Extinção das Abelhas - Mistério ou Verdade Encoberta?
Parte 2
Por Marise Jalowitzki
18.junho.2012
http://compromissoconsciente.blogspot.com.br/2012/06/extincao-das-abelhas-misterio-ou.html
Cresci ouvindo a mãe repetir: "A pior praga é a ignorância!"
E, mais tarde, aprendi outra máxima: "A responsabilidade é proporcional ao nível do conhecimento!"
Ambas carrego como verdades.
Assim, NÃO ENTENDO como e porque essa história de "MISTÉRIO" DO DESAPARECIMENTO DAS ABELHAS continua sendo INCESSANTEMENTE alardeada, como se os cientistas, pesquisadores e até mesmo vários apicultores não soubessem o que, exatamente, está acontecendo.
O desaparecimento é real. O desconhecimento da causa primordial, não. Até porque as consequências se proliferam, deixando a situação modificada.
Em muitos sítios da web encontramos textos que abordam de como os "restos" do material bélico que não foi utilizado na 2ª Guerra Mundial, os materiais químicos pesados, foram "reaproveitados" e se tornaram pesticidas, muitos com efeito altamente danoso para os animais (incluindo os humanos), por vezes até letal, a curto ou médio prazo. Embora sem alongar o tema com a profundidade que merece, mesmo neste blog publiquei um artigo "De armas químicas a defensivos agrícolas". Há uma vasta literatura para quem se dispõe a pesquisar, com o passo a passo da "saga" a que foi submetido o agricultor ao longo das décadas, seduzido pela "saída" que os venenos ofereciam: colheita garantida, possibilidade de maior produção, empréstimos bancários atrelados ao uso dos pesticidas.
Foi por volta dos anos 50 (5 anos após o término da guerra e da disseminação dos agrotóxicos, sem estudos aprofundados das consequências) que, alguns países "experimentais" se viram diante de alguns "mistérios".
Naquele ano, o Brasil amargou uma tremenda queda na produção de mel, devido à morte súbita e inexplicável das abelhas originariamente europeias (as marrons, quase pretas). Essas abelhas, introduzidas em solo brasileiro em 1840, eram pouco agressivas, viviam nos matos em meio aos campos, conviviam com o gado, porcos e aves.
Abelhas Apis Mellifera - as que estão virando zumbis, recebem uma parasita de mosca, param de voar, encolhem-se e morrem |
Oriundas da Espanha e Portugal, foram trazidas pelo Padre Antônio Carneiro.
Provavelmente as subespécies Apis
mellifera mellifera (abelha preta
ou alemã) e Apis mellifera carnica tenham sido as primeiras abelhas a chegar em nosso país. Em 1845, imigrantes alemães introduziram no Sul do País a abelha Apis
mellifera mellifera. Entre os anos de 1870 a 1880, as abelhas
italianas, Apis mellifera ligustica
foram introduzidas no Sul e na Bahia. (Embrapa)
Essas abelhas possuem baixa agressividade e muitos de nós,
provavelmente, temos um antepassado apicultor posando com o corpo coberto de
abelhas, sem receber nenhuma picada. Os apiários eram quase domésticos, as
caixas espalhadas pelo mato próximo, as abelhas convivendo com animais. (Essas abelhas somente atacam se estocadas ou quando estão quimicamente alteradas.)
Como vimos, pelos anos 50 o cultivo tradicional mudou drasticamente, “quando
muitas doenças e pragas tomaram conta dos apiários (nosemose,
acariose e cria pútrida européia), dizimando 80% das colmeias do País, com
dramática queda na produção de mel”.
Para tentar resolver a situação, em 1956, o Ministério da
Agricultura enviou o professor Warwick Estevan Kerr à África, “com a
incumbência de selecionar rainhas de colmeias africanas produtivas e
resistentes a doenças. A intenção era realizar pesquisas comparando a
produtividade, rusticidade e agressividade entre as abelhas europeias,
africanas e seus híbridos e, após os resultados conclusivos, recomendar a
abelha mais apropriada às nossas condições.
Dessa forma, em 1957, 49 rainhas foram levadas ao apiário
experimental de Rio Claro para serem testadas e comparadas com as abelhas
italianas e pretas. Entretanto, nada se concluiu desse experimento, pois, em virtude de um acidente, 26 das colmeias
africanas enxamearam 45 dias após a introdução.
A liberação dessas abelhas muito produtivas, porém muito
agressivas, criou um grande problema para o Brasil.”
(continua)
Série O 'MISTÉRIO' DA EXTINÇÃO DAS ABELHAS
Abelhas em extinção - A quem mais responsabilizar? |
Extinção das Abelhas, Há Mais embaixo do Tapete!
Parte 1
http://compromissoconsciente.blogspot.com.br/2012/06/extincao-das-abelhas-ha-mais-embaixo-do.html
Porque essa história de "MISTÉRIO" DO DESAPARECIMENTO DAS ABELHAS continua sendo INCESSANTEMENTE alardeada. |
Extinção das Abelhas - Mistério ou Verdade Encoberta?
Parte 2
Competição canadense envolve apicultores e abelhas sem ferrão |
Extinção das Abelhas - Consequência Planejada ou Plano Inconsequente?
Parte 3
Extermínio dos zangões |
As alardeadas possíveis causas para o sumiço da Apis mellifera e o cultivo tradicional do mel
Parte 4
Extinção das Abelhas - Chega de Mistério - Curso para criação de apiário é vendido na web por 14,90 reais. |
Parte 5
Parte 6
Abelhas sem ferrão - silvestres - não atacam - o perigo é não saber quais as espécies agressivas. O melhor é não arriscar |
Ataques de Abelhas - Quantas picadas matam
Por Marise Jalowitzki
Por Marise Jalowitzki
08.outubro.2012
http://compromissoconsciente.blogspot.com.br/2012/10/mel-azul-e-verde-aparece-na-franca.html
Parte 7
Por Marise Jalowitzki
09.setembro.2012
Por Marise Jalowitzki
08.outubro.2012
http://compromissoconsciente.blogspot.com.br/2012/10/mel-azul-e-verde-aparece-na-franca.html
Artigo citado nesta página:
Agrotóxicos - De Armas Químicas a Defensivos Agrícolas
Escritora, Educadora, Ambientalista,
Coordenadora de Dinâmica de Grupo,
Especialista em Desenvolvimento Humano,
Pós-graduação em RH pela FGV,
International Speaker pelo IFTDO-EUA
Porto Alegre - RS - Brasil
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