sábado, 16 de outubro de 2010

A Indiferença que Mata


A indiferença que mata! Não olhar para o outro é o mesmo que desconhecer a si mesmo.


A INDIFERENÇA QUE MATA!
Marise Jalowitzki
Não olhar para os lados é pior que ser cego.
Não olhar para o outro é o mesmo que desconhecer a si mesmo.
Não perceber o que acontece é ignorância, mas, perceber, e não interferir, é egoísmo.

1- Agressão e morte
2 - Blog do Gugu
3 - Albergues


* Agressão e morte


- Morreu a romena de 32 anos que foi agredida em metrô de Roma, após discutir com um rapaz que queria "furar" a fila e, furioso, a espancou sem limites. As pessoas, indiferentes, continuaram a trajetória, sem interferir ou prestar socorro.

Só mais tarde recebeu encaminhamento a um hospital, vindo a falecer.

Agora, depois de morta, o prefeito se manifestou, dizendo sentir vergonha pelas "pessoas indiferentes", que nada fizeram para auxiliar a vítima, pedindo a prisão do rapaz agressor.








* Blog do Gugu


 - O desconhecimento de temas  sociais que precisam ser mais comentados para que as pessoas possam formar opinião própria, ainda é gigantesco, e permeia até mesmo homens da comunicação, pagos para escrever e publicar.


Quando, há uns meses atrás, houve o encalhe e morte das baleias Jubarte mais uma vez (situação que se repete a cada ano), o Blog do Gugu, da RBS - Rádio Farroupilha publicou uma enquete onde solicitava a opinião dos internautas. Lá, o comunicador discorria sobre o resultado da intervenção humana com relação ao socorro às baleias encalhadas. Comentava os gastos com a operação (infrutífera) de salvamento e questionava a validade de tais socorros, sugerindo que "se deixasse a natureza cumprir seus próprios desígnios" e que o homem parasse de interferir no que ele chamou de "processo natural". (!!!) 


O comunicador provou desconhecer o que faz uma baleia se perder de seu grupo, do que a faz perder o rumo e, estressada, encalhar e acabar morrendo.

Que é a interferência humana nos mares e oceanos a causa, seja através da construção de plataformas petrolíferas, seja através de excesso de navios, seja da existência de redes gigantescas para pesca ilegal ou vazamento de óleo e substância tóxicas.


* Albergues



- Todos os dias passamos por ruas onde estão deitadas pessoas desacordadas, drogadas, embriagadas, e isso parece já ser "normal". Faz parte do cotidiano, faz parte da paisagem. No episódio de ontem da novela global, o personagem Gerson, interpretado pelo Anthony, comenta que o irmão Danilo, dependente químico de crack, foi visto em um albergue, de onde "fugiu"... Gente, não se foge de albergue!


Albergue é um local onde, todos os dias, é feita uma triagem dos excluídos e sem teto, que enfrentam uma fila gigantesca.

Centenas e centenas são dispensados, todas as noites, por não atender aos requisitos básicos para aceitação. 

Precisam ter documentação em dia e razões adequadas ao exigido pela instituição para:
- receber o "passe do pernoite"
- direito ao banho e roupas limpas (que devolve pela manhã do dia seguinte)
- refeição e pouso (dormir)
- café da manhã (em alguns estabelecimentos)
E, Bom Dia! Recebe sua roupa (a mesma com que veio no dia anterior) e é devolvido para as ruas! É assim que funciona. Ninguém é "internado". São locais apenas para garantir a sobrevivência!


O que esses três slides urbanos sinalizam?
O desconhecimento maciço das pessoas.
O descomprometimento de quase todos.
O medo de se envolver de muitos.
A indiferença que anestesia os sentimentos.


Vamos conversar mais sobre isso? Quando pequenos grupos conseguem criar valores em comum, as pessoas se fortalecem e acabam desenvolvendo forças de intervenção positiva em situações tristes como as relatadas acima e tantas outras situações com que nos deparamos todos os dias.

















Alargar nossa visão de mundo auxilia o exercício da compaixão. A compaixão é que libera o movimento solidário. Solidariedade e respeito mudam esta atmosfera sombria em que nos encontramos imersos.


Urge mais atenção e desvelo!


Marise Jalowitzki
Escritora
Porto Alegre - RS

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