terça-feira, 29 de abril de 2014

O TERRÍVEL DESPERDÍCIO DE ALIMENTOS EM UM MUNDO ONDE TANTOS TÊM FOME

Algumas das nossas CEASAS (Centrais Estaduais de Abastecimento) criaram Bancos de Alimentos, onde mantem uma separação primária de frutas e legumes rejeitados pelo comércio e põe à disposição de pessoas carentes. Na maior parte do país, porém, continua sendo descartada em meio aos lixões.


O terrível desperdício de alimentos em um mundo onde tantos tem fome

Por Marise Jalowitzki
29.abril.2014
http://compromissoconsciente.blogspot.com.br/2014/04/o-terrivel-desperdicio-de-alimentos-em.html

Em recente estudo a ONU, através do Conselho de Defesa dos Recursos Naturais, voltou a afirmar o alarmante índice de desperdício de alimentos no mundo inteiro. Um terço de todo o alimento produzido no mundo nunca é consumido! Isso representa cerca de 1,3 bilhão de toneladas de lixo por ano. Tanto no Brasil como nos Estados Unidos, cerca de 40% de todos os alimentos são jogados fora. Algumas das nossas CEASAS (Centrais Estaduais de Abastecimento) criaram Bancos de Alimentos, onde mantem uma separação primária de frutas e legumes rejeitados pelo comércio e põe à disposição de pessoas carentes. Na maior parte do país, porém, continua sendo descartada em meio aos lixões. Segundo dados da Embrapa - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária diariamente, são desperdiçadas 39 mil toneladas de alimentos no Brasil, quantidade suficiente para alimentar 19 milhões de brasileiros, com as três refeições básicas: café da manhã, almoço e jantar! São 26,3 milhões de toneladas de alimentos que vão para o lixo todos os anos. Fatores como acondicionamento precário desde o momento da colheita, estradas em más condições que dificultam o transporte e manuseio indevido, geram machucaduras que logo apodrecem e infectam as frutas e os hortifruti .


Mas, não é só ali que ocorre o desperdício; também nos restaurantes e em nossa própria cozinha! Comprar demais (e não cuidar o prazo de validade), cozinhar demais, oferecer demais, servir-se em demasia, jogar fora sem nenhum controle, acondicionar indevidamente, tudo ações de responsabilidade de cada um e que precisam urgentemente ser revistas na postura de cada cidadão. 


Sinal de “prosperidade” ¿ Parece incrível, mas é assim! 
As pessoas, quanto mais tem, mais desperdiçam!! À medida que ficamos mais prósperos, deixamos de nos preocupar com isso.” A afirmação é de Richard Swannell, diretor de sistemas sustentáveis de alimentos do Programa de Ação para Recursos e Desperdício, ou Wrap (na sigla em inglês), a organização britânica antidesperdício que compilou o estudo para a ONU.




Ações para frear o desperdício de alimentos

A Alemanha, já há muitos anos, cobra a taxa de coleta de lixo de cada residência por peso, sistema agora também adotado pela Coreia do Sul; uma estratégia interessante, já que comida tem um peso significativo. Massachusetts proibe grandes empresas de mandarem resíduos alimentares para aterros sanitários (a ação será implementada também em New York no próximo ano). Inglaterra está exigindo melhora em rótulos e embalagens para evitar que consumidores joguem menos fora o que comprarem. Além disso, o Reino Unido possui mais da metade das autoridades locais com sistemas de coleta de lixo alimentar para compostagem e continua investindo em biodigestores, que usam lixo orgânico para gerar energia (é o país com melhores dados sobre o tema e onde a campanha antidesperdício mais tem se intensificado). 

A campanha PRATO LIMPO, na China, é promovida e incentivada pelo governo. Frequentadores de restaurantes chineses são convidados a se servir somente do que vão, efetivamente, ingerir e, depois, postam fotos de pratos vazios nas redes sociais, pedindo a amigos que não peçam mais do que podem comer.



No Brasil, a Ecobenefícios lançou a campanha PRATO CONSCIENTE, onde sugere que cada consumidor reduza em 20% o que coloca em seu prato, diariamente.

