quarta-feira, 8 de abril de 2015

Pais, vocês acreditam em seu filho? Menino, nono ano, não sabe ler nem escrever

Gabriel se formou no ensino médio e entrou na faculdade de teatro neste ano (Foto: Arquivo Pessoal)
No RS, Gabriel Nogueira passou no vestibular em 2012. Hoje cursa Teatro na Universidade Federal de Pelotas e faz planos para o futuro com a namorada.





Por Marise Jalowitzki
08.abril.2015
http://compromissoconsciente.blogspot.com.br/2015/04/pais-voces-acreditam-em-seu-filho.html

"- Os pais e responsáveis querem analisar quais os principais erros de nossa sociedade potencialmente consumista, imediatista e alienada?

- Os pais e responsáveis estão dispostos a questionar muitas das orientações e normas que recebem e sobre as quais tem poder de promover mudanças, seja individual ou coletivamente?" (pág 48 - Livro TDAH Crianças que Desafiam)

A amiga Miriam Camila Rossi Dutra escreveu:


Marise estou preocupada com um fato que me foi relatado: um menino de nono ano com Down que não aprendeu praticamente nada dentro dos conhecimento necessários para estar nesse ano.

Até entendo que seu ritmo é mais lento... A professora que me relatou esse caso está muito angustiada pois vê a dificuldade dele e quer fazer alguma coisa para ajudá-lo, mas não encontrou apoio da coordenação pedagógica!! O que me entristece é saber que pessoas que deveriam fazer algo, não tão nem aí!

A pergunta é: como essa criança chegou ao nono ano ? Não consegue nem ler, não sabe ordenar seu caderno, separando-o em matérias! Ela acha (a professora) que não tem nenhum acompanhamento médico, psicológico ou terapia!!

Gostaria de uma orientação sua!!!


O que respondi:

Síndrome de Down. Apenas um cromossomo de diferença!

Que posso dizer-te, amiga
Caso esta professora se dispuser a "bancar" esta situação realmente angustiante, deverá conversar com a orientadora que se, efetivamente, quiser lavar as mãos, lhe dê (à professora) o endosso para contatar com os pais dessa criança. Esta é uma situação não tão incomum, sabias? 

Parece haver uma conivência velada entre pais, orientadores e professores, em fazer de conta que não enxergam, que não sabem... o que há por detrás disso? esta coisa horrível chamada de "coitadismo"... olham o diferente como um "coitadinho" que, "igual não vai dar nada de produtivo ao mundo, pobrezinho, nasceu assim, então, pelo menos, vamos agir para que sofra o menos possível"! 

Isto é terrível, pois esta criança tem a noção de que estão passando a mão por cima de sua cabeça, condescendência que mais machuca que ajuda. 

O papel dos pais

A incógnita é saber o que os pais, efetivamente, pensam de tudo isso. O que já fizeram em prol do desenvolvimento efetivo do garoto! Porque ele não está mais adiantado em termos de conhecimento e aprendizagem.

Agora, se os pais efetivamente não quiserem arregaçar as mangas, e fazer urgentemente algo prático, ela, como professora, vai conseguir bem pouco! 

Método Kumon

Em um dos posts recentes estamos comentando sobre o método Kumon. Ele pega uma determinada disciplina e avalia. Mesmo que o rapazinho esteja na 9ª série, caso não souber o primordial, por exemplo, em matemática, eles vão buscar lá no fundão, lá nos primeiros anos, e fortalecê-lo a partir daí. 

Seria, pelo menos, um movimento válido, caso os pais tiverem condições de pagar e quiserem promover esta valorização. 
Agora, sendo a escola - pelo que parece - uma escola tradicional - não dá para entender como ele não está em, no mínimo, um acompanhamento terapêutico (psicóloga cognitivo-comportamental, Reiki, um trabalho de coaching...). 

Abrace sua amiga e diga a ela para que faça o que estiver a seu alcance. 

Quem deve tomar este partido são os pais, que precisam, antes de mais nada, acreditar em seu filho! O que ele pode e deve realizar é tentar esta aproximação! 
Bjs e Gratidão!


Pelo fim do preconceito!

