quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Baleias Jubarte - EU VOU MORRER NA PRAIA!



Baleias Jubarte - EU VOU MORRER NA PRAIA!

Marise Jalowitzki
26.agosto.2010


- Sou Jubá. Todos os anos, eu e meu grupo nos organizamos em entusiasmada expectativa, para a nossa jornada mais longa: a ida ao sul. Nosso destino é nadar e, desde pequena, aprendi o valor das habilidades natas. 


Nadar é o nosso dom, nadar faz um bem danado! Adoramos isso! Nossos mergulhos, alegres, sincronizados, harmoniosos, nos levam a cantar sempre mais belamente. Nosso som, nosso canto, já foi tema de muitos romances e poemas. Ele é lindo, mesmo! Serve para unir o grupo, funciona como um radar, mostrando a posição em que cada uma de nós está e serve, também, para que se detecte nosso pior inimigo, um gigante feroz, chamado Navio. Conhecemos vários: Navio petroleiro (o pior de todos!), Navio mercante, Navio de passageiros, Navio pesqueiro, Navio cargueiro. Tem também os submarinos. 


Todos eles, sem exceção, são nossos inimigos, pois obstruem a passagem do nosso canto, fazendo com que o som bata nos seus cascos e volte. Com isso, sabemos que há uma barreira que não podemos transpor, barreiras que são eles, os navios, e temos que mudar de rota. Perdemos a sincronia, perdemos nosso rumo, não sabemos mais qual é o caminho certo que, antigamente, nossos antepassados faziam com tanta segurança e alegria.

Saímos de Abrolhos pela costa, mas, no RJ, vamos para o alto mar. Todos sabem porque. A movimentação, as plataformas em Campos e em Santos, nos obrigam a nadar bem mais ao meio do oceano. Ficamos confusas, por vezes nos perdemos umas das outras. Temos de alterar nosso jeito de ser, que é nadar mais perto da costa, em função do progresso do país.

Em Santa Catarina, passamos pelo final de outono e somos atração para muitos que lá, do alto do morro, nos observam e admiram. Em final de agosto, como agora, passamos pelo Rio Grande do Sul.

Eu, Jubá, sou uma baleia jovem e poderia viver muito, ainda. Mas, neste ano, fui eu a me perder do grupo. Todos os anos acontece isso. Mas, quem cuida da prevenção para que isso não aconteça? 


As outras Jubarte estão seguindo. Eu fiquei. Não entendi o quanto deveria inclinar meu nado quando detectamos o barco e acabei encalhando na areia rasa de uma praia. Muitos humanos ficaram curiosos por me ver ali, agonizando. Algumas centenas deles se agruparam, pareciam preocupados, outros filmavam. 


Todos queriam me ver. Pareciam que queriam salvar-me. Como? São eles mesmos, os humanos, os que fabricam navios e barcos, que estão a nos destruir! Do outro lado do mundo, os Navios-barcos pesqueiros nos matam abertamente, saem pelas águas para nos caçar. Aqui, não nos atingem diretamente, não nos fazem sangrar e manchar de vermelho as águas verdes do oceano, mas, nos matam de igual maneira! Só mais lentamente!

Aquelas centenas de pessoas que soltavam uns sons baixos, pareciam apressadas. Tentaram por dois dias passar um cinturão a meu redor (imaginem!), um deles até sentou em cima de meu dorso, queriam puxar-me de volta para o alto-mar, tentavam salvar-me. Mal sabiam eles que era tudo inútil. Meu grupo, o grupo das Jubarte, já ía longe, eu não sou nada sem os meus, nossos vínculos são fortíssimos, vivemos juntas. Para onde eu iria?

Eles continuavam tentando. Eu me debati muito. Queria que se alertassem e diminuissem aquele tráfego intenso de navios, pelo menos nessa época em que, todos sabem, nós, as Jubarte, fazemos nossa percorrida, vital para nossa sobrevivência, sempre fazendo esse mesmo caminho. Mas, quem presta atenção em nós? Mataram todos os índios, os primeiros habitantes de suas terras brasileiras, por acaso iriam prestar atenção em nós, as primeiras e mais antigas habitantes dos mares?

Mas eles insistiam. Bem, talvez eu fosse a primeira baleia Jubarte errante e, talvez, em eles me "salvando", talvez eu pudesse reencontrar meu grupo! 