“Por todo o mundo, o desperdício de alimentos é cada vez mais visto como um assunto econômico e ambiental sério. Com muitas famílias com orçamento apertado e a população mundial crescendo a cada ano, há uma crescente conscientização dos recursos desperdiçados na produção de alimentos que nunca são comidos. Empresas, governos e ativistas estão trabalhando para que mais do que é cultivado chegue às mesas, e menos às latas de lixo” afirma Beth Gardiner, do New York Times.




NÃO É PRECISO DESMATAR MAIS, NÃO É PRECISO PRODUZIR MAIS E MAIS! É PRECISO UTILIZAR MELHOR O QUE É PRODUZIDO!

Os alimentos descartados por varejistas e consumidores no chamado “mundo desenvolvido” seriam mais que suficientes para alimentar os 870 milhões de pessoas com fome do mundo, disse José Graziano da Silva, diretor geral da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), em 2013, ao apresentar a campanha antidesperdício Pense, Coma, Economize, que a organização promove em conjunto com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA). Os alimentos jogados fora com mais frequência são hortifrutis frescos e assados, disse George Gordon, um porta-voz da Tesco, a primeira rede de supermercados britânica a publicar seus números de descarte de alimentos. Alface embalado fica no topo da lista, ele disse, com 68% da produção total descartados. 


Consequências Ambientais
As consequências ambientais do desperdício são enormes, dizem os especialistas, com vastas quantidades de água, fertilizantes e terras usadas para produção de alimentos que nunca são comidos, além da energia usada para processá-los, refrigerá-los e transportá-los.

Os alimentos descartados que decompõem no aterro sanitário, sem a presença de oxigênio, emitem metano, um potente gás do efeito estufa. Ao todo, esse lixo cria 3,3 bilhões de toneladas de gases do efeito estufa anualmente, diz a FAO. Se o lixo alimentar fosse um país, aponta a agência, ele seria o terceiro maior emissor de gases do efeito estufa no mundo, atrás da China e dos Estados Unidos. Diferente dos aterros sanitários, o alimento que se decompõe na compostagem não produz metano, porque o oxigênio está presente.

Na maioria das vezes o legumes e frutas são descartados em meio a todo o demais lixo, gerando ainda mais doenças entre a população carente que, com fome, ainda assim, recolhe para servir de alimento!

A WRAP tenta chamar a atenção de cada cidadão para o problema do desperdício com sua campanha Amo a Comida, Odeio o Desperdício, onde pede aos consumidores que planejem antes das compras e congelem mais alimentos. “As pessoas devem confiar mais em seus olhos e narizes”, aconselha a campanha, “em vez de apenas nas datas de validade para decidir se um alimento está estragado”. A organização está trabalhando com redes de supermercados para reduzir o lixo, deixando as datas de validade mais claras, vendendo porções menores e usando embalagem reutilizável para alimentos perecíveis, como queijo ou legumes congelados. Esses esforços ajudaram o Reino Unido a reduzir o desperdício de alimentos em 21% desde 2007.



Enquanto aqui no Brasil uma campanha maciça não acontece, vamos fazendo a nossa parte, cada um, individualmente, criando seus próprios mecanismos e divulgando aos amigos. Poste seus pratos vazios na rede! Eduque!! E, com metade de brasileiros com excesso de peso e 15% obesos, vale, também, lembrar o velho slogan para longevidade saudável: “COMA A METADE, ANDE O DOBRO, RIA O TRIPLO!”




(Com dados do The New York Times, Portal EcoDebate e IHU On-Line)

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Marise Jalowitzki
Compromisso Consciente


Escritora, Educadora, 
Idealizadora e Coordenadora do Curso Coordenadores em Jogos e Vivências para Dinâmica de Grupos (níveis Formação e Master),
Especialista em Gestão de Recursos Humanos pela FGV,
Facilitadora de Grupos em Desenvolvimento Humano,
Ambientalista de coração, Vegana.
Certificada como International Speaker pelo IFTDO-VA-USA
marisejalowitzki@gmail.com 
compromissoconsciente@gmail.com 



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