quarta-feira, 30 de junho de 2010

TORPEDÃO CAMPEÃO E ENCHENTES


TORPEDÃO CAMPEÃO E ENCHENTES
Marise Jalowitzki


"GENTEM, já comprou? Comprou? Parabéns! Compra mais!!! Não comprou? Compra já!" Quem não cansou de ouvir essas irritantes frases torrando a paciência cada vez que se liga a tv em canal aberto? Não são as vuvuzelas que machucam os ouvidos neste tempo de Copa! São Faustão e Cissa Guimarães com seus pulinhos, tentando fazer a cabeça de 190 milhões para comprar 4 reais em torpedos no TORPEDÃO CAMPEÃO!

Não é cultuar a desgraça, mas, CADÊ A SOLIDARIEDADE? Alguém ouviu alguma coisa para ajudar as vítimas das enchentes no nordeste? Os endereços para que os cidadãos enviem auxílio, só "acessando nossa página na internet no g1"! Quanto incentivo! Passou pela cabeça dos donos das operadoras repassar 10% que fosse do montante arrecadado com esta promoção do torpedão campeão para reerguer aquelas famílias? Todas aquelas cidades arrasadas, totalmente destruídas? Crianças e adultos que perderam pais, mães, filhos, resignados, como sempre, com seu coração sem mágoas, apenas confiando em Deus... Só os programas da madrugada, quando os trabalhadores já estão dormindo, trazem notícias e imagens mais detalhadas.

Daqui a alguns dias vamos reiniciar com a campanha Criança Esperança. Aí, a Globo vai passar os dias incitando as pessoas a doar. Claro, dá IBOPE, vai para a UNESCO, dá para ostentar valores e méritos.

Enquanto isso, em Alagoas, DESDE 1988, mais de 200 famílias moram em um antigo presídio, distribuídos entre os escombros de 15 pavilhões!!! Eleição após eleição, os moradores recebem a promessa de que irão receber moradia, promessa que lhes foi assegurada, pela primeira vez, quando tudo perderam nas enchentes, há mais de 20 anos!!
Em Pernambuco, ferrovia que estava há 10 anos sendo reformada (DEZ ANOS EM REFORMA!!!) seria inaugurada por estes dias e acabou arrastada pelas águas.

Lembram daquela vez em que Sarney, então presidente da República tirou os centavos das contas de todos os brasileiros e arrecadou milhões para que o governo pudesse gastar mais um pouquinho? Que ano foi aquilo? A arbitrariedade não tem limites!

Alguém ainda lembra de uma plataforma chamada FOME ZERO?
Já ouviram falar em direito à moradia? Saneamento básico?
VERGONHA NACIONAL!
Vamos furar o solo e extrair petróleo!

Para doações às vítimas de Pernambuco:
Agência: 1836-8
Conta corrente: 100.000-4
Favorecido: CCFBB – SOS – Pernambuco

Para doações às vítimas de Alagoas:
Agência: 3557-2
Conta corrente: 5.241-8
Favorecido: CBM AL Defesa Civil – Alagoas

Fonte: Agência ANABB com informações da Assessoria do BB
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MARISE JALOWITZKI é escritora, consultora organizacional e
palestrante internacional, certificada pela IFTDO-USA, pós-graduação
em RH pela FGV-RJ, autora de vários livros organizacionais.
marisejalowitzki@gmail.com
Porto Alegre - RS - Brasil
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segunda-feira, 28 de junho de 2010

VAMPIROS-GALÃS



VAMPIROS - GALÃS
Marise Jalowitzki

Definitivamente, estamos vivendo um momento inusitado, de mudança de conceitos como nunca. Filmes apresentam personagens míticos em metamorfose e arrastam milhões de adolescentes e jovens que, ávidos por inovações, aceitam sem questionar o perfil apresentado e tentam imitá-lo. Sem reservas, os significados vão se modificando e VAMPIRO e LOBISOMEM vão se encontrar em um duelo que tem um motivo romântico: o amor de uma garota. Nisto, nada mais conservador. Não é uma batalha para exterminar milhares e milhares de "inimigos", como nos corriqueiros temas de filmes, tema, aliás, explorado à exaustão (violência + violência). No filme Eclipse, que estréia no Brasil nesta semana, a batalha é por amor e isso encanta as adolescentes que anseiam pelo amor do galã.

O fantástico sempre andou lado a lado com o concreto. O imaginário ocupa tanto ou mais espaço que o tocável. Assim, qual a realidade? Se milhões de pessoas vivem suas vidas produzindo filmes, livros, shows sobre o que gostariam que fosse; se milhões de pessoas fazem das encenações toda a sua atividade; e se outros tantos milhões obtêm a subsistência e mesmo a riqueza comercializando produtos, seja para a concretização dos eventos, seja para a aquisição de mais outros milhões que assistem, então, o que é o real? Entretenimento preenche um largo espaço de tempo e gera, muitas vezes, "oxigênio" para a alma As pessoas trabalham para poder manter sua sobrevivência e para ter brechas sempre maiores de lazer e diversão. A diversão e o lazer proporcionam saúde. Saúde amplia o palpável, fazendo com que o corpo possa ser e sentir por mais tempo. Assim, tudo é tão questionável.

A atração e sedução dos vampiros tem perpassado os séculos. Hoje, garotas pintam e tatuam os pescoços para simular as mordidas de um suposto vampiro, aderindo, assim, ao fã clube, suspirando pelo vampiro-galã. Moças e rapazes se vestem, penteiam e cultuam hábitos para se assemelhar aos personagens de Crepúsculo, Lua Nova, Eclipse, filmes baseados em best-sellers da literatura contemporânea. Nas exibições da saga, nada de caras horrendas, olhos esbugalhados, bocas gotejando sangue. Não, tudo está envolto por uma bruma de magia e mistério e os super-heróis costumam ser comedidos em seus contatos.

Nos filmes do passado, mesmo com todo o encantamento bipolar (sim, pois, ao mesmo tempo em que seduzia, aterrorizava os espectadores), a mensagem era de "Cuidado, Perigo! Um vampiro está à solta". Além de eternizar a amada na mesma maldição de perpetuidade vampiresca, os vampiros anteriores saiam à caça de outras vítimas, que em nada queriam aderir e "pertencer ao clube". O mais famoso de todos os vampiros, o lendário conde Drácula, chegou a ser noticiado com mais de 300 estacas nas cercanias de seu castelo (onde, na verdade, só esteve em visita), onde mais de 300 pessoas, suas vítimas, estariam espetadas após a ingestão de seu sangue pelo fascínora incontrolável.

Era o desejo e a necessidade de ingerir sangue, tal qual os carnívoros do reino animal que necessitam da carne crua como alimento diário. Agora, é diferente: além de contar com a já tradicional concordância da amada eleita, a maioria dos que pertencem ao grupo apresentam uma evolução: "sabem" de suas diferenças, sabem que chocam os valores da sociedade onde, por vezes, querem se inserir (tanto que frequentam a escola) e, para diminuir as diferenças, estão o tempo todo exercitando o controle para não atacar e obter o sangue in natura. Estão se tornando mais vegetarianos e selecionam a origem de um sangue mais "animal" que humano para sua dieta.

 O que isso ensina?

  • Que, para pertencer a um novo grupo é preciso, em primeiro lugar, tentar ajustar-se às regras estabelecidas por este grupo.

  • Que a lógica (cérebro racional) tem a função de passar informações para as sensações e sentimentos (cérebro emocional) para que a parte mais instintiva (cérebro reptiliano) não tente adonar-se da situação e perpetuar desastrosos modelos antigos de convivência.

Se até vampiros estão se esforçando para conter seus impulsos mais primitivos, quanto mais teremos nós, os que se denominam "normais" (produtos das normas), que introduzir mudanças efetivas em nosso agir cotidiano.

Saindo do campo da ficção e voltando para o lado mais concreto: O que é Vampiro para você? Você acredita em Vampiros? Como é o Vampiro que você concebe?

