segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

COP-16 - Redd+ - Bolívia ameaça denunciar em Haia para cancelar acordo de Cancun


COP-16 - Redd+ - Bolívia ameaça denunciar em Haia para cancelar Acordo de Cancun


Por Marise Jalowitzki
13.dezembro.2010


Uma coisa fica flagrante: A COP-16 falhou! Falhou na base. O pilar das negociações, determina a ONU, são decisões e acordos obtidos por consenso. Quando se fala em obter acordos em consenso, não é acordo por maioria de adesões! Consenso é consenso! É negociar até obter um acordo em que todos concordem. Se alguém disser "Eu não concordo!", nada feito! Deve-se adequar um tratado até que todos, sem exceção, aceitem e assinem. Isto é consenso!


Quando foi apresentada a proposta para adesão ao REDD+ (Redução de Emissão por Desmatamento e Degradação), Bolívia disse: "Eu não concordo!" Muita gente (inclusive no Brasil) despreza as nações "pequenas". Oficialmente declaram a "pouca ou nenhuma expressividade" que as delegações "latinas" tem, especialmente em eventos da envergadura como esse da Cop-16. Agora, como pode alguém "crescer" se não se experimenta? Vítimas de processos avassaladores dos reinados econômicos vigentes, precisam ser levados em conta, apesar das divergências.

A delegação boliviana declarou que o mercado global de carbono estimula o capitalismo.

A presidente da COP-16, a chanceler mexicana Patrícia Espinosa, simplesmente encerrou a posição boliviana com o argumento de que “a regra de consenso não significa unanimidade, nem que uma delegação possa se impor sobre a vontade das outras”. O que não confere com a realidade de consenso.

Tentar aprimorar os termos e idéias, para convencer à adesão, fazia parte das habilidades esperadas o que, infelizmente, não aconteceu.


Apesar do clima tenso, também por outras posições divergentes, especialmente do Japão, todos foram em frente, para obter algum tratado, deixando a Bolívia para trás.

Isso foi um desrespeito para a nação. Um verdadeiro "fica quieto".

Para o chefe da delegação boliviana, Pablo Sólon, “o rompimento de uma regra da ONU gera um precedente funesto”, já que o pilar das Nações Unidas para as negociações, determina que todas as decisões sejam tomadas por consenso.

Assim, Bolívia vai recorrer à Corte Internacional de Justiça em Haia para anular os acordos obtidos na conferência de Cancún.

Se serão ouvidos, ou, se mais uma vez, os acertos primordiais serão ultrapassados, os próximos dias darão a resposta.

Grave.

Marise Jalowitzki
Escritora e consultora organizacional
www.compromissoconsciente.blogspot.com
Porto Alegre - RS - Brasil


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