quarta-feira, 30 de abril de 2014

TDAH - Falta de ar e dores de cabeça, neuro receitou ritalina




TDAH - Falta de ar e dores de cabeça, neuro receitou ritalina

Por Marise Jalowitzki
30.abril.2014
http://compromissoconsciente.blogspot.com.br/2014/04/tdah-falta-de-ar-e-dores-de-cabeca.html

A mãe levou sua filha de 15 anos para o neurologista, pois a garota sente falta de ar e dores de cabeça. O especialista receitou....ritalina! Nem maiores exames, nem encaminhamento a psicólogo. "Voltem daqui um mês." A mãe foi até a internet pesquisar sobre o tarja preta, pois já tinha ouvido falar por relatos de colegas da filha.
"Não compramos o remédio por saber de seus efeitos colaterais e confesso que estou perdida para encontrar uma solução." - disse. Entre os textos que leu, encontrou o meu artigo sobre auto mutilação. Sua filha também se fere, eventualmente.

Realmente, um momento desafiante esse, de ter de encarar uma realidade sem culpas, nem sensação de haver errado. Mas, também, um momento determinante, que exige novas posturas. 

Filhos adolescentes - O problema deve estar acontecendo na alma da garota há bem mais tempo! Emoções mal trabalhadas, sensação de exclusão. Cansaço por receber críticas. Muitas vezes, os pais não conseguem acompanhar o que se passa no interior de seus filhos e não devem se culpar por isso. Mas há situações, sim, em que, ao mudar a postura, o modo de agir e reagir dentro do lar, grandes e positivas mudanças acontecem. Por exemplo, a questão das reclamações constantes, dos "discursos, os intermináveis sermões, que os filhos tanto repudiam! Ainda que a indignação seja grande,é importante tentar ser o mais direto e breve possível. Esperar para que dê tempo de refletir e, depois de algum tempo, perguntar: O que ficou do que eu disse? Deixe ele expressar do jeito dele. Leve em conta a resposta e processe." (pág.174)

A adolescência é, naturalmente, um período de rebeldias e experimentos inusitados de liberdade. Sempre que algo desgosta, o adolescente encontra maneiras diversas de se rebelar. Alguns deles, por não concordar com algumas coisas, podem tomar-se de desespero e iniciar o processo de auto mutilação. Ou, até mesmo, para imitar algumas colegas que já praticam, também iniciam a se auto mutilar. NESTE MOMENTO, o mais importante é tentar entrar no universo do adolescente, ser amiga, não julgar, não criticar, nem querer saber além do que ele queira contar. Sem pressão, só presença. Quanto mais se insistir, mais ele vai se fechar e continuar fazendo. Até porque já deve ter encontrado um grupo de amigos-amigas (ainda que virtuais) que estejam sendo o amparo emocional de que precisa; muitos se unem em grupos e se consideram uma família! Mesmo que isto doa nos pais, mesmo que não entendam, é necessário fazer um esforço racional e aceitar o fato. E tentar reconduzir o jovem para perto dos afetos familiares novamente! Imprescindível, isto!


A Dimensão do Experimento de Liberdade

Lembro de uma pequena adolescente que se chegou a mim, desesperada, angustiada, revoltada, escondendo o rosto e declarando: 
- Estou me sentindo suja! Suja!
Ela estava voltando de uma festinha de uma colega. Tudo que fiz foi sossegá-la, dei carinho, chazinho e disse:
- Quando quiseres me contar, me fala!
Continuei afagando seus cabelos e disse que poderia dormir tranquila. No escuro, começou a falar:
- Um cara me beijou na boca e a gente estava em pé, eu encostada em uma parede.
Entendi que deviam ter se esfregado, provavelmente se tocado. Perguntei com calma (pois precisava saber se havia rolado sexo):
- E tiraram a roupa?
- Claro que não! - foi a resposta instantânea, indignada.
Pronto. O que ela sentira fora atração, desejo, saúde! Falei abertamente isso a ela, que era importante não ir além, nessa sua tenra idade, mas que era normal o tesão aparecer quando dois corpos jovens, cheios de energia estão próximos.
Ela adormeceu. 
O futuro mostrou sua lucidez e encaminhamento acertado de sua vida e relações. Somos amigas até hoje. 

Pais e mãe dispostos a tentar aprimorar as relações com seus filhos, e ajudá-los, efetivamente, precisam tentar persistentemente retomar a cumplicidade, o companheirismo. Independente se ele-ela vai se abrir pra mãe ou pra uma psicóloga, ou para o homeopata, o importante é que o adolescente encontre alguém em quem confiar, para falar de suas coisas e ser compreendido e encaminhado, receber alguns conselhos. Acolhimento. 

Mais que tudo, AMOR E COMPREENSÃO!!


Reaproximação

São os pais e mães que precisam tentar retomar o diálogo,o convívio harmonioso, a vontade de estar juntos, de compartilhar. Por incrível que pareça, muitos pais esperam que os filhos façam este "caminho de volta". Eles não o farão.
Do fundo de meu coração, desejo tudo de bom!

"o que falta para um portador de tdah são as medidas para entrar no rol das conveniências." (pág.86)




E para os pequenos: para quem tem filhos pequenos que costumam se morder, bater a cabeça, etc. 
Se o processo tiver se iniciado há pouco, muito, muito abraço! Vale tudo o que está no item anterior, só que com menos detalhes de fala e mais de  tato, contato, com tato, carinho. A criança, ao sentir-se amada, tudo fica mais fácil. Vejam que coloco o termo SENTIR-SE, não basta saber-se amada! É aquele velho slogan: Não adianta ser, tem de parecer ser, também! E, para que o Amor se mostre mais forte, o afago diário, físico, é fundamental. Tato é o maior de todos os sentidos que temos. O mais extenso. A pele cobre todo o nosso corpo! Carinho externado em afagos é vital para a auto estima, auto aceitação e auto apreciação!

Envio muitos carinhos a todos!



Marise Jalowitzki
Blog e site Compromisso Consciente

Escritora, Educadora, 
Idealizadora e Coordenadora do Curso para Coordenadores em Jogos e Vivências para Dinâmica de Grupos (níveis formação e master),
Especialista em Gestão de Recursos Humanos pela FGV,
Facilitadora de Grupos em Desenvolvimento Humano,
Ambientalista de coração, Vegana.
Certificada como International Speaker pelo IFTDO-VA-USA
marisejalowitzki@gmail.com 
compromissoconsciente@gmail.com 





Livro: TDAH Crianças que Desafiam 

Como Lidar com o Déficit de Atenção e a Hiperatividade na Escola e na Família

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