Em 2007 editei meu livro "Lidando com o Vampirismo nas Relações Interpessoais", algumas pessoas criticaram o título, sugerindo que eu selecionasse alguns textos ótimos (termos usados pelos leitores) e republicasse sob outro título. Entretanto, no Brasil e Portugal, ele (o livro) tem vendido bem e tenho recebido, também, comentários, depoimentos, elogios e pedidos de aconselhamentos.

Igualmente, acompanho muita gente publicando coisas sobre um tema que desconhecem e não falta quem já tenha publicado um "perfil" do vampiro: se você...e se você e..., então, você é vampiro! Gente, não dá para considerar mera alegoria. O assunto é sério. A não ser que seja para se fantasiar lá na festa de Halloween, em final de outubro.

Ainda assim, saúdo o movimento de desmistificação pois, no mínimo, contrapõe várias declarações fantasiosas e até míticas. E, o melhor, desarma os mais recolhidos, que passam a aceitar que somos influenciados e influenciadores, o tempo todo.



 Esta semana marca a estréia brasileira de Eclipse.
Vou dedicar mais espaço para novos comentários e artigos pois, creio, o tema merece.


Abraços a todos!



Link deste post: http://compromissoconsciente.blogspot.com/2010/06/vampiros-galas.html
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MARISE JALOWITZKI é escritora, consultora organizacional e
palestrante internacional, certificada pela IFTDO-USA, pós-graduação
em RH pela FGV-RJ, autora de vários livros organizacionais.
marisejalowitzki@gmail.com
Porto Alegre - RS - Brasil
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terça-feira, 22 de junho de 2010

UM POUCO SOBRE A HIPOCRISIA SOCIAL



UM POUCO SOBRE A HIPOCRISIA SOCIAL
Marise Jalowitzki 


22.junho.2010
http://compromissoconsciente.blogspot.com/2010/06/um-pouco-sobre-hipocrisia-social.html


Em outro site publiquei um artigo que leva como título PEDOFILIA - CASTRAÇÃO QUÍMICA - O QUE VOCÊ OPINA? cujo link é: http://www.via6.com/topico.php?cid=9760&tid=458040&pg=1 - Lá, alguns amigos interagem na discussão desse tema, que tem merecido divulgação na mídia, pelo menos enquanto há um fato "novo". Depois, cai no esquecimento, sem que uma campanha efetiva de conscientização seja levada a efeito.


No artigo mencionado, encerro o comentário mais atual com a seguinte pergunta: "Se é sabido que o maior número de estupros e abusos acontecem no seio familiar, onde estão os programas para ministrar palestras elucidativas e sistemáticas nos centros comunitários, das igrejas/religiões? Onde a divulgação permanente do Disque Abuso- Disque 100??" Isso é o mínimo para fazer em termos de prevenção!



Para mim, o meu maior desafio é motivar-me para continuar escrevendo, qual pequena gota em bico de pássaro para apagar um incêndio. Faz MUITO tempo que percebi o quanto a sociedade é hipócrita e alienada, o quanto, na atualidade, muitas ongs ganham recursos para atividades de fachada, o quanto um largo segmento da mídia utiliza fatos que poderiam servir para educar e auxiliar na evolução humana e, ao invés disso, apenas utiliza as informações para, com sensacionalismo voraz, angariar audiência, mesmo que à custa de expor pessoas.


Em 1985 (!!!) publiquei meu primeiro livreto que se chamava DROGA DE VIDA, VIDA DE DROGA! Nele, além de alguns aconselhamentos de vida afetiva saudável, fiz um resumo de um livro do Dr. Rottmann intitulado "Salvar o Filho Drogado". Havia o nome das drogas mais pesadas da época, além de uma listagem com os efeitos colaterais dos medicamentos controlados e os perigos das super dosagens e interações medicamentosas. Era meu intento esclarecer meus colegas de empresa, que eram pais, assim como eu, de crianças e adolescentes, além de elucidar aos eventuais usuários para que soubessem em que terreno estavam pisando e quais as consequências que iriam sofrer, física, psíquica e socialmente.


Por decisão do gerente de recursos humanos, foram editados 300 exemplares do livreto e uma proposta para iniciar um ciclo de palestras, em caráter preventivo, em todo o RS, foi encaminhada à direção geral. Nunca foram proferidas as palestras, seja pelo serviço de assistência social, seja pela área de psicologia (mesmo que os profissionais envolvidos se mostrassem interessados) nem quando apresentei um programa embasado e pertinente que a Cruz Vermelha ministrava e que também divulgava através de palestras.

Um jornalista e político importante que tinha um programa altamente denunciativo na tv, todos os dias, batia fortemente na mesa, ao encerrar seu programa diário, estava anunciando a divulgação de uma lista de parlamentares envolvidos em corrupção e tráfico. Foi assassinado na porta de sua casa e a culpa ficou por conta de um marido eventualmente traído pelo jornalista; os pudicos também ocuparam as páginas dos jornais para falar contra a sua suposta prática homossexual e todos "acharam por bem encerrar o assunto por aí".

Na área empresarial a qual eu pertencia, insisti para que as palestras acontecessem. Naquele tempo eu dirigia uma seção que processava os formulários gerados no setor de expedição e sempre que se fazia necessário checar informações, eu descia para o local - geralmente diuturnamente, por vezes, também à noite. E percebia o quanto alguns trabalhadores estavam com os olhos vidrados, o riso alucinado escancarado, ou as reações de agressividade demasiada. Cheguei no diretor da área e solicitei novamente a liberação para que as palestras acontecessem.


- Não precisamos disso aqui! - disse-me ele. - Não temos isso aqui!


Quando afirmei que eu conhecia alguns casos, respondeu, imediatamente:


- Então, me dá os nomes!


- Para que? - perguntei. - Para que sejam sumariamente demitidos?


Não preciso dizer que nada foi feito no sentido da prevenção.


Quando estava finalizando o livreto, era uma sexta-feira. Sérgio Chapelin estava apresentando o Globo Repórter... sobre drogas. Encerrou o programa (em 1985!) anunciando que estava entrando no Brasil a mais devastadora das drogas, o crack. Dava detalhes de como desenvolvia compulsão e de como iria se alastrar, caso as autoridades não envidassem esforços imediatos para coibir o fabrico e consumo. Mostrou como seria fácil obtê-la, pelo baixo custo e a facilidade em confeccioná-la em casa, no forno do fogão doméstico.

O que se fez? Qual o programa preventivo? Quais as providências?


Agora, 2010, vinte e cinco anos após (!!), quando os índices de consumo são alarmantes, quando vidas e vidas continuam a ser ceifadas, aglomeram-se programas e ongs para "salvar seu filho do crack"! O tema já virou até plataforma eleitoral, em nível nacional e estadual!!! Gente, para a nave que eu quero descer!


O que fiz, lá em 1985? O gestor de rh devolveu-me os livretos, eu contatei com os professores do ensino fundamental, primeiramente onde minha filha estudava e acertei alguns horários onde eu mesma fui dar as palestras. Tinha uma certificação do conselho estadual e da Cruz Vermelha e passei as informações a que tive acesso. Olhos bem abertos, atenção total voltada para o que estava sendo trazido, os adolescentes de então acataram com todo o interesse. Alguns, assustados, procuravam-me ao final das palestras, perguntando: "Professora, a gente foi em uma festinha de um amigo nosso na semana passada e lá cheiramos acetona! Será que a gente pode ficar viciado?"  Quem está lendo, agora, este artigo, pode rir. Parece bucólico, não é mesmo? Com tudo o que se vê nos dias atuais, uma perguntinha assim inocente... É, mas era assim! O que eu mais enfatizava era o cuidado com o seu cérebro, que ficassem donos de suas idéias, donos de suas mentes, para não se tornar massa de manobra, facilmente manipulados. Que se mantivessem "na sua" e desenvolvessem crenças próprias, para viver as SUAS verdades. Tenho certeza que muitos deles aproveitaram a mensagem!


