domingo, 11 de novembro de 2012

Minha quase morte


O Amor sempre transforma, dá Força e Fé!


Minha quase morte

Por Marise Jalowitzki
11.novembro.2012
http://compromissoconsciente.blogspot.com.br/2012/11/minha-quase-morte.html


- Vovó?

A pequena voz me chama e eu olho para o lado direito. Estou com um pé na escada de 3 degraus e, antes de entrar, vislumbro a voz criança que pronuncia o meu “nome” de carinho. Ele está sentado sozinho em um banquinho de madeira, baixinho, próprio para as crianças. Ainda estuda em um ‘prézinho’, como chamavam anteriormente as escolas maternais. Um grande círculo de crianças, mais outro, e outro mais, todos assistem a tv, colocada em algum lugar, à espera que os pais os venham buscar, ao término do período.

Eu sorrio para ele, aceno, sorrio e sigo subindo os dois degraus restantes.

Entro em uma grande estação de metrô e, logo mais, estou atravessando uma avenida. Não percebo que um ônibus T7 se aproxima. Quando o vejo, ele já está muito perto, perto demais para que eu consiga sair para o lado. “-Oh, Meu Deus! Vai ser agora!”, penso. Em um átimo, me atiro ao chão; em menos de um segundo, percebo que as rodas se aproximam e que meu braço direito será decepado. Puxo o braço mais para perto do corpo e percebo que o ônibus parou. As rodas traseiras estão a alguns centímetros de meu corpo e, ainda que o ônibus não parasse, caso ele continuasse assim retinho, eu ficaria ilesa! Mas o ônibus para. Eu ali no meio dele, ali deitada, tendo por infinito a parte debaixo do ônibus, uma grande “lata” meio marrom escura. Ouço a voz das pessoas, assustadas, que tentam ver o que sobrou de mim depois do acidente. Vão se surpreender. Eu estou viva! Enquanto eles providenciam as ações práticas, eu saio, volto alguns passos e ouço novamente:

- Vovó?

Olho para o lado e o pequeno neto, o amado netinho, em seus assustados 2, 3 anos, ainda está sentado no banquinho redondo, sem abas, esperando o término de sua jornada, quando os pais o virão buscar. Todos os demais também ainda esperam. Chego até perto dele, abaixo-me até sua altura, olho ao redor. Sempre ciosa do cumprimento das regras, de não deixar furo para que os outros reclamem, eu não o abraço. Somente pego em sua mãozinha e peço que procure a “tia” para ver se ela deixa eu ficar ali com ele. Ele sorri seu sorriso largo, encantador e sai correndo.

Amor, Alimento para a Alma e Saúde para o Corpo

Acordo de todo este episódio sem susto, quase sem fôlego, neste início de domingo sem sol, com um ventinho brando e fresquinho, depois desses dias tão quentes e abafados.  A manhã se espalha calma, serena, bela e pacífica, entre os verdes alimentados que reguei na noite anterior e que vejo do quarto-perto-do-terraço onde dormimos. Olho para o lado e, na cama próxima, meu neto, agora com 16 anos, dorme. Não espero mais. Vou até ele e dou-lhe um abraço leve, para não acordá-lo. Um abraço imenso, com todo o carinho e gratidão do mundo. Ele se mexe um pouquinho, sem acordar. Barba feita, alguns sinais de minúsculos cortes nas faces já mais amadurecidas, tão plenas de sonhos e esperança! Dou-lhe um beijo suave em uma das faces.

Nunca mais quero esperar para dar um abraço. Nunca mais quero ter de receber “autorização”, para ver se é “permitido”. Posso até querer a permissão para ficar, mas, o abraço, esse quero dar antes, antes de tudo, antes mesmo de pensar se ainda existo ou não.

Ontem, sábado, 23h30min, ele telefonou para ver se podia dormir em minha casa. Claro que sim! Eu o amo. Amo  toda a minha família. São sempre bem vindos.  São sempre queridos. Convivemos amiúde, e, estranho isso do amor: quanto mais convivemos, mais amor cresce!

Claro que sei que muito do “sonho” foi uma transmissão de meu subconsciente, aquele medinho alojado lá no fundo, mesmo que a mente ensine o tempo todo que, quando o tempo de cada um chegar, será o tempo chegado. Não adianta espernear. Ensino-me sempre isso. Todos os dias, para entender a partida dos outros. Para entender o ciclo da vida. Para entender mais as pessoas e a mim.

Terça-feira retomo um exame interno meio complicado, que vai referenciar a necessidade – ou não – de uma nova cirurgia. Espero que não. Quero que a saúde de meu corpo vença. Adoro a vida bem mais simples do que aquela que levam os que sofrem muito. Quem não quer o Riso? A Paz? A Alegria? O Entendimento? O Respeito? A Harmonia? Seja o percentual que for, quero fazer a minha parte para que o melhor seja alcançado, e realizado, sempre!

Amo a Vida, amo os Amores que Deus colocou em meu caminho!

Deixo a todos um convite para que Abracem seus Afetos, Sempre! 


Agora, que já escrevi, vou voltar a dormir.A manhã continua bem fresquinha e ainda nem acordou direito. Nem eu.
À tarde a filha chega e vamos ter uma tarde alegre, com direito a um velho carteado e tudo. Sorvete vegano caseiro, suco gelado orgânico, frutas fresquinhas, bolo de chocolate vegano, nuggets de legumes.

Gratidão, Vida, Deus, por esses Dias Tão Serenos!


Abrace os seus. Quem ama não espera! Quem ama, demonstra!









4 comentários:

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    1. MUITO GRATA pelo carinho, meu querido sobrinho! Que Deus te abençoe sempre! Desejo Felicidades!

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  2. Que crônica linda. Estava procurando outra coisa, quando a encontrei. Parabéns.

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    1. Querida Ana Rosa! Que Deus ilumine sempre teu caminho! Carinhos!

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