terça-feira, 29 de julho de 2014

SESC segrega menino com hiperatividade e autismo em colonia de férias - Preparação dos recreacionistas responsáveis precisa acontecer

Espero que o SESC tome as providências no sentido de capacitar seus recreacionistas e todos os responsáveis pelas colônias de férias e outros programas! Vou encaminhar este artigo para o SESC daqui. Espero que muitas outras pessoas façam o mesmo em seus municípios. E a todas as outras associações de cuidado social, também! DIFERENTE NÃO É DOENTE!

SESC segrega menino com autismo em colonia de férias - Preparação dos recreacionistas responsáveis precisa acontecer

Por Marise Jalowitzki
29.julho.2014
http://compromissoconsciente.blogspot.com.br/2014/07/sesc-segrega-menino-com-hiperatividade.html


Temos de chamar a atenção da sociedade como um todo, pois se estamos efetivamente preocupados com o bem estar das crianças, isto precisa ser estendido a todas elas!
Especialmente as entidades sociais tidas como referencial histórico, já deveriam ter se mobilizado para realizar esta capacitação! Pra que leis, leis, seminários, congressos, dotação orçamentária para diferentes instituições de cunho social se são elas as primeiras a excluir??

Aconteceu em uma cidade de Pernambuco, mas, com certeza, estende-se a muitos, muitos outros lugares, sem que os pais tenham a quem recorrer, sem que a direção das entidades responsáveis sequer tomem conhecimento de tantos fatos, fazendo com que a situação de estenda indefinidamente, criando sempre mais desconforto e sofrimento a muitas famílias. Mães entristecidas sentem ainda maior o peso da responsabilidade e a pequena criança, com certeza, estará internalizando mais esta exclusão social!

Pedi permissão para a mãe para publicar o ocorrido, mantendo o devido sigilo com relação aos nomes. Ela concordou. "Marise, sim se desejar escrever sobre, pode sim. Prefiro manter meu nome em anonimato, porque não gosto.mesmo da.exposição....mas concordo que situações como.essas precisam deixar de acontecer."

A criança foi segregada por ter autismo, com a alegação de que não estava se adaptando e a entidade não tinha como prestar atendimento diferenciado. A mãe, querendo proporcionar ao pequeno a saudável inserção com crianças de sua idade, igualmente em período de férias, ainda tentou negociar, dizendo que traria a babá para ficar com ele tempo integral. Não adiantou. A resposta foi negativa. O menino sofreu mais uma rejeição. "Não podemos abrir mão para um, senão teremos de abrir espaço para outros!"

"Pois depois conseguiram localizar a mãe do menino" - conta a amiga, "e disseram a ela que como o menino tem autismo, era melhor ela retirá-lo da colônia. Pois a coordenação não tinha , nem podia colocar uma pessoa para tomar conta só dele. A mãe propôs levar a babá...mas eles foram irredutíveis.
Fiquei tão triste e atordoada pela mãe e pela criança. O fato de ter autismo limitou a participação da criança na colônia. Que coisa injusta ! Não custava nada deixarem a babá ficar com ele... Tentar criar um acordo, com um pouco de boa vontade... Não me incomodei pelo engano....mas com a postura contra o menino...
Infelizmente essa é uma realidade presente diariamente na vida de muitas mães de crianças especiais!"

Também eu, amiga e sei que todos os que estão lendo este artigo, sentem a mesma impotência e indignação! 
As coisas precisam sair do papel, as mudanças positivas, as filosofias inclusivas precisam ganhar as ruas, estar nas ações práticas, precisam entrar nos corações de todos!! É a isso que me refiro quando escuto tanto blá-blá-blá de que as coisas já estão mudando! Não nego! Sim, há muita iniciativa boa já, mas nosso país é um continente, com duas realidades e não dá para esperar mais cem anos para que se abranja um novo pensar e sentir social! Temos de divulgar as boas práticas e denunciar as fragilidades do sistema! Temos de exigir melhorias e comover as pessoas que podem, com um pequeno ato, decidir a melhoria e a qualidade de vida de centenas de milhares.

Espero que o SESC tome as providências no sentido de capacitar seus recreacionistas e todos os responsáveis pelas colônias de férias e outros programas!
Vou encaminhar este artigo para o SESC daqui. Espero que muitas outras pessoas façam o mesmo em seus municípios. E a todas as outras associações de cuidado social, também!

Namastê! Deus em Mim Saúda Deus em Ti!

Como adultos responsáveis temos de pensar lugares que possam aceitar todas as crianças! E atividades que incluam os diferentes estilos e características, dotando de acompanhamento as que necessitam (Na imagem, o Happy Ball, grandes bolas de plástico transparentes que dão a sensação de caminhar sobre a água)

Querendo, leia o relato original
O Susto da mãe:
Olá Marise, como vai querida? Vim compartilhar com vc algo que aconteceu essa semana comigo...e me tocou muito. O meu filho está participando de uma colônia de férias essa.semana, numa instituição conhecida...o SESC. Daí, na.segunda-feira, recebo uma ligação da coordenação de lá, me falando que "meu filho" não estava se adaptando, que não aceitava participar das atividades propostas em grupo, que são divididos por idade, e mais , que não queria se alimentar e quase vomitou na hora do almoço....enfim um relato que me pegou de surpresa, eu estava trabalhando, precisei sair as pressas pra tentar controlar a situação. Pois havia pedido para falar com o "meu" menino por telefone, e ao tentar o menino não quis falar, só balbuciava palavras desconectas. Fiquei louca de preocupação e corri lá.
Qual não foi a MINHA SURPRESA, ao chegar lá e dar de cara com meu filho brincando feliz, e quando perguntei sobre tais ocorridos ele disse, não aconteceu nada disso, mãe! Fiquei sem entender nada, até conversar com as.monitoras e a.coordenadora que havia me ligado....
Pois na verdade tudo foi um grande engano....
O que na realidade aconteceu foi, que havia outro menino com igual nome, com mãe com o mesmo nome que o meu, e o menino dela tem AUTISMO, e não conseguia falar correto...acabaram me envolvendo por engano.
Te contei tudo isso, para chegar na parte que me tocou:
Pois depois conseguiram localizar a mãe do menino....e disseram a ela que como o menino tem autismo, era melhor ela retira-lo da colônia. Pois a coordenação não tinha , nem podia colocar uma pessoa para tomar conta só dele. A mãe propôs levar a babá...mas eles foram irredutíveis.
Fiquei tão triste e atordoada pela mãe e pela criança. O fato de ter autismo limitou a participação da criança na colônia. Que coisa injusta ! Não custava nada deixarem a babá ficar com ele... Tentar criar um acordo , com um pouco de boa vontade... Não me incomodei pelo engano....mas com a postura contra o menino...
Infelizmente essa é uma realidade presente diariamente na vida de muitas mães de crianças especiais!"



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 Marise Jalowitzki é educadora, escritora, blogueira e colunista. Palestrante Internacional, certificada pelo IFTDO - Institute of Federations of Training and Development, com sede na Virginia-USA. Especialista em Gestão de Recursos Humanos pela Fundação Getúlio Vargas. Criou e coordenou cursos de Formação de Facilitadores - níveis fundamental e master. Coordenou oficinas em congressos, eventos de desenvolvimento humano em instituições nacionais e internacionais, escolas, empresas, grupos de apoio, instituições hospitalares e religiosas por mais de duas décadas Autora de diversos livros, todos voltados ao desenvolvimento humano saudável.


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