Abraços a todos!
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MARISE JALOWITZKI é escritora, consultora organizacional, poetisa e palestrante internacional, certificada pela IFTDO-USA, pós-graduação em RH pela FGV-RJ, autora de vários livros organizacionais
Porto Alegre - RS - Brasil
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Mais sobre o tema:

Crack - links para artigos sobre o tema
e Campanhas


Crack, Epidemia, 25 anos depois - Link de artigos e Campanhas - Hipocrisia Social 

domingo, 20 de junho de 2010

COMO "FUNCIONAM" OS HEMISFÉRIOS CEREBRAIS DURANTE A APLICAÇÃO DE DINÂMICAS DE GRUPO



COMO "FUNCIONAM" OS HEMISFÉRIOS CEREBRAIS DURANTE A APLICAÇÃO DE DINÂMICAS DE GRUPO
Marise Jalowitzki


Trabalhar com os termos "hemisfério esquerdo" e "hemisfério direito" é uma forma didática de obter melhor assimilação do que seja reação lógica (aprendida) e reação instintivo-intuitiva, que é a chamada inteligência emocional.


Embora o termo esteja já bastante divulgado é sempre importante avivar conceitos e significados.


Nosso cérebro possui três "camadas", como se pudéssemos classificá-las como sendo "três cérebros".


O mais instintivo de todos é o "cérebro réptil", onde estão os comandos que nos permitem manter a coluna vertebral ereta e onde estão armazenados todos os códigos genéticos desde o "big-bang". É um arquivo. Pouco ou quase nada conhecido. Geralmente chamado de id ou inconsciente.

"Recobrindo" essa camada está o "cérebro emocional", onde, naturalmente, o "arquivo" direciona ações que tomam por base os sentimentos e emoções. Quanto menos conhecimento o indivíduo tem de suas emoções e sentimentos, tanto mais reagirá "sob instinto", ou seja, pelo "comando do arquivo".

A camada mais externa, a "capa maior", chamamos de "cérebro racional" ou lógico, onde estão as coisas aprendidas, as crenças e os valores herdados.

Quanto mais conhecemos a nós mesmos, aos nossos semelhantes e ao meio ao qual estamos inseridos, mais condições temos de enviar mensagens ao nosso cérebro emocional.


Com o decorrer do tempo, podemos ficar mais ou menos felizes ou infelizes. Vai depender de como assimilamos todas essas mensagens:
Recebendo, analisando e elegendo as que nos parecem mais convenientes e confortáveis = mais felizes;
Recebendo, sem analisar muito e tentando, de qualquer forma, adequar-se aos padrões exigidos = menos felizes (infelizes)

A Inteligência emocional (*) nos permite tomar consciência de nossas emoções e, através de desenvolvimento constante, compreender os sentimentos dos demais, tolerar as pressões e frustrações da vida cotidiana, desenvolver nossa capacidade de trabalhar em equipe e adotar uma atitude empática e social, o que nos proporcionará maiores possibilidades de evolução pessoal e profissional.

As emoções são impulsos para a ação, e se constituem em tendências biológicas, que diferem de indivíduo para indivíduo, já que são moldadas de acordo com as experiências do passado de cada um e a educação que cada um recebeu.

É essa história pessoal e social que guia nossas decisões, trabalhando em parceria com a mente racional, impedindo ou possibilitando a tomada de uma ou outra decisão.

Do mesmo modo que o painel do carro, ao acender, indica que subiu a temperatura ou há pouco combustível, também as emoções emitem um sinal de que a coisa está se modificando. Cada emoção possui uma "luz" específica e indica uma situação ou desafio a resolver. Quanto mais equilibrado o indivíduo, mais ele poderá captar qual o problema específico que desencadeia determinada emoção e qual o melhor caminho para resolver este problema detectado.

Exemplo: "Fico irritado quando sou contrariado".
"irritado" = emoção
"contrariado" = a reação, o problema, a situação, a circunstância.
Então, o problema não está em estar "contrariado" e, sim, identificar o que deixou irritado.

Qual o melhor caminho para obter maior equilíbrio emocional?
Trabalhar-se internamente
- para controlar a irritabilidade, pensando na necessidade e conveniência de manter-se em maior serenidade
- exercitar-se para ouvir as razões do outro
- procurar sair do estado de irritabilidade antes de estourar, ainda que tenha de sair do próprio ambiente físico em que se encontra (saída estratégica: ir ao banheiro, beber água, buscar algum papel "esquecido", etc.)
- colocar alguém para conversar com determinada pessoa em seu lugar, etc.

"As pessoas com habilidades emocionais bem desenvolvidas possuem mais probabilidades de sentir-se satisfeitas e de ser eficazes em sua vida, dominando hábitos mentais que favoreçam sua própria produtividade." (Daniel Goleman)


DINÂMICA DE APLICAÇÃO DOS HEMISFÉRIOS CEREBRAIS(**)

Ao iniciar um programa de desenvolvimento, é interessante colocar o resultado dos estudos de Roger Sperry, prêmio Nobel de 1981, que conseguiu comprovar a lateralização dos hemisférios cerebrais. Vários estudos já se seguiram após essa comprovação científica.

Os dados de "esquerdo" e "direito" parecem ser ainda os mais efetivos para assimilação de um público mais leigo. Para quem já ouviu esse relato, situa o contexto em que se vai trabalhar.

Para os que nunca ouviram (ou ouviram e esqueceram), fica mais fácil assimilar que a abordagem lúdica dos jogos se respalda na maior ativação do hemisfério direito (até por ser o mais negligenciado) e que não se trata de um modismo para impressionar. Quando os participantes ajudam a compor os dois lados, a participação é maciça e o envolvimento para as atividades posteriores é bem maior.

NOSSO CÉREBRO
HEMISFÉRIO ESQUERDO


Lógica
Valor à matéria
Razão
Censura
Herança
Matemática
Linguagem Verbal Certo/Errado
Estatística
Objetividade
Leis e normas
Conhecimento
Valor Estético
Religião
Preconceitos
Ações calculadas
Crenças e Costumes
Planejar o futuro
Reino do TER
Deus Apoio

HEMISFÉRIO DIREITO
Intuição
Alegria
Emoção
Sensações
Criatividade
Tristeza
Sabedoria
Espiritualidade
Autenticidade
Visão generalista
Raiva
Prazer
Lazer
Ousar
Arriscar
Sinceridade
Subjetividade
Viver o momento
Espontaneidade
Reino do SER
Deus Dionísio


Após o "preenchimento cerebral" e utilizando esse mesmo quadro (geralmente construído no ato, em folha de flipchart (para proporcionar o tátil) pode-se MUITO BEM, na sequência, aprofundar questões de crenças e valores, sejam individuais ou coletivos. As crenças e os valores são aprendidos e cultivados por determinados segmento social.

Há algumas crenças e alguns valores que são mais gerais, sendo aprovados por toda a sociedade. Todos eles precisam ser revistos, sempre equiparando-os, na balança existencial, com o grau de felicidade que proporcionam. E avaliar: o que está em nossas mãos mudar e o que não podemos modificar e, nesse caso, até onde podemos suportar e conviver.

(*) Esse conteúdo e outros constituem o CD Motivação (em powerpoint e word)
(**) Extraído do Livro Manual Comentado de Jogos e Técnicas Vivenciais - esgotado

Abraços a todos!

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MARISE JALOWITZKI é escritora.
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Porto Alegre - RS - Brasil
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sexta-feira, 18 de junho de 2010

COMO SE CONSTRÓI UM SIGNIFICADO - BAFANA-BAFANA



COMO SE CONSTRÓI UM SIGNIFICADO - BAFANA-BAFANA -
Marise Jalowitzki



Ao ouvir o significado atribuído a BAFANA-BAFANA como sendo"meninos travessos", "meninos alegres", lembrei que já ouvira a referência a BAFANA - A Deusa Anciã da mitologia etrusca e adotada por Roma e, mais tarde, Itália.

