quarta-feira, 2 de abril de 2014

TDAH Existe? Importa mais o rótulo ou a inclusão amorosa?

Amar é aceitar! 
TDAH Crianças que Desafiam - Marise Jalowitzki



TDAH Existe? Importa mais o rótulo ou a inclusão amorosa?

Por Marise Jalowitzki
02.abril.2014
http://compromissoconsciente.blogspot.com.br/2014/04/tdah-existe-puxa-como-se-tem-falado.html

Puxa, como se tem falado  sobre isso!
De um lado, alguns que ferrenhamente negam a existência do "transtorno", usam frequentemente o artigo divulgado originalmente pelo semanário alemão Der Spiegel, onde Eisenberg declarou: "TDAH é uma doença fictícia!"
De outro lado, os que ferrenhamente apregoam a existência do "transtorno" e insistem na medicalização da Ritalina e Concerta como intervenção de primeira linha.

Ontem, novamente, mais uma mamãe trouxe de seu sofrimento na infância e que não quer que sua filha passe pelo que ela passou. Nem eu. Toda mãe que ama faz o seu melhor para que a vida de seus filhos seja bem melhor, mais amena, livre de sofrimentos e rótulos.

O que está em jogo é o excesso de diagnósticos errados, indevidos, apressados, e as receitas sempre entregues com mais pressa e descaso.

TDAH - Importa mais o rótulo ou a inclusão amorosa?

Antes que me perguntem, tenho repetido muitas vezes: Eu não sou TDAH. E, simplesmente não sou TDAH porque, simplesmente, no meu tempo, "não existia TDAH". Se, naquela época (infância-juventude) a doença-da-moda estivesse no topo como agora está, COM CERTEZA eu estaria diagnosticada. Muitas das coisas que fiz (e muitas ainda faço), ações, reações, sentimentos, sensações, estão plenamente enquadradas. Assim, isso de "existe, não existe" tem, sim, seu fundamento retórico. Nada "existe" antes que alguém assim o denomine, assim o qualifique, assim o "comprove"... invente!

"Ser ou não ser!" - A que leva, mesmo? Tudo tão relevante e irrelevante, ao mesmo tempo! Se é para aprimorar a vida, receber respeito e inclusão, legal, eu também sou tdah, com hiperatividade a mil! mil pensamentos, mil ideias, com uma necessidade enorme e um esforço de igual tamanho para organizar e produzir. Agora, se é para receber rótulos e receitas tarja preta, aí... já não! É como coloco no livro: "Somos todos TDAH e ninguém é TDAH!" Uns mais, outros menos, QUEM neste mundo é perfeito? Trabalhar as diferenças tem de ser um caminho de duas vias, de duas mãos. Onde ambas recebam e doem. "Medicar" alguém para que se "adapte" aos demais, ao instituído, fica muito conveniente aos que se autodenominam "normais", só porque "cumpridores das normas". 

O que realmente importa - e é o que está em nossas mãos - é entender mais e julgar menos; exigir menos e aceitar mais; tolerar mais e amar mais! (Imagem Facebook)
TDAH Crianças que Desafiam - Marise Jalowitzki


Em nenhum momento, nenhum dos especialistas, nem o próprio Eisenberg, negou a existência dos chamados "sintomas". (No texto: " Eisenberg confessa que as razões são psicossociais (determinadas pelo meio e de como pais, professores e pessoas influentes na vida de uma criança, conduzem o cotidiano deste). "Trabalhar esses comportamentos exige um processo que leva bem mais tempo que receitar uma pílula para o TDAH" - as "razões" = "sintomas".

Ele falava da acomodação e do imediatismo dos adultos, não negava a existência dos comportamentos e sensações que tanto incomodam esses mesmos adultos.