Deixei que tentassem. Depois que conseguiram passar aquela espécie de "cinturão" a meu redor, com um barco me puxaram até as águas mais profundas e me soltaram. Ainda pude perceber a alegria deles, soltando seus gritinhos miúdos e acenando. Outros continuavam a filmar. 


Eu tinha forças, sim, eu tinha. Mas, e o eco de meu som? Até onde chegou meu canto? Quando cheguei às profundezas, cantei muito, cantei mais alto; ninguém da família me respondeu. Já estavam muito distantes para me ouvir. Segui um pouco mais. Cantei de novo. Sozinha. Veio aquele som de volta, horrível, alterado, pois batera no gigante de metal! Voltei imediatamente. Entre bater naquele Navio-barco-monstro e ir morrer na praia, encalhada de novo, preferi esta última. Pelo menos posso servir de comida, se quiserem aproveitar.

Talvez minha família acabe se tornando presa de alguns pescadores assassinos, como os do outro lado do mundo. Talvez acabem tendo de engolir algumas toneladas de óleo, ou aquele gosto ainda pior, o petróleo, que eu mesma já experimentei e que é horrível, mas que nos forçam a ingerir quando passamos por alguma zona de vazamento.

Que fazer? Nós somos Jubarte, somos gigantes, sim, mas não somos animais maus como os animais humanos, desenfreados em sua busca por riquezas, vindas de uma fonte fácil. Seres que não pensam nos outros habitantes, que pensam, mais que tudo, no seu lucro imediato. E só. Eu estou morrendo. Assim como eu, tantas espécies estão sumindo. Todos sabem, mas ninguém consegue deter esta marcha. Eu não entendo!


*.*

No outro dia, habitantes do sul do país encontraram a Jubarte jovem novamente encalhada. Ninguém entendeu porque ela, tão forte e tão viva, "mudou de rumo" novamente e "escolheu" morrer na praia. Alguns discutem sobre eutanásia para ver se aceleram a morte ou se vão tentar novamente o resgate.

"- Coisas de bicho!" - disseram outros.
"-É!" - exclamaram outros mais - "-Bicho é mesmo assim bobo, bicho não pensa, não sabe o que faz!"
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ZH – Quais são as hipóteses para o encalhe de uma baleia?

Marcondes –
 Uma doença que deixe o animal desorientado, atropelamento por um barco ou ser presa por uma rede. Às vezes, entram na arrebentação e não conseguem sair.

Zero Hora– Calcula-se que a baleia tenha cerca de 11 metros e pese 25 toneladas e, por isso, tenha no máximo cinco anos. Quanto tempo vive uma baleia?

Milton Marcondes –
 Estima-se que possa chegar a 60 anos, ter até 16 metros e pesar 35 toneladas.
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- imagem de um encalhe na Austrália. 

No RS, essa seria a primeira tentativa bem sucedida de resgate de uma Jubarte, em 10 anos.





Leia também:

Ativistas do Greenpeace ficam presos por nove horas dentro do edifício da OGX de Eike Batista



Eike Batista prende ativistas do Greenpeace por nove horas! Baleais nadam em petróleo!


Por Marise Jalowitzki
03.setembro.2011

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Leia mais sobre Direito dos Animais à VIDA! 


link: http://compromissoconsciente.blogspot.com/2011/04/leia-mais-sobre-direito-dos-animais.html

Animais são nossos irmãos e tem Direito à VIDA!

Links sobre Direito dos Animais à VIDA!


DIGA NÃO AO RETROCESSO!!
DIGA NÃO À UTILIZAÇÃO DE PELES DE ANIMAIS!
DIGA NÃO AOS EXPERIMENTOS CIENTÍFICOS COM ANIMAIS!DIGA NÃO ÀS QUEIMADAS!
DIGA SIM AO DIREITO À VIDA!
DIGA NÃO À MALDADE HUMANA!
Manifeste-se! Participe

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Marise Jalowitzki
Compromisso Consciente



marisejalowitzki@gmail.com
Escritora, especialista em Desenvolvimento Humano,
Ambientalista, pós-graduação em RH pela FGV,
international speaker pelo IFTDO-EUA
Porto Alegre - RS - Brasil








quinta-feira, 19 de agosto de 2010

SOS AMIGOS!! - AGRADECIMENTOS, DIVULGAÇÃO - SIMULADORES



SOS AMIGOS!! - AGRADECIMENTOS, DIVULGAÇÃO - SIMULADORES
Marise Jalowitzki




http://compromissoconsciente.blogspot.com/2010/08/sos-amigos-agradecimentos-divulgacao.html

Agradecimentos aos Amigos.
Divulgação de Simuladores para a Saúde.
Apelo aos políticos.


Desejo tudo de bom!

Após publicar o artigo "Corpos de Borracha e Eleições em 2010 - Saúde!" - http://compromissoconsciente.blogspot.com/2010/08/corpos-de-borracha-e-eleicoes-em-2010.html  -  recebi algumas mensagens de pessoas interessadas em contatar com o pesquisador Marcos Lyra e a artista plástica Seliste Leite (mencionados na reportagem do Jornal Hoje) a fim de conhecer mais acerca dos simuladores do corpo humano, produzidos para estudo de doenças e simulação de cirurgias.


Sem encontrar nenhuma pista nos buscadores usuais, recorri aos Amigos 
Edna Paiva - PE
LCF Navarro - SP - Blog Talento Humano
Moacir Rauber - RS - Blog Facetas
Valdemar Trindade - RN, além de uma nota aos amigos do Facebook e Orkut, na tentativa de obter algum endereço eletrônico ou telefônico do pesquisador e da artista plástica.


Agradeço a todos que se mobilizaram e, em especial, ao Amigo Navarro que enviou o endereço que transcrevo, para divulgação  e utilização de todos os profissionais da saúde que se interessarem pela evolução nos aprendizados:

PRODELPHUS - Contact us
Marcos Aulete Ribeiro Lyra - http://www.prodelphus.com/websitePortuguese/company/ (site da empresa dele)
Prodelphus ltda ME, Prodelphus ltda ME.
Telefone: (81) 34316148 Fax: (81) 34316148
URL da Homepage: www.prodelphus.com.br 
Rua Alfeu Rabelo, 169
Casa Caiada - Olinda
Pernambuco - Brasil
CEP 53.130-420
Fone/Fax: 55 81 3431 6148
e-mail: contato@prodelphus.com

Ontem mesmo encaminhei um e-mail para a PRODELPHUS, em Olinda e, satisfatoriamente, a resposta veio rápida, enviada pelo próprio Prof.Dr. Marcos Lyra (veja ao final) 


Para conhecimento, igualmente, transcrevo uma das mensagens, de uma psicóloga que trabalha com neuropsicologia, que está interessada em obter cérebros - simuladores - e também não havia encontrado nenhum contato.

Quem me conhece sabe o quanto me empolgo com todas estas questões de melhoria do nível, digamos, espiritual do planeta, que, considero, tem de estar pautado no respeito e na dignidade.
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A mensagem da neuropsicóloga:

----- Original Message -----
From: 
To: 
Sent: Wednesday, August 18, 2010 12:47 PM
Subject: matéria jornal hoje

Olá Marise!

Como vais?

Cai no teu blog e estou aqui, arriscando em te perguntar se por acaso tens idéia do endereço eletrônico da artista plástica ou de alguma distribuidora deste material.

Estou olhando na internet, porque trabalho com neuropsicologia e preciso de um cérebro! Já pesquisei em vários sites, mas encontro dificuldades em encontrá-los, do material que considero adequado para o trabalho.

Depois da reportagem do jornal hoje fiquei interessadíssima na possibilidade de conseguir os cérebros deste material que, pelo menos parece, ser mais maleável, flexível, do que as resinas que tenho visto.
Se não for uma invasão e/ou inadequação o meu contato contigo, aguardo teu retorno!

obrigada! J
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Meu e-mail ao Prof. Marcos Lyra:
Em 19/08/2010, às 00:56:

Caro Prof.Dr. Marcos.
Tudo bem?
Ontem assisti, pelo Jornal Hoje, o belíssimo trabalho com simuladores que o senhor desenvolve. Escrevi em meu blog um artigo "Corpos de borracha e elições 2010 - SAÚDE!" - 
http://compromissoconsciente.blogspot.com/2010/08/corpos-de-borracha-e-eleicoes-em-2010.html e recebi um e-mail de uma psicóloga que quer adquirir um cérebro e quer contatar com a artista plástica Seliste.
O que faço?
O senhor tem o contato com a artista? Conhecendo seu site através do amigo Navarro de SP, sinto que a psi que contatou comigo tem de entrar em contato com o senhor. Estou certa?
Aguardo retorno.
Abraços
Marise Jalowitzki  
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As respostas do Prof. Marcos Lyra:


----- Original Message -----
From: 
To: 
Sent: Thursday, August 19, 2010 7:51 AM
Subject: Re: Simuladores - Aguardo retorno

Cara Marise

No momento estou fora, na organização de dois cursos. Volto próxima semana. O telefone da empresa é o 81-34327702. Pode contactar a Selice ou Jair. O cérebro que ela deseja deve ser uma peça para demonstração, e pode ser construída dentro de acrílico.
Abraco

Marcos Lyra, MD
ProDelphus
General Manager
Mobile +55 81 88112121 

----- Original Message -----
From: Marcos Lyra
To: 
Sent: Thursday, August 19, 2010 8:02 AM
Subject: Re: Simuladores - Aguardo retorno

Após responder seu email, fui ler seu artigo. Obrigado pelos comentários, eles traduzem fielmente nossa maneira de pensar, divinamente demonstrado no respeito aos desfavorecidos, causa básica que nos levou a criar nossos simuladores antes de iniciar nossos cursos. Acreditamos serem as pessoas iguais, independentemente de suas contas bancárias. 

Caso necessite de algo mais para seu blog, estamos à disposição, e obrigado por pensar como vc pensa.

Marcos Lyra, MD
ProDelphus
General Manager
Mobile +55 81 88112121 
From my iPhone
contato@prodelphus.com
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Obrigada ao senhor, professor, pelo seu belíssimo trabalho!


Há tempos defendo a divulgação das boas práticas. Conheço empresas que fazem serviços belíssimos, também empresas que destinam percentuais de seus ganhos para trabalhos sociais, assisto reportagens com iniciativas meritórias que nunca tem o nome divulgado. Sempre que pergunto porque não "mostram a cara", para servir de modelo e exemplo aos demais, tais organizações declaram que "não querem passar por demagogas", não querem correr o risco de serem taxadas como "se aproveitando" do fato de praticar responsabilidade social! Juro que nunca entendi isso. Banners e banners (eletrônicos ou não) de empresas (multinacionais ou não) são exibidos constante e exaustivamente para programas que envolvam artes, teatro, danças, circos, etc. Qual o peso e a medida?

Bem, eu fui visitar o site da Delphus, copiei algumas imagens - que são as que ilustram este artigo, copiei e transcrevo também a Missão e Valores dela, no afã de que muitas pessoas envolvidas com as cirurgias também alardeiem a boa prática.

Missão e Valores da Pro Delphus
NOSSA MISSÃO
·          Ser uma empresa  que desenvolva novas tecnologias, métodos e materiais, contribuindo para  a modernização do ensino cirúrgico utilizando simuladores,  possibilitando o uso destes recursos na medicina prática.

NOSSOS OBJETIVOS:
·          Projetar e construir simuladores, que possibilitem maior segurança a pacientes e médicos no processo ensino/ aprendizagem;
·          Desenvolver projetos inovadores a partir de necessidades da docência cirúrgica;
·          Ser uma empresa organizada e lucrativa, com a capacidade de utilizar seus recursos na valorização dos seus funcionários e no financiamento de serviços sociais que contribuam para a construção de uma sociedade mais justa e solidária.

NOSSA VISÃO:
  • Reconhecer os princípios do Cristianismo, modelando nossas ações na ética de seus ensinamentos, aplicando-os em nossas relações comerciais e interpessoais.
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É isso aí.

Enquanto escrevo muitos outros fatos voltam à minha mente. Que são fundamentos para outros comentários.
Espero que algum político, neste ano de eleições, se interesse pelo tema e insira em sua plataforma de projetos, a destinação de verbas específicas para que a rede pública de saúde possa ter acesso a esses equipamentos. Atualmente, além da rara utilização em território nacional, as unidades utilizadas estão concentradas apenas em SP (veja matéria no link mencionado no início destes comentários).

Neste momento, deixo meu abraço e votos de Felicidades a todos! Por um Mundo Melhor!