O resultado da pesquisa foi muito agradável, pois mostra como todos os significados, ao longo dos séculos e milênios, podem ir se transformando, mudança que pode auxiliar na formação de cada um, seus códigos para dissipar medos e arquétipos negativos. Qual o adulto de hoje que não se assustou, quando criança, com as terríveis histórias de bruxas más e suas vassouras? Pois fica o convite para ler a história de BEFANA, ou BAFANA e de seu esposo BEFANO ou BAFANO. A construção da palavra remonta a Belo (Bel) e Alegre (Fani - latim).

O artigo traz subtítulos relevantes, como a origem do mito do casal, algumas referências sobre o legado dos etruscos (de onde surgiu a lenda de Bafana), a atuação do sincretismo operado pela Igreja Católica como forma de absorver crenças e atrair seus adeptos, análises sobre o papel da mulher nas histórias contadas, o convívio com as diferenças impostas pelas heranças culturais e a necessidade de revisão de nossos conceitos arraigados. Por fim, o convite para o livre exercício da Alegria e da Espontaneidade!

Boa Leitura!



A construção da história da humanidade é feita sobre significados. Alguém emite uma opinião, dá um jeito de propalar essa opinião, quantos mais seguem essa opinião, a reafirmam. Na reafirmação ela torna-se uma "verdade". Cada verdade tem seus seguidores. A verdade é aceita como lei, como dogma é consagrada e passa a ser assim cultuada pelo tempo afora. Até vir um novo significado e iniciar um novo ciclo de propagação - propaganda em ação - receber novos adeptos e mudar o seu significado - signo-sinal-interpretação. Tudo é processo: início, meio, fim. Recomeço. Início, meio e fim. Recomeço. Sucessivamente.

Viajando na maionese?

Para alguns, talvez. Mas é assim que se formata a História Oficial. É assim que se produzem livros, fatos e mensagens, virtuais, orais, impressas. O estudo, ensino, aprendizagem, valores do conhecimento que ainda regem nosso mundo, continuam a preencher a meninice e juventude de todos os cidadãos. Então, é importante saber alguns significados e suas origens. Somos uma sociedade que preserva o valor de toda a criança e jovem ter acesso ao conhecimento, ao estudo regular, em instituições oficialmente reconhecidas. Nosso código de ética, pautado em uma moral instituída e legalmente aceita, expressa que estudar é um valor que contribui para a formação de um cidadão socialmente aceito e incluído.

Vamos rever alguns conceitos?

Sim, pois sempre que se reformulam conceitos e significados, se refaz a história. A reformulação dos livros didáticos, no Brasil e países vizinhos, por exemplo, é recente. Mudou perfis anteriormente tidos como cruéis ditadores e fascínoras para um registro de atuações mais brandas. Por ocasião da fundação do Mercosul/r houve toda uma gama de encontros de literatos e historiadores dos países envolvidos para que amenizassem ódios nas narrativas, em prol da paz e convívios produtivos e cordiais almejados. Meritório. Portanto, em nome do objetivo, podem-se mudar os fatos. Ético? Sim, ético, pois o termo "Ética" de um povo diz diretamente do juízo de valor que esse povo concebe à sua moral. Moral, costumes e práticas aceitos e disseminados por um grupo social, durante um determinado período de tempo. Questões que dão pano para muita manga. Concreto. real.

Tudo isso para falar em Bafana-Bafana.

Bafana-Bafana, nome repetido por milhares e milhares de pessoas nos últimos dias-meses. De repente, todos quiseram saber o que significa Bafana-Bafana. E, rapidamente, aconteceu o significado: meninos brincalhões, moleques travessos, meninos travessos e divertidos.

Tem mais:
Em tempos imemoriais, "que se perdem na memória", com quase nenhum registro, havia um casal, BEFANO-BEFANA, ou BAFANO-BAFANA, e eram assim chamados por serem belos (bel) e (fani - fanos) alegres, engraçados. Perto do período das colheitas (hoje, em nosso calendário, início de janeiro) eles compareciam nas comunidades, abençoando as terras e as árvores frutíferas, para que a colheita fosse farta; ao mesmo tempo, cantavam e contavam piadas para o povo, que ficava muito alegre e agradecido. Pela satisfação em receber o casal visitante, o povo começou a presenteá-los com pequenos mimos, tais como frutas e doces. BEFANO morreu antes e BEFANA continuou as visitas, sempre bem recebida por todos. À medida em que foi envelhecendo, as pessoas a recebiam em suas casas e ela, sempre sorridente e engraçada, humilde no trajar, traços bondosos, passou para uma nova função: recomendar as crianças para que fossem mais obedientes a seus pais. BEFANA começou a trazer alguns símbolos em forma de doces: para as crianças bem comportadas trazia doces gostosos; para as mal comportadas trazia junto pedaços de carvão, como um aviso para que se comportassem melhor dali para a frente.

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Os registros mais antigos de que se tem notícia são os dos etruscos.
Os etruscos foram uma civilização de origem desconhecida do norte da península Itálica; povo com costumes bastante arraigados, tanto que, após a dominação pelo Império Romano, teve quase todas as suas divindades adaptadas para a mitologia romana, de forma a facilitar a adoção da nova religião, a exemplo do que foi transmitido aos nossos indígenas, pelos padres jesuítas, aqui em solo brasileiro, por ocasião da colonização. Sincretismo.

Das fontes literárias etruscas, existem apenas dois pequenos e incompletos textos e um modesto número de inscrições, o que torna difícil a sua maior compreensão. Sabe-se que alguns autores latinos pesquisaram sobre os etruscos e seus legados, principalmente em antigos escritos de cunho religioso, mas seus trabalhos foram perdidos na roda do tempo. Com o próprio Latim, língua morta e já bastante em desuso, pouco resta.

O que se tem hoje toma por base a publicação Prenestina cistae, cerca de duas dúzias de fascículos do Corpus Speculorum Etruscorum que surgiram recentemente. Mais especificamente, a mitologia etrusca e o culto de figuras surgem referidos no Lexicon Iconographicum Mythologiae Classicae e também na publicação de Helmut Rix, Etruskische Texte.
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Continuando sobre o mito de BAFANA.

Após sua morte, a tradição foi incorporada e passou-se a dizer que BAFANA continuava a aparecer para a festa que comemorava o início das colheitas, que ficou conhecida no mundo cristão como Epifania, marcada em 06 de janeiro, atual festa cristã dos Reis Mágicos, ou Reis Magos. Bafana vinha montada em uma vassoura; em algumas comunidades, contava-se que ela aparecia montada em um bode ou burrico ou descia pelas chaminés, sempre distribuindo doces. Era uma mulher bondosa, alegre e brincalhona, assim como seu marido BAFANO. Ficou conhecida como BAFANA, a Deusa Anciã, Marantega (Mãe Antiga). Na Rússia, a deusa equivalente era Baba Yaga, com dentes ou nariz de ferro, cavalgando um javali ou voando em um pilão e aparecendo nos solstícios. Mais tarde, Roma e, na continuidade, a Itália - Sicília, adotou-a como BEFANA, LA VECCHIA ou LA STREGA.

Mais curiosidades tradicionais:

- Epifania é um termo grego, que quer dizer “manifestação”. Para a Igreja Católica, Epifania significa manifestação de Deus a todos os povos da Terra, através do nascimento do menino Jesus, na gruta de Belém.

- "La Befana, muitas vezes, aparece nas ruas como uma pessoa mascarada, acompanhada de seu consorte, Befano, guiando um bando de seguidores que recebem ofertas das famílias e, em troca, recebem o presente da prosperidade das bênçãos dadas pela Befana. Música preenche as ruas e as pessoas colocam bonecas com a imagem de La Befana em suas janelas, como convites de recepção às suas casas. No fim da celebração de La Befana, as bonecas são queimadas. Isso é feito para incinerar as coisas ruins que aconteceram no ano anterior e esperar boas realizações no ano seguinte."


