sábado, 23 de junho de 2012

As alardeadas possíveis causas para o sumiço da Apis mellifera e o cultivo tradicional do mel



Teorias e Comprovações sobre a Extinção das Abelhas - Foto Wikipedia




As alardeadas possíveis causas para o sumiço da Apis mellifera e o cultivo tradicional do mel 
Parte 4 

Por Marise Jalowitzki
24.junho.2012

A queda no número de abelhas no mundo

O desaparecimento das abelhas nativas e europeias é uma realidade no mundo todo. Na América do Norte, desde 2004, as perdas demonstram o menor nível de polinização dos últimos 50 anos. Nos Estados Unidos, as colônias produtoras de mel caíram de 5,5 milhões (dados de 1950) para 2,5 milhões em 2007. E continuam em queda.

- Na Europa, Oriente Médio e partes da Ásia, o motivo alegado é o ácaro Varroa.
- América do Sul, África e Austrália preferem lidar com o desconhecimento e as dúvidas.

No Brasil, as reclamações dos apicultores foi tamanha, que a Federação das Associações de Apicultores e Meliponicultores (FAASC) criou uma comissão para avaliar o desaparecimento das abelhas, até agora sem um "laudo definitivo".

Enquanto isso, elas, as abelhas nativas e europeias, continuam morrendo.

Ácaros (Varroa), fungo Nosema Ceranae, o uso indiscriminado e excessivo de pesticidas, vírus, celulares, práticas agrícolas na monocultura, falta da devida higiene na colmeia, ar poluído e mudanças climáticas, o famoso aquecimento global, estão entre as causas denunciadas.

Estudos franceses informam que abelhas que recebem doses mínimas de um inseticida chamado Thiamethosan, comercializado em todo o mundo há mais de 10 anos, ficam desnorteadas, perdem o rumo e não sabem mais retornar às colmeias.

Aparelhos celulares também entram na lista. Uma das pesquisas mais recentes aconteceu no Laboratório de Biotecnologia Celular (CPTA), do Instituto Federal Suíço de Tecnologia (EPFL), em Lausanne. Lá, em 2009, os cientistas publicaram suas conclusões sobre a influência dos celulares na vida das abelhas. Os audiogramas e os espectogramas demostraram que os telefones móveis tem um impacto dramático sobre o comportamento desses insetos, essenciais para a agricultura no mundo todo.

Mas as africanizadas, não estão morrendo. Elas estão substituindo as demais, gradativamente, nos apiários profissionalizados. ESSA é a GRANDE DIFERENÇA. O mundo está passando por uma transformação, também no cultivo do mel, e pólen e néctar estão incluídos nisso.
Diferentemente das abelhas europeias, as africanas e africanizadas se adaptam mais facilmente a vários tipos de clima e altitudes, parecem apresentar uma maior resistência a pragas e doenças e produzem mais. "Desde os anos 1950, espalharam-se rapidamente pelo Brasil e na maior parte da região neotropical, que compreende a América do Sul, a América Central, a parte sul do México e da península da Baja California, o sul da Florida, todas as ilhas do Caribe chegando até o Texas, nos Estados Unidos. Trata-se de um região de grande biodiversidade, com ecossistemas bastante diversos (floresta amazónica, a floresta temperada valdiviana do Chile, a floresta subpolar magalhânica da Patagónia, o cerrado, a mata atlântica, o pantanal, os pampas e a caatinga)". Em todos esses cenários as subespécies se deram bem. (Wikipedia)

