sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Crianças arriscam suas vidas para chegar à escola - Abuso e negligência dos governos


Irresponsabilidade dos pais - Dentro do saco a menina leva o irmão de 5 anos - Educação, um direito de todos
Situações inaceitáveis como estas e a negligência de tantas autoridades em condições de modificar o quadro, faz lembrar aquela rainha que, ao ser interpelada por um de seus signatários sobre o que iria fazer, já que o povo estava se manifestando por não ter pão, respondeu: "Não tem pão? Que comam bolo!"


Crianças arriscam suas vidas para chegar à escola - Abuso e negligência dos governos, irresponsabilidade dos pais

Por Marise Jalowitzki
02.agosto.2013
http://compromissoconsciente.blogspot.com.br/2013/08/criancas-arriscam-suas-vidas-para.html


Aqui no Brasil, uma pesquisa aconteceu pela ONG Todos pela Educação, denunciando que, somente em 2010, 3,8 milhões de alunos, com idade entre 4 e 17 anos, estavam fora da escola no Brasil. A falta de condições, ambiente precário, conteúdos que não são considerados úteis e acesso difícil, causando extremo cansaço, estão entre as principais causas da evasão. Aqui em nosso país, temos muitas situações onde crianças se arriscam para poder chegar à escola, sempre em comunidades carentes, sejam povos indígenas, sejam na aridez do sertão, seja em alguns pontos dos climas mais frios. Especialmente aqueles caminhões abertos, onde as crianças se apinham, sem bancos, sem nenhum cinto. Agora, o que vemos em determinadas situações em outros países é, simplesmente, absurdo.

Considero, sim, um abuso para com os pequenos.
Nem iria escancarar este tema, já conhecido por muitos, quando uma amizade virtual publicou uma imagem das que constam nesta página, comentando como "aventura" e, quando coloquei considerar abuso, respondeu com a seguinte frase:
"Uma coisa que aprendi em comunidades escolares, é que as crianças e os jovens conhecem muito bem o seu território, os seus riscos e melhor que ninguém, viver onde vivem Marise Jalowitzki lembre-se das crianças indígenas, por exemplo entre seu povo. Na simplicidade, pode se encontrar objetivamente, a felicidade."


risking-lives-for-school
Arriscar a vida para ir à aula? é assim que funciona?

Claro que é preciso louvar a resolução dos pequenos em encarar esta situação indigna. Agora, SERÁ QUE ELES ESTARIAM FAZENDO O QUE FAZEM se pudessem opinar e decidir??? 


Maranhão, Brasil
São 12 quilômetros de solavancos por uma estrada empoeirada. Meninos e meninas desafiam o perigo no alto de paus-de-araras para estudar no município de Lago da Pedra.



O mundo está cheio de adultos com graves sequelas emocionais por acatar as ordens impostas na infância. Aí, após ler este comentário, veio-me a necessidade de comentar, pois percebo que esta mania adulta do cidadão confortavelmente sentado frente a um pc, de achar que "acostumar-se" é sinônimo de "gostar" é, igualmente, absurdo! Recordo em minha infância/juventude de uma professora trazendo um poema para todos se emocionar, onde falava do frio (que enregela e mata). E o poema falava de um homem (o poeta) que se deparava com uma casinha humilde onde uma duzia de pequenos se amontoavam em um único "montinho" para se aquecer e fugir do frio. E ele, embevecido, falava em aconchego, enternecido, comparando-os a um ninho de passarinhos. "Que belo quadro!", dizia. Nenhuma alusão a sair daquela situação, nenhuma alusão à intervenção governamental para retirar estas crianças (e tantas outras) do caos social em que viviam/vivem. Quando externei isso na sala, fui duramente criticada (como muitas outras vezes) frente a todos os colegas, por "não saber interpretar o texto".

Agora, passadas décadas, retomo a cena e dedico a todos os que tem as lentes da justiça embaçadas pela pseudo-sensibilidade. Falta de conforto, falta de condições básicas de segurança e tudo o mais é, sim, uma falha social grave!!! Embora a energia das crianças nos brinde com seus maravilhosos sorrisos, ELES TAMBÉM MERECEM UMA VIDA CONFORTÁVEL e bem suprida. Que se mantenham o meio de vida requerido (espaço e natureza, por exemplo, como anseiam os indígenas) mas, em condições de risco, nunca!


Na Rio + 20, os indígenas mais velhos aceitaram dançar e voltaram desolados e tristes após ter um de seus líderes morto por intoxicação. Os jovens, porém, revoltaram-se e, ao sair, viraram alguns dos cenários montados para o espetáculo para "gringo ver". Um deles declarou: "Dão comida deteriorada, dão algumas tendas e colchões em um salão. Dá pra ver que ainda nos consideram selvagens." Ele, queria, sim, ter recebido um quarto de hotel para dormir. Não é isso que pregam a tantos quando colocam uma transmissora-repetidora da Globo em suas aldeias??? E, nós, "brancos" querendo sentir uma bucólica nostalgia... Eita, mundão caótico!!!


