terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Além da sustentabilidade - uma abordagem mais radical

Sustentabilidade vai além do modelo atual de progresso e desenvolvimento, onde grupos competem entre si para continuar no topo das vendas e dos lucros 

Além da sustentabilidade - uma abordagem mais radical


Por Marise Jalowitzki
07.fevereiro.2012
http://compromissoconsciente.blogspot.com/2012/02/alem-da-sustentabilidade-uma-abordagem.html


Uma reportagem realmente boa de se ler! É toda a fala que os 20 milhões de brasileiros que deram seu "Não!" nas urnas, em relação ao modelo vigente de "progresso e desenvolvimento", em 2010. Eu estou apostando nesta proposta!!! Entendo a sustentabilidade sob este prisma: mudar a corrida de "ter de ganhar a qualquer custo" para uma visão mais ampla: agindo assim TODOS podemos ganhar? (Todos, incluindo animais, plantas, rios, ar e solo!)


Quando vejo o desenvolvimento, por exemplo, do petróleo verde (à base de algas) ele não tem nada de inovador em relação ao grito necessário para reverter o cenário destrutivo do planeta. Apenas MUDA o cultivo. Mas, é UM GRUPO que corre atrás DOS SEUS LUCROS! 


Quando acompanho que, sob a égide de reflorestamento, as empresas estão oferecendo CAPIM como forma de plantio para obtenção de biodiesel, recebendo créditos de carbono por isso, consigo ver o quão distante estamos de, sequer, entender o que é floresta, ecossistema, preservação de áreas indígenas, convivência respeitável com a biodiversidade e tudo isso. 


Onde chegaremos, se a coisa não mudar?


Compartilhamento, cooperativismo, esta é a saída positiva!!!



Do Terra
"A Sustentabilidade está rapidamente se tornando parte de debates mainstream, mas há dúvidas sobre sua eficácia para resolver alguns dos problemas globais mais agudos. Tomando a meta do milênio das Nações Unidas de erradicação da fome e da pobreza como um exemplo, a dura verdade é que a sustentabilidade como uma solução foi quase sem nenhum efeito. Isto é ainda mais verdadeiro no caso das mudanças climáticas, como vimos em 2010, em que houve o maior salto de emissões de gases efeito estufa dos últimos anos, superando até os modelos científicos mais pessimistas.


Uma razão é que o discurso da sustentabilidade, muitas vezes, parece condenado a apenas arranhar a superfície. Veja alguns exemplos que evidenciam a discussão:


- O carro elétrico é frequentemente citado como a solução de baixo carbono para o transporte pessoal. No entanto, muitas das cidades do mundo carecem de infra-estrutura para suportar milhares de carros elétricos, mas a indústria raramente faz esta pergunta crucial.


- Reservas de petróleo e gás continuam a ser exploradas em locais de acesso cada vez mais difíceis. A questão é, os investidores e a indústria consideram em seus modelos de risco que seria irresponsável extrair todas essas reservas, se quisermos manter um cenário de mudança climática controlável?


- No Brasil, as conversas sobre sustentabilidade na agropecuária tendem a se concentrar na industrialização desse setor, ao invés de perguntar se no longo prazo fará ou não sentido para o desenvolvimento sustentável a quantidade de carne que se produz atualmente.


Em poucas palavras, na sustentabilidade a questão da mudança sistêmica raramente é levantada, embora todos saibam que o modelo econômico atual certamente não continuará sem mudanças substanciais. A sustentabilidade corporativa está presa nesta contradição e, como se isso não fosse o suficiente, as empresas aplicam estratégias de marketing agressivas em torno do tema, enquanto ficam diluídas as configurações mais profundas dos problemas.


Gostaria de saber se a 'comunidade da sustentabilidade' precisa tomar uma posição mais radical em repensar a sua posição, a partir de uma perspectiva orientada para metas. Quando eu estou sugerindo isso, eu não estou falando do conceito do shared value (valor compartilhado). Em minha opinião, esse conceito é definitivamente um passo a frente, porque a orientação clara das partes interessadas (stakeholders) torna evidente que a sustentabilidade não é apenas um meio para promover as vendas. Mas, a sustentabilidade deve ir além de shared values e incorporar novas abordagens que podem promover mudanças transformadoras com resultados altamente desejáveis, tais como:


- Se as empresas incorporassem a sustentabilidade como parte de sua estratégia de negócio, não haveria qualquer necessidade do 'rótulo sustentabilidade'. Torna-se simplesmente redução de custos, lucratividade, inovação e geração de valor mútuo - em suma, fazendo negócios.


- Para resolver alguns dos problemas mais cruciais do desenvolvimento, estão surgindo formas mais eficazes de direcionamento de recursos financeiros à base. Esses mecanismos de investimento de impacto social estão localizados na fronteira entre desenvolvimento de comunidades, iniciativas privadas e investidores. Fundos especializados em investimento de impacto buscam aplicar em empresas que oferecem produtos e serviços para a população mais pobre ou o foco são empresas diretamente emergentes de atividades da base da pirâmide (business to four billion). Como as abordagens estão ficando mais sofisticadas, temos um forte efeito sobre o desenvolvimento econômico onde é mais necessário.


- Abordagens de negócios 'não materiais' (serviços ou informações virtuais) estão ganhando espaço com avanços em TI, como computação de nuvem ou E-Books, e assim estão prestes a mudar completamente o modo atual de consumo, porque eles virtualizam recursos e, muitas vezes, não necessitam de um meio de suporte físico.


- Nesta linha de pensamento, encontramos as abordagens de compartilhamento. Hoje, a ideia de bens para compartilhar em vez de possuí-los ainda é inimaginável para muitas pessoas, por razões culturais. Mas será que realmente todos precisam de um carro próprio, malas de viagem, entre outros?


Estamos testemunhando a evolução natural de modelos de negócios, às vezes com ideias incrivelmente simples, às vezes com soluções altamente tecnológicas. O benefício e o apelo de ideias como investimentos de impacto ou as abordagens "não materiais" são a inclusão social, juntamente com a diminuição do impacto ambiental. Se isso se tornar predominante, vai finalmente fechar o ciclo pressuposto por John Elkington - o triple bottom line - e, além disso, irá desafiar a raiz do problema da distribuição justa de riqueza e dos recursos naturais cada vez mais escassos.


Martin Studte é consultor da Keyassociados"

http://ning.it/s8YaoN
Comércio de Carbono - Capim Miscanthus Gigante, desenvolvido em Illinois, é oferecido como solução de reflorestamento para obter créditos de carbono





CAPIM É FLORESTA?






Pra ter opinião, tem de conhecer!


Marise Jalowitzki
Compromisso Consciente


Escritora,Educadora, Ambientalista,
Especialista em Desenvolvimento Humano,
Pós-graduação em RH pela FGV,
International Speaker pelo IFTDO-EUA
Porto Alegre - RS - Brasil 

2 comentários:

  1. Sim, Marise,
    acabei de lhe enviar link de um jornal de MT:
    aumento ENORME de confinamento de bois em 2012
    para atender crescente demanda de carne.
    Veja aqui:
    http://www.supersitegood.com/curto/texto.php?mat=2012-05-19
    Beijos e vamos nos unir,
    Eliana Crivellari

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    1. Querida Amiga, estou publicando sobre o tema,CONFINAMENTO DE BOVINOS - com base no link que enviaste, no novo blog - Decrescimento Feliz! 700%!!!
      Há tanto por fazer!!!
      Beijos e Fé! Muito grata!

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