Abelhas africanas se espalharam rapidamente pela região neotropical


O cultivo tradicional do mel
O cultivo tradicional do mel precisa ser divulgado e incentivado entre os preservacionistas. Quando tomei conhecimento do artigo que resolvi transcrever na íntegra, fui lendo e suspirando, sem entender COMO O SER HUMANO ACREDITA QUE PODE INTERFERIR DO JEITO COMO VEM INTERFERINDO em todas as espécies. 
Realmente, AGORA entendo porque a maioria dos cientistas não acredita em um Ser Maior, em um Criador. Quando se lê sobre um sistema organizado como é o operoso universo das abelhas não é possível desviar o olhar do respeito e cuidado com a sobrevivência desses insetos. Está tudo determinado, cada um teu seu papel específico, está no instinto de sobrevivência natural o que precisa ser feito em qualquer tempo. 
- A abelha rainha e seu único voo da vida, qual o ser humano que pode ter a arrogância de querer abortar? 
- Os zangões, que ‘sabem’ que vão morrer ao copular coma rainha mas que, mesmo assim, disputam por esse ‘direito primordial’ -  COMO O SER HUMANO pode adentrar em todo esse mundo, arrancar a cabeça do zangão para que libere o esperma, inocular esse esperma na abelha rainha, em processo de inseminação artificial e acreditar que ‘está tudo bem’? 
NÃO HÁ COMO ENTENDER. Tudo, APENAS, como forma de obter mais mel, mais pólen, mais própolis, mais dinheiro, mais ganância, mais poder sobre os outros humanos. Gente, é muito pequeno tudo isso!!! E todo o dinheiro, há décadas, que só faz enriquecer mais a alguns poucos e alastrar os feixes e bolsões de miséria como nunca antes, em todo o planeta!

O papel de cada um na colmeia - Série A Extinção das Abelhas

A Rainha e o Voo Nupcial  


A rainha é a personagem central e mais importante da colmeia. Afinal, é dela que depende a harmonia dos trabalhos da colônia, bem como a reprodução da espécie.

A rainha é quase duas vezes maior que as operárias e vive cerca de 3 a 6 anos.

No entanto, a partir do terceiro e quarto ano a sua fecundidade decai. A sua única função, do ponto de vista biológico, é a postura de ovos, já que ela é a única abelha feminina com capacidade de reprodução.

Mas a abelha rainha desempenha um importante papel do ponto de vista social: Ela é a responsável pela manutenção do chamado 'Espírito da colméia', ou seja, pela harmonia e ordenação dos trabalhos da colônia. Ela consegue manter este estado de harmonia produzindo uma substância especial denominada ferormônio, a partir de suas glândulas mandibulares, que é distribuída a todas as abelhas da colmeia. Esta substância, além de informar a colônia da presença e atividade da rainha na colmeia, impede o desenvolvimento dos órgãos sexuais femininos das operárias impossibilitando-as, assim, de se reproduzirem. É por essa razão que uma colônia tem sempre uma única rainha. Caso apareça outra rainha na colmeia, ambas lutarão até que uma delas morra.

Na verdade, a rainha nada mais é do que uma operária que atingiu a maturidade sexual. Ela nasce de um ovo fecundado, e é criada numa célula especial, diferente dos alvéolos hexagonais que formam os favos. A rainha é criada numa cápsula denominada realeira, na qual é alimentada pelas operárias com a geleia real, produto riquíssimo em proteínas, vitaminas e hormônios sexuais. É precisamente, esta "superalimentação" que a tornará uma rainha, diferenciando-a das operárias. A geleia é o único e exclusivo alimento da abelha rainha, durante toda sua vida.

A abelha rainha leva de 15 a 16 dias para nascer e, a partir de então, é acompanhada por um verdadeiro séquito de operárias, encarregadas de garantir sua alimentação e seu bem-estar. Após o quinto dia de vida, a rainha começa a fazer voos de reconhecimento em torno da colmeia. E a partir do nono dia, ela já esta preparada para realizar o seu voo nupcial, quando, então, será fecundada pelos zangões. A rainha escolhe dias quentes e ensolarados, sem ventos fortes, para realizar o voo nupcial.