- Algumas comunidades de ancestralidade italiana voltaram a comemorar a festa. As crianças esperam receber doces e brinquedos, o que significa que se comportaram bem; o “carvão” para as mais “agitadas”, muitas vezes passou a ser apenas um símbolo. Como parte dos preparativos, as crianças penduram uma meia, geralmente em local próximo à lareira ou na janela, onde “La Buona Vecchietta”, infalivelmente, deixaria: balas, doces, caramelos, chocolatinhos, nozes, avelãs, figos secos e um pouco do tal “carvão”, que, na verdade era um doce imitando carvão - um doce negro - chocolate.... Não esquecem de colocar sobre a mesa, pratos com comida, frutas e um pouco de vinho para a “vecchietta”. Na porta de entrada da casa, deixam capim ou feno para que o burrinho (ou bode) também possa se alimentar.

Na manhã seguinte, quando da abertura das meias, os pais explicam às crianças que ela trouxe um pouco de carvão, porque foram um pouco marotas, mas trouxe doces porque haviam sido boas. Assim, a Societá Italiana Lavoro e Progresso (veja link em "Fontes" - Jornal Local) vem "desde o ano 2000 revivendo com festa uma antiga tradição que deve ser preservada, pois além de ajudar a educar a criança, é uma bela lenda que chegou até nós através dos imigrantes italianos".


Subconsciente coletivo - As prioridades

Há outra lenda que conta que Befana foi convidada pelos Reis Mágicos ou sábios para que os acompanhasse na busca pelo menino Jesus.

Ela, bastante atarefada e envolvida com as lides domésticas, recusou o convite, prometendo segui-los assim que terminasse os trabalhos. Assim o fez. Porém, ao sair, não mais os viu. Triste e agitada, começou a correr para tentar encontrá-los, levando consigo os presentes para Jesus Menino, além de sua vassoura. Correu tanto que, magicamente, começou a voar com sua vassoura e, diz-se, ainda hoje continua vagando pelos céus, procurando os Magos e o Jesus-Menino.

O Convívio com as diferenças impostas pelas heranças culturais

O cristianismo está baseado nos pilares Anjo-Demônio, Bem-Mal, Certo-Errado, Culpado-Inocente, Obediência-Desobediência, Punição-Recompensa, valores e crenças que também norteiam todos os demais segmentos sociais. Assim, quando encontrouo o mito de Bafana, a "doce velhinha" foi sendo transformada em velha feia e má. Agressiva, desdentada, riso amedrontador, singrava os ares espalhando maldições... Em cada comunidade onde era encontrado um culto para a deusa anciã (nomes diversos para diferentes culturas), ficando proibidas a festa, a comemoração, as oferendas e também as danças nos campos para ativar a fertilidade da terra. Rabelais é um dos raros escritores que trouxe até nossos dias os relatos dos anos de sombras, onde, na Idade Média, ficava proibido o riso e todas as manifestações alegres para a plebe. As deusas anciãs passaram a ser consideradas bruxas nocivas e perigosas para a alma cristã e, por séculos e séculos, foram divulgados aspectos "demoníacos" desses costumes. Isso ficou instalado no inconsciente coletivo da humanidade.

Decorrente desse binômio Bem-Mal, no século 16, surgiram duas originárias deusas Perchten, "que receberam duas apresentações: as bonitas e benévolas (Schöne Perchten), adornadas com fitas, correntes douradas, folhagens e flores, e as feias e escuras (Finster Perchten), com garras, presas afiadas, chifres, peles de animais e rabos de cavalos, destinadas a afastar fantasmas e “demônios”. Encenava-se um combate ritualístico entre elas, almejando a derrota da escuridão, enquanto homens vestidos como as “Perchten escuras” visitavam as casas fazendo muito barulho para afugentar os maus espíritos. As pessoas eram abençoadas com uma mistura de cinzas e farinha de milho, representando o poder de regeneração da vida após a morte. Ritualizava-se assim o triunfo da força vital e da luz sobre os poderes inferiores, do caos e da morte". Ou seja, a vida passa a ser encarada como uma guerra constante, a ser vencida batalha a batalha ("mato um leão por dia"...) e não como uma experiência, na qual o mais sábio é viver cada instante com a riqueza que contêm, da qual temos de ser constantemente gratos pela oportunidade de aprendizado!


Aprender rindo ou fazer para fugir da punição

As deusas tinham a missão de ensinar e instruir. Assim, como as habilidades manuais, dentre as mulheres, eram um valor para a época, as deusas também ensinavam a fiar e tecer. "Dos antigos festivais, o mais famoso era o Walpurgis Nacht alemão, o Samhain celta e as festas de celebração do dia primeiro de maio (Maj Fest), comemoradas na Bavária, Suíça, Itália, Lituânia, Eslovênia. Por não conseguir erradicar as tradições ancestrais locais, a igreja católica incorporou a data dos festivais no calendário cristão e manteve a proibição pagã de fiar ou tecer em certos “dias santos” (datas de antigas comemorações das deusas tecelãs), como uma imposição divina cuja transgressão levaria ao castigo (queima da mão pelo “fogo do inferno”)." A ótica transformou-se. A ingênua passagem do "divertir-se" para o "cumprir" arrasta-se até hoje, fazendo com que as pessoas concretizem ações muito mais para fugir do sentimento de culpa (impingido por outros ou ditado pela própria consciência moldada na opressão do "tem-que-fazer-senão...!!"

Refletir e mudar para um estilo de vida mais ameno, está em nossas mãos.

BAFANA-BAFANA
soa como um convite a um grito de
ALEGRIA-ALEGRIA!!!


Este é um pequeno canto utilizado por algumas crianças italianas:

La Befana vien di notte
con le scarpe tutte rotte
col vestito alla "romana"
Viva, Viva la Befana!!


La Befana vem à noite
Em sapatos esfarrapados
Vestida em estilo romano
Viva, Viva la Befana!



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- Wicca - Ed. Pensamento
- Jornal Local - http://jornalocal.com.br/site/cidadania/imigrantes/arquivo-4699/
- Teia de Thea - http://www.teiadethea.org/?q=node/60 - Mirella Faur
- Wicca - Resultados da pesquisa Befana Wicca http://gatomistico.blogspot.com/search?q=Befana#ixzz0r8GS9SKV
- Mitologia Etrusca - Wicca - Bruxaria - Gato Mistico http://gatomistico.blogspot.com/2008/08/mitologia-etrusca.html#ixzz0r8FSWtJU
- A Casa do Mago - http://acasadomago.wordpress.com/2010/01/05/viva-la-befana/ - Marcos faz artesanato místico a partir de madeira reproveitada

Abraços a todos!


Link deste post: http://compromissoconsciente.blogspot.com/2010/06/bafana-bafana-como-se-constroi-um.html

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MARISE JALOWITZKI é escritora, consultora organizacional e
palestrante internacional, certificada pela IFTDO-USA, pós-graduação
em RH pela FGV-RJ, autora de vários livros organizacionais.
marisejalowitzki@gmail.com
Porto Alegre - RS - Brasil
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quarta-feira, 16 de junho de 2010

VUVUZELA - INCÔMODO OU SOLUÇÃO?


VUVUZELA - INCÔMODO OU SOLUÇÃO?
Marise Jalowitzki


A Copa do Mundo segue brilhando em segurança em meio ao frio do quase gelado clima que todos enfrentam na África do Sul. A Copa mais fria de todos os tempos. São vários os itens que causam estranheza, além do frio: alimentação e seus temperos, tipo de bola, gramado escorregadio, falta de familiaridade com torneios internacionais. Agora, a vedete, mesmo, desta Copa, chama-se VUVUZELA. A estridente corneta bateu todos os recordes de popularidade, seja para quem se diverte com ela, seja para quem já não aguenta mais. Todos os comentaristas dedicam muito de seu tempo para falar do impacto e efeitos. São 127 decibéis, que, segundo declarações dos que convivem com este barulhão, equivalem a uma agressão auditiva ainda maior do que o apito do árbitro pertinho ao jogador ou torcedor; dizem alguns que é pior do que o barulho de uma serra elétrica próxima ao ouvido.

