sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

A mulher que dava luz a coelhos

Experiente no assunto há 30 anos na área de geriatria, John Howard, identificou três tipos de animais diferentes entre as partes entregues pela família, entre eles um gato e uma enguia.

A mulher que dava luz a coelhos

Por Marise Jalowitzki
31.janeiro.2014
http://compromissoconsciente.blogspot.com.br/2014/01/a-mulher-que-dava-luz-coelhos.html



Certas histórias, mais do que causar indignação ou vergonha, dão pena. E mostram o quão longe ainda estamos, enquanto espécie humana, de acessar os verdadeiros valores pelos quais estamos aqui neste planeta. A má distribuição de renda faz com que os desprovidos queiram ter as mesmas regalias que os ricos. Nada mais justo. E, para alguns, isto parece possível através da fama que, presumem eles, lhes trará a fortuna almejada.

É o caso desse relato bizarro e, ao mesmo tempo, bastante triste em seu primarismo. A moça queria ter uma vida melhor e fama. Alguns médicos também encontraram ali uma forma de ficar famosos.

Mas, além do simples relato, quero ir mais além nesta reflexão:

Quando todos se assombram com a divulgação de que, dos 7 bilhões de habitantes terrestres, 1% deles (sim, exatos UM POR CENTO de TODA a população do planeta!) detêm, sozinhos, 50% (CINQUENTA POR CENTO) de toda a riqueza existente, dá para avaliar UM POUCO das desigualdades que assolam determinadas populações, regiões inteiras e mesmo países. Somente quando os mais ricos começarem a pensar no coletivo (o que fica cada vez mais raro!) e os medianos começarem a consumir menos - comprando só o que necessitam, evitando desperdícios e gastos inúteis -  é que poderá acontecer uma mudança de valores, padrões e ética.

ATÉ LÁ, vamos continuar conhecendo histórias bizarras, desesperadas, estúpidas de pessoas que tentaram sair de seu modus vivendi em prol de uma vida melhor. Ou A PERPETUAÇÃO DA MESMICE, como tem acontecido com bilhões, que apenas se curvam ao instituído, trabalhando até a morte por pequenos retornos. Ou, como esperamos, que os POUCOS FAZEDORES DE MUDANÇAS, PESSOAS DO BEM, continuem perseverando em suas ações de conscientização planetária!


http://www.jornalciencia.com/sociedade/comportamento/3472-a-historia-de-mary-toft-a-mulher-que-dava-a-luz-a-coelhos

A história de Mary Toft: A mulher que dava à luz a coelhos





QUI, 30 DE JANEIRO DE 2014 13:56




DE PRISCILA NAYADE

Em 1726, em uma época em que circo de horrores era algo extremamente apreciado pelo povo, um caso estranho apareceu em Londres.
A jovem Mary Toft, de 25 anos, entrou em trabalho de parto. A moça, que trabalhava nos campos ingleses, pediu a uma vizinha, Mary Gill, ajuda para realizar tal processo. A jovem gritava de dor durante o parto, mas depois de muito sofrimento é que apareceu o real problema: o que saiu de Mary Toft não era algo humano.
Desesperada e horrorizada, Mary Gill entrou em contato com a cunhada de Toft, relatando que o resultado do parto havia sido algo extremamente incomum, mais parecido com pedaços de animais mortos em estado de decomposição inicial. Rapidamente, a família da jovem foi atrás de um médico que pudesse esclarecer o caso.
Experiente no assunto há 30 anos na área de geriatria, John Howard, identificou três tipos de animais diferentes entre as partes entregues pela família, entre eles um gato e uma enguia. Apesar da situação inusitada, o médico não desistiu da moça e acompanhou seu estado durante alguns dias. Foi logo após esses dias que Mary apareceu com outra surpresa parindo um coelho e a partir daí começou a acreditar no testemunho da vizinha.
A notícia se espalhou rapidamente pela pequena cidade e Toft acabou ficando famosa pela aberração. Cartas e mais cartas foram enviadas a vários conselhos médicos e a vários profissionais renomados da época, buscando respostas e explicações para o fato ocorrido. Um dos médicos a receber a carta foi Nathaniel St. André, cirurgião do rei George I. Apesar de ser renomado e reconhecido por sua posição ao lado do rei, Nathaniel era conhecido por não seguir muito explicações lógicas e científicas, então, logo foi seduzido pela estranheza nos partos de Mary Toft.