Fernanda Honorato é a primeira repórter com Síndrome de Down do Mundo



 Marise Jalowitzki é educadora, escritora, blogueira e colunista. Palestrante Internacional, certificada pelo IFTDO - Institute of Federations of Training and Development, com sede na Virginia-USA. Especialista em Gestão de Recursos Humanos pela Fundação Getúlio Vargas. Criou e coordenou cursos de Formação de Facilitadores - níveis fundamental e master. Coordenou oficinas em congressos, eventos de desenvolvimento humano em instituições nacionais e internacionais, escolas, empresas, grupos de apoio, instituições hospitalares e religiosas por mais de duas décadas Autora de diversos livros, todos voltados ao desenvolvimento humano saudável. marisejalowitzki@gmail.com 

blogs:
www.tdahcriancasquedesafiam.blogspot.com.br


LIVRO TDAH CRIANÇAS QUE DESAFIAM
Informações, esclarecimentos, denúncias, relatos e dicas práticas de como lidar 
Déficit de Atenção e Hiperatividade

KALLIL ASSIS TAVARES PASSOU NO VESTIBULAR DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS. A FACULDADE DE GEOGRAFIA FICA EM JATAÍ, NO INTERIOR DO ESTADO. (2012)

O maior orgulho da família é que ele concorreu de igual para igual, não teve uma correção diferenciada, um procedimento comum para candidatos com necessidade especial.
A família torce para que outros portadores da Síndrome de Down sigam o mesmo caminho. “A gente gostaria que não a imagem do Kallil, mas a situação servisse para contribuir com os outros pais que vivem a mesma situação. Para que eles possam acreditar em seus filhos, investir em seus filhos”, diz Eunice Tavares, mãe de Kallil.
No RS, Gabriel Nogueira também passou no vestibular em 2012. Hoje cursa Teatro na Universidade Federal de Pelotas e faz planos para o futuro com a namorada.
Gabriel se formou no ensino médio e entrou na faculdade de teatro neste ano (Foto: Arquivo Pessoal)
O estudante é faixa preta em Taekwondo (Foto: Arquivo Pessoal)
O estudante é faixa preta em Taewondo

Os professores e os colegas de Gabriel também estão entusiasmados com a convivência. “Ele é muito carismático e espontâneo. O maior desafio é dos próprios professores, já que é uma novidade para todos. Estamos construindo novas formas de relacionamento, de construir o conhecimento”, retrata a coordenadora.







Em outubro.2015

Professora potiguar com Down recebe prêmio nacional de educação

Débora Seabra recebeu o Prêmio Darcy Ribeiro em Brasília.
Ela foi considerada exemplo no desenvolvimento de ações educativas no país.


Débora Seabra nasceu em Natal e tem 32 anos (Foto: Divulgação)Débora Seabra nasceu em Natal e é a primeira a
professora com síndrome de Down do país
(Foto: Divulgação)
A potiguar Débora Seabra, primeira professora com síndrome de Down do país, foi homenageada com o Prêmio Darcy Ribeiro de Educação 2015 em Brasília. O prêmio é promovido pela Comissão de Educação da Câmara dos Deputados, que elege todos os anos três pessoas – físicas ou jurídicas – consideradas exemplos no desenvolvimento de ações educativas no país.
A entrega da homenagem aconteceu na última terça-feira (27). "Eu amo o que eu faço. Amo meus alunos, amo o meu trabalho e também eu gosto muito da minha equipe de trabalho. É importante também para incluir muitas pessoas como eu", disse Débora.
Ela é professora há mais de 10 anos e faz palestras no Brasil e em outros países, como Argentina e Portugal, sobre o combate ao preconceito. Hoje ela trabalha como professora assistente na Escola Doméstica, um colégio particular de Natal. Quando mais nova, Débora sempre estudou em escolas da rede regular de ensino e se formou no curso de magistério, de nível médio, em 2005.
Em 2013, ela lançou o seu primeiro livro, chamado “Débora conta histórias”. A obra traz várias fábulas infantis que se passam na fazenda e têm animais como protagonistas. Embora sejam animais, eles precisam lidar o tempo todo com problemas humanos, especialmente o preconceito e rejeição por serem diferentes.

O nome de Débora foi indicado a concorrer ao prêmio pelo deputado federal Rafael Motta (PROS). “Ela é um orgulho para todos os potiguares e essa é uma justa homenagem por sua competente atuação no setor educacional do Rio Grande do Norte”, contou o deputado. Ao escolher os homenageados, a Comissão de Educação levou em consideração critérios como originalidade ou caráter exemplar das ações educativas desenvolvidas pelos indicados ao prêmio.


Por uma vida sem rótulos!





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