Renault Fluence - Ninguém controla mensagens neste país? |
Comercial Renault Fluence - 2011 Brasil - Ninguém controla mensagens neste país?
Por Marise Jalowitzki
09.abril.2011
http://t.co/c52ODEw
Diz respeito ao comercial que a Renault está divulgando sobre o novo modelo de carro, o FLUENCE.
OK. O carro é bonito. A música tambem. Mas, e a mensagem? No velho jargão de "todo brasileiro é louco por carro" (?) mais uma "dissertação" sobre "como não medir a consequência de seus atos".
Estou há dias para dividir esta impressão de uma mensagem, a meu ver, irresponsável.
Esperei para ver se o comercial sairia do ar, se alguém mais havia reclamado mas, ele continua ocupando a telinha.
O cara está em seu carro, falta gasolina, o que o obriga a parar no acostamento. Recebe uma carona em um Fluence, "adoora", vai simulando estar na direção, embevecido.
Chega ao posto, pega o galão com gasolina e volta ao seu carro. Agradece a carona e, ao invés de abastecer,encharca o carro e toca fogo.
Final do comercial: o Fluence em movimento, ao fundo, a explosão.
Até quando "fazer a cabeça" do consumidor, para que adquira os novos modelos, vai estar atrelado a cenas de insensatez?
- O carro queimado tem seguro? Se sim, é crime o que o protagonista do comercial faz, pois vai receber o seguro, tendo forçado o "acidente". OU não vai requerer? (Faz-me rir!)
- A explosão é algo que coloca em risco quem, eventualmente, esteja trafegando nas imediações. Além da poluição ambiental.
- Isso, sem falar em "senso solidário". Um carro assim, sendo doado para uma instituição como, por exemplo, o Instituto do Câncer Infantil, aqui de Porto Alegre, olha QUANTO poderia ajudar no tratamento dessas crianças!
Você pode até achar que, indiretamente, fiz um comercial para a Renault (não recebo nada por isso), pode até ir comprar o carro, mas, please, pense nesta mensagem. Adquirir um carro bacana nada tem a ver com irresponsabilidade.
VAMOS ALARGAR NOSSOS HORIZONTES???
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Marise Jalowitzki Compromisso Consciente |
Escritora, pós-graduação em RH pela FGV,
international speaker pelo IFTDO-EUA
Porto Alegre - RS - Brasil
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Amei sua reflexão e seu blog. As publicidades (especialmente de carro) são um terreno fértil para o estímulo ao consumismo desenfreado e aos atos de irresponsabilidade. Moro em Belo Horizonte e a cidade está cada dia mais parecida com um inferno de tantos carros poluindo o meio ambiente e entupindo as ruas. O pior? Nossos motoristas não têm um pingo de educação e o trânsito parece uma guerra. E enquanto pressionam a buzina por segundos infindáveis tentando se mover, ninguém pensa em lutar por transporte público de qualidade, o que acabaria com os congestionamentos e melhoraria a qualidade do ar e a cor de BH que está cada vez mais cinza.
ResponderExcluirAdorei seu blog e quero te convidar para visitar o meu, que se chama Refletir Cultural (http://refletircultural.blogspot.com/). Trabalho numa linha parecida partindo de aspectos da cultura atual para debater assuntos como Belo Monte, destruição ambiental e o episódio de Realengo. Grande trabalho, Marise.
Marise,
ResponderExcluirEu fiquei chocada com a cena. A princípio não havia entendido. Chegamos a conversar com amigos sobre as propagandas no Brasil. E um deles falou que existe um órgão, parece que a CONAR, que seria responsável pela análise das mesmas. Não nos aprofundamos no assunto, mas, acredito que deveriamos e com urgência verificar o que é veiculado na mídia. O massacre havido na escola municipal do Rio de Janeiro nos força a pensar e agir sobre o tipo de mensagens que é repassada, com o nosso aval, aos nossos jovens.
Abraços
Ana Rosa
Pelo amor de meus filhinhos, será que sou louco, será que só eu achei o comercial incrível, não sei sinceramente como voces podem ser tão paranoicos, ele depois de experimentar o produto anunciado não quer saber do outro, pronto simples, direto.
ResponderExcluirCreio que não leste o artigo, amigo. Não questiono o fato de o rapaz não "querer saber do outro". pronto simples. Afinal, "todo brasileiro é louco por carro". Nos ensinaram isso, não é?
ResponderExcluirA questão é: porque queimar? explodir? Você já ouviu falar em mensagens que gravamos no cérebro? Ele não o fez em pensamento, ele o fez "verdadeiramente" - no comercial.
Uma "explosaozinha não tem nada a ver" não é mesmo?
De qualquer maneira, grata pela contribuição.
Gostei de seu ponto de vista sobre o assunto. Sabe o que eu tentei descobrir vendo o comercial várias vezes, e não consegui? A marca do carro queimado... isso sim, uma propaganda desleal!
ResponderExcluirReinaldo, também me ative a esse ponto. Também não consegui identificar nem placa, nem marca. Mas, por certo, alguém deve conhecer o modelo. Com certeza, uma publicidade infeliz!
ResponderExcluirAbs
Sou um telespectador comum. Gosto de carros e achei exagero queimar o carro antigo para adquirir um novo. Sem falar que fiquei analisando o veículo a ser queimado para ver que marca seria. Este jogo de marketing improcede. Sem contar o que rege a atual situação do planeta, aquecimento global, etc...
ResponderExcluirWillie, fico contente em somar mais um cidadão sensato. Com toda certeza, este jogo de marketing improcede! E todo o demais.
ResponderExcluirEntretanto, o comercial segue rodando! Pelo menos por enquanto, somos vozes no deserto!
A musica é legal, hein hein??
ResponderExcluirJa a mensagem quer mostrar superioridade da marca, como em outros comerciais de carros de outras marcas. VW por exemplo, o comercial é do tipo, sou o melhor....
A música é dez, o cenário, idem. O carro é show. O apelo subliminar de pseudo-superioridade é que falhou. Abs, Juca.
ResponderExcluirJosé Marcio Costa enviou msg por e-mail e autorizou publicação do comentário neste blog:
ResponderExcluir"Prezado colega:
Além de todo o conteúdo que você bem colocou, o condutor do Fluence (na propaganda) cometeu infração gravissíma
(7 pontos) parando o carro na pista, quando as placas dizem "NUNCA PARE NA PISTA". Outro crime é o ambiental.
Além da poluição, quem vai limpar a área e remover o carro incendiado? Será que na França eles também desrespeitam
as regras de educação e civilidade do século XXI ?
Os caras são bons para perfume e champanhe, mas para comercial
de carros ainda são principiantes.
Abraços.
José Marcio Costa"
Concordo e ratifico. A autorização para divulgação no Brasil, falhou também. Conscientização ambiental é preciso.
Abraços e volte sempre.
Para Ana Rosa!
ResponderExcluirQuerida Amiga, somente hoje percebi que não te dei retorno ao comentário "lá em cima". Sorry! Agradeço e ratifico! O CONAR tem desapercebido muitas coisas! Ontem mesmo comentei lá no artigo da verde Luciana Ribeiro (campanha anti-dengue), tbem aí de Brasília, sobre o retorno até ofensivo que o CONAR deu ao apelo do Instituto Alana contra uma campanha da McDonald's. Gostaria de saber a formação dos profissionais que atuam na instituição, formação, filosofias, linha de atuação, essas coisas. Para poder entender! Abraços e votos de Felicidades!
Nunca vi tanta idiotice junta. As pessoas viram ladrões porque assistem novelas ou vemos jornais falando dos políticos? Claro que o marketing da empresa, em poucos segundos, precisa deixar uma mensagem e estimular uma visita para test drive. Coisas piores como um garoto flertando com a mãe do amigo no comercial do KUAT, comerciais de cerveja com inúmeras mulheres semi nuas e ai vai... Nem por isso eu tomo KUAT, associo mulher com cerveja e tive vontade de por fogo no meu carro so pelo comercial.
ResponderExcluirExistem campanhas muito mal feitas onde a vulnerabilidade social é maior: principalmente para jovens (com bebidas) e crianças. Agora de carro sinceramente..... a idéia de superioridade tem a ver com a necessidade de solidificar a marca que deve estar associa a um bom produto.
e tem mais...qualquer pessoa com o minimo de inteligência sabe que a explosão ao fundo, com certeza não usou o carro. Dar carro para hospitais? Por que não cobram do governo os impostos que essas montadora pagam? quase 40% do preço do veículo pe imposto...e não é suficiente?
ResponderExcluirSobre os dois últimos comentários. De "Anônimo".
ResponderExcluirApesar da agressividade de sua primeira frase, respeito seu ponto de vista e ressalto a importância do que trazes em teus dois comentários.
Demonstra que tens acurado senso crítico e também observas a manipulação (subliminar ou explícita) nos comerciais e na mídia em geral.
Há estudos que mostram, sim, o quanto novelas, filmes e propagandas incentivam o uso de certas práticas, incluindo táticas de latrocínio, busca por armas e etc. Os órgãos governamentais e midiáticos não aceitam o resultado dessas pesquisas porque implica em toda uma mudança de atuação deles (tv, rádio, jornais) que se alimentam e subsistem no espalhar tragédias ao invés de cultura.
E que bom que és um cidadão que, apesar dos apelos televisivos e auditivos, não te deixas influenciar. Bom se mais pessoas fossem assim. Seríamos uma nação bem menos manipulada.
Entendi exatamente o que você quis dizer. Mas não posso concordar com essa visão cor de rosa, politicamente correta, esse patrulhamento desmedido. Todos nós vivemos num mundo mercantilista. E, por mais terrível que seja, gostamos disso -- se estamos em vantagem, claro. Não dá pra ficar vendo defeito em tudo, querendo consertar o planeta, pois nunca conseguiremos. Não dá para mandar na vontade das pessoas sem usarmos da violência das ditaduras. E nem dá para fazer conta de tudo o que é desperdiçado -- nos remoendo, achando lugares onde esse "perdularismo" poderia ser bem empregado. Imagine ficar fazendo contas dos carros destruídos em produções nacionais e estrangeiras (o Aston Martin DBS capotado no filme 007 Cassino Royale vale R$ 1.200.000,00 no Brasil)... É pedir para ficar doido sem motivo. Antes ajudar quem precisa, mesmo com pouco, a ficar se desgastando por nada. Pois a semiestatal Renault vai continuar ganhando muito dinheiro. E nem aí para as críticas.
ResponderExcluirLincon
ResponderExcluirGrata pelo comentário.
Na verdade, não vejo oposição entre o que apresento e o que comentas. Na verdade, os dados são complementares.
O "patrulhamento", na verdade, não existe. Existe, sim, uma opinião crítica sobre as coisas e essa é bem pessoal.
Mas, há outras pessoas, também instituições, com esse mesmo olhar, digamos, crítico. E é assim, pegando detalhes para trabalhar no todo, que as coisas mudam.
Particularmente, Lincon, eu estou p-a-s-m-a com o que estou lendo - e descobrindo - sobre, por exemplo, o mundo do cimento. Para mim, até bem pouco tempo, o único cuidado era com os pozinhos que poderiam machucar os pulmões. Nunca pendei que resíduos altamente tóxicos estariam sendo queimados em fornos de cimenteiras e misturados como base de cimento, com probabilidades perigosas de mujltiplicar os casos de câncer.
...
Voltando ao Fluence. É um belo carro. Com certeza, a Renault não está nem aí. Como todas as mega industrias.
Respeito tua visão. O CONAR é um órgão cuja existência é para fazer esse "patrulhamento". Quiseram embargar os "pôneis malditos" que, querendo ou não, não aparecem mais.E esse comercial, eu via como bem mais inocente.
Para alguns, algumas coisas chamam a atenção; para outros, não.
A propósito, por esses dias instituições mundiais estão se reunindo de novo para discutir a questão ambiental. A Convenção de Estocolmo completa 10 anos e os resíduos perigosos estão por aí, ainda em larga escala.
Conceder possibilidades de alargar pensamentos e visões também é uma forma de ajuda.
Abraços e grata pelo seu tempo despendido.
Essa é mais uma daquelas propagandas fúteis que a mídia tenta mostrar como criativa e divertida. E o pior é que muita gente ainda bate palma para uma coisa desse tipo.
ResponderExcluirMas, se pensarmos bem, esse é o reflexo da filosofia do consumismo e do "parecer ser" que é propagada nos dias atuais. Essa substituição da essência pela aparência é tão forte que é aceita como verdade.
Ricardo, quando chegou teu post, meu neto de 12 anos estava a meu lado e leu junto comigo. Ele exclamou: "Bah, meu! Na testa! Disse tudo!"
ResponderExcluirFaço dele as minhas palavras.
Torço para que proliferem mais e mais mentes abertas em nosso país.
Agora há um novo comercial, ridículo, onde um pai se "compara" ao filho adolescente e pergunta: "Quem deve se envergonhar de quem?" -
Inversão total de valores! E, o pior, como dizes: Há sempre quem ache a maior graça!
É da Volks e vou dedicar um pouco de meu tempo para escrever sobre ele.