Ongs no mundo todo se mobilizam para que pontes e meios de transporte sejam instalados visando a melhoria de condições dos pequenos. Inúmeros acidentes acontecem sem que ganhem as páginas da grande mídia. Veja as fotos.


ARRISCANDO SUAS VIDAS PARA CHEGAR À ESCOLA


Para a maioria dos pais e filhos, atravessar a rua para pegar o ônibus da escola é talvez a parte mais arriscada. 
Mas olhe estes estudantes chineses da aldeia de Genguan. 
Todos os dias, essas crianças caminham ao longo de um caminho precário esculpido na encosta de um penhasco, a caminho para a classe em Bijie, na província sudoeste da China de Guizhou. Escola primária de Banpo está localizado a meio caminho até uma montanha e o caminho para serpenteia pela encosta traiçoeiras passagens e túneis talhados na rocha. 
risking-lives-for-school-21
risking-lives-for-school-22

O caminho coberto de seixos é menor que 0,5 metros de largura, o que significa que as crianças tem que andar de fila única. Este percurso foi criado há 40 anos, como uma vala de irrigação, e embora haja outra rota mais segura, mas isso significa que as crianças tem que gastar duas horas a pé para a escola. Assim, a decisão envolve os adultos. A única garantia para os pais é que o diretor Xu Liangfan acompanha as 49 crianças para a escola. Grande coisa! Se algum deles cai e morre, o que faz o diretor???


risking-lives-for-school-26

Em Sumatra, na Indonésia, cerca de 20 alunos da aldeia de Batu Busuk aldeia usam uma  corda bamba 30 pés acima de um rio que flui para chegar à sua classe em tempo e, em seguida, percorrer mais sete milhas na floresta a sua escola na cidade de Padang. As crianças vem se arriscando nos últimos dois anos desde que a ponte pênsil desabou em chuva pesada.


Em outra aldeia indonésia, Sanghiang Tanjung, crianças que vivem do outro lado do Rio Ciberang, tem que atravessar uma ponte  suspensa quebrada para chegar onde sua escola está localizada. A maior produtora de aço na Indonésia, aço de Krakatau do PT e algumas ONGs prometeram construir uma nova ponte para substituir aquele que foi danificada após enchentes em janeiro de 2012.

Em mais outra aldeia Indonésia, crianças perfazem seu caminho ao longo de um aqueduto que separa a aldeia de Suro da aldeia de Plempungan, em Java. As crianças usam o aqueduto em sua viagem para a escola como um atalho, mesmo que ele não foi feito para o tráfego de pessoas. ONDE ESTÃO OS PAIS E RESPONSÁVEIS QUE PERMITEM QUE ISSO ACONTEÇA???? Mesmo que seja perigoso, os filhos disseram prefiro usá-lo de pé a uma distância de mais de seis quilômetros, declaram os adultos omissos.
.
risking-lives-for-school-20


INDONESIA/
risking-lives-for-school-28
APTOPIX Indonesia Daily Life
risking-lives-for-school-27


risking-lives-for-school-34
risking-lives-for-school-23
risking-lives-for-school-35


Nas Filipinas, alunos do ensino fundamental usam uma 
câmera de pneu inflado para cruzar um rio em seu 
caminho para a escola em uma remota aldeia na província
 de Rizal, leste da capital, Manila.

risking-lives-for-school-29

Os alunos têm que andar pelo menos uma hora por dia e às vezes são forçados a faltar às aulas ou se abrigar em casas de parentes, quando o rio está cheio após fortes chuvas. A Comunidade tem exigido do governo local a colocação de uma ponte de suspensa, a fim de tornar a travessia mais fácil, mais rápido e mais seguro. Até agora, nada.

risking-lives-for-school-30
risking-lives-for-school-31
risking-lives-for-school-32

As crianças Filipinas têm as câmeras de pneus, usados à guisa de boias. Estudantes vietnamitas nem isso. Dezenas de crianças da 1ª a 5ª série do primeiro grau nadam duas vezes por dia eaté chegar à escola na comunidade de Trong Hoa, distrito de Minh Hoa. A fim de manter as roupas e livros secos, os alunos usam sacos de plástico grandes e vedados, atravessando o rio semi nus. Estes sacos plásticos também servem como boias, mantendo-os à tona ao nadar. Ao chegar do outro lado do Rio, vestem suas roupas e vão para a escola. O Rio tem 15 metros de largura e 20 metros de profundidade.

risking-lives-for-school-36

Pontes de gôndola são comuns no país montanhoso do Nepal onde boas estradas são, em suma, demanda. As crianças usam pontes artesanais feitas com tábuas, improvisadas de cordas e polias, sem cintos de segurança e de retenção de dupla segurança. Durante décadas, essa falta de segurança tem causado inúmeros acidentes. Felizmente, várias ONG atualmente estão preocupadas com a construção de pontes seguras e gôndolas para reduzir acidentes.

risking-lives-for-school-33

Na Colômbia,filhos de uma comunidade que vive na floresta tropical, 40 km a sudeste da capital Bogotá, utilizam-se de cabos de aço que conectam um lado do vale ao outro. Esta é a única maneira de chegar a escola. Os cabos de aço de 800 metros de comprimento são amarrados 400m acima do Rio Negro. 


