quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Petrobras-RLAM - Resíduo mais volumoso de unidades de craqueamento catalítico vai para co-processamento em indústrias de cimento



Trabalhador equipado prepara blendas de resíduos preparadas para queima em fornos. Trabalhador sem equipamento - como a maioria no Brasil, recebe lesões graves pelo uso do cimento

Petrobras precisa se manifestar sobre as providências tomadas.
O governo precisa dar mais incentivos aos fabricantes de tijolos ecológicos. Consumidores queixam-se de como os valores ainda estão altos em relação ao convencional. Alguém pra se importar com isso? 

Petrobras-RLAM - Resíduo mais volumoso de unidades de craqueamento catalítico vai para co-processamento em indústrias de cimento


Por Marise Jalowitzki
13.dezembro.2012
http://compromissoconsciente.blogspot.com.br/2012/12/petrobras-rlam-residuo-mais-volumoso-de.html

Até o momento não encontramos nenhuma notícia divulgando SE as providências já foram tomadas por parte da Petrobras com relação ao problema exposto. Assim, segue mais um excerto da Dissertação de Mestrado de Wanderley Ferreira da Silva Júnior, da Universidade Federal da Bahia, Faculdade de Medicina da Bahia, programa de pós graduação em Saúde, Ambiente e Trabalho. Wanderley já se manifestou favoravelmente em relação à publicação dos resultados de suas pesquisas, neste blog.


Aumento no teor de compostos cancerígenos

Cabe ressaltar, que a cada ciclo de reutilização há um aumento no teor de compostos cancerígenos no catalisador, a exemplo de metais pesados e coque (Cerqueira et al., 2001).

Os hidrocarbonetos pós-craqueamento são transportados por diferencial de pressão para uma torre de destilação chamada de fracionadora. Nesta torre, haverá a separação das correntes de hidrocarbonetos através das bandejas de fracionamento que possuem retiradas independentes de gasolina, GLP, diesel e óleo decantado (Abadie, 1997).

Os agentes químicos Níquel e Vanádio, que estão presentes nas cargas das unidades de craqueamento, produzem efeitos prejudiciais ao catalisador virgem. Para reduzir a nocividade destes metais ao catalisador os Técnicos de Operação adicionavam manualmente antimônio (Sb2O3) na carga das unidades de craqueamento. Os possíveis danos à saúde provocados pelo contato direto do trabalhador ao Trióxido de Antimônio (Sb2O3), fez com que a Petrobras substituísse este composto químico pelo Pentóxido de Antimônio (Sb2O5). Na maioria das refinarias, este novo composto químico já vem adicionado na composição do catalisador virgem (Cerqueira et al., 2001).

De acordo com Cerqueira e colaboradores (2001), o antimônio tem a característica de ser retido no catalisador, principalmente nos finos de catalisador que são arrastados pela corrente de óleo decantado que sai pelo fundo da torre fracionadora.

Cabe ressaltar que o óleo decantado produzido na refinaria utilizada como caso de estudo é utilizado como óleo combustível em fornos e caldeiras da própria refinaria, se constituindo em um potencial poluente atmosférico.

De acordo com Corradi (2008), o catalisador gasto (E-CAT) de uma URFCC torna-se resíduo e precisa sofrer logística reversa "sic".

Em função da dificuldade em se licenciar aterros industriais para dispor este tipo de resíduo como fim-de-tubo a Petrobras passou a enviar o resíduo mais volumoso de suas unidades de craqueamento catalítico para co-processamento em indústrias de cimento.

O resíduo de catalisador gasto gerado pelas URFCC é potencialmente mais tóxico que o resíduo de catalisadores exaustos descartados pelas Unidades de Craqueamento Catalítico em Leito Fluidizado (UFCC), em função das URFCC processarem cargas mais pesadas, com maiores teores de metais pesados e também pela reutilização de catalisadores gastos (E-CAT) das UFCC, já contaminados com compostos cancerígenos (Cerqueira et al., 2001).
(Salvador, Bahia, 2010).

Como ficam os trabalhadores que lidam diretamente com o cimento produzido, em todo o Brasil, muitos deles ainda sem a devida utilização dos equipamentos preventivos?


Com o aumento das grandes obras, especialmente em função da Copa do Mundo, crescem o desmatamento e a extração de calcário - base para a fabricação do cimento. Tá tudo interligado. O atual modelo econômico é que precisa ser revisto. Na imagem, extração de calcário dolomítico no Paraná.



Cimento - Trabalhadores e gestores precisam ser conscientizados sobre perigos para a saúde



Leia também: http://t.co/xWOGb9o
Empresas privadas que investirem em capacitação tecnológica para reduzir a quantidade de resíduos ou utilizar material reciclado terão vantagens
Construtoras que reciclarem entulho poderão ter benefícios



Cimento contem produtos tóxicos,
altamente prejudiciais à saúde,
especialmente do sistema respiratório



QUEM SE PREOCUPA COM OS TRABALHADORES QUE, CONSTANTEMENTE, ESTÃO EXPOSTOS À POEIRA DO CIMENTO?

31.janeiro.2012
LINK: http://compromissoconsciente.blogspot.com/2012/01/quem-se-preocupa-com-os-trabalhadores.html




Também: 
http://ning.it/pmn8rx

Indústria do Cimento - Fornos de
 cimento usam resíduos perigosos
 
 Indústria do Cimento - Fornos de cimento usam resíduos perigosos como substituto de energia - Coprocessamento








Especificamente: http://compromissoconsciente.blogspot.com.br/2012/07/cimenteira-itaguassu-no-sergipe-recebe.html

Como anda a situação de Nossa
Senhora do Socorro - Sergipe? Tijolo
Ecológico tem de receber incentivos
do governo para produção em larga
escala!  Chega  de  tantos produtos
tóxicos! Indústria do Cimento precisa se adaptar!

,
Ministério da Saúde precisa averiguar - Centro Nacional de Tecnologias Limpas (CNTL) precisa tomar providências.

Cimenteira Itaguassu, no Sergipe, recebe resíduos perigosos da Petrobras



O descarte de catalisador das unidades de craqueamento das Refinarias de petróleo é uma preocupação mundial para a saúde ambiental, considerando se tratar de um resíduo perigoso que contém metais pesados e compostos cancerígenos (BAHIA, 1987; Mariano, 2001; Afonso et al, 2003; Baptista, 2005).

Resíduos tóxicos de petróleo são enviados da RLAM para Cimenteira Agro Industrial Itaguassu em Sergipe para construção de casas populares



E mais sobre o cimento e suas consequências, desde a extração do calcário, na página de links:

Legislações específicas e Convenções Internacionais - Cimento e Petróleo - Desmatamento e Sustentabilidade - Resíduos Tóxicos e Legislação

Cimento e Petróleo - Desmatamento e Sustentabilidade - Resíduos Tóxicos e Legislação

Nessa página você encontra uma relação de links sobre a indústria cimenteira no Brasil, alguns dados sobre o cimento no mundo, as implicações ambientais deste produto, a malha existente com a indústria do petróleo, as hidrelétricas e o material particulado tóxico enviado à atmosfera, solo e água. A legislação e as providências que estão sendo efetuadas para minimizar os impactos ambientais.

Leia, conheça, divulgue!


Marise Jalowitzki
Compromisso Consciente

 



compromissoconsciente@gmail.com
Escritora, Educadora, Ambientalista de coração,
pós-graduação em RH pela FGV,
international speaker pelo IFTDO-EUA

Porto Alegre - RS - Brasil

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