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MARISE JALOWITZKI é escritora, consultora organizacional e
palestrante internacional, certificada pela IFTDO-USA, pós-graduação
em RH pela FGV-RJ, autora de vários livros organizacionais.
marisejalowitzki@gmail.com
Porto Alegre - RS - Brasil
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terça-feira, 17 de agosto de 2010

CORPOS DE BORRACHA E ELEIÇÕES EM 2010 - SAÚDE!


Corpos de Borracha e Eleições em 2010 - SAÚDE!
Marise Jalowitzki


As brincadeiras nas aulas de Anatomia. SAÚDE - MAIOR PREOCUPAÇÃO DOS BRASILEIROS. Respeito aos corpos. Simuladores para cirurgias. Eleições em 2010.


Hoje, foram divulgados resultados de pesquisas envolvendo todo o território nacional. O que mais preocupa o povo brasileiro? Em todas as regiões, o primeiro lugar nas preocupações foi para... A SAÚDE, o atendimento, os prazos, as condições.


Hoje, também, recebi com MUITA ALEGRIA uma notícia que desejava desde sempre! Trinta e dois países já estão adotando simuladores nos treinamentos dos estudantes de medicina!!!

O que são simuladores?
Simuladores são órgãos internos e externos, além de corpos inteiros, confecionados em borracha, com tamanho, cor, textura e resistência semelhantes ao corpo de um paciente, um ser humano vivo. Assim, torna-se possível simular todos os tipos de doenças para que os residentes possam desenvolver suas habilidades em identificação e simulação de cirurgias.


Sabem o que isso significa?

- Significa deixar de usar os corpos dos indigentes, dos não procurados, dos não identificados e ampliar em larga escala o expertise dos profissionais da saúde, que poderão testar e treinar sem reservas, até alcançar o grau de excelência necessário e desejado.

- Significa diminuir o tempo de estudos que, por falta de corpos, disponíveis para as aulas práticas, demandavam anos para que um profissional da saúde, sério, se sentisse verdadeiramente competente.

- Significa, senão acabar, diminuir com os roubos de corpos, sejam em hospitais e necrotérios, até mesmo em cemitérios, notícias que, de tempos em tempos, escandalizam e, depois, são abafadas. "Professora-doutora acusada de desviar corpos foi flagrada com mais um corpo em seu porta-malas", "somem três corpos do IML" e algumas barbaridades que já se ouviram por aí.

- Significa, também, manter a coerência de uma cultura de respeito e, para muitos, até mesmo de preservação do corpo humano, mesmo após a sua morte.


As "brincadeiras" nas aulas de Anatomia
Com a adoção dos simuladores, também as brincadeiras acabarão ficando mais inofensivas, ainda que permaneçam em igual patamar às que agora são praticadas.


"- Essas brincadeiras servem para diminuir o stress e o pânico gerado em alguns estudantes de medicina, para que tratem cada parte do corpo com naturalidade, com isenção, sem tabus." - afirmam os professores-doutores.


Mesmo assim, há situações que chocam, não só o público leigo que ouve determinada narrativa, como o próprio profissional-estudante, que possa ter seus valores arraigados no respeito e, por que não dizer, na compaixão.


Lembro de uma narrativa ocorrida em um trabalho de Desenvolvimento Pessoal e de Equipes que coordenei em uma das muitas cidades do interior do RS-Brasil.  A médica participante, formada e atuando há 15 anos, comentou de um trauma que trazia desde os tempos das aulas de anatomia.


"- No primeiro dia de aula prática" - narrou ela - "quando fui vestir meu jaleco" - (uniforme branco) - "coloquei a mão no bolso e senti algo gelado, semelhante a um pedaço de mangueira. Dei um grito, assustada, e acabei atirando longe o que trazia no bolso. Quando a coisa caiu no chão, fiquei ainda mais indignada: era um pênis! Todos riram. Acharam a maior graça do meu susto. Eu achei de um desrespeito sem tamanho ao morto, ao ser que um dia ocupara aquele corpo."


Pelo menos naquele dia, ninguém riu ao ouvir o relato, ainda ressentido, da médica de todo o grupo.


"- Não precisava ser assim!" - concluiu ela. - "Para mim, se era para descontrair, revoltou!"


É isso aí.


Imagens na internet
Após ter conhecimento dessa maravilhosa notícia, procurei imagens para ilustrar este artigo, como costumo fazer. Queria uma foto-imagem de Marcos Lyra o pesquisador da UFPE e de Selice Ribeiro Leite, a artista plástica responsável pelo trabalho paciente e delicado das reproduções dos órgãos do corpo humano e suas minúsculas estruturas, como os vasos sanguíneos. Não achei. Nessa nossa cultura social, que enaltece crimes, desvios e falcatruas, os verdadeiros arautos das boas novas permanecem incógnitas. Por isso, coloquei um coração "de verdade", aberto, que concebe um significado todo especial, o do Amor e da Gratidão.


Olhem a simplicidade das declarações

-  de Selice Ribeiro Leite, a artista plástica: “A gente está ajudando muitas pessoas. Os médicos a terem mais habilidade e a gente a não usar o ser humano para aprender técnicas e sim através dos simuladores".

- de Marcos Lyra, o médico pesquisador: “Cada doença, cada tumor, cada localização do órgão pode ser moldado de acordo com a necessidade de cada professor e de cada especialidade médica que deseja utilizar um simulador específico”.


"Dificilmente o professor passa os instrumentos e a responsabilidade pelo ato cirúrgico para os residentes para não colocar a vida dos pacientes em risco. Isso prolonga muito o tempo de treinamento dos profissionais que querem fazer este tipo de cirurgia. Com os simuladores é muito mais rápido aprender e sem nenhum tipo de risco."



Pernambuco, sim, é Brasil!

E onde foram desenvolvidas as pesquisas? Em PERNAMBUCO, BRASIL, há dez anos!!! "Há dez anos um pesquisador da Universidade Federal de Pernambuco criou os primeiros simuladores para o treinamento dos estudantes nas cirurgias endoscópicas, consideradas menos invasivas." Os simuladores são tão perfeitos, com reações tão semelhantes às do organismo, que podem até sangrar durante os treinamentos. Os simuladores podem substituir as aulas práticas de hoje, que acontecem nos hospitais universitários, com os pacientes do SUS - Sistema Único de Saúde.


Agora, a nossa realidade
Vejam, um resultado assim promissor, já aceito e utilizado em mais de 30 (trinta!!!) países, no Brasil, onde a pesquisa foi desenvolvida, apenas 3 (três!!!) por cento dos simuladores produzidos são utilizados por e para brasileiros! Noventa e sete por cento dos simuladores produzidos vão para o exterior! Nas universidades brasileiras eles ainda são raros. Além da universidade de Pernambuco, apenas outras cinco instituições, todas em São Paulo, têm simuladores.O argumento é de que "falta dinheiro para comprar os equipamentos. Um laboratório completo, custa 250 mil reais."

Pois é. Falta dinheiro. Para emprestar ao FMI, não. Para desvios, não falta dinheiro. Para aumentar a produção de petróleo, não faltam verbas para investimento. Para dar 25 anos de isenção de impostos para que a indústria automobilística venha produzir aqui os carros que no primeiro mundo já não são desejados, para isso, há incentivo. E, o mesmo povo que vota, também é o povo que padece.


Será que é o momento de solicitar a inclusão de mais esse projeto aos candidatos às eleições deste ano? E, em havendo a promessa, podemos confiar no cumprimento?

Em minha pequena parcela, quero divulgar, promover e solicitar divulgação a todos os amigos. Boas práticas precisam ser enaltecidas! Vamos celebrar e apostar! SAÚDE!
 
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Fontes:
- A reportagem - http://g1.globo.com/jornal-hoje/noticia/2010/08/pesquisadores-reproduzem-orgaos-humanos-para-simulacao-de-cirurgias.html


- O video - http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM1320106-7823-PESQUISADORES+DE+PERNAMBUCO+CONSEGUEM+REPRODUZIR+ORGAOS+HUMANOS+PARA+TREINAR+ESTUDANTES,00.html
 

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MARISE JALOWITZKI é escritora, consultora organizacional e
palestrante internacional, certificada pela IFTDO-USA, pós-graduação
em RH pela FGV-RJ, autora de vários livros organizacionais.
marisejalowitzki@gmail.com
Porto Alegre - RS - Brasil
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segunda-feira, 16 de agosto de 2010

SACOLAS E PILHAS: REDUZA O CONSUMO!!!



