40 anos do incêndio e as histórias sobrenaturais que constam de diversos relatos. Muitos planos de prevenção em prédios aconteceram a partir do sinistro |
As almas do Joelma - O fogo na Boate Kiss - Nossa Relação com as Catástrofes
Por Marise Jalowitzki
01.fevereiro.2014
http://compromissoconsciente.blogspot.com.br/2014/02/as-almas-do-joelma-o-fogo-na-boate-kiss.html
Incrível como nosso cérebro tem a capacidade de deixar tão vívidas as lembranças que impactaram nossas vidas. Deparar-me com esta notícia, dos 40 anos do Joelma, reporta ao dia exato, com as mesmas sensações de perplexidade, dor e compaixão que as grandes catástrofes deixam, durante dias, nas pessoas. Morávamos na Praia da Alegria, em Guaíba e era véspera de meu aniversário. Estava com as 21 melancias já compradas, esperando os amigos no dia seguinte, como de fato aconteceu. Grávida de quase 4 meses (gravidez recém descoberta), os dias eram de alegria, um tanto de susto, de expectativa, de muita, muita esperança. Por ocasião da festinha à beira do lago-rio-estuário (que, à época, estava recém experimentando as primeiras reações pestilentas e poluidoras da indústria norueguesa de celulose que ali se instalara - Borregaard, hoje Riocel), naquele trecho ainda estava tudo limpo e pudemos brincar, nos alegrar e, também, dedicar um minuto de silêncio às vítimas e sobreviventes do terrível acidente.
Assim é a vida!
O que resta fazer em meio a tantos descaminhos? Mais reverência, mais respeito, mais cuidado, mais prevenção. Falo, sim, dos sistemas de prevenção materiais (extintores, saídas de emergência, cuidados no material utilizado e tudo o mais - e, principalmente, fiscalização intermitente), para que se evitem situações desesperadoras como foi, também, o incêndio na ex-boate Kiss e tantos outros lugares.
Mas, falo também da reverência, do cuidado, das lembranças, dos memoriais que precisam ser erguidos em lugares que foram palco de sinistros ou de muito sofrimento. Um resgate à espiritualidade, àquilo que não compreendemos bem, mas que, volta-e-meia, dá sinais de que há forças naturais (ou serão sobrenaturais?) que irrompem do passado e se mostram outra vez, como uma forma aparentemente ainda não entendida de requerer respeito e ações de reconhecimento.
O Mercado Público de Porto Alegre também incendiou em julho pp. e é um lugar também cercado de histórias de violência contra os escravos, em um passado nem tão distante. O que são alguns séculos em relação a história da humanidade? Ali era um espaço de venda de escravos negros, de exposição do "material humano" em uma página bastante triste e perversa que, naqueles tempos, recebeu requintes ainda mais aviltantes.
Onde fora erguido o edifício Joelma também aconteceu, no passado, o comércio escravagista e local de cenas de agressão intensa e continuada, violência e tortura.
Hoje o prédio se chama Praça da Bandeira. O edifício conserva praticamente a mesma arquitetura e dezenas de aparelhos de ar condicionado ainda são os mesmos. O motivo do incêndio, que começou no 12º andar, foi uma pane em um desses aparelhos. |
É meu mais puro sentimento e desejo de que, em tais lugares, conhecidos por haver sido palco de sofrimentos, que se ergam memoriais, que sejam espaços sempre repletos de homenagens, de lembranças saudosas, de paz e orações. Como vem acontecendo em frente à ex-boate Kiss, onde parentes, amigos e pessoas sensíveis constantemente depositam flores, balões brancos, mensagens.
Memoriais dignos, nas dimensões proporcionais a todo o sofrimento do qual o local já foi palco é uma cultura que precisamos incorporar. Muito mais do que "incomodar com lembranças tristes", como alegam alguns, tais locais tem o objetivo de trazer à responsabilidade todas as pessoas e setores que contribuíram, direta ou indiretamente para com o acidente-evento-sinistro, para que se criem sempre melhores leis e se as façam cumprir, com vigilante determinação.
