terça-feira, 12 de abril de 2011

Os sintomas da exposição à radiação nuclear no Desastre de Chernobyl - Grau 7 no Japão - Narração Brasil ( 5 de 9 )

No Japão, técnicos tentam desesperadamente, há um mês, conter os vazamentos radioativos

Os sintomas da exposição à radiação nuclear no Desastre de Chernobyl - Grau 7 no Japão - Narração Brasil ( 5 de 9 )

Por Marise Jalowitzki
12.abril.2011
http://t.co/egTp9ZL

Porque considero divulgar mais e mais estes dados: para que o maior número possível de pessoas possa ter conhecimento dos fatos tal como aconteceram. Nem todos vão querer assistir um documentário em séries de 10 minutos ou mais. Espero, colocando um por vez em cada artigo, despertar o interesse para saber o que passaram aqueles trabalhadores, técnicos ou não, para tentar conter o vazamento e evitar uma segunda explosão.

Foi heroicamente terrível.
E ainda nos dias atuais não são nem sequer reconhecidos por tudo que fizeram. Pela perfídia de toda uma comunidade internacional reunida e que assim decidiu.

Vivas ao documentário criado e divulgado pelo Discovery Channel, que possibilita colocar mais luz sobre o mais tenebroso desastre nuclear já acontecido.

O que acontecerá com Japão?
Só o tempo dirá. O organismo humano é o mesmo. Se, no início, a radiação se espalhou com menos intensidade na atmosfera (se é que é verdade o que dizem os governos), a exposição, no caso dos japoneses, foi muito mais prolongada.

Com certeza, não há de ficar somente lá, não. Todos haverão de sentir, seja pelas marés, seja pelos ares, seja pelos alimentos importados, pessoas contaminadas em aeroportos. Em maior ou menor grau, estamos todos expostos.

Hoje Gorbachev fala sobre a necessidade de descobrir fontes de energia mais confiáveis e em criar centros científicos internacionais.

Quando a Doutora Natalia Nadejina teve acesso, vários anos após o desastre, aos relatórios contendo os números oficiais sobre mortos e vítimas do desastre nuclear, esboçou toda a sua indignação. "Eles mentiram! Isto é indigno!"

Natalia participou ativamente da assistência aos trabalhadores que foram contratados para cavar túneis, retirar a contaminação, retirar o plutonio que estava grudado no topo do reator e que foram expostos diretamente à radiação, sem que lhes fosse descrito sobre a real gravidade da situação. Nos trabalhos,  subterrâneos, como o calor era demasiado, eles não aguentavam os uniformes protetores, nem as máscaras.

Sintomas da exposição à radiação nuclear

Quando começavam a sentir um gosto metálico, meio ácido, na boca, não sabiam o que era. Era o iodo radioativo. Seguiam-se enjôo, náusea, vômitos e diarréia. "Passavam muito mal", conta a médica. Depois, melhoravam.E os rapazes, todos entre 20 e 30 anos, acreditavam que tinha passado e estavam bem. Nós sabíamos que o pior estava por vir. Nós os recebíamos no hospital, eles acreditavam que era para exames. Nós sabíamos que eles não iriam sair vivos dali. Eles vinham sorrindo, pois se sentiam bem. Era o período de latência. Poucos dias depois, vinha a deteriorização da medula óssea e apareciam queimaduras horríveis.

As mortes eram horríveis e muito dolorosas. 27 morreram bem depressa. Por 15 anos, os dados oficiais só reconheceram estas mortes. Foram 10 mil mineiros. 1/4 deles morreram antes dos 40 anos de idade, mas não constam das estatísticas.

Em muitos casos, na população, os efeitos só foram aparecer muitos anos mais tarde. Nas crianças da época, ou as que nasceram depois, os efeitos radioativos apreceram em malformações, físicas ou neurológicas e a tireóide apresentou/apresenta sérias complicações.

Em 14 de maio de 1986, foram convocados 100 mil soldados reservistas, que foram chamados "Liquidadores". Vinham com a missão de "liquidar" os efeitos do desastre nuclear em Chernobyl. Havia mais soldados em Chernobyl do que nas batalhas de Napoleão. Os "Liquidadores" mataram todos os cães e gatos, demoliram todas casas e as enterraram. Em dois meses havia 300 mil m3 de casas enterradas e o solo sobre elas, cobertos com concreto.

Em setembro, tiveram de enfrentar o teto coberto com grafite contaminado. Houve a tentativa com os robôs. A radioatividade pegou até mesmo as máquinas e as avariou. "Um deles quase se jogou de cima do telhado!" - diz Lev Bocharov, engenheiro do Sarcófago. Quando os robôs tiveram de ser descartados, mais 3.500 homens, também entre 20 e 30 anos, foram recrutados. Foram chamados de "big-robôs". Usavam uma proteção de chumbro da cabeça aos pés. "Foram duas semanas e meis de inferno - conta Igor Kostnov. "Cada um só podia retirar duas pás de resíduos por vez; não dava para se expor mais! Claro que havia pessoas que não queriam ir. Mas tinham que ir!"

Hoje, estes homens de, em média, 50 anos, vivem em clínicas, com sinais visíveis de envelhecimento físico e mental.
No video, um deles declama um poema:
"Estou cheio de tristeza
nostalgia e angústia.
É como uma bala na têmpora,
que nada pode deter.
Minha mãe reza em segredo
para que Deus poupe a vida
de seu filho!"

Os outros colegas, apáticos, assistem, sem esboçar reação.
(Lembrem que o regime da Ex-URSS, a que pertencia a Ucrania-Chernobyl, era ateu. Portanto, rezar, era um ato em segredo, como diz o poema, movido pelo desespero.

Dos 500 mil expostos diretamente no desastre, 20 mil já morreram; 200 mil estão oficialmente incapacitados.





Diga NÃO às usinas nucleares!!!




Mais em:






Detalhes da tragédia que assolou o Japão






A tragédia que assolou o Japão

Link: http://t.co/jbksFiU

4 comentários:

  1. Para viver na sociedade atual é preciso dispor de uma grande quantidade de energia, se hoje as fontes que temos sempre poluem de alguma forma, como vamos suprir as necessidades energéticas do país??

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  2. "Anônimo"! Sua preocupação é pertinente. Precisamos, sim, de energia. Essa pode ser obtida através da captação solar e dos ventos. Incrível, não? Recurso permanente, renovável, limpo.
    A energia solar e a eólica (dos ventos) vem sendo desenvolvida a passos largos por vários países.
    Inclusive no Brasil.
    Imagine, nosso país com tanto sol e ventos! Tem um artigo, aqui no blog, que leva o título de "Ceará, primeiro lugar em energia eólica no Brasil!" - Lá há algumas explicações bem
    Falta vontade política para ir contra as grandes empresas que detém os recursos tradicionais e buscar os recursos naturais.

    Vou escrever mais sobre isso em artigos específicos.
    As universidades tem projetos maravilhosos. E baratos.
    Inclusive, o Programa Minha Casa, minha Vida, no ano passado, prometeu que iria inaugurar várias casas com energia solar. Mas, agora, com a mudança de rumos...
    Abraços!
    Volte sempre!

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  3. A usina nuclear de chernobyl não fica na Ucrânia?

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    Respostas
    1. Claro que sim, anönimo. À época, fiz uma série (este é o quinto de nove) e ía publicando, fazendo sempre a relação do desastre de Fukushima, no Japão,com o de Chernobyl, na Ucrânia, há quase 30 anos! (Lendo somente este, parece um comentário `solto`em relação o título, mas inserido no contexto, fica tudo entrlaçado.

      A intenção foi chamar a atenção dos japoneses para a gravidade da situação.

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