sexta-feira, 29 de maio de 2015

Hiperatividade e Déficit de Atenção - Escola canadense oferece mesas-bicicleta para crianças


TDAH - Percebo a iniciativa com bons prognósticos de dar certo, CONTANTO que sejam contemplados os itens elencados ao final. Ao invés de segregar, incluir.

Comentário recebido em Março.2017 da amiga Adriana Vesco, que mora no Canadá -  "Moro em Montreal, e quando vi a materia fui pesquisar, pois nao sabia a respeito... Realmente a escola conseguiu 4 cadeiras que foram financiadas pelo Banco National e não doadas como a materia relata... E cada classe contem 1 cadeira e todos os alunos partilham da mesma por 15 minutos cada, dependendo o momento e a necessidade de cada aluno e no momento que ele precisa... abaixo coloco o link da reportagem no jornal local aqui de Quebec... http://tvanouvelles.ca/video/nouvelles/les-dernieres-nouvelles/8805187001/des-velos-pupitres-a-lessai-a-laval-explications-18h/4247988633001 "

Gratidão, Adriana!



Tradução e comentários ao final: Marise Jalowitzki
29.maio.2015
http://compromissoconsciente.blogspot.com.br/2015/05/hiperatividade-e-deficit-de-atencao.html


Hiperatividade - Escola canadense em Laval estabelece mesas-bicicleta para crianças hiperativas

A escola primária em Laval Des Cedres é a primeira em Quebec a oferecer um sistema de mesas com bicicleta para ajudar crianças hiperativas na sua aprendizagem.

O Professor Mario Leroux diz que, graças a estas mesas especiais, crianças hiperativas que costumeiramente recebem exortações para permanecer sentadas, não andar pela sala ou parar de se mover, podem agora realizar suas tarefas e não perturbar os outros alunos em sala de aula. 

Ele reconhece que estas crianças precisam movimentar-se e se distraem facilmente, e ressalta que isso incomoda os outros alunos em sala de aula. Pedalando, esta necessidade está suprida e eles podem continuar estudando. O tempo de pedalada é de 15min, podendo repetir-se a intervalos, o que pode ajudar a criança a ir se autorregulando.

Em crianças com déficit de atenção, são frequentemente encontrados os mesmos sintomas: dificuldade em estar atento, embaraços para terminar o trabalho iniciado, ou para organizar-se, bem como uma tendência para evitar ações que exigem esforço mental. Essas mesmas crianças muitas vezes têm dificuldade para ficar no lugar, eles movem frequentemente as mãos e os pés, falam muito e acham que é difícil apreciar os jogos mais tranquilos (como o xadrez, por exemplo). Costumam ser impulsivos e tendem a interromper os outros, enquanto que o seu comportamento costuma revelar oscilações de humor.

O resultado da abordagem da Escola parece positivo, pois depois de vários dias de testes, as crianças chegaram mais longe nos índices de concentração e foco. 

As mesas, que custam US $ 1.000 a unidade, foram adquiridas por meio de doações. 

Dra. Annick Vincent, conhecida psiquiatra, especialista em tratamentos de tdah de jovens (Clinique Focus), garante que o impacto está sendo positivo. Ela salienta que está provado que, quando crianças hiperativas mantêm algum grau de atividade motora, elas aprendem mais facilmente. “Além do que” – ela ressalta – “pode ser uma alternativa aos medicamentos”. 




Particularmente, considero a iniciativa louvável. Claro que é preciso atentar para os seguintes pontos:

1- Quem escolhe o momento para acionar a bicicleta?
É o professor que estabelece ou é o aluno que solicita? Isto não ficou claro nas reportagens perquisadas. E faz toda a diferença, pois quem sabe o quanto está no pico de ansiedade é a criança, não o professor.

2- Quem controla o tempo (15 min) mencionado nos textos? Caso uma sala tiver várias bicicletas (como aparece na foto), o 'tempo autorizado para pedalar' será sincronizado? Todos ao mesmo tempo? 
Aí, com certeza, não funciona! Na minha visão teria de haver mais 'tempos intervalos', envolvendo todos os alunos em atividades diferenciadas. Evita a segregação e possibilita um ambiente mais atrativo a todos.

3- Os alunos permanecem o tempo todo sentados naquela mesa-bicicleta?
Porque, se for assim, está mal. Sabe-se que alunos sentados ao fundo são os que mais facilmente se distraem. Estar permanentemente lá, vai dificultar a atenção e o foco, apesar de poderem se movimentar.

4- E como está a aceitação destas crianças junto aos demais colegas? no contexto geral da escola? são vistos com normalidade ou como 'problemas'?
Sim, porque se a extinção do rótulo-diagnóstico não estiver bem trabalhado nas crianças-colegas e as próprias detentoras das características, a segregação vai acontecer do mesmo jeito como nos ditos métodos tradicionais, com bullying e tudo o mais.

5- Na fala do professor Leroux consta que os hiperativos 'incomodam os demais colegas'. E ele, professor, também se sente incomodado?
O que, além da mesa-bicicleta, está sendo oferecido como alternativa atrativa para a concretização da aprendizagem?
Sabemos que os conteúdos, apresentados de forma mais lúdico-interativa, dão resultados efetivos para todos.

Eu adoraria saber que todas as escolas, a curto ou médio prazo, tivessem estas mesas-bicicleta como um recurso para desestressar, dentro de sala de aula mesmo, junto com a prática da meditação, simples e pura. Com certeza, seria uma forma bastante livre de inovar sem segregar.

Percebo a iniciativa com bons prognósticos de dar certo, contanto que sejam contemplados estes itens. Uma atividade alternativa para TODAS  as crianças da classe.

Comentário incluído em 11.setembro.2015:
Assim como está... bicicletas ficam ao fundo (quando se sabe que as crianças precisam sentar mais à frente, para evitar a distração e manter o foco.... além de que, serão "destacadas" mais que nunca, junto aos demais, como os...."desajustados".... saco! só posso ver isso no mundo adulto como falta de compaixão, de sensibilidade!mesmo quando querem ajudar!!!! o mundão continua com uma carência e-n-o-r-m-e de entendimento sobre quem são, efetivamente, estas queridas crianças!!! e continuam querendo, a todo custo, "encaixá-las" nos padrões atuais, já tanto apodrecidos!

Fontes:



 Marise Jalowitzki é educadora, escritora, blogueira e colunista. Palestrante Internacional, certificada pelo IFTDO - Institute of Federations of Training and Development, com sede na Virginia-USA. Especialista em Gestão de Recursos Humanos pela Fundação Getúlio Vargas. Criou e coordenou cursos de Formação de Facilitadores - níveis fundamental e master. Coordenou oficinas em congressos, eventos de desenvolvimento humano em instituições nacionais e internacionais, escolas, empresas, grupos de apoio, instituições hospitalares e religiosas por mais de duas décadas Autora de diversos livros, todos voltados ao desenvolvimento humano saudável. marisejalowitzki@gmail.com 

blogs:
www.tdahcriancasquedesafiam.blogspot.com.br


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Informações, esclarecimentos, denúncias, relatos e dicas práticas de como lidar 
Déficit de Atenção e Hiperatividade

9 comentários:

  1. Acho válido, mas pra adaptar a realidade brasileira me questiono... Quantos alunos têm por turma em uma escola canadense e quantos alunos têm por turma uma escola brasileira... Situações e situações... O problema do Brasil é que abraça idéias lindas mas mas não resolve seus problemas básicos como quantidade de alunos por turma, valorização do estudo do professor, salários defasados, cursos de formação vagos... E infinitas coisas que temos que mudar antes de agregar mais informações na sala de aula deixando o professor perdido e no final atestando que a incompetência é dele e não do sistema falho.

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    1. O comentário da Adrianas Vesco, a seguir, deixa a situação mais light. E possível, sem estigmas nem rótulos.

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  2. chamo me isabel costa e tenho um menino com esses problemas quem me dera que na escola do meu menino tivesse essa mesa ajudaria lhe muito

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    1. O comentário da Adriana Vesco, a seguir, deixa a situação mais light. E possível, sem estigmas nem rótulos.

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  3. Deve ser meio constrangedor sentar nisso e todos ficarem olhando...

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    1. Também penso isso! Do jeito como a Adriana Vesco colocou a seguir, fica bem melhor!

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  4. Moro em Montreal, e quando vi a materia fui pesquisar pois nao sabia a respeito... Realmente a escola conseguiu 4 cadeiras que foram financiada pelo Banco National e nao doadas como a materia relata... E cada classe contem 1 cadeira e todos os alunos partilham da mesma por 15 minutos cada, dependendo o momento e a necessidade de cada aluno e no momento que ele precisa... abaixo coloco o link da reportagem no jornal local aqui de Quebec... http://tvanouvelles.ca/video/nouvelles/les-dernieres-nouvelles/8805187001/des-velos-pupitres-a-lessai-a-laval-explications-18h/4247988633001

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    1. Inseri seu elucidativo comentário no artigo. Gratidão, Adriana Vesvo. Abs

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  5. Cara Isabel não considere a hiperatividade do seu menino que provavelmente seja muito inteligente como um problema, é apenas uma condição que com aceitação e controle das emoções, supera-se com ou sem a bicicleta.
    Ensine-lhe a fazer 3 respirações sempre que se sentir ansioso e também a fazer a contagem descrescente ( dependendo da idade).

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