terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Cancun - Step by step - COP-16 - Passinho por passinho. Avalie você mesmo!



Cancun - Step by step - COP-16 - Passinho por passinho. Avalie você mesmo!


Por Marise Jalowitzki
14.dezembro.2010

OS GANHOS

Os avanços foram miúdos! Terminou a COP-16 e, como já era esperado, os acordos efetivos, pequenos.

Criou-se um Fundo Verde e o REDD+ (Redução de Emissão por Desmatamento e Degradação).

O Fundo Verde - Objetiva uma ajuda monetária para os países em desenvolvimento. Administra o envio de dinheiro pelos países ricos aos mais desprovidos. 
Até o momento, 100 bilhões de dólares devem ser enviados até 2020, além de uma ajuda imediata de 30 bilhões de dólares. Quem já se comprometeu foi a União Européia, o Japão e os Estados Unidos.


O Banco Mundial foi convidado a servir como tesoureiro interino do Fundo Verde Climático por três anos e criou-se um conselho de 24 membros para dirigir o Fundo. Este conselho concede igualdade representativa aos países desenvolvidos e em desenvolvimento, juntamente com representantes dos pequenos Estados insulares, mais ameaçados pelo aquecimento. Isso é legal! Uma atitude de ouvir também os "mais pequenos".


Também, criou-se o Centro de Tecnologia Climática e uma Rede para repassar o conhecimento tecnológico aos países em desenvolvimento, ajudando a estes a  limitar as emissões e se adaptar aos impactos das alterações climáticas.


 De todo, razoável. O maior ganho: O financeiro.

Foi uma forma de contemplar as expectativas de alguns países da África, também o Equador, que reivindicaram recursos para amenizar atrasos históricos em função da exploração estrangeira de seus recursos naturais.

Vamos ver como será administrado, pois é, justamente, aqui, no setor das finanças, que sempre acontecem os maiores desvios!

Assim como em tantas outras situações (veja-se a tragédia no Haiti, por exemplo), dinheiro há, grandes somas são destinadas, mas, como costuma acontecer, a vigilância, o controle,  a supervisão é mínima e a má utilização, inevitavelmente, passa a ser uma triste etiqueta.


PRÓXIMOS PASSOS

Um momento tenso (mas, dadas as circunstâncias, pelo menos, não extinto): Não fechar as portas para o Protocolo de Kyoto. Ao invés de avanços e cumprimento do anteriormente estipulado, o que foi obtido é uma não-total rejeição. "Momento de negociação ruim", disseram as autoridades.

O Protocolo de Kyoto, em sua primeira fase, expira ao final de 2012. Até lá, espera-se que os países desenvolvidos se disponham a discutir uma nova fase de compromissos de redução de emissões. Por enquanto, intenções.

QUAL A AÇÃO EFETIVA? Novas [possíveis] negociações.

Japão liderou a oposição à prolongação do Protocolo, alegando que este é injusto,  já que os dois maiores emissores, Estados Unidos e China, não estão incluídos.

Estados Unidos não assinou o Protocolo e China continua poluindo em larga escala. China, hoje, é o país que mais polui no mundo. Em contrapartida, também é o país que mais investe em desenvolvimento e implementação de energias limpas e sustentáveis. Um processo em paralelo.

Está Japão errado em se opor ao Protocolo de Kyoto?

Alguns empresários de porte, no Japão, já declararam que vão executar voluntariamente a redução de emissões tóxicas, apesar de seu governo não fechar acordo na Conferência.

Agora, é uma forma de pressão, sim, o Japão dizer "não". O que os japoneses alegam: Como firmar compromissos quando os dois maiores emissores se negam a reduzir já?

Marise Jalowitzki
Escritora e Consultora
Porto Alegre - RS - Brasil

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