terça-feira, 4 de março de 2014

TDAH- Eu quero falar, você não quer ouvir!


TDAH Crianças que Desafiam - Marise Jalowitzki

Em muitas ações cotidianas falta essa calma para ouvir, de um modo atroz! E, além disso, falta a capacidade de 'ouvir' as outras linguagens, que não apenas as palavras. O que aquelas palavras querem efetivamente significar! Palavras são proferidas, nem sempre com o significado que elas tem!


Marise Jalowitzki
http://compromissoconsciente.blogspot.com.br/2014/03/eu-quero-falar-voce-nao-quer-ouvir.htm
Sociedade que abocanha, que traga, que exige. O que deixamos que o sistema fizesse com a nossa vida? Estamos imersos sempre em novas atividades, novas agendas, novos compromissos e o que era apenas um item, talvez de alguma urgência, torna-se o prioritário. Abrimos uma página na web, dezenas de outros anúncios e chamamentos desviam a nossa atenção. Estamos comentando sobre algo, vem alguém e atravessa totalmente o pensamento e, lá se foi ele! Os comerciais entre algum noticiário e outro; as próprias notícias, nunca em segmentos, exatamente para atrapalhar a concentração e uma possível reflexão sobre o que acabamos de ouvir.

Em todas as ações cotidianas falta essa calma para ouvir, de um modo atroz! E, além disso, falta a capacidade de 'ouvir' as outras linguagens, que não apenas as palavras. Palavras são proferidas, nem sempre com o significado que elas tem! Sempre que uma pessoa sabe que tem pouco tempo, ou que aquele que "ouve" não está muito afim, as palavras saem atrapalhadas, até meio desconexas, a mensagem não é entendida. Sem falar nas linguagens do olhar, dos sinais, dos pequenos gestos e presentes. Que dirá nas ações para chamar a atenção; e mesmo nos pedidos de "socooorro!" contidos nas atitudes mais agressivas, aquelas que incomodam, que são pirraça "só pra chamar a atenção"! Sim, toda a agressão também é uma chantagem emocional. Um gesto torto de atrair para si o foco grupal. De receber alguma vantagem (ainda que negativa!), a importância de ser visto e sentido!

Conseguir identificar as intenções que perpassam a comunicação não é fácil! Ser seletivo em um panorama que conduz sempre mais para o generalizado exige!! Entretanto, parar e ouvir é a única saída! Ouvir o outro, algum assunto em especial e, principalmente, ouvir a si mesmo!

Muitas situações de conflito poderiam ser evitadas se cada um - dentro de suas possibilidades, parasse para ouvir, proferissem pequenas frases-gestos que podem fazer toda a diferença, que pode mediar uma ação-reação mais violenta, uma agressão irrefletida e até mesmo um ato mais grave (como um crime) não planejado. Quando escrevi ali "acima" a palavra "socooorro!" pequenininha, foi deliberadamente! Muitas pessoas, por se sentirem incompreendidas, vão perdendo, gradual e irreversivelmente, a sua capacidade de se comunicar, de pedir, de reivindicar. Não sabem mais dizer! Quanto mais "atrapalhados", menor o "saco", a paciência de muitos normais em querer ouvir!

Mesmo em lares amorosos, quando um dos membros tem mais dificuldade em se expressar em comparação com a agilidade (falante) dos demais, ele é rapidamente calado por aqueles que já "sabem" o que ele quis dizer, que "estavam lá com ele" na hora do evento a ser relatado e, entusiasticamente, relatam o acontecido. Quase todas as famílias possuem um membro assim. E, talvez, nem se dão conta do que estão fazendo.

Na pressa que acomete a todos, no afã de fazer muito em pouco tempo, os demais componentes do grupo (familiar, de amigos ou trabalho) vai deixando passar, "passa batido" que um deles já quase nem fala, bem pouco se expressa, nas poucas reuniões deliberadamente se ausenta. Tem horários próprios para dormir e, sempre que pode, nem faz as refeições junto aos grupos. Tudo "convenientemente arranjado". Tudo passivamente aceito.

Emoções acumuladas podem explodir a qualquer momento!
TDAH Crianças que Desafiam - Marise Jalowitzki

Quando um ato violento irrompe, todos manifestam surpresa. "Nunca pensei que ele fosse capaz disso!" Ocorre que aquele que não é escutado vai perdendo a capacidade de dizer. O pensamento se embota, pois armazena por demais as sensações, que não consegue nem entender direito, nem tem tempo para processar. Desorganizadamente, o caminho da violência pode ser um trilho a ser percorrido.

Muitas vezes as palavras só aproximam do real significado. Para entender e assimilar os sentimentos que levaram à construção do pensamento e, esse, levado à linguagem, é preciso reaprender a ouvir. "Tentar antecipar-se ao que o outro provavelmente está pensando. Tentar 'ler a mente', dizendo: "Eu sei bem o que você está pensando!" não vai funcionar. Assim, "perguntar o que o outro está pensando, o que ele acha, o que está sentindo, qual a sua opinião, faz com que ele tenha vontade de participar e contribuir".
(pág. 175 do Livro TDAH Crianças que Desafiam) 


Mais sobre o tema, neste blog:
http://compromissoconsciente.blogspot.com.br/2013/08/tdah-transtorno-de-deficit-de-atencao-e.html

Menina foi chamada de a mais imatura da classe pela professora. Quem defende estes pequenos?


TDAH - Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade utiliza como "tratamento de primeira linha" o metilfenidato (Ritalina e Concerta, no Brasil). Com o assustador aumento no consumo desse fármaco, que é um psicoativo, um estimulante, uma anfetamina, já reconhecido em alguns países como sendo igual à cocaína, temos de impedir que diagnósticos apressados continuem acontecendo, dopando e alterando para sempre a mente de nossos pequenos. Conheça e divulgue. 

(Quero agradecer ao amigo virtual Amarildo Rocha que enviou os links sobre a posição da ANVISA, instigando ainda mais a pesquisa! Muito grata!)

Marise Jalowitzki
http://compromissoconsciente.blogspot.com.br/2013/08/tdah-transtorno-de-deficit-de-atencao-e.html


Marise Jalowitzki
Compromisso Consciente

Escritora, Educadora, 
Idealizadora e Coordenadora do Curso Formação para Coordenadores em Jogos e Vivências para Dinâmica de Grupos,
Especialista em Gestão de Recursos Humanos pela FGV,
Facilitadora de Grupos em Desenvolvimento Humano,
Ambientalista de coração, Vegana.
Certificada como International Speaker pelo IFTDO-VA-USA
marisejalowitzki@gmail.com 
compromissoconsciente@gmail.com 





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