado nas profundezas? Há probabilidade de ele entrar em combustão? Explodir?

Quem fala nisso?
Eu, como milhões de pessoas, sou leiga nesses assuntos e, por mais que procure conhecimento, não encontro as respostas que procuro.

E olha que não estamos nem comentando sobre baleias, animais marinhos, morte da fauna aquática. Situações a que estão condenados animais totalmente indefesos, sem que o tema receba, por parte dos legisladores, a atenção devida. A voz mais forte que se levantou, foi a de Marina.






Quais os estudos que estão sendo desenvolvidos sobre o impacto das explosões que acontecem no fundo do mar ANTES E DURANTE a construção e fixação das plataformas?


Ou estes estudos já existem, só nós não temos acesso? Em qualquer um dos casos, a irresponsabilidade é crassa:


- Se não sabem, são omissos. E o descaso com o que pode acontecer para muitos inocentes, a população que a tudo isso desconhece, esse descaso pode ser chamado de descaso assassino. Pois quem ocupa cargos legislativos, de representação de um povo, precisa desenvolver a VISÃO COMPARTILHADA, A VISÃO GENERALIZADA, A VISÃO DO TODO!


- Se sabem, e não se importam com o que possa acontecer, pois “faz parte do jogo”, são ainda mais perversos.

É a aplicação da “velha lei” – “Para que uns ganhem, muitos tem de perder”.

"Sempre foi assim", não é mesmo? Vamos querer ser os "santinhos", agora?

"Bilhete premiado"? Para quem irá o prêmio? A população precisa e merece acompanhar este processo!


AVALIAÇÃO DE RISCOS!
PESQUISAS E INFORMAÇÃO!
RESPONSABILIDADE EM AÇÃO!
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MARISE JALOWITZKI é escritora, consultora organizacional e
palestrante internacional, certificada pela IFTDO-USA, pós-graduação
em RH pela FGV-RJ, autora de vários livros organizacionais.
marisej@terra.com.br
http://www.compromissoconsciente.blogspot.com/
Porto Alegre - RS - Brasil
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3 comentários:

  1. Achei muito interessante este artigo e concordo quase plenamente com voce. O gás injetado é o mesmo gás que é liberado pelo escapamento do seu carro e qualquer combustão, o famoso co2. Acontece que este gás não é inflamável e portanto não há risco de explosão. sem contar que para que haja uma reação de combustão, é necessário oxigênio. O maior problema é que esta técnica está na fase de testes e possivelmente não será utilizada. Deve ser da maneira mais usual, bombeando a água do mar no local do petróleo, ou seja, trocaremos um grande isolante térmico por um grande condutor térmico, correndo riscos de transferir a energia do núcleo da terra para o mar, aquecendo-o e causando alguns desequilíbrios ambientais. Más temos que lembrar que isto é uma hipótese, ou seja, não há estudos, o que nos resta é fazer a nossa parte assim como voce faz! Boa noite!

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    1. Matheus, achei interessantíssimo e agradeço a contribuição! Agora, pergunto: SERÁ MESMO que não existem estudos? Ou eles não são, simplesmente, divulgados? Sim, pois fica TÃO DIFÍCIL acreditar que pessoas sejam ASSIM IRRESPONSÁVEIS a ponto de TESTAR sem ESTUDAR, PLANEJAR, CALCULAR os efeitos que seus empreendimentos irão acarretar!!!

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