segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Feedback - Fecha a Porta!

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Feedback - Fecha a Porta!


Por Marise Jalowitzki
27.dezembro.2010

Final de ano é sempre tempo de relembrar os bons feitos e, como aprendizado, também os feitos nem tão bons assim. O aprimoramento só é obtido olhando também para os nossos lados "menos bonitos". Todos, porém, fazem parte de nosso desenvolvimento.

Compartilho um episódio interessante, que muito me ajudou na prática de conseguir melhores resultados na comunicação.

Feedback - retorno, resposta. Feedback é uma das preciosidades do trato interrelacional. Assegurar-se de que o outro entendeu o que transmitimos é prioridade quando se deseja a ampliação do diálogo. Ter um retorno do outro, ainda mais sendo ele positivo, assegura a qualificação da convivência saudável. Nem sempre esse retorno acontece, porém, nos moldes desejados. 

Nos idos do milênio passado, quando iniciei pra valer os trabalhos em grupos organizacionais com o objetivo de melhorar as relações entre participantes de um mesmo grupo, realizávamos programas de 32 horas, distribuídas em 4 encontros de 08 horas cada um.

Eram lideranças de todo estado, pertencentes à empresa brasileira a qual eu estava vinculada à época. Em um desses programas, trabalhei com supervisores operacionais. Estávamos já no 3º encontro, quando me comunicaram que eu teria um supervisor novo, na turma e no cargo, que estaria participando pela primeira vez de encontros grupais na empresa. Tratei de trabalhar sua inclusão no grupo o melhor que pude; ele - oriundo de uma pequena cidade do interior, com uma população predominantemente de ascendência germânica - pareceu bem à vontade, os colegas tratavam-no bem, ele anotava, mas falava pouco. Deixei correr tranquilo; afinal, estava chegando "agora".

Ao meio dia, depois de muitas e enriquecedoras discussões e ajustes com todo o grupo, fomos para o almoço no hotel contratado. Ele, mais outros profissionais, desceram junto comigo, no mesmo elevador, até o restaurante. Quando um colega a seu lado pediu para ele acionar o botãozinho que continha as letras "FP" - significando "Fechar a Porta" - ele exclamou, alegre e satisfeito, sotaque carregado: "Acora, sim, entendi o que sicnifica este tal de "Fitbék"!!! Fecha a porta!!" Alguns riram, eu engoli em seco. Aproveitei aquele momento mesmo para desculpar-me por não ter percebido a necessidade - justa e necessária - de colocá-lo ao par dos termos que, mesmo sendo bastante utilizados por alguns, não o são, necessariamente, para outros!


Perdemos - ele, eu, os demais participantes - uma manhã inteira de maior entendimento.
Ele, para entender o que estava sendo negociado, ficou focado em assimilar o significado da palavra, ao invés de interagir com o conteúdo.

Quantas vezes nos empenhamos na inserção das pessoas ao ambiente e esquecemos de compartilhar também o linguajar. Lição aprendida! De lá para cá, sempre que utilizo um termo que, originariamente, veio de outro idioma, ou mesmo um termo quiçá menos usual, associo logo a tradução ou um sinônimo. Assegura entendimento.

Ocorre da mesma maneira em todas as nossas relações. Dedicar-se para que a outra parte nos entenda é tarefa necessária. De que adianta um belo discurso se ninguém, ou quase ninguém, entende?


compreensão


Que possamos, em 2011, ampliar nossos laços de compreensão!

Marise Jalowitzki
Escritora e cronista
marisej@terra.com.br
Porto Alegre - RS - Brasil
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