Ucranianos choram pelos parentes mortos no acidente - presidente russo Dimitri Medvedev aposta em energia nuclear |
Apesar de pedir "verdade", presidente russo Dmitri Medvedev vai desenvolver energia nuclear
Por Marise Jalowitzki
26.abril.2011
http://t.co/9r6GTpy
Todos estão a publicar e republicar o impacto que as palavras do presidente russo causou - referindo-se aos desastres nucleares de Chernobyl e Fukushima - ao pedir dos governos a "verdade" sobre os fatos. "Falar a verdade" é sempre uma frase de efeito, que a população gosta de ouvir. As pessoas "precisam" acreditar, é mais cômodo, dá uma sensação de tranquilidade.
Até quando Leonam Guimarães, assessor especial da presidência da Eletronuclear (Brasil) - braço da Eletrobras, considerou (em março.2011) que: “Ficar brandindo com o fantasma de Chernobyl chega a ser irresponsável e desrespeitoso com os milhões de japoneses que estão hoje procurando seus desaparecidos e chorando seus mortos” os brasileiros 'sossegaram' pois o perigo estava distante!...
Se isso é "sossego"... Acomodação e alienação.
Chernobyl e Fukushima parecem não ter ensinado nada a alguns signatários. Só a Alemanha parece, até agora, estar levando realmente a sério a questão da revisão das usinas. A Austria é aberta e naturalmente contra e exige que os paises vizinhos lhe deem esta "segurança". Não há segurança para ninguém em caso de desastres nucleares. Somos um só planeta. O ar é o mesmo e "se transporta" sem fronteiras. As águas acabam se intercambiando. A terra a tudo absorve. Os alimentos vem da terra. Animais, incluindo-nos, ingerem os frutos da terra. Não há como escapar.
Ucranianos sofrem com as deformidades em seus descendentes, causados pela radiação. |
Energia ou Crime?
Na segunda-feira, véspera dos 25 anos do maior desastre nuclear da história (agora igualado em grau 7 por Fukushima), o presidente da Rússia Dmitri Medvedev condecorou com a ordem da Valentia 16 dos 500 mil liquidadores, os trabalhadores de minas, da construção e reservistas que foram convocados às pressas e sem maiores explicações, em 1986, para "liquidar" com a radioatividade que ainda hoje ameaça Chernobyl.
A cerimônia solene da condecoração teve lugar no Kremlin de Moscou.
Nessa mesma ocasião, Medvedev confirmou a intenção da Rússia de continuar desenvolvendo a exploração da energia nuclear, salientando que as normas de segurança nas centrais nucleares russas são as "mais exigentes no mundo" e devem manter-se "ao mais alto nível".
"Nós não devemos fechar os caminhos de progresso. O átomo pacífico é a fonte de energia mais barata e a mais pura ecologicamente", - declarou Medvedev durante a cerimônia de condecoração dos liquidadores.
Para quem vive a vida limitada após o desastre, só restou ouvir.
Hoje, 26 de abril, Dmitri Medvedev irá visitar Chernobyl. Ele irá se encontrar com os presidentes da Ucrânia, Viktor Ianukovitch, e da Bielorus, Aleksandr Lukachenko, e também com todos os sobreviventes.
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Presidente russo Medvedev condecora sobreviventes liquidadores Foto-Ria Novoski |
O discurso de Medvedev
"A maior lição que a avaria na central atômica de Tchernóbil deu é esta: é preciso dizer verdade à gente. Quaisquer tentativas de camuflar a verdadeira situação, torná-la mais otimista resultam em tragédias humanas.
Em 1986, quando se deu a avaria de Tchernobil, as autoridades deram o respectivo aviso somente alguns dias depois da explosão. Naquele caso elas não tiveram a coragem de reconhecer as consequências do acontecido.
Infelizmente tivemos que pagar o nosso preço por esta atitude irresponsável por parte do Estado e esta é uma lição para o futuro.
É preciso confessar com toda a franqueza que naquele momento ninguém compreendeu o grau do risco pessoal mas vocês e os seus companheiros, certamente não pensavam nisso enquanto estavam na zona de trinta quilômetros, pois compreendiam que as consequências da avaria deviam ser liquidadas o mais rápido possível. E o seu profissionalismo, - o profissionalismo dos que podiam então tomar juntamente com vocês decisões responsáveis nas situações mais graves, - permitiram salvar um grande número de vidas humanas.
O país tirou várias lições da catástrofe de Chernobyl: foram revistos os padrões de segurança na esfera da indústria atômica de geração de energia, - na Rússia eles são agora dos mais rígidos do mundo, - foi registrado um importante progresso nas tecnologias. Pois hoje em dia o átomo pacifico é a fonte mais barata e de um modo geral ecologicamente mais pura de energia."
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Para quem ouviu os videos com declarações ao vivo de liquidadores sobreviventes (publicados também neste blog), sabe bem que
- eles não sabiam da extrema periculosidade a que estavam sujeitos
- vários deles não queriam ficar ali, mas "tinham de ficar" (expressões usadas pelos sobreviventes).
O "reconhecimento" é tão grande que, dos 500 mil trabalhadores envolvidos, ainda hoje, ao condecorar 16 sobreviventes-liquidadores, os nomes deles não saem nos jornais!!!
E assim se escreve a história.
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Fontes:
Voz da Russia -
Brasil
https://conteudoclippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2011/3/15/europa-india-e-russia-revisam-usinas-nucleares-no-brasil-esta-tudo-bem/Equipe da BBC consegue acesso a Chernobyl, 25 anos depoisLink: http://www.bbc.co.uk/portuguese/multimedia/2011/04/110406_chernobyl_25anos_video_fn.shtml
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Leia mais:
LINK: http://t.co/jbksFiU
Detalhes da tragédia que assolou o Japão |
Desastre Nuclear - Japão e Chernobyl nível 7!!!
LINK: http://t.co/jbksFiU
Marise Jalowitzki Compromisso Consciente |
Escritora, pós-graduação em RH pela FGV,
international speaker pelo IFTDO-EUA
international speaker pelo IFTDO-EUA
Porto Alegre - RS - Brasil
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