A pressa em "querer esquecer" é a principal razão de tanta impunidade e descaso. Onde uma população está presente, coerente e manifesta sua vontade, as coisas se ajustam, nem que seja pelo interesse eleitoreiro dos governantes.
Agora, quem se importa com o que pensam cidadãos de sentimentos simples? A corrida insana para chegar quase-ninguém-sabe-onde continua! Os milhões de desprovidos ou os que cultivam sua fé continuam com suas orações.
Isto não é crendice, não é medo nem superstição. Isto é lidar com energia condensada.
Só a Paz, sábia e conduzida, suplanta a dor, a tristeza, o sofrimento. E ela é obtida com mais facilidade quando há o reconhecimento, o sentimento de compaixão.
Local onde ocorreu a tragédia da boate Kiss continua interditado. Muitos reivindicam que ele se torne um Memorial e Ponto de Atendimento a Queimados |
do Terra
• • atualizado às 13h56
Cercado de mistérios, terreno do Joelma é considerado amaldiçoado
Uma aura de mistério cerca o local onde fica o edifício Joelma, no centro da cidade de São Paulo. Palco de quase 200 mortes no dia 1º de fevereiro de 1974, o prédio que hoje se chama Edifício Praça da Bandeira foi construído em um terreno marcado por outras mortes em épocas distintas segundo relatos.
Uma das lendas que cercam o local diz que o terreno do Joelma serviu como um “local de castigo” para escravos indisciplinados que trabalhavam na região entre os séculos XVIII e XIX. Negros teriam sido torturados até a morte, gerando a primeira série de mortes no local, considerado por muitos como amaldiçoado.
Crime do poço
Antes de ser comprado por uma grande incorporadora, o terreno do Joelma era ocupado pela casa de Paulo Ferreira de Camargo, um professor de química orgânica da Universidade de São Paulo (USP). Em 1948, ele matou a tiros a mãe e duas irmãs, jogando os corpos em um poço que mandara construir dias antes no quintal da casa.
Antes de ser comprado por uma grande incorporadora, o terreno do Joelma era ocupado pela casa de Paulo Ferreira de Camargo, um professor de química orgânica da Universidade de São Paulo (USP). Em 1948, ele matou a tiros a mãe e duas irmãs, jogando os corpos em um poço que mandara construir dias antes no quintal da casa.
Segundo a versão do professor, seus familiares morreram em um acidente de automóvel durante uma viagem ao Paraná. O relato, porém, não convenceu a polícia, que, ao investigar o caso acabou descobrindo os corpos jogados no poço. Ao perceber que havia sido descoberto, Paulo foi até o banheiro e cometeu suicídio, dando um tiro contra o peito.
Além das mortes de Paulo, da mãe dele e das duas irmãs, o crime do poço ainda deixou uma vítima indireta, já que um dos bombeiros que participaram do resgate dos corpos morreu dias depois por infecção cadavérica, o que aumenta o número de mortes no terreno.
Construção do Joelma
Com 25 andares, sendo dez de garagem, o Joelma foi inaugurado em 1971, no mesmo terreno que ficou conhecido pelo Crime do Poço. Apesar de ser um prédio novo, ele foi consumido em questão de minutos por um incêndio que deixou 191 pessoas mortas e feriu mais de 300 no ano de 1974.
Com 25 andares, sendo dez de garagem, o Joelma foi inaugurado em 1971, no mesmo terreno que ficou conhecido pelo Crime do Poço. Apesar de ser um prédio novo, ele foi consumido em questão de minutos por um incêndio que deixou 191 pessoas mortas e feriu mais de 300 no ano de 1974.
As mortes violentas provocadas pelas chamas logo contribuíram para o surgimento de histórias envolvendo a presença de espíritos inquietos nos corredores do prédio.
Uma das histórias mais famosas, recontada diversas vezes entre os frequentadores do prédio, é a do caso de uma funcionária de um escritório de advocacia que teria ouvido, já tarde da noite, um barulho de porta sendo aberta. Porém, quando ela foi verificar, a porta continuava fechada.
