Chove chuva - Quando o Ideal e a Verdade se encontram
Eu defino poesia (independente se em prosa ou verso), desta forma:
Poesia = quando o ideal e a verdade se encontram.
Ao receber este texto, "tive" de publicá-lo aqui, como um orvalho em manhã já quente e ensolarada.
Parabéns a este letrado homem simples, que consegue trazer verdades em delicada firmeza.
Um abraço!
Marise Jalowitzki
Chove chuva
A natureza emite muitos sons, e dentre eles, o tranqüilizante murmurinho da chuvinha fina caindo no asfalto, é, para mim, o mais relaxante. A madrugada foi chuvosa, mas ao clarear do dia a chuva parou. Uma pena! Era para chover pelo menos três dias sem parar, após mais de três meses de seca e incêndios.
Enquanto a chuvinha dá uma trégua, vou à caminhada. O asfalto umedecido parece agradecer à mãe natureza as refrescantes gotículas recebidas. Nada de poças de águas pelos buracos das calçadas e ruas. São Pedro está querendo economizar. Pelo menos posso dizer que, mesmo atrasada aconteceu a chuva da manga e do caju. Olho para o céu e ainda vejo algumas nuvens de fumaça - a chuvinha foi longa, mas não forte o suficiente para eliminar este flagelo. Tem que chover mais, e eu “não vou fazer nenhuma prece para Deus nosso Senhor pedindo para a chuva parar.” Repito: eu quero que chova pelo menos três dias sem parar.
As estações do ano estão tão alteradas, que o meu neto de oito anos me disse que o tempo ficou doido e ele estava sentindo frio. Os ambientalistas e cientistas, que nunca foram ouvidos pelos matadores do nosso meio-ambiente, há muito estão alertando que a natureza não suporta mais agressões.
Florestas são destruídas para a criação de gado e produção de grãos. Os rios, contaminados pelo mercúrio dos garimpos, e com as suas nascentes desviadas por motivações econômicas, aos poucos veem desaparecer sua população - os peixes. O esgoto a céu aberto transformou o nosso rio Cuiabá em córrego, cuja travessia em grande parte do ano é feita a pé. As geleiras estão degelando. O planeta aquecendo. Reuniões internacionais são programadas para se discutir o extermínio da vida na terra. A última dessas reuniões ficou conhecida como a farra na Dinamarca. Mato-Grosso não podia faltar a esse mega-evento. Compareceu à reunião com uma delegação bem maior que a da americana. Foi tudo para inglês ver.
Chove chuva! Chove sem parar! Venha nos salvar deste deserto de irresponsabilidades.
Gabriel Novis Neves (7.5+88)
02-10-2010
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GABRIEL NOVIS NEVES é médico, 1º reitor da UFMT, reside em Cuiabá.
(o nome do bar é uma homenagem a seus pais)
Marise querida,
ResponderExcluirQue lindo!
Concordo com você:
Dr. Gabriel é um letrado homem simples!
E quer coisa mais bonita que a simplicidade das
almas grandiosas?
Essa mesma simplicidade, amiga, mora também
dentro de você, e por isso, você a pode captar.
Achei belo você dizer que precisava desse orvalho da manhã.
E melhor que haja quem se faça esse orvalho para nós, no caso, Dr.Gabriel.
Gostei de sua definição de poesia:
quando o ideal e a verdade se encontram, independente se em forma de prosa ou verso.
Linda e muito rica a sua página.
"Imagine uma vela para cada gesto de amor que você demonstra às pessoas à sua volta...
...se hoje acendêssemos todas essa velas juntas,
o mundo seria muito mais cheio de luz, calor e alegria, assim como você."
Beijos,
Eliana Crivellari
Querida Amiga Lili!
ResponderExcluirTua docilidade é comovente!
Recebe meu carinho e o retorno de todas as tuas palavras!
Lindos dias para todos nós!
Abraços afetuosos, extensivos ao estimado Gabriel!