SACOLAS E PILHAS: REDUZA O CONSUMO!!!
Marise Jalowitzki

Outro dia estava em uma farmácia de manipulação adquirindo alguns produtos quando, na hora de levá-los, a profissional encaminhou-se para embalar em sacolas plásticas. Mais uma vez, eu agradeci e declarei:

- Não precisa a sacolinha!

Ela arrematou:

- Poucas pessoas pensam como a senhora! Fazem questão de levar a sacolinha! Mais de uma, até!

Conversamos. Mostrei as duas sacolas de pano que levo, dobradinhas, sempre, dentro de minha bolsa. As bolsas femininas são grandes, possuem compartimentos. Fica bastante fácil levar as de pano junto. Falei um tanto do que representa o abusivo consumo de sacolas plásticas e do plástico em geral. Ela já sabia dos animais intoxicados, da adulteração do solo, das águas e do entupimento dos bueiros. Mas declarou:

- Não sei como contribuir. As pessoas exigem. Ficam até irritadas quando entrego os produtos apenas com o saquinho de papel.

Como já conhecia o sistema de pontos por compra, comentei do quanto seria oportuno incentivar a aquisição, primeiramente, de uma sacola de pano própria, com a logo da empresa e, a partir daí, juntar pontos ou, para cada vez que um cliente trouxesse sua sacola, promover descontos, assim como a rede Wal-Mart está fazendo. A moça, que é também a farmacêutica responsável, gostou da idéia e assegurou que irá implementar a prática para breve. Iuupi!

Só neste ano de 2010, a farmácia arcou com uma despesa de 2 mil reais na confecção de sacolas plásticas, disse-me. Nem eu tinha idéia de que os valores eram assim altos. 

Fiquei feliz por a idéia ter sido plantada. Vou acompanhar, com satisfação, para saber o dia em que a sacola de pano será apresentada aos clientes.

Esse estabelecimento, a profissional farmacêutica, está fazendo a SUA PARTE! Quem disse que é preciso esperar leis e sanções para fazer a diferença? 

Agora, pense: quantas mudanças aconteceriam se cada cidadão agisse um pouquinho a cada dia em prol da sustentabilidade? Contra o desperdício? A favor da conscientização?

Em contrapartida, em outra ocasião, quando adquiria alguns produtos em uma pequena loja, comentei com a proprietária que estava entrando em vigor a lei que "obrigava" (que triste este termo) aos fabricantes, representantes e vendedores (atacado e varejo) a receber de volta as pilhas velhas, dando encaminhamento apropriado para que não acabassem em lixões comuns. O que a mulher respondeu?

- Que raiva! Tudo com a gente! Pois aqui não vamos mais vender pilhas, então! Também, dá um lucro "desse tamainho"! Eu que não vou me incomodar! Já 'tô cheia de coisa!

Pois é. Esse dar de ombros é constrangedor! Ao invés de sentir-se uma pessoa capaz de mudar opiniões, hábitos e costumes, uma formadora de opiniões, certas pessoas preferem permanecer no estado alienado, não querendo perceber a gravidade do momento porque passamos enquanto planeta.

Com relação às pilhas, sabe-se do terrível poder tóxico que elas contêm.

As crianças estão demonstrando a conscientização que os adultos já deveriam estar praticando; muitas delas são incentivadas em ações promovidas pelos professores, nas instituições de ensino, mas basta sair às ruas para ver uma pilha aqui, outra ali, rolando pelo chão.


Pouco se fala sobre isso, mas o incentivo à aquisição de pilhas recarregáveis deveria ser bem mais intensificado!

Se você ainda não está destacando suas pilhas usadas do lixo comum, comece a guardar agora! Devolva-as onde as adquiriu. E procure, da próxima vez, comprar pilhas recarregáveis. Elas são mais caras que as comuns, mas, a médio prazo, o investimento rende bem mais. Um recarregador (existem de vários tamanhos) tem uma vida útil bastante longa. Basta deixar na tomada, com as pilhas em seus espaços adequados, e pronto! Em pouco tempo elas estão novinhas outra vez.

FAÇA A SUA PARTE! Divulgue esta idéia! E aja! Pense no legado que você está dando para seus filhos!

MARISE JALOWITZKI é escritora, consultora organizacional e
palestrante internacional, certificada pela IFTDO-USA, pós-graduação
em RH pela FGV-RJ, autora de vários livros organizacionais.
marisejalowitzki@gmail.com
Porto Alegre - RS - Brasil

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