terça-feira, 14 de outubro de 2014

Rock ensina Física e Astronomia - Black Sabbath, Pink Floyd, Queen, Deep Purple


 Inovar em sala de aula ao invés de excluir e segregar. Metodologia atrativa. Professor utiliza Rock'n'Roll para ensinar alunos. Na sala de aula do Ensino Médio também tem Byrds, Yes e até Mutantes e Novos Baianos e servem de material pedagógico em aulas de astronomia e física moderna






Por Marise Jalowitzki
http://compromissoconsciente.blogspot.com.br/2014/10/rock-ensina-fisica-e-astronomia-black.html


Professor Emerson Gomes finalizou sua tese de doutorado em março deste ano, intitulada Astros do Rock: astronomia e relatividade nas aulas de ciência sob uma perspectiva sociocultural"Na sala de aula, fazemos uma análise do discurso e dos conceitos [de Física] que envolvem o tema tratado na letra da música. Em seguida, contextualizamos a ciência com a história e a política da época" - declara. A relação do professor com o Rock and Roll é antiga. Na adolescência teve banda e trouxe a paixão pelo Heavy Metal até os dias de hoje. Mesclar paixão e conteúdo programático não foi difícil. 


"Eu levo a canção e a letra para que eles acompanhem. Muitos estranham o som, já que a maioria está acostumada com funk e sertanejo universitário. O estranhamento funciona bem para a didática. O aluno fica incomodado com aquilo e acaba se interessando mais. A curiosidade aguça o conhecimento", explica.
M-A-R-A-V-I-L-H-A!!! Vontade de voltar no tempo (física quântica) e retomar as aulas! Daqueles professores, não lembro n-a-d-i-n-h-a!! Agora, com Pink Floyd, Black Sabbath, Queen, David Bowie, duvido que não entenderia!!! Parabéns!

Dos amantes do Rock, quem não "foi fundo" nas letras daquelas canções? Como será melhor entender vetores sob uma ótica assim! Músicas como "Space Truckin", do Deep Purple, "Watcher of Skies", do Genisis, "Space Oditty" (Can you hear me Major Tom?), de David Bowie; "Rocket Man", de Elton John, entre outras, o professor destaca que boa parte das canções das décadas de 1960 e 1970 tratavam, muitas vezes de forma poética, a temática da exploração do espaço. Fã de Rock, o professor doutor declara: 

"Esse período de corrida espacial também foi marcado por um desenvolvimento muito grande das novas tecnologias que, por sua vez, passaram a ser usadas nas próprias produções musicais, como pedais de efeito e sintetizadores". Na sala de aula do 3º ano do Ensino Médio da Escola Estadual Dr. Gaspar Ricardo Junior, em Iperó, interior de São Paulo, também tem Byrds, Yes e até Mutantes e Novos Baianos e servem de material pedagógico em aulas de astronomia e física moderna. 

A tese do professor Emerson foi realizada pelo programa de pós-graduação interunidades, que reune as faculdades de Educação, o Instituto de Física, o de Química e o de Biologia da USP. As bandas dos anos 1960 e 1970 são estudadas com olhares transversais que se cruzam com o universo do Português e da História. 


Sim, a metodologia nas escolas deve mudar, a aprendizagem deve vir acompanhada de curiosidade, motivar a descoberta... e não como vem acontecendo: drogar as crianças e jovens para que "acompanhem" um ritmo de ensino tradicional falido! 

E Emerson Gomes continua: "O estudante não precisa apenas se preparar para o vestibular. A grade curricular do 3º ano me permite utilizar o Rock como material paradidático", afirma o professor. "Bowie e sua música Space Oddity trata a corrida espacial com um tom crítico e de sarcasmo. Outras canções como Astronomy Domine, do Pink Floyd, descrevem corpos celestes".

E mais: Romances, Obras de Arte, Filmes de Ficção Científica também servem de instrumentos na metodologia certeira!




