Livro TDAH Crianças que Desafiam - pág 54 |
Nota de Marise:
Aqui no Brasil, não existe uma conduta em relação ao tema do
artigo. Existe uma tendência, em todas as classes sociais para "ganhar
sempre" e isso, sabe-se, quando não é bem trabalhado para o "...e
caso não der certo" gera um ressentimento atroz, que induz ao revanchismo
e até a reações bem violentas, como sabemos.
Aprender a lidar com o Não é bem importante, embora doído!
Ninguém gosta! Eu tenho meu "talismã da sorte" para esta situação: SEMPRE
que algo me frustra muito, que dói muito (e olha que não é difícil de
acontecer, não!), antes de cair no ostracismo, na tristeza, deprimir, lembro
dos meninos que via sempre nas sinaleiras (semáforos), pedindo esmolas; ou os
hoje já rapazes que fazem as suas acrobacias em troca de algumas moedas
(difíceis de ganhar). QUANTOS “NÃO!” ELES RECEBEM EM UM DIA? E continuam,
apesar da negativa e do desprezo de quase todos? E, lembrando deles, envio uma
oração de bem aventurança para este mundão caótico e encontro forças para lidar
melhor com a "minha" frustração!
Por que as crianças francesas não têm Deficit de Atenção?
http://compromissoconsciente.blogspot.com.br/2014/03/por-que-as-criancas-francesas-nao-tem.html
Por Priscila de Moraes
Escola do Futuro - SP
Esse artigo chamou minha atenção por abordar o TDAH de um modo como acredito e com a formação de psicopedagoga que adquiri, passou a ser parte da minha linha de abordagem ao me deparar com situações que remetam ao TDAH.
Mascarar situações através do uso de medicação, seja uma simples gripe, até o TDAH é uma tendência de nossa sociedade ocidental. Dá trabalho ir atrás das causas, mudar a rotina, a concepção de vida, estabelecer limites e repensar atitudes. Mas para termos soluções em longo prazo e realmente ajudar a criança, a lidar com sua situação, seja qual for, é importante que haja acompanhamento constante dos pais e de profissionais especialistas.
O remédio é um último recurso, onde após saber que tudo o mais foi tentado para ajudar a criança a lidar com sua questão.
Para nós profissionais, no Brasil, cabe rever o uso do DSM (Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders). Por que o usamos mesmo? O que nos impede de recorrermos ao modelo europeu?
( Publicado em 24.maio.2013 - http://blog.educacional.com.br/primoraes/2013/05/24/tdah-reflexao/comment-page-1/#comment-34 )
Nota de Marise:
Transcrevo um diálogo do site Equilibrando-me
wendel 02/04/2014 às 17:54
A pessoa que escreveu o texto tem TDAH ? O filho tem TDAH ? Certamente não. Sou portador, descobri aos 38, minha filha também tem. Tive uma vida de amargar e minha filha já apresenta problemas sérios. Meus pais são culpados no meu caso ? Eu sou o culpado no caso de minha filha? Sinceramente, vocês precisam de mais metodologia científica, mais ciência e eu diria que mais seriedade. Chega ao primitivismo e à leviandade os argumentos que li.
Caro Wendel, tenho déficit de atenção sem hiperatividade e tal como vc, amarguei muito na infância. Cadernos incompletos, cobranças descomunais, notas baixas, baixa autoestima, apelidos ‘gentis’, como: pamonha, avoada, lerda, vindos de colegas e do cara da van da escola. Sim, passei por tudo. Mas, ainda bem, AINDA BEM, que meus pais não viram em um remedinho milagroso a solução dos meus problemas. Matei um leão por dia, fui pra aula particular, criei mecanismos próprios de concentração e cá estou: doutoranda e com dois cargos públicos. Meu filho tb tem déficit de atenção e não vou dar ‘remedinho’ nenhum. Invisto em um esporte individual que ele ama: natação. Sim, esportes coletivos ele tem muita dificuldade. Mas na natação muda de touca de 6 em 6 meses, com excelência, com elogios reiterados do professor. Invisto no kumon, como apoio pedagógico. Invisto em uma neuropsicóloga, que o ensina e ajuda em técnicas de concentração. É bem mais caro que um mero ‘remedinho’. E bem mais trabalhoso também. Mas não quero que meu filho encare a vida com ‘remedinhos’: remedinho pra dormir, remedinho pra estudar, remedinho pra ser feliz. Escolhi reavaliar todos os contingentes. Portanto, o investimento vale a pena. E muito! Abraços.