Abelhas e o voo nupcial - zangões morrem após copular - Gif Saúde Animal

O Voo Nupcial

Somente os zangões mais fortes e rápidos conseguem alcança-la após detectar o ferormônio. Localizada a "princesa", dá-se início à cópula. No entanto, os vários zangões que conseguirem a façanha terão morte certa e rápida, pois seus órgãos genitais ficarão presos no corpo da rainha, que continuará a copular com quantos zangões forem necessários para encher a sua ‘espermoteca’; em média, a rainha é fecundada por 6 a 8 zangões. Este sêmen, coletado durante o voo nupcial, será o mesmo durante toda sua vida. Nesta fase a rainha fica na condição de hermafrodita.

voo nupcial que a rainha faz é o único em sua vida. Ela jamais sairá novamente da colmeia, a não ser para acompanhar parte de um enxame que abandona uma colmeia, para formar uma nova. Ao regressar de seu voo nupcial, a rainha se apresenta bem maior e mais pesada. Passará a ser tratada com atenção especial por parte das operárias, que a alimentam com a geleia real e cuidam de sua higiene. Se a jovem rainha é, por exemplo, devorada por um pássaro durante seu voo nupcial, sua colmeia de origem fica irremediavelmente fadada à extinção.

Uma ocasião grave é quando elas percebem que a mãe de todas já não tem a mesma energia. Sendo uma família forte, decididamente não se permite enfraquecer. Então concluem que é hora de chamar à vida uma nova rainha. Numa colmeia forte sempre há realeiras em construção: é uma questão de sobrevivência no caso de algum acidente acontecer com a mestra. Sendo esta, porém, prolífica, não é permitido a estas realeiras desenvolverem-se normalmente - a não ser nestas ocasiões especiais. Neste caso, uma rainha cuja energia se acaba é sinal para as realeiras seguirem seu curso. 

Tendo garantida uma ou mais princesas em formação, é necessário eliminar a velha mãe.
Uma abelha comum nunca ferroa uma rainha; ela sequer lhe dá as costas. Assim elas são obrigadas a usar uma tática "sutil". Formam uma bola em torno da idosa senhora e ali a vão sufocando até a morte; e a rainha, compreendendo sua sina, não procura resistir. Terminada esta etapa, começam a nascer as novas princesas. Só pode haver uma rainha na colmeia, e a primeira que emerge logo procura as outras realeiras para as destruir. Se duas nascem simultaneamente, lutam entre si, e vence a mais forte. A única sobrevivente segue seu curso normal para se tornar mais uma rainha completa. É interessante que neste momento toda uma família dependa de um único indivíduo para sua sobrevivência.

Outra situação diferente é quando a colmeia se torna pequena para a população de abelhas, quando não há mais espaço para trabalhar. Um grupo de operárias começa a construir várias realeiras onde a rainha é levada a depositar ovos fecundados. Passado o período normal de incubação a primeira princesa nasce, e seu instinto básico força-a a tentar destruir as outras realeiras ainda não abertas.
A rainha também não aceita a presença da princesa, mas as operárias já decidiram que outras princesas devem nascer, e o objetivo não é substituir a mestra, e sim dividir a família em um ou mais enxames; portanto não permitem as lutas naturais.


Depois que as princesas nascem, um grupo de operárias dirige-se aos reservatórios de mel e enchem seus estômagos até não caber mais uma gota. Este grupo, normalmente bem numeroso, prepara-se para partir. Por algum mecanismo desconhecido convocam a rainha para a viagem.

Logo sai da colmeia uma nuvem de abelhas, a rainha entre elas, e alguns zangões. O enxame não vai muito longe. Pousa em alguma árvore ali por perto, e algumas abelhas mais experientes, na qualidade de escoteiras, partem em busca de um novo local para habitar.

Quando as abelhas escoteiras retornam, há um "conselho" para decidir qual o rumo a tomar. Uma vez tomada a decisão elas partem para um voo mais longo. O enxame pode ainda parar outras vezes. Às vezes o local escolhido não agrada ao grupo, que então aguarda por ali, para que nova pesquisa seja feita. Se um apicultor tentar colocar este "enxame voador" em uma caixa, ele poderá ou não aceitar a morada, dependendo das informações trazidas pelas escoteiras.