Cursos Formação para Professores

O projeto tomou como inspiração a teoria sociocultural desenvolvida pelo pedagogo e filósofo francês Georges Snyders, que defende (como muitos) que a música aroxima os alunos do conhecimento científico. 

Emerson Gomes ministra eventos que preparam novos profissionais para o uso da atrativa metodologia: "Eu também tenho trabalhado com a formação de professores de Física e dou cursos no qual levo essa metodologia de ensino, que prevê a interface entre a ciência com produtos da cultura pop", detalha Gomes, que diz sempre ter recebido apoio de seus colegas professores e, claro, de seus alunos. "E olha que a maioria deles [alunos] não é muito fã de rock", declara sorrindo.

Seu projeto também chegou a escolas de São Miguel Paulista, zona leste de São Paulo.
"Principalmente quem não é muito fã de exatas acaba gostando mais. Os alunos simulam air guitar e querem conhecer mais da matéria e das bandas", contou.
"O Rock faz um discurso crítico da sociedade e é importante o aluno fazer, na escola, uma análise crítica do mundo. O estudante tem de ter um espaço para dialogar, para sair um pouco daquele ensino hermético do passado. E é isso que eu tento proporcionar", explica.



Mais músicas

Várias pessoas contatam com o professor, sugerindo novas canções para que ele as incorpore ao repertório didático. "Como um telescópio, as canções de Rock usadas nas aulas do professor de Emerson Ferreira Gomes são instrumentos que auxiliam seus alunos a ver mais longe - ou trazer o conhecimento para perto. Aos 35 anos, Gomes é professor de Física da Escola Estadual Gaspar Ricardo Junior, em Iperó-SP. (...) Emerson lembra que a temática de grande parte do repertório da banda canadense Rush aborda assuntos relacionados aos mistérios do espaço. "As canções do Rush ficaram de fora da minha pesquisa, mas não tenho dúvida de que somente as músicas dessa banda renderiam uma tese de doutorado". (Felipe Shikama - Jornal Cruzeiro) 

Pluto do Clare & the reasons é outra.


Outro professor que também defende o uso do Heavy Metal é do Paraná
O professor de história Ramon Dimbarre, de Ponta Grossa, no Paraná, também acredita que o Rock pode ser utilizado como material paradidático em sala de aula. Seu projeto de graduação foi sobre o Heavy Metal.
"O Heavy Metal pode, por exemplo, ajudar o aluno a entender as mudanças ocorridas na Inglaterra na década de 1970. O Black Sabbath em suas canções mostram a insatisfação da sociedade", explicou.
"Consegui levar o Heavy Metal para a sala de aula quando eu era estagiário. Meu sonho agora é colocar meu projeto em prática. Os colégios, principalmente os mais tradicionais, ainda têm muito preconceito com as tribos urbanas como os headbangers ou os punks. Temos de mudar isso".

Concordo integralmente!
Torcendo para que mais e mais professores adotem!!


Fontes: 
http://www.youtube.com/watch?v=FNUPQk1X8w8  
http://www.cruzeirodosul.inf.br/materia/527740/alunos-de-ipero-vao-pra-escola-escutar-rock-and-roll 
Educação - UOL
http://www.universoneo.com.br/portal/institucional/educacao/professor-une-suas-duas-paix%C3%B5es-o-rock-e-f%C3%ADsica-em-suas-aulas 



Mais sobre o tema, neste blog:



 Marise Jalowitzki é educadora, escritora, blogueira e colunista. Palestrante Internacional, certificada pelo IFTDO - Institute of Federations of Training and Development, com sede na Virginia-USA. Especialista em Gestão de Recursos Humanos pela Fundação Getúlio Vargas. Criou e coordenou cursos de Formação de Facilitadores - níveis fundamental e master. Coordenou oficinas em congressos, eventos de desenvolvimento humano em instituições nacionais e internacionais, escolas, empresas, grupos de apoio, instituições hospitalares e religiosas por mais de duas décadas Autora de diversos livros, todos voltados ao desenvolvimento humano saudável. marisejalowitzki@gmail.com 

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