Rosemeire 11/22/2013 às 07:49
Outro aspecto que o texto quis mostrar, é que a visão de disciplina e de amor dos pais franceses é bem diferente da dos pais americanos. Eu acredito que uma criança educada com limites faz toda a diferença sim e influencia nessa taxa de MENOS UM por cento de TDAH. A terapia como tratamento,a constatação e correção do desequilíbrio alimentar, provavelmente nao excluem o uso de medicamento qdo realmente é necessario. Não entendi por que isso é preconceito. Ninguem está negando o problema.
Segue o artigo abaixo para reflexão e mudança de atitudes:
Por que as crianças francesas não têm Deficit de Atenção?
Por WEDGE, Marilyn, Ph.D – Suffer the Children – terapia familiar focada na criança estratégica – Marilyn Wedge é Ph.D em terapia familiar na Califórnia, autora também de “Pílulas não são para pré-escolares: uma abordagem livre de drogas para crianças-problema”
Nos Estados Unidos, pelo menos 9% das crianças em idade escolar foram diagnosticadas com TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade), e estão sendo tratadas com medicamentos. Na França, a percentagem de crianças diagnosticadas e medicadas para o TDAH é inferior a 0,5%. Como é que a epidemia de TDAH, que tornou-se firmemente estabelecida nos Estados Unidos, foi quase completamente desconsiderada com relação a crianças na França?
TDAH é um transtorno biológico-neurológico? Surpreendentemente, a resposta a esta pergunta depende do fato de você morar na França ou nos Estados Unidos. Nos Estados Unidos, os psiquiatras pediátricos consideram o TDAH como um distúrbio biológico, com causas biológicas. O tratamento de escolha também é biológico – medicamentos estimulantes psíquicos, tais como Ritalina e Adderall.
Os psiquiatras infantis franceses, por outro lado, vêem o TDAH como uma condição médica que tem causas psico-sociais e situacionais. Em vez de tratar os problemas de concentração e de comportamento com drogas, os médicos franceses preferem avaliar o problema subjacente que está causando o sofrimento da criança; não o cérebro da criança, mas o contexto social da criança. Eles, então, optam por tratar o problema do contexto social subjacente com psicoterapia ou aconselhamento familiar. Esta é uma maneira muito diferente de ver as coisas, comparada à tendência americana de atribuir todos os sintomas de uma disfunção biológica a um desequilíbrio químico no cérebro da criança.
Os psiquiatras infantis franceses não usam o mesmo sistema de classificação de problemas emocionais infantis utilizado pelos psiquiatras americanos. Eles não usam o Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders ou DSM. De acordo com o sociólogo Manuel Vallee, a Federação Francesa de Psiquiatria desenvolveu um sistema de classificação alternativa, como uma resistência à influência do DSM-3. Esta alternativa foi a CFTMEA (Classification Française des Troubles Mentaux de L’Enfant et de L’Adolescent), lançado pela primeira vez em 1983, e atualizado em 1988 e 2000. O foco do CFTMEA está em identificar e tratar as causas psicossociais subjacentes aos sintomas das crianças, e não em encontrar os melhores bandaids farmacológicos para mascarar os sintomas.
Na medida em que os médicos franceses são bem sucedidos em encontrar e reparar o que estava errado no contexto social da criança, menos crianças se enquadram no diagnóstico de TDAH. Além disso, a definição de TDAH não é tão ampla quanto no sistema americano, que na minha opinião, tende a “patologizar” muito do que seria um comportamento normal da infância. O DSM não considera causas subjacentes. Dessa forma, leva os médicos a diagnosticarem como TDAH um número muito maior de crianças sintomáticas, e também os incentiva a tratar as crianças com produtos farmacêuticos.
