quinta-feira, 20 de junho de 2019

Dez Dias no Hospício - Nellie Bly, a precursora do jornalismo investigativo e o retrato de uma dura realidade

Há pessoas que vêm ao mundo para melhorar as condições de muitas outras. Nellie Bly foi uma delas.
(Querendo, assista o filme - link ao final desta página)


Por Marise Jalowitzki
20.junho.2019
https://compromissoconsciente.blogspot.com/2019/06/dez-dias-no-hospicio-nellie-bly.html

Elizabeth Cochran Seaman mais conhecida pelo pseudônimo Nellie Bly, foi uma jornalista estadunidense. Primeira jornalista pioneira nas reportagens investigativas, fingindo insanidades para estudar uma instituição para tratamento de doentes mentais por dentro. Nascida em 5 de maio de 1864 - Nova Iorque, morreu aos 57 anos,  em 27 de janeiro de 1922, vítima de pneumonia. Foi também escritora, inventora, administradora e voluntária em obras de caridade.

Irmã de outros 14 irmãos, Elizabeth perdeu o pai cedo, tendo de ajudar a mãe, o que não a impediu de se tornar jornalista, o que era bastante raro em sua época.

Inicialmente decidiu que seria professora, mas logo teve de abandonar os estudos por falta de dinheiro. 
Em 1885, ao ler uma matéria no jornal "The Pittsburgh Dispatch", que alegava que as mulheres eram boas apenas para cozinhar e cuidar dos filhos, ela, irritada, escreveu uma resposta tão categórica e pontual ao jornal que impressionou tanto o editor, rendendo-lhe trabalho como repórter em tempo integral.
Pela primeira vez na história do jornalismo surgia o jornalismo investigativo, as reportagens que ela fazia eram fruto de uma vivência experienciada na prática. Ela costumava se disfarçar para entrar em locais como fábricas, refúgios e lojas para obter informações concretas das reais condições a que eram submetidas as mulheres.

Uma das revelações que lhe rendeu mais notoriedade foi a partir da sua participação como se fosse uma pessoa com doença mental e adentrar na realidade do hospital psiquiátrico New York City Lunatic Asylum, localizado às margens do East River, entre o Queens e Manhattan, e que, há vários anos, era objeto de boatos sinistros de como as pacientes eram tratadas.

Há 132 anos (1887)

A experiência de Nellie durou ‘apenas’ 10 dias no manicômio, mas foram dolorosamente marcantes, conforme retratado no filme citado a seguir. Quando passados os 10 dias, Nellie foi 'resgatada'. 

Caso isto não tivesse acontecido, ela provavelmente teria permanecido lá para sempre, como as demais, já que o médico que a tratava insistia que ela era louca, apesar de seu comportamento normal.
Sua impressionante e triste vivência tornou-se uma matéria que resultou em investigações, ajuda financeira e muito mais vigilância às casas para doentes mentais. Mais tarde, esta matéria foi transformada em livro "Dez Dias No Hospício".
Atualmente, ainda vivenciamos irregularidades em algumas instituições psiquiátricas, mas é inegável que a ajuda advinda de trabalhos como o de Nellie Bly auxiliam em muito a tornar públicas irregularidades e procurar obter sempre melhores condições aos pacientes psiquiátricos.

Para quem quiser, aí está o filme:

https://www.youtube.com/watch?v=7detrZ6TugE






 Marise Jalowitzki é educadora, escritora, blogueira. Palestrante Internacional, certificada pelo IFTDO - Institute of Federations of Training and Development, com sede na Virginia-USA. Especialista em Gestão de Recursos Humanos pela Fundação Getúlio Vargas. Criou e coordenou cursos de Formação de Facilitadores - níveis fundamental e master. Coordenou oficinas em congressos, eventos de desenvolvimento humano em instituições nacionais e internacionais, escolas, empresas, grupos de apoio, instituições hospitalares e religiosas por mais de duas décadas Autora de diversos livros, todos voltados ao desenvolvimento humano saudável. marisejalowitzki@gmail.com 




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