O fotógrafo Otto de Christoph produziu esta incrível foto de Daisy Mora e seu irmão Jamid, fazendo o seu caminho em uma alta velocidade de 50 km por hora. Ela leva o saco contendo o seu irmão, que é muito pequeno - apenas cinco anos - e faz a travessia sozinha em uma polia. Um ramo em forma de um gancho constitui um travão bruto. Toda a viagem leva 60 segundos.Quem vai trabalhar nessas crianças o pavor? Será mesmo que o costume irá apagar tais memórias?

risking-lives-for-school-2

Na China, cerca de 80 crianças em idade escolar que vivem no internato em Pili, tem que embarcam em uma perigosa viagem de 125 milhas através das montanhas de Xinjiang Uighur, ao final do ano letivo. As crianças também precisam percorrer quatro rios congelados, atravessar uma ponte de corrente de 200 metros e quatro pontes de prancha-simples. A viagem demora dois dias.
risking-lives-for-school-1
risking-lives-for-school-3
risking-lives-for-school-4

E aqui está mais uma imagem marcante, capturada pelo fotógrafo Reuter Ammar Awad em 2010. Durante confrontos entre tropas israelenses e palestinos de Shuafat de acampamento de refugiados, perto de Jerusalém, uma menina é vista caminhando devagar em direção de sua escola. O que será que ia na mente desta criança, andando sozinha em meio aos confrontos e toda sorte de violências?. A rua estava repleta de pedras lançadas por manifestantes na direção da tropa israelense, que pode ser vista atrás da garota, com seus escudos de proteção.

risking-lives-for-school-25


Sério. Muito mais do que admiração por esses pequenos, tenho é compaixão pelo que fazem com elas. E muita indignação pela negligência dos adultos!!!

Grata ao Edukavita, e sua original publicação. As adequações formatam a minha visão de mundo.
Fonte consultada e traduzida:  Kids Risking Their Lives to Reach School

sobre a rio + 20
http://compromissoconsciente.blogspot.com.br/2012/06/morte-do-lider-karaja-na-rio-20-e-saga.html

A Morte do Líder Karajá na Rio + 20 e a Saga Indígena



Após a morte do líder Karajá, indígenas cancelaram o show de encerramento na Rio + 20 -  16 etnias abandonam a Kari-Oca

Brasil


Na estrada empoeirada, pau-de-arara vira transporte escolar - Foto: Reprodução / TV Globo
“Tem um monte de ônibus guardado e a gente passando esse sofrimento assim, no meio da poeira”, lamenta a aluna Talia Lisboa Branco.
Sem o transporte escolar, a única alternativa que resta aos alunos é esperar por uma carona. Caso contrário, são sete quilômetros de caminhada e a sensação térmica passa dos 40°C.
“É muito ruim. A gente vem andando e a escola é longe”, conta uma aluna.
Quando aparece carona, começa um desafio para os alunos: a turma disputa lugar na carroceria de um veículo utilitário.
“É um carro para cargas. Ele é projetado só para duas pessoas. Mas estou levando seis, sete crianças”, diz o comerciante João Santos. 
Bom Dia Brasil de 27/11/12; reportagem de Sidney Pereira
Sem pavimentação e escoamento adequado, uma ponte localizada nas imediações da Escola Municipal Cleuzemir Pereira, em Salgueiro, torna-se obstáculo para os alunos da citada unidade escolar, toda vez que chove. Flagrante em fotos enviadas pelo internauta João Rafael para a redação do Blog Alvinho Patriota nesta quarta-feira (07), mostram crianças menores de 10 anos, arriscando a vida para não se sujar na lama da ponte alagada.
Curitiba: Crianças saltam trilhos de trem duas vezes ao dia
Henry Milleo/ Gazeta do Povo / Ao sair da escola, crianças e adolescentes “pulam trem” na Vila Audi, na última quarta-feira. Ritual se repete duas vezes por dia


Amazonas - Barco é a única alternativa
Cenários de uma infância cabocla, de barranco em barranco o dia amanhece e o barco fica lotado.
http://g1.globo.com/Noticias/Brasil/0,,MUL147023-5598,00.html

Murici - Alunos vão em trator, lama, amontoado
http://www.youtube.com/watch?v=Cm_w4tsP9iQ

Indaiatuba - Crianças saem de madrugada
http://www.youtube.com/watch?v=uXY8JcPXqmY

MG - 10 km e evasão escolar
http://www.youtube.com/watch?v=M58a8QTI5-g






Nenhum comentário:

Postar um comentário