As sensações vivenciadas por milhões de pessoas (onde me incluo) estão aí para "provar" que as reações são essas mesmo e que elas dificultam, sim, o "viver em sociedade". Que sociedade é essa? Porque todos tem de encaixar-se em um mesmo padrão para ser aceito? E, a questão mais relevante que levanto e defendo é: CRIANÇAS usando psicotrópicos, podem esperar o que na sua vida adulta? Corpinhos em formação, os possíveis (e temporais) "benefícios" justificarão os efeitos colaterais danosos? Minha resposta é: Não! E vou continuar defendendo: ao invés de exigir que o pequeno se molde, fazer com que ELE SEJA MOLDADO, que se questionem os adultos e o seu modo torto, intolerante, ineficaz, de viver o seu cotidiano caótico e pleno de stress, exigências, auto-exigências, culpas, julgamentos e acusações.

E defendo a homeopatia e o tratamento psicológico (comportamental e humanista). Também acredito e defendo a acupuntura, a quiropraxia, reiki, exercícios. A indústria farmacêutica alopática cronifica mais as doenças do que efetivamente medica (que dirá curar) e não sou eu quem diz isso. Além de inúmeros e conhecidos especialistas, basta ir a um posto de saúde do INSS para saber do que estou falando.

Sim, concordamos em nossa visão de que o excesso e a pressa na emissão de diagnósticos é o mais danoso. Cada doença tem estágios. Leves, moderados, graves e graves-crônicos. O que está acontecendo, colocando todos os perfis dessas crianças em um mesmo patamar (e "tratamento") é uma irresponsabilidade criminosa!
Destaco do texto: "De acordo com uma pesquisa realizada em 2011 por USP, Unicamp e Albert Einstein College of Medicine quase 75% dos jovens brasileiros que utilizam Ritalina ou similares não foram diagnosticados corretamente."

Aceitação
Recentemente uma psicóloga fez a mesma pergunta que tenho feito: Porque o Brasil tem de seguir o DSM (EUA) e não o modelo europeu? Em outro artigo (também no livro) coloco sobre a posição da Suíça, que é contra o uso abusivo e indiscriminado e que claramente coloca o MPD (metilfenidato) no mesmo rol da cocaína e morfina! (Foi na Suíça que "nasceu" a Ritalina, na década de 1930-1940). O texto (Parecer nº 18 de 2011 da NEK - Conselho Nacional de Bioética Médica da Suíça) é um dos mais completos textos sobre o "Aprimoramento" em crianças e adultos e a visão de mundo-humano! (Cap.9 - pág 140 a 149)

E quanto ao rótulo TDAH, deixo a reflexão: Porque "doenças" e não condições? Porque "transtorno" e não características individuais? (pág 62 a 64) QUANTAS pessoas, maravilhosas pessoas, passam por uma vida sofrida, por vezes até miserável, não devido às suas características e sim, PELA INCOMPREENSÃO dos outros, pelo julgamento exagerado, pela intolerância! É isso que precisa ser revisto, que precisa ser mudado, e não uniformizar as pessoas! Sim, eu, como TODO MUNDO, sou ruim em algumas coisas, muito ruim em outras; sou também muito boa em outras tantas! Não quero entrar na "fôrma"!
Como digo sempre aos meus netos: Quem verdadeiramente ama a gente, quem verdadeiramente é importante pra gente, ama do jeito que somos!"
Evolução, sim! Moldar-se simplesmente porque nos dizem para fazê-lo, não!

Se TDAH existe? O nome que se dá às coisas é o que menos importa! O que realmente importa - e é o que está em nossas mãos - é entender mais e julgar menos; exigir menos e aceitar mais; tolerar mais e amar mais!

Et vivre la différence!
Abraços! Desejo Felicidades, Sempre!

A intervenção referia-se a este texto:
http://compromissoconsciente.blogspot.com.br/2013/08/tdah-transtorno-de-deficit-de-atencao-e.html

Déficit de Atenção e Hiperatividade, considerada como doença mental, é agora declarada como doença fictícia pelo próprio descobridor



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Como Lidar com o Déficit de Atenção e a Hiperatividade na Escola e na Família
Contra o uso indiscriminado do metilfenidato - Ritalina, Ritalina LA, Concerta

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