A abordagem psico-social holística francesa também permite considerar causas nutricionais para sintomas do TDAH, especificamente o fato de o comportamento de algumas crianças se agravar após a ingestão de alimentos com corantes, certos conservantes, e / ou alérgenos. Os médicos que trabalham com crianças com problemas, para não mencionar os pais de muitas crianças com TDAH, estão bem conscientes de que as intervenções dietéticas às vezes podem ajudar. Nos Estados Unidos, o foco estrito no tratamento farmacológico do TDAH, no entanto, incentiva os médicos a ignorarem a influência dos fatores dietéticos sobre o comportamento das crianças.
E depois, claro, há muitas diferentes filosofias de educação infantil nos Estados Unidos e na França. Estas filosofias divergentes poderiam explicar por que as crianças francesas são geralmente mais bem comportadas do que as americanas. Pamela Druckerman destaca os estilos parentais divergentes em seu recente livro, Bringing up Bébé. Acredito que suas idéias são relevantes para a discussão, por que o número de crianças francesas diagnosticadas com TDAH, em nada parecem com os números que estamos vendo nos Estados Unidos.
A partir do momento que seus filhos nascem, os pais franceses oferecem um firme cadre - que significa “matriz” ou “estrutura”. Não é permitido, por exemplo, que as crianças tomem um lanche quando quiserem. As refeições são em quatro momentos específicos do dia. Crianças francesas aprendem a esperar pacientemente pelas refeições, em vez de comer salgadinhos, sempre que lhes apetecer. Os bebês franceses também se adequam aos limites estabelecidos pelos pais. Pais franceses deixam seus bebês chorando se não dormirem durante a noite, com a idade de quatro meses.
Os pais franceses, destaca Druckerman, amam seus filhos tanto quanto os pais americanos. Eles os levam às aulas de piano, à prática esportiva, e os incentivam a tirar o máximo de seus talentos. Mas os pais franceses têm uma filosofia diferente de disciplina. Limites aplicados de forma coerente, na visão francesa, fazem as crianças se sentirem seguras e protegidas. Limites claros, eles acreditam, fazem a criança se sentir mais feliz e mais segura, algo que é congruente com a minha própria experiência, como terapeuta e como mãe. Finalmente, os pais franceses acreditam que ouvir a palavra “não” resgata as crianças da “tirania de seus próprios desejos”. E a palmada, quando usada criteriosamente, não é considerada abuso na França.
Como terapeuta que trabalha com as crianças, faz todo o sentido para mim que as crianças francesas não precisem de medicamentos para controlar o seu comportamento, porque aprendem o auto-controle no início de suas vidas. As crianças crescem em famílias em que as regras são bem compreendidas, e a hierarquia familiar é clara e firme. Em famílias francesas, como descreve Druckerman, os pais estão firmemente no comando de seus filhos, enquanto que no estilo de família americana, a situação é muitas vezes o inverso.
Texto original em Psychology Today
http://equilibrando.me/2013/05/16/por-que-as-criancas-francesas-nao-tem-deficit-de-atencao/
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Escritora, Educadora,
Idealizadora e Coordenadora do Curso Formação para Coordenadores em Jogos e Vivências para Dinâmica de Grupos,
Especialista em Gestão de Recursos Humanos pela FGV,
Facilitadora de Grupos em Desenvolvimento Humano,
Ambientalista de coração, Vegana.
Certificada como International Speaker pelo IFTDO-VA-USA
marisejalowitzki@gmail.com
compromissoconsciente@gmail.com
WEDGE, Marilyn, Ph.D, também está no Livro:
Escritora, Educadora,
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Especialista em Gestão de Recursos Humanos pela FGV,
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TDAH Crianças que desafiam
Como Lidar com o Déficit de Atenção e a Hiperatividade na Escola e na Família
Contra o uso indiscriminado de metilfenidato - Ritalina, Ritalina LA, Concerta
(pág. 69 a 73)
Acesse: http://tdahcriancasquedesafiam.blogspot.com.br/
ou entre em contato: marisejalowitzki@gmail.com
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