Mary Toft - 1726

Rapidamente, o cirurgião visitou Mary com interesse árduo em investigar o caso. Analisou sua barriga e deduziu que os coelhos estavam se formando na sua trompa de falópio (atualmente, denominada tuba uterina) direita. Seu diagnóstico ficou confirmado quando ele viu com seus próprios olhos a mulher dar à luz ao 15º coelho.
O caso de Mary Toft e seus coelhos virou manchete de jornal, afetando a crença das pessoas e inclusive o comércio da época. As pessoas não conseguiam mais comprar o animal pelo asco que tinham quando ouviam a história. Com a celebridade de Toft, vários comerciantes tiveram grandes prejuízos nas vendas. A essa altura, a população e os médicos começaram a acreditar que se tratava de um caso de “impressão maternal”, uma teoria pseudocientífica bastante popular que circulava na época. Esta teoria afirmava que as emoções e a imaginação da mãe poderiam afetar no desenvolvimento do filho ainda em período de gestante. Por exemplo, se uma mulher tivesse medo de coelhos ou sentisse algo muito forte por eles, isso poderia interferir na formação do feto, fazendo que a mãe realmente parisse coelhos. Essa teoria ainda manteve seu sucesso até meados do século XX.
Não acreditando muito na história, o rei mandou mais um de seus profissionais para checar novamente. Cyriacus Ahlers era um médico bem mais cético, não acreditava na teoria da “impressão maternal” e não foi seduzido tão facilmente pelo boato dos partos de Mary Toft que corriam à solta pela população.
O médico assistiu alguns partos de coelhos da jovem, mas se manteve agarrado às explicações científicas possíveis. Curioso com o caso, o médico tomou algumas providências necessárias para validar ou invalidar a história. Alguns meses depois, a jovem foi levada à força para a capital para ser analisada e teve de ficar trancada vários dias sendo observada intensamente pelos médicos e enfermeiros. Passou por várias dificuldades, como febre e perda da consciência. Entretanto, misteriosamente, Toft não dava mais à luz aos coelhos. Continuando suas pesquisas, Ahlers resolveu dissecar os coelhos que saiam do ventre de Toft e percebeu que eles possuíam feridas oriundas de instrumentos afiados e havia vestígios de feno e milho em suas penugens.
Cerca de um mês depois da internação, Mary foi desmascarada. Um dos porteiros foi flagrado transportando um filhote de coelho para dentro da sala onde Mary estava isolada e ainda afirmou ter sido subornado pela moça para realizar tal serviço. Outras fontes também confirmaram que a família havia feito uma compra razoável de coelhos nos últimos meses. Além de tudo isso, quando o procedimento cirúrgico experimental foi aprovado e os médicos preparavam-se para operá-la, Mary confessou a farsa. Com isso, levou vários médicos à falta de credibilidade, inclusive Nathaniel, que havia dado diagnóstico falso e publicado seu caso em livros.
A verdade é que Mary Toft havia engravidado pouco antes do escândalo, mas o bebê faleceu. Aproveitando o dilatamento oriundo da gravidez ainda presente em seu corpo, a jovem introduziu as partes de diversos animais e forjou o parto. Quando viu que o caso fez sucesso, investiu em manter coelhos consigo e, quando os médicos não estavam olhando, ela colocava os pedaços dentro de si e fingia um parto. Obviamente, esse processo gerou altas rejeições corporais e isso explicaria as altas febres que Mary tinha, inclusive quando foi internada.
A “impostora de coelhos”, como ficou conhecida, realizou essa loucura pela necessidade de sair da miséria que a assolava. Era época de esquisitices e circo de horrores terem fama dentro da população. Toft acreditou que, com seu truque de parir coelhos, ela poderia ganhar algum dinheiro pela fama de aberração humana. Como seu plano não funcionou plenamente, a jovem teve de cumprir uma pena de cinco meses sob a acusação de fraude. Após sair da cadeia, ainda continuou vivendo na pobreza até a sua morte, que aconteceu em 1763.


Tudo na vida tem vários jeitos de ver! Na imagem, você pode encontrar a mulher idosa ou a jovem elegante! Na vida, podemos apenas rir ou desdenhar, ou fazer algo de concreto em prol do comunitário.


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