Enquanto isso, a colmeia-mãe pode decidir por lançar outros enxames, desta vez acompanhados por rainhas virgens, ou ficar como está. Esses enxames posteriores ao primeiro em geral são menos numerosos e têm menos condições de sobreviver. É muito comum a colmeia-mãe ficar com reduzido contingente de abelhas, chegando aos limites de uma extinção, ainda mais que contam com apenas uma chance de rainha, baseada numa das princesas que ficou.

Quando o grupo encontra o lugar adequado, começa a construção do novo ninho. As abelhas engenheiras escolhem então o ponto mais central do que puder ser chamado de teto; ali formam um bolo compacto e começam a gerar calor usando a reserva de mel que trouxeram no papo. As abelhas que ficaram no centro da bola encarregam-se de produzir cera, e logo é possível visualizar uma fina folha de cera vertical se formando. Em seguida algumas abelhas iniciam a construção dos alvéolos hexagonais, de ambos os lados da lâmina, seguindo uma intricada arquitetura que aproveita todos os espaços e ângulos da melhor maneira possível. Os alvéolos são construídos de forma a terem uma leve inclinação para cima, evitando que o seu conteúdo escorra para fora.

É fascinante observar as abelhas construírem os favos. Encostam-se umas às outras pelas patas e começam a secretar e mastigar pequenas escamas de cera; pouco depois as colocam e amoldam até completar o favo (de cima para baixo). (Visite este site para saber tudo sobre o ciclo evolutivo das abelhas – http://www.saudeanimal.com.br/abelha1.htm )


(continua)

Série O 'MISTÉRIO' DA EXTINÇÃO DAS ABELHAS



Abelhas em extinção - A quem mais
responsabilizar?

Extinção das Abelhas, Há Mais embaixo do Tapete!
Parte 1

http://compromissoconsciente.blogspot.com.br/2012/06/extincao-das-abelhas-ha-mais-embaixo-do.html 








Porque essa história de "MISTÉRIO"
 DO DESAPARECIMENTO DAS 
ABELHAS continua sendo 
INCESSANTEMENTE alardeada. 

Extinção das Abelhas - Mistério ou Verdade Encoberta?

Parte 2
http://compromissoconsciente.blogspot.com.br/2012/06/extincao-das-abelhas-misterio-ou.html







Competição canadense envolve
apicultores e abelhas sem ferrão

Extinção das Abelhas - Consequência Planejada ou Plano Inconsequente? 
Parte 3 









Extermínio dos zangões

As alardeadas possíveis causas para o sumiço da Apis mellifera e o cultivo tradicional do mel 
Parte 4 








Extinção das Abelhas - Chega
de Mistério - Curso para criação
de apiário é vendido na web por
14,90 reais. 



Os donos das Sementes, Polinização das lavouras e a Sobrevivência das Abelhas
Parte 5













Abelhas que produzem apenas
mel, abelhas que recolhem apenas
pólen – IBAMA agora informa que
reavaliará 4 agrotóxicos associados
a efeitos nocivos aos polinizadores
- Imidacloprido, Tiametoxam,
Clotianidina e Fipronil.
Mas n
ão são só os pesticidas.  

A Realidade Atual das Colmeias - Pólen Apícola - Sistema Natural X Sistema Atual - Interferência Humana 
Parte 6


Abelhas sem ferrão - silvestres - não
atacam - o perigo é não saber quais as
 espécies agressivas. O melhor é não arriscar

Ataques de Abelhas - Quantas picadas matam

Parte 7

Por Marise Jalowitzki
09.setembro.2012







Parte 8 - É possível interromper o Colapso das Abelhas (CCD - colony collapse disorder)? O que dizem os pesquisadores


Marise Jalowitzki
Compromisso Consciente


Escritora, Educadora, Ambientalista,
Coordenadora de Dinâmica de Grupo,
Especialista em Desenvolvimento Humano,
Pós-graduação em RH pela FGV,
International Speaker pelo IFTDO-EUA
Porto Alegre - RS - Brasil 

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