Indústria
do Cimento - Clínquer – Belo Horizonte
Por Marise Jalowitzki
08.maio.2012
http://compromissoconsciente.blogspot.com.br/2012/05/industria-do-cimento-clinquer-belo.html
http://compromissoconsciente.blogspot.com.br/2012/05/industria-do-cimento-clinquer-belo.html
Antes de repassar os dados colhidos com algum esforço na web, devido à escassez de publicações sobre o tema, quero, mais uma vez, prestar alguns esclarecimentos:
1- Não sou especialista no assunto, nem pretendo ser. Tenho a minha própria especialização.
2- O que me proponho, publicando artigos sobre temas diversos, especialmente os que dizem respeito às alterações do meio ambiente, é chamar a atenção para temas importantes, temas que eram também desconhecidos para mim e que agora se revestem de preocupação pelo descaso quase absoluto com que certos produtos são manuseados. No caso específico, todos os dias vejo ou assisto situações onde as precauções até já definidas por lei, são descumpridas.
3- Não pretendo, nem nunca pretendi, competir com especialistas. O que me chama a atenção é o quanto assuntos relevantes são omitidos e que, em sendo divulgados e conhecidos, poderiam receber bem mais cuidados em termos de prevenção da saúde pública.
4- Não entendo este silêncio, este sigilo, quase omissão, que envolve o ar que separa os que produzem dos que manuseiam e consomem.
5- A quem deixar comentários: please, não perca seu tempo com xingamentos. Os comentários são moderados. Se quiser deixar algo, que seja fundamentado na verdade e, de preferência, sem usar o subterfúgio de "Anônimo". "Anônimo" impede que eu retorne o contato, inibindo a ampliação de conhecimentos conjuntos.
6 - Disponho-me, em qualquer tempo, retificar os conteúdos, CONTANTO que as informações sejam sérias e procedentes e estejam - devidamente identificadas pelo remetente-postador - ao lado de quem precisa se resguardar: trabalhadores (mineiros, motoristas, operários da construção civil, população do entorno e em geral).
7 - E, se você quiser compartilhar um artigo sério, identificado, por favor, encaminhar para compromissoconsciente@gmail.com
Agora, os trechos (de 2003 e 2004) que guardam informações preciosas. O que mudou de lá para cá? Não sabemos.
Cimento - Clínquer - Resíduos - Belo Horizonte
“Como qualquer outro insumo utilizado em uma planta industrial, os resíduos destinados à co-incineração nos fornos de clínquer são transportados da unidade fabril onde foram gerados até as fábricas de cimento, na quase totalidade, pelo modal rodoviário.”
Este fato amplia de forma extraordinária as possibilidades de disseminação dos riscos associados à atividade, pois as fábricas da Região Metropolitana de Belo Horizonte estão recebendo resíduos gerados em localidades muito distantes, como, por exemplo, em bases distribuidoras de combustíveis derivados de petróleo das Regiões Norte e Nordeste.
RESÍDUOS SÃO TRANSPORTADOS, NA MAIORIA, SEM IDENTIFICAÇÃO: PLACAS DE RISCO E NÚMERO DA ONU
Os resíduos são transportados em caminhões tipo carga seca, caminhões caçamba ou caminhões tanque; a granel, ou embalados em big-bags ou tambores metálicos de 200 litros, de acordo com o estado físico do material e, em geral, não estão devidamente identificados com placas de risco e número da ONU, procedimento obrigatório para o transporte de produtos e resíduos perigosos.
POPULAÇÃO EXPOSTA À POLUIÇÃO
A população que vive nas áreas vizinhas às unidades industriais e também aquelas que estão assentadas mais longe, na direção dos ventos, estão expostas ao impacto dos diversos compostos químicos poluentes gerados nas fábricas e, consequentemente, sujeitas aos riscos de adoecimento.
Os poluentes emitidos pela chaminé das plantas de clínquer formam uma pluma, cuja dispersão na atmosfera depende das condições meteorológicas – velocidade e direção do vento, precipitação e inversão térmica –, das características do poluente e da fonte emissora – velocidade, temperatura e vazão dos gases, altura da chaminé. É durante este processo, que caracteriza a poluição do ar, que substâncias químicas, gases e material particulado em suspensão (que inclui metais pesados e seus sais) poderão ser inalados ou entrar em contato com os olhos ou a pele das pessoas, causando danos à sua saúde.