Instantes depois, ela ouviu o mesmo barulho e avistou o vulto de uma mulher passando pela sala de entrada. Quando chegou perto, porém, a funcionária não viu ninguém. Com medo, ela saiu do escritório rapidamente e, ao trancar a porta, viu novamente o vulto de uma mulher ao fundo no corredor. Segundo relatos, a assistente se demitiu, já que seria obrigada a ficar até tarde da noite outras vezes.
Fantasma no estacionamento
Outro relato famoso é o de um suposto entregador que teria avistado um fantasma no estacionamento do edifico. Enquanto esperava seu ajudante retornar ao carro, ele viu uma mulher vestida toda de branco, flutuando em direção ao seu carro.
Outro relato famoso é o de um suposto entregador que teria avistado um fantasma no estacionamento do edifico. Enquanto esperava seu ajudante retornar ao carro, ele viu uma mulher vestida toda de branco, flutuando em direção ao seu carro.
Assustado, o homem disse que saiu do local em direção ao colega de trabalho. Após a entrega, ele foi embora e não voltou mais ao prédio.
Joelma, 23º andar
Em 1979, um filme com o roteiro baseado nas cartas psicografadas por Chico Xavier creditadas à uma das vítimas do Joelma também ganhou contornos sobrenaturais. Durante as filmagens do longa “Joelma, 23º andar”, membros da equipe relataram ruídos misteriosos, refletores caindo sem motivo aparente e até o registro “sobrenatural” em uma fotografia.
A imagem, do momento em que os atores gravavam uma cena crucial, quando as personagens eram atingidas pelas chamas, uma forma transparente também é translúcida. Ninguém soube explicar o que seria aquela “sombra”. Alguns acreditam que seja o espírito de uma mulher que morreu durante o incêndio.
O mistério das 13 almas
O maior mistério envolvendo o incêndio do Joelma, porém, envolve as supostas almas de 13 pessoas que morreram presas no elevador do edifício no dia do incêndio. As vítimas morreram carbonizadas e, devido ao estado dos corpos, não foi possível fazer a identificação, já que não existia teste de DNA na época.
O maior mistério envolvendo o incêndio do Joelma, porém, envolve as supostas almas de 13 pessoas que morreram presas no elevador do edifício no dia do incêndio. As vítimas morreram carbonizadas e, devido ao estado dos corpos, não foi possível fazer a identificação, já que não existia teste de DNA na época.
Os 13 cadáveres foram enterrados lado a lado no Cemitério São Pedro, na Vila Alpina, zona leste da capital, em uma espécie de memorial. Desde então, o local atrai peregrinos que passaram a atribuir supostos milagres às 13 almas do edifício Joelma.
Ao lado das sepulturas, foi construída uma capela em memória às 13 almas. É costume dos visitantes do local deixar copos d’água sobre os túmulos, o que seria uma forma de aliviar o sofrimento daqueles que morreram queimados.
A ritual começou quando frequentadores do cemitério relataram que, em um certo dia, pouco tempo após o incêndio, foram ouvidos gemidos e choros vindo da área das 13 sepulturas. Sabendo da causa das mortes, uma pessoa resolveu derramar água sobre os túmulos, o que teria cessado os gemidos.
No local, existem faixas e placas com agradecimentos por graças alcançadas por intermédio das 13 almas.
Incêndio na ex-Boate Kiss completou um ano dia 27.janeiro
Manter viva a lembrança da tragédia - um ano do incêndio na Boate Kiss, em Santa Maria
Missas, cultos ecumênicos, caminhadas, balões brancos em frente às lojas, vasos com rosas brancas. Tudo para reverenciar os 242 jovens que se foram, tragicamente vitimados pelo incêndio na boate Kiss Foto - Luiza Carneiro G1 |
Por Marise Jalowitzki
25.janeiro.2014http://compromissoconsciente.blogspot.com.br/2014/01/manter-viva-lembranca-da-tragedia-um.html
Nenhum comentário:
Postar um comentário