Conhecer a fabricação, utilização e impactos do cimento é conhecer um tanto mais de nossa própria vida |
Resíduos industriais de natureza diversificada têm sido utilizados em substituição de combustível em fornos rotativos nas fábricas de cimento,visando uma recuperação de recursos ao invés de uma simples operação de destruição desses resíduos. Como isto está acontecendo? Como está sendo feito o controle quanto à emissão de gases?
Cimento – Os Problemas de Sustentabilidade do Cimento
Parte 2
e também:
Confira as diferenças entre os diversos tipos de cimento, e as indicações de uso de cada um
Preços de cimento são tabelados?
Parte 2
e também:
Confira as diferenças entre os diversos tipos de cimento, e as indicações de uso de cada um
Preços de cimento são tabelados?
Por Marise Jalowitzki
31.agosto.2011
http://ning.it/pQBShn
Estas publicações, como citado anteriormente, tem como objetivo trazer ao conhecimento da população um tema bastante importante, que está presente na vida de todos nós e que precisa ser mais discutido.
Sabemos que o cimento não é um produto "natural" e que também os resíduos, a chamada "caliça", são sempre um poluente.
O cimento Portland Composto (CP II) leva esse nome por ser modificado e está em primeiro lugar no consumo brasileiro. Sozinho, ele responde por 69,2% do consumo no Brasil.
Sabemos, também, que há incentivos do governo para as empresas da construção civil que efetuarem a reciclagem de seus produtos (Veja no link: http://t.co/xWOGb9o ).
Reciclar com responsabilidade - e não apenas descartar, misturar ou queimar - é imprescindível para que os níveis de poluição em nosso meio ambiente não apenas estagnem, mas, principalmente, diminuam.
Como se trata de um tema bastante específico, não tenho a pretensão de apresentar composições próprias. Por isso, pesquiso e repasso o que considero importante e interessante. Nesse sentido, toda contribuição positiva é bem vinda. Contatos com compromissoconsciente@gmail.com Muito grata.
O texto a seguir foi retirado da web.
Por Luciane Pimentel Costa Monteiro1
Fernando Benedicto Mainier2
“A construção civil e a fabricação de artefatos de cimento têm sido responsáveis pela produção nacional de cimento, atualmente, com mais de 35 milhões de toneladas.
Muitas plantas foram ampliadas e modernizadas, além de outras instaladas. Isso gerou uma concentração de capital nas jazidas de calcário e fábricas de cimento, tornando relevante o peso dos proprietários e sócios estrangeiros dessas unidades. Acrescido a isso, houve a modernização nos processos de fabricação empregados, redução de custos, principalmente, no que concerne ao combustível utilizado e algum investimento na redução da emissão de particulados (pó), que é a poluição visual observada pela sociedade.
Resíduos industriais de natureza diversificada têm contribuído como fontes de substituição de combustível em fornos rotativos de produção de clínquer das unidades de fabricação de cimento,visando uma recuperação de recursos ao invés de uma simples operação de destruição desses resíduos.
Essa atividade pode ser interessante no momento em que não cause impactos ambientais, não afete as condições de segurança e saúde pública das populações vizinhas, não cause prejuízo aos equipamentos da unidade e finalmente não contamine o clínquer/cimento produzido.
As unidades de cimento estão se confrontando com os problemas de sustentabilidade, ao terem que garantir não somente os suprimentos de matériasprimas e insumos energéticos, como de cumprir normas e padrões.
Na visão crítica, as cimenteiras - brasileiras ou estrangeiras - nem sempre contemplam com abrangência os problemas relacionados à tecnologia, aos trabalhadores da indústria do cimento,aos impactos ambientais decorrentes e,provavelmente, não sofrem fiscalização técnico crítica permanente.”
Luciane Pimentel Costa Monteiro1
Fernando Benedicto Mainier2
1UFF - Departamento de engenharia Química e Petróleo, e-mail: lucianemonteiro@predialnet.com.br
2 UFF - Departamento de Engenharia Química e Petróleo, e-mail: mainier@nitnet.com.br
ENGEVISTA, junho 2008
A queima em fornos nas cimenteiras gera impactos ambientais que a maioria da população desconhece |
Os diversos tipos de cimento, e as indicações de uso de cada um
A versatilidade do cimento brasileiro
O mercado nacional dispõe de 8 opções, que atendem com igual desempenho aos mais variados tipos de obras. O cimento Portland comum (CP I) é referência, por suas características e propriedades, aos 11 tipos básicos de cimento Portland disponíveis no mercado brasileiro. São eles:
1. Cimento Portland Comum (CP I)
a. CP I – Cimento Portland Comum
b. CP I-S – Cimento Portland Comum com Adição
2. Cimento Portland Composto (CP II)
a. CP II-E – Cimento Portland Composto com Escória
b. CP II-Z – Cimento Portland Composto com Pozolana
c. CP II-F – Cimento Portland Composto com Fíler
3. Cimento Portland de Alto-Forno (CP III)
4. Cimento Portland Pozolânico (CP IV)
5. Cimento Portland de Alta Resistência Inicial (CP V-ARI)
6. Cimento Portland Resistente a Sulfatos (RS)
7. Cimento Portland de Baixo Calor de Hidratação (BC)
8. Cimento Portland Branco (CPB)
Esses tipos se diferenciam de acordo com a proporção de clínquer e sulfatos de cálcio, material carbonático e de adições, tais como escórias, pozolanas e calcário, acrescentadas no processo de moagem. Podem diferir também em função de propriedades intrínsecas, como alta resistência inicial, a cor branca etc.
O próprio Cimento Portland Comum (CP I) pode conter adição (CP I-S), neste caso, de 1% a 5% de material pozolânico, escória ou fíler calcário e o restante de clínquer. O Cimento Portland Composto (CP II- E, CP II-Z e CP II-F) tem adições de escória, pozolana e filer, respectivamente, mas em proporções um pouco maiores que no CP I-S. Já o Cimento Portland de Alto-Forno (CP III) e o Cimento Portland Pozolânico (CP IV) contam com proporções maiores de adições: escória, de 35% a 70% (CP III), e pozolana de 15% a 50% (CP IV).
Aplicações dos tipos de cimento
• Cimento Portland Comum (CP I): cimento puro, é menos resistente. Também disponível com adição de calcário ou escória (CP I – S).
• Cimento Portland Composto (CP II): leva esse nome por ser modificado. Responde por 69,2% do consumo no Brasil, e pode ser encontrado com três diferentes adições. O CP II – Z, por exemplo, vem com material pozolânico, o que o torna mais impermeável. É indicado para obras subterrâneas, marítimas e industriais. O CP II – E é adivitivado com escória granulada de alto forno, ideal para estruturas que possam ser atacadas por sulfatos. E o CP II – F leva material carbonático, sendo ótimo para aplicações em geral (argamassas) e também para pré-moldados de concreto.
• Cimento Portland de Alto-forno (CP III): feito com escória da indústria do aço (por isso o nome “alto-forno”), é ecológico, pois a cada tonelada de gusa produzido, há 300 kg de resíduos. Com essa adição, também são poupadas as jazidas de calcário. Se caracteriza por ser menos poroso e mais durável, o que o torna bastante indicado para ficar exposto a agentes agressivos, como esgoto, chuva ácida e poluentes industriais. Ainda que seja tão vantajoso, não é amplamente utilizado por ser pouco resistente às primeiras idades. Isso quer dizer que até 7 ou 10 dias, o CP III tem resistência bem inferior aos outros cimentos. Mas é muito útil quando usado em massas de cimento maiores, como nas fundações.
• Cimento Portland de Alta Resistência Inicial (CP V – ARI): como endurece rapidamente, pede mais cuidado na aplicação, pois gera muito calor e pode trincar se o concreto sofrer um resfriamento. Disponível também na cor canela (Votorantim), pode ser usado em argamassas e peças de concreto, entre outras aplicações.
• Cimento Portland Branco (CPB): tem as mesmas aplicações do cimento cinza, mas se diferencia deste por não levar minério de ferro na fabricação, o que garante sua brancura. Pode ser estrutural (com classes 25, 32 e 40) e não-estrutural.
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CMPA
Combustíveis e matérias-primas alternativos, em geral resíduos ou produtos
secundários de outras indústrias utilizados para substituir combustíveis fósseis
e matérias-primas convencionais nos fornos de clínquer.
Pozolana
Pozolanas são materiais que, embora não sejam cimentícios, eles próprios contêm sílica (e alumina) em forma reativa capaz de se combinar com cal, na presença de água, para formar compostos com propriedades cimentícias. A pozolana natural é composta principalmente de finas partículas avermelhadas de material de origem vulcânica. Tem sido desenvolvida uma pozolana artificial que combina cinzas volantes e escória da purga de caldeiras.
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Preços de cimento são tabelados?
O cimento é considerado uma commodity (produto primário, negociado em todo o mundo, e que pode receber investimentos no mercado de futuros).
Por isso, seus preços são regulados pelas demandas do mercado e o Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (SNIC) não exerce nenhum tipo de controle sobre os valores.
Entre os tipos de cimento mais usados pelo consumidor individual (CP II, CP III e CP IV), os valores variam pouco (...).
“O CP V pode sair mais caro, pois há maior moagem no processo de fabricação”, afirma José Otávio Carvalho, do SNIC. Em relação às variações de preço de um mesmo tipo de cimento, mas de marcas diferentes, a explicação pode estar no transporte: “O frete tem uma influência grande no valor final. E as fábricas às vezes estão mais distantes do centro consumidor”. José Otávio diz ainda que, se as marcas atendem às especificações (ou seja, têm o selo de qualidade), na prática não há diferenças de qualidade entre elas que justifiquem a disparidade de preços.
(continua)
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Fontes:
http://www.abcp.org.br/conteudo/basico-sobre-cimento/tipos/a-versatilidade-do-cimento-brasileiro
http://www.construacerto.com.br/index.php?option=com_content&task=view&id=9&Itemid=54
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Leia também: http://t.co/xWOGb9o
Empresas privadas que investirem em capacitação tecnológica para reduzir a quantidade de resíduos ou utilizar material reciclado terão vantagens |
Construtoras que reciclarem entulho poderão ter benefícios
Marise Jalowitzki Compromisso Consciente |
compromissoconsciente@gmail.com
Escritora, pós-graduação em RH pela FGV,
international speaker pelo IFTDO-EUA
Porto Alegre - RS - Brasil