Os impactos negativos são potencializados pelo efeito da sinergia que pode ocorrer entre as diversas substâncias presentes no ambiente.
Clínquer
Clinquer é um produto intermediário, de cor cinza, granular e
sintetizado, que constitui a base do cimento.
Após resfriado, o
clínquer é moído finamente e durante a moagem é feita adição de gesso – sulfato
de cálcio
hidratado
–, em quantidades suficientes para resultar em uma concentração de 2% a 3% de
sulfato no cimento,
necessária
para ajustar o tempo de pega do produto.
Outras adições, tais como escória de alto forno,
pozolanas e
cinzas
são realizadas de modo a se obter o cimento composto.
Aspectos tecnológicos da co-incineração de resíduos nas fábricas
de cimento da Região Metropolitana de Belo Horizonte
Parâmetro Descrição
Dados de 2003 – Transcritos aqui no intuito de dar uma ideia de quais produtos tóxicos são incinerados
Taxa de alimentação de resíduos: 0,5 t/h a 5 t/h
Poder calorífico dos resíduos: 11700 kJ/kg a 50100 kJ/kg (2800 kcal/kg a 12000 kcal/kg)
Taxa de substituição energética: 0,8% a 49%
Transporte de resíduos: estimado em 26 caminhões por dia; capacidade do caminhão: 25 t
Tipos de carga: a granel, em big-bags, em tambores
Principais resíduos, origem e taxas de geração:
* refino de petróleo: borra de landfarm (500 t/mês), borra de tanque
(300 t/mês)
* fabricação de alumínio: resíduos das cubas (160 t/mês), carvão de
criolita (350 t/mês), alumina fluoretada (170 t/mês), alumina fora
de especificação (500 t/mês), cake de neutralização dos lavadores
de gases (140 t/mês)
* rerrefino de óleos lubrificantes usados: borra ácida (210 t/mês)
* indústria siderúrgica: lodo de ETE (1500 t/mês), óleo usado
(150 t/mês), lamas oleosas (250 t/mês)
* fundições: areia verde para moldagem (360 t/mês), areia shell
para moldagem (300 t/mês), escória (400 t/mês)
* indústria química: tar (1300 t/mês), resíduo de MBT (200 t/mês)
Produção anual de cimento
* Holcim: 1500 mil t
* Camargo Corrêa: 1350 mil t
* Soeicom: 1200 mil t
* Brasil Beton: 900 mil t
Santi (2003)
Fontes pesquisas para compor a série sobre a indústria cimenteira:
http://www.sat.ufba.br/site/db/dissertacoes/1272010185144.pdf - UFBA - Bahia - PETROBRAS- RLAM
e Cimenteira em Sergipe
Belo Horizonte:
II ENCONTRO NACIONAL
DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA EM
AMBIENTE E SOCIEDADE
– ANPPAS
Campinas, 26 a 29 de
maio de 2004
Combustíveis e
riscos ambientais na fabricação de cimento;
casos na Região do Calcário ao
Norte de Belo Horizonte e possíveis generalizações
Autores: Auxiliadora Maria Moura
Santi 1
Arsênio Oswaldo
Sevá Filho 2
Cimento e Petróleo - Desmatamento e Sustentabilidade - Resíduos Tóxicos e Legislação
Legislações específicas e Convenções Internacionais - Cimento e Petróleo - Desmatamento e Sustentabilidade - Resíduos Tóxicos e Legislação |
também: http://t.co/xWOGb9o
Construtoras que reciclarem entulho poderão ter
benefícios
Marise Jalowitzki Compromisso Consciente |
compromissoconsciente@gmail.com
Escritora, Educadora, Ambientalista,
pós-graduação em RH pela FGV,
international speaker pelo IFTDO-EUA
Porto Alegre - RS - Brasil
pós-graduação em RH pela FGV,
international speaker pelo IFTDO-EUA
Porto Alegre - RS - Brasil
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