Competição canadense envolve apicultores e abelhas sem ferrão |
Extinção das Abelhas - Consequência Planejada ou Plano Inconsequente?
Por Marise Jalowitzki
20.junho.2012
http://compromissoconsciente.blogspot.com.br/2012/06/extincao-das-abelhas-consequencia.html
http://compromissoconsciente.blogspot.com.br/2012/06/extincao-das-abelhas-consequencia.html
Muitos, como eu, colocam em dúvida a realidade do ‘acidente’ que liberou desastrosamente as abelhas africanas, trazidas ao Brasil para estudos, em 1956. Nos agrupamentos humanos há sempre alguém mais ganancioso, mau caráter ou inescrupuloso (tudo igual) infiltrado em meio a indivíduos mais sérios. O ‘acidente’ pode sim, ter sido um ato criminoso. Nunca saberemos. O que resta é lidar com as consequências.
A intenção primeira era obter uma espécie (ou subespécie – geneticamente modificada) de abelhas mais resistentes às pragas ‘novas’ e venenos ‘novos’ – os agrotóxicos. Em minha infância, lembro do pavor com que as pessoas se referiam às abelhas africanas, consideradas um verdadeiro desastre. A notícia correu mundo, mais uma vez o Brasil foi notoriedade negativa nos meios da imprensa da época, filmes foram produzidos em Hollywood. Até hoje o termo killer-bee é usado nos EUA. Entendido como alarmismo exagerado pelas autoridades brasileiras, a verdade é que a questão assustou e apavorou pacíficos apicultores. No México, oficialmente catalogadas, há o registro de 200 homens que morreram em curto espaço de tempo, após a entrada das abelhas africanas no país, vítimas de picadas. Animais, especialmente cães (que são muito curiosos) estão entre as principais vítimas, nos relatos de todos os países.
Essa situação continuou, sendo que nos anos 1970 houve uma proliferação ainda mais intensa das abelhas africanas, e muitos enxames de abelhas europeias, que eram mansos, ficaram agressivos, pegando apicultores desprevenidos." (Wikipedia)
As "abelhas assassinas" eram consideradas pragas da apicultura e começaram a surgir campanhas para a sua erradicação, não só dos apiários, mas também das matas, com a aplicação de inseticidas em todo o País. "Essa atitude, além de ser uma operação de alto custo, provocaria um desastre ecológico de tamanho incalculável”. (Embrapa)
Necrópsia de um animal que recebeu múltiplas picadas de abelhas africanas, demonstrando a hemorragia dos tecidos Foto Wikipedia |
Toda essa situação acabou provocando o abandono de muitos apicultores da atividade e uma queda na produção de mel no País. Na verdade, o que acontecia era uma completa inadequação da forma de criação e manejo das abelhas africanas. Embora as técnicas usadas fossem adaptadas às abelhas europeias, para as abelhas africanas,
as vestimentas eram inadequadas;
os fumigadores, pequenos e pouco potentes;
as técnicas de manejo, impróprias para as abelhas africanas e
as colmeias dispostas muito próximas das residências, escolas, estradas e de outros animais.
Todos esses fatores, em conjunto com a maior agressividade, facilitavam o ataque e os acidentes.
Ou seja, não era mais possível ter as colmeias próximas às habitações ou animais, era necessário usar uma proteção pesada, mas, o aumento na produtividade do mel estava garantido! As abelhas africanizadas produziam mais e pareciam ser bem mais resistentes às doenças que as tradicionais.
A partir de então, os apicultores que decidiram permanecer na atividade, tiveram de se profissionalizar. Receberam orientações de como lidar com a nova espécie criada. Mão de obra especializada e equipamento de segurança individual.
Como as abelhas 'comuns' (as europeias, as nativas - entre elas as tuim) continuavam (e continuam) morrendo, em 1980 houve um movimento do governo brasileiro em tentar resgatar a situação anterior - de apiários menos agressivos. Foram importadas abelhas rainhas europeias já fertilizadas por zangões europeus. Apicultores inescrupulosos, porém, seduzidos pelo aumento na produção do mel, receberam as rainhas mas, logo após, mataram-nas, continuando com a proliferação das africanizadas.
Quantos responsáveis na situação!!!
Abelha Uruçu, abelha indígena sem ferrão |
Por isso, reafirmo sempre mais e mais a necessidade de disseminar o conhecimento sobre as mais diversas situações para os envolvidos (nesse caso, alguns apicultores tradicionais) não continuar posando de bobos, de ingênuos, enquanto alguns cientistas 'tarja branca' (que aceitam divulgar os resultados encomendados pelos que lhes financiam), continuem levando a situação ad infinitum, como se não houvessem, já, muitas respostas.
Se são elas, as grandes corporações, que tudo decidem, mesmo - sim, pois nós apenas lidamos com as consequências e procuramos driblar tudo o que pudermos de nefasto - porque não divulgar? Até para que leis ambientais sejam estabelecidas, e fiscalização mais rígida seja aplicada? Ou, então, que se interrompa o carrossel de encontros, mega eventos (como a Rio + 20), tratados e negociações, se pare de enganar tantas pessoas, movimentos e ongs sérias, que tentam promover a preservação e se trabalhe exclusivamente naquilo que também chamam de nova era, a era do novo, do inusitado, da transgenia, da robotização. A modificação das espécies (o que inclui a extinção de outras tantas).
(continua)
Série O 'MISTÉRIO' DA EXTINÇÃO DAS ABELHAS
Abelhas em extinção - A quem mais responsabilizar? |
Extinção das Abelhas, Há Mais embaixo do Tapete!
Parte 1
http://compromissoconsciente.blogspot.com.br/2012/06/extincao-das-abelhas-ha-mais-embaixo-do.html
Porque essa história de "MISTÉRIO" DO DESAPARECIMENTO DAS ABELHAS continua sendo INCESSANTEMENTE alardeada. |
Extinção das Abelhas - Mistério ou Verdade Encoberta?
Parte 2
Competição canadense envolve apicultores e abelhas sem ferrão |
Extinção das Abelhas - Consequência Planejada ou Plano Inconsequente?
Parte 3
Extermínio dos zangões |
As alardeadas possíveis causas para o sumiço da Apis mellifera e o cultivo tradicional do mel
Parte 4
Extinção das Abelhas - Chega de Mistério - Curso para criação de apiário é vendido na web por 14,90 reais. |
Os donos das Sementes, Polinização das lavouras e a Sobrevivência das Abelhas
Parte 5
A Realidade Atual das Colmeias - Pólen Apícola - Sistema Natural X Sistema Atual - Interferência Humana
Parte 6
Abelhas sem ferrão - silvestres - não atacam - o perigo é não saber quais as espécies agressivas. O melhor é não arriscar |
Ataques de Abelhas - Quantas picadas matam
Por Marise Jalowitzki
Parte 7
Por Marise Jalowitzki
09.setembro.2012
Parte 8 - É possível interromper o Colapso das Abelhas (CCD - colony collapse disorder)? O que dizem os pesquisadores
Escritora, Educadora, Ambientalista,
Coordenadora de Dinâmica de Grupo,
Especialista em Desenvolvimento Humano,
Pós-graduação em RH pela FGV,
Pós-graduação em RH pela FGV,
International Speaker pelo IFTDO-EUA
Porto Alegre - RS - Brasil
Querida Marise,
ResponderExcluirprimeiro quero lhe parabenizar pelo blog,e pelo trabalho de divulgação das ações em defesa do meio ambiente...
Sou estudante de Ciências Agrárias(UFPB),e sempre fui apaixonado pela natureza(principalmente minha caatinga nordestina),além de seu um meliponicultor preservacionista...Aqui encontrei muitas informações importantes e bem interessantes.
Abraço.
Paulo Romero.
Meliponário Braz.
Legal, Paulo Romero! Que dez! Pois sei que és meliponicultor, só não tinha certeza de preservacionista. Vou te pedir, em especial, que acompanhes a série e contribuas com o que julgar necessário. Mais ao final, vou divulgar ações preservacionistas que estão dando certo.
ExcluirJá tenho até algumas solicitações sobre quais espécies nativas p quais regiões, quais as flores benéficas, onde encontrar p adquirir. Estou compilando muita coisa. Qualquer AJUDA É BEM VINDA!!! Se quiser enviar um artigo, fotos, envia para compromissoconsciente@gmail.com
Deus ajude para que sirva para melhoria dessa querida espécie. De quebra, ganhamos nós!
Abraços e feliz final de semana!
Marise Jalowitzki
Porto Alegre - RS - Brasil