Esta moda tende a pegar, seja em que escala for. Todos os aparatos, em diferentes tamanhos, vendidos em cada calçada brasileira, por certo será usada em outros jogos.

Cabe um debate sobre o assunto: Como será a atuação das torcidas organizadas, doravante? E as canções, paródias e versões, que todo mundo acaba cantando nos estádios? Se, por um lado, perde-se esta coisa bonita que é o grito e o canto "de guerra" dos torcedores, há um aspecto bem positivo: quem precisa ser molestado com xingamentos? Ninguém, pois ninguém ouve nada!!! Qual o juiz que ouve ofensas à sua mãezinha? Qual o jogador que escuta a vaia da torcida ou a xingação do técnico?...rs... Como declarou Ryan Nelsen, capitão da seleção da Nova Zelândia, dizendo que ele não podia escutar seu treinador gritando da linha lateral, e acrescentou, brincando, que isso não foi uma coisa tão ruim...
Viram? Há pontos positivos, sim.

Além da falta de segurança e da violência física que, por vezes, acompanham os espetáculos, há uma outra forte razão para muitas famílias não comparecerem ao estádio. São os impropérios, xingamentos e palavrões, motivo de muitos torcedores se omitir do contato mais direto com os eventos futebolísticos. No futebol brasileiro há quase que um "hino" dos torcedores de muitos times que repetem, em diferentes escalas e entonações (a música é até bonita), mais de 50 vezes, apenas uma frase refrão. Querem saber qual? "Filho da p...! Filho da p...! Filho da p...!" Gente, com certeza é só para quem gosta, mesmo!rsrs... Particularmente, prefiro as vuvuzelas, com ou sem tampão nos ouvidos!

Nesta última quarta-feira ninguém ouviu os tradicionais sinos da Suíça, que são os mesmos amarrados ao pescoço dos bovinos para que, a sua vida inteira, ao andar, seja ouvido o som que permite sejam facilmente localizados. Não, também neste dia de Copa, só se ouviu o uniforme e ininterrupto barulho das vuvuzelas.


Tem até shopping, na África do Sul, colando adesivos em todas as portas, proibindo o uso das cornetas em seu interior. Mas, há, também, um crescente segmento no comércio que está ganhando muito com tal sonoridade, considerada inconveniente - e até insuportável - para alguns: são as antivuvuzelas, uma espécie de tampão para os ouvidos, que diminuem os efeitos do barulhão e que se tornaram um verdadeiro sucesso em vendas.


A Fifa bateu o martelo e manteve a vuvuzela para a Copa do Mundo, na África do Sul. Vamos ver como vai ser após este grande evento.

Agora, é continuar torcendo pelo Brasil!

Abraços a todos!


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MARISE JALOWITZKI é escritora, consultora organizacional e
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Porto Alegre - RS - Brasil
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segunda-feira, 14 de junho de 2010

Dia dos Namorados - SÃO VALENTIM - SANTO ANTÔNIO - REVENDO CONCEITOS


Dias dos Namorados - Paixão, Encanto, Cuidado, Respeito, Felicidade



DIA DOS NAMORADOS - REVENDO CONCEITOS
Marise Jalowitzki


Dia dos Namorados tem dias diferentes pelo mundo. Aqui no Brasil, é 12 de Junho. Para muitos outros países, Valentine's Day, é 14 de Fevereiro.

Paixão, Encanto, Dedicação, Cuidado, Respeito e vários outros ingredientes que fazem parte da maravilhosa festa chamada Felicidade, tem como convivas principais o Amor e o Afeto e estes, com a mais absoluta certeza, precisam ser celebrados e vivenciados em TODOS os momentos de nossas vidas. Quando não o são, abrem espaço para desequilíbrios, que geram desconfortos e levam a doenças.

Embora ache bonitinho o movimento doativo que acontece em toda a data comercial instituída, também percebo o esforço que os envolvidos fazem em tentar demonstrar em presentes-objetos aquilo que sentem e isso soa meio estranho.

Mas, acreditem, eu entendo, comemoro e aceito. Não tenho nenhum problema. Gosto, entretanto, de conhecer a origem das festas, o que levou pessoas a instituir comemorações em determinada data. As coisas precisam ter alguma lógica, precisam fazer ressonância com significados válidos. Embora entenda que o tempo pode transformar a origem das coisas (de quase todas, aliás), ainda assim é interessante haver alguma convergência entre a fonte (origem) e o momento atual. As leis "morais" estão estabelecidas sobre costumes, costumes envolvem rituais, que pessoas que participam de uma comunidade social, em determinado tempo, adotam como "certo", "correto", "ético", etc.

Aí, quero compartilhar um pouco da origem deste dia.
Quem assistiu aos Jogos em Vancouver-Canadá, em 2010, deve lembrar que, no dia 14 de Fevereiro, todos os patinadores trouxeram algo que lembrasse o Dia dos Namorados - coraçõezinhos vermelhos, corações com flexinhas, etc. - já que na Europa e EUA é nesse dia que a data é comemorada.


Olha o que diz a história:

O Nome do mês de Fevereiro deriva da deusa romana Fébrua, mãe de Marte, que também é conhecida como Juno Fébrua - na Igreja Católica Santa Febrônia - quem foi Febrônia? - (de Febris, a febre do amor), patrona do amor apaixonado; a data de 14 de fevereiro era comemorada com rituais orgiásticos. A Igreja Católica surgiu em 360 D.C. por ordem do Imperador Constantino. É sabido que os imperadores, por séculos, se auto designaram papas. Quando aconteceu a incorporação desta festa pela Igreja Católica, o dia passou a ser direcionado para São Valentim (ao invés da Deusa Pagã Fébrua).


QUEM FOI SÃO VALENTIM:
O bispo Valentim lutou contra as ordens do imperador Cláudio II, que havia proibido o casamento durante as guerras acreditando que os solteiros eram melhores combatentes.

Além de continuar celebrando casamentos, o bispo Valentim também se casou, secretamente, apesar da proibição do imperador. A prática foi descoberta e Valentim foi preso e condenado à morte. Enquanto estava preso, muitos jovens ofertavam flores e bilhetes, como comprovação de que ainda acreditavam no amor. Enquanto aguardava na prisão o cumprimento da sua sentença, ele se apaixonou pela filha cega de um carcereiro e, milagrosamente, devolveu-lhe a visão. Antes de ser executado, Valentim escreveu uma mensagem de adeus para ela, na qual assinava como “Seu Namorado” ou “De seu Valentim”.

Esta é a história. Todos sabemos que, para ser elevado a santo, a Igreja Católica passa em revista a vida do candidato e, entre outras coisas, precisa dos milagres comprovados. Um processo de canonização, beatificação e santidade leva muito, muito tempo, por vezes, vários séculos. A não ser que seja politicamente interessante reforçar a Igreja com mais um santo, de determinada nação, como está acontecendo agora no Brasil.

O milagre do bispo Valentim foi devolver a visão para a moça pela qual se apaixonou. Um milagre muito lindo, também o Amor é uma coisa muito linda. Só que os dogmas da Igreja proibiam a união, pois um clérigo não poderia envolver-se amorosamente com uma mulher - isto perdura ainda hoje!... Como será que ocorreu o processo de beatificação e, depois, a santificação? São Valentim é considerado mártir pela Igreja Católica e a data de sua morte - 14 de fevereiro - é a mesma que marca a véspera dos lupercais, como eram chamadas as festas anuais em honra a Juno Fébrua e de Pan (deus da natureza). Um dos rituais desse festival, já na Idade Média, era a passeata da fertilidade, onde os sacerdotes caminhavam pela cidade batendo em todas as mulheres com correias de couro de cabra para assegurar a fecundidade....

Outra versão diz que no século XVII, ingleses e franceses passaram a celebrar o Dia de São Valentim como a união do Dia dos Namorados. A data foi adotada um século depois nos EUA, tornando-se o Valentine's Day.




NO BRASIL - 12 de Junho

No Brasil, a data é comemorada no dia 12 de Junho por ser véspera do 13 de Junho, Dia de Santo Antônio, santo português com tradição de casamenteiro, provavelmente devido às suas pregações a respeito da importância da união familiar.

A data provavelmente surgiu no comércio paulista quando o publicitário João Dória trouxe a idéia do exterior e a apresentou aos comerciantes e depois foi assumida por todo o comércio brasileiro para reproduzir o mesmo efeito do Dia de São Valentin, equivalente nos paises do hemisfério norte, para incentivar a troca de presentes entre os apaixonados.


Sem querer tirar o enlevo dos românticos, deixo o convite para a reflexão.
Qual a correlação de São Valentim, Santo Antônio, Dia dos Namorados, presentes? Ao mesmo tempo em que a Igreja Católica condena o casamento entre clérigos, torna santo um bispo que amou uma mulher e se casou com ela.

O mundo, por vezes, parece uma grande bola que rola, rola, onde muitos permanecem sem refletir sobre os fatos, seus significados e razões. Tantas pessoas simplesmente rechaçam alguns comentários, negam a existência de flagrantes, obscurescem evidências e seguem apenas usando e reagindo, reagindo e usando. Em outro site tenho um artigo intitulado "VAMOS QUESTIONAR O CELIBATO NA IGREJA CATÓLICA?" onde coloco um tanto do que penso sobre certas leis e dogmas que parecem tão estapafúrdios, ineficazes, anti naturais.

Fica a sugestão de, pelo menos, pensar um pouco mais sobre alguns conceitos instituídos. Hoje trouxe um tema simples, frágil, que parece "nada a ver", mas que engloba tantos significados.

Carinhos a todos!
Ame muito, abrace muito, beije muito, dê carinho sempre, sem se importar com datas!


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sábado, 12 de junho de 2010

O MALUCO


O MALUCO

Marise Jalowitzki


- Ontem eu vi uma cena bizarra! Fiquei até meio assim, sem saber o que pensar!
- Que amarra! Enfim, que foi?
- Tá vendo aquela casa, aquela? Em uma outra janela passou mais um rapazote pedindo comida.
- Verdade?! Que novidade! E ganhou?
- Ganhou! Pegou o saquinho de papel,
dentro havia um pastel
Se afastou sem dizer nada
cabeça baixa
sorrindo um riso matreiro
foi indo, indo
e ali, ó, naquele coqueiro,
Se abraçou no tronco inteiro
E riu, riu, um riso largo, grande,
alto
deslizou até o asfalto
abrindo os braços
segurando o saco de papel.
Ficou ecoando o riso, um riso que era só dele,
nós nem sabemos criar um tal riso
- Claro, 'tamos cheios da “normal-idade”.
- O rapaz era negro [claro]
Devia ser maluco [raro?]... pra rir daquele jeito... perfeito
A boca quase sem dente [evidente]... o perfil que já sabemos...
Acenou co'o rosto a alegria agradecida
a esmola recebida!
Gritou em seu gesto mudo
a falta
a escassez
o direito
tudo
tudo resumido em um pastel!

Sentou-se logo ali
continuei olhando e vi
quando abriu o saco de papel
comeu tudo - era só um pastel -
Quando acabou
Largou o saco
E saiu andando
caminhando seu destino já traçado.
- Ensina bem mais do que podemos aprender! Desapego, agradecimento, reverência!
- Bem mais que isso! Chama o compromisso que teimamos em não ver.
- É, eu fiquei pensando! Nem sabia o que pensar!
- Tente!
- Parecia que ele falou bem mais do que muita gente!
- E, tudo, de novo, apenas na reflexão?
- Como assim?
- É, bem assim. Tem um outro ali, ó, no chão, embaixo do plástico. Deitado, dormindo.
- Vamos lá ver???
-
-
-
-
-

Escrevi este poema para instigar a reflexão de cada um sobre o seu fazer efetivo frente a todos os processos de exclusão social que vivenciamos todos os dias.

Tomei por base a visão de um rapaz, aparentemente "maluco", mendigo, "morador de rua" como se diz agora, que, após receber uma esmola, um pastel, mostrou-se extremamente sorridente e grato. Seus gestos espontâneos, até mesmo alienados da realidade circundante, tendenciam para a gratidão que todos devemos ter para com o que recebemos, com aquilo que já temos.

E, também, remetem para a necessidade de uma ação mais efetiva de cada cidadão. O risco maior é quando as pessoas insistem em "se acostumar" e inserem estes quadros dentro da paisagem "normal", acreditando que nada mais pode ser feito.

Há muitas pequenas ações que cada um pode realizar. Quais as suas?

Abraços a todos!


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sexta-feira, 11 de junho de 2010

FITAS DO DNA SUTIL - AMOR E INDECISÃO


FITAS DO DNA SUTIL - AMOR E INDECISÃO

Marise Jalowitzki



Para aqueles que acreditam que Viver é sinônimo de Evoluir e que nosso compromisso é fazer do dia a dia um aprendizado efetivo.

Quando não resolvemos adequadamente uma situação, ela volta mais adiante, um tanto mais complicada, como se fossem fitas de DNA que se embaralham, desorganizando o momento presente. Assim, "empurrar com a barriga" determinada questão, por medo de tomar uma atitude "menos nobre" - muitas vezes, apenas menos conhecida - pode ser fator de complicação futura.

Na percorrida do conhecimento de si, por vezes deixamos de perceber a semelhança de certas situações. Mais tarde, quando a alma se aquieta e dedicamos um tempo para refletir e, de certa forma, reviver as coisas que nos aconteceram, constatamos que, em certos casos, parece que andamos em círculos - as mesmas cenas, os mesmos desafios, só que em outro tempo, quase sempre com outros personagens, quase sempre mais forte, mais intenso, mais confrontador, até ainda mais confuso.
Há alguns anos fiz uma formação, Fitas do DNA Sutil, com Rowland Barkley, da Austrália. Ele ensinava que os fatos, de alguma forma, se repetem ao longo do caminho. E quando não conseguimos resolver as coisas de um jeito que fique bem para nós (sem ressentimentos, sem medos), essas mesmas situações vão aparecer mais adiante, só que reforçadas, tipo uma oitava acima (como nas notas musicais), embaralhando ainda mais e exigindo ainda mais coragem e determinação. Por isso da importância da qualidade da semeadura. Atos sinceros, honestidade com nossos anseios, veracidade dos desejos.
- Quero, mesmo, isso que estou pedindo?
- Penso, mesmo, isso que estou dizendo? Ou são os outros que estão falando e querendo decidir por mim?
- Sinto-me verdadeiramente mais FELIZ tomando essa ou aquela decisão, ou apenas estou acenando para o que julgo "mais bonito"(leia-se mais "decente", mais "comportado", mais "normal", menos sujeito à críticas de terceiros)?

No embaralhado das nossas vivências é muito fácil confundir o que queremos de verdade com aquilo que julgamos querer. Criados em ambientes idealizados - e quase nunca alcançados por ninguém - viver o presente com o que ele traz de concreto desalinha a zona de conforto. Mais fácil, então, recorrer ao conhecido - que são as situações idealizadas.
As "Fitas" são encontradas em todos os aspectos de nosso cotidiano: família, relacionamentos, profissão, carreira, casamento, lazer, saúde, etc.

Por esses dias tenho conversado com uma internauta que está passando por um dilema no campo amoroso. Sim, dilema, pois está demorando para tomar uma decisão que diz saber ser a certa: sente-se mal em assumir um relacionamento com um homem que já está descasado, separado, que é pai de três filhos e tem a guarda de dois. Ela confessa amá-lo muito, mas tem medo de assumir o relacionamento, pelas implicações e responsabilidades que acarreta. No que tem razão. Inicialmente aconselhei-a, sem alardes, a que ouvisse seu coração e que, caso o desconforto com relação a assumir a configuração proposta fosse demasiado, que rompesse, sim, como demonstrava estar convicta. Até agora, a situação permanece indefinida. Relatou um detalhe importante: é a terceira vez que se apaixona e sempre com homens casados/separados, com filhos. É ou não é para pensar um pouco mais demoradamente, no que a vida está querendo acenar? O que precisa ser aprendido?

Não se trata de querer classificar o que está certo ou o que está errado, até porque isso não existe; o certo e o errado são circunstanciais, depende da ótica de quem olha, da época em que está inserido. O que importa é o grau de desconforto, de sofrimento, em como os fatos estão organizados dentro de cada um. Se "ficar bem" significa "ficar sozinha(o)", ok, siga com leveza; se "ficar bem" significa esperar por algo "mellhor" e há vontade de ficar esperando, ok; se "ficar bem" significa assumir que quer ser feliz assumindo a relação com os personagens que já existem, ok também. Claro que é mais difícil, mas é possível! Gosta de crianças? Quer ter seus próprios filhos? Ele quer ter mais filhos? Até onde vai a dedicação?

Encarar a realidade é lidar com o aqui e o agora. Geralmente, quando o relacionamento começa, há um certo romantismo, um enlevo que quer caricaturar essa realidade e pincelar de sonhos o dia a dia. Aí a relutância em já iniciar com o chão-nosso-de-cada-dia. Agora, uma coisa é certa: se é a terceira vez que acontece, algo não ficou bem resolvido. Por isso a recorrência! Decidir "eu não quero!" ou "eu quero!" é fundamental para que, daqui há algum tempo, a mesma situação não venha a ser novamente vivida, só que um tanto mais complicada!!!

Abraços a todos!


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terça-feira, 8 de junho de 2010

TRABALHO, SUICÍDIO E FELICIDADE

Grau de insatisfação e infelicidade no trabalho está ligado ao número de suicídios




TRABALHO, SUICÍDIO E FELICIDADE



Mais uma vez estamos sendo bombardeados com as notícias dos altos índices de suicídio que continuam acontecendo nas empresas japonesas. Sim, mais uma vez, pois há pelo menos 17 anos lembro de já estar levando reportagens para ler aos grupos de desenvolvimento gerencial da época, dando conta dos suicídios cometidos pelos trabalhadores, especialmente os jovens, que não enxergavam futuro algum que valesse a pena.

Até quando modelos mecanicistas, ilógicos e anti naturais continuarão a ditar o ritmo da existência humana?

É inacreditável que, apesar de todos os sinais que o planeta está enviando, de todas as catástrofes, fenômenos sísmicos, doenças e abalos emocionais e psíquicos, decorrentes de modelos errados, os macro sistemas continuem com seus velhos padrões de funcionalidade!

Quantos jovens pelo mundão afora ainda terão de se suicidar para que a classe empresarial e os legisladores comecem a repensar as leis e dogmas sociais aos quais obrigam o cidadão comum a passar toda a sua vida?

O que faz uma pessoa cometer suicídio? Alguns itens passam por:
- Um desalento imenso em relação às práticas do dia a dia
- A total descrença no sistema em que está inserido
- A ausência de perspectiva de uma mudança mais alvissareira
- Desânimo e desprazer em continuar a viver do jeito que vem vivendo
- Uma sensação de incompreensão, solidão e abandono existencial.

Dentro do contexto organizacional, quais as providências que os empresários estão tomando para conter a onda de suicídios nas instituições? Inacreditavelmente, na realidade japonesa, as providências adotadas foram:

1) GRADEAR AS ABERTURAS, AS JANELAS dos andares superiores, para impedir que os mais desesperados se joguem!!!

2) REFORÇAR com estofamentos o chão ao redor das construções para que diminuam o impacto quando um corpo se arremessar ao solo!!!

3) AUMENTAR O SALÁRIO em até 100%, SEM REVER horários, condições ambientais e modo de tratamento dos superiores hierárquicos!!!

!!!Tudo inútil!!! Tudo desfocado! Por vezes o mundo "civilizado" dá mostras de total insanidade!

Ser humano precisa de acolhimento, precisa se sentir pertencente a um grupo, é nosso instinto gregário reconhecer a inclusão, receber elogio, ser reconhecido positivamente por aquilo que produz!

Quando as metas são por demais escravizantes, quando os índices a serem alcançados são desmedidos, não será um aumento de salário que irá possibilitar atingi-las! É muita pressão! Tudo aquilo que é demasiado, é gerador de desespero e saídas irrefletidas!!!

Quais os fatores a considerar quando se estabelecem metas?
- Que elas sejam MENSURÁVEIS - portanto, possíveis de serem medidas, sentidas, observadas, avaliadas.
- Que elas sejam TANGÍVEIS - isto é, que sejam baseadas na concretude, na realidade. Quem toma conhecimento delas precisa sentir que elas (as metas) estejam conectadas com o REAL.
- Que elas sejam POSSÍVEIS - o trabalhador precisa saber-se APTO, em termos de habilidades e conhecimentos, para realizá-las dentro de um determinado tempo.

Esta realidade que se escancara está a exigir revisões internacionais! Olhar de fora para tentar sensibilizar. Fazer a nossa parte, também individualmente. Revisão dos índices de consumo, que estão mundialmente encharcados da filosofia do descarte. É mais do que sabido que aumentar o consumo não é fator de aumento de felicidade!

E o olhar, também, para o umbigo de cada um. Sim, pois apesar de não estarmos, felizmente, inseridos naquela realidade, neste alarmante índice, não podemos negar que, também aqui as coisas se encaminham para elevados níveis de stress. Qualquer empresa que tenha um sistema de medição emocional de seus empregados, que seja pura e simplesmente o acompanhamento do número de atestados por mês (com códigos específicos), vai facilmente verificar que 25%, em média, dos trabalhadores, apresenta nível significativo de esgotamento emocional.

Recentemente estava ao telefone com uma gestora de SP, tratando de um evento de desenvolvimento humano e o dia marcado foi o 1º de Maio (Dia do Trabalhador). Falei a ela que seria interessante uma vivência inicial de acolhimento, como uma forma de compensar o feriado que eles não estariam usufruindo e ela, até um pouco surpresa, declarou que "a realidade aqui nem nos deixa lembrar de feriados!"...

Os parâmetros para o nosso jeito de viver precisam modificar-se, urgentemente! O índice de FIB (Felicidade Interna Bruta) tem de estar no topo das preocupações dos empresários e da sociedade como um todo.

FELICIDADE é fonte de saúde! Felicidade brota ao nosso lado, com as pessoas que amamos, brota em conversas simples, em brincadeiras diárias. Felicidade está dentro de nós, só que, para percebê-la, temos de dedicar-lhe espaço para que se manifeste!

Abraços a todos!
Abraços a todos!


Querendo, leia também:










Natal é momento de avaliação e redirecionamentos,
de abraços e gratidão



07.dezembro.2011










Natal - Rua 25 de Março, em São Paulo
- Pessoas se acotovelam na ânsia de
comprar presentes




Por Marise Jalowitzki e Miguel Arcanjo

http://compromissoconsciente.blogspot.com/2011/12/natal-festa-de-consumo-e-angustias.html













Mais sobre o tema na página de links, neste blog:


Direito à Vida



Suicídio - O que leva uma pessoa a desistir

Por Marise Jalowitzki
10.janeiro.2012

Marise Jalowitzki
Compromisso Consciente


marisejalowitzki@gmail.com
Escritora, Educadora, Ambientalista,
Coordenadora de Dinâmica de Grupo,
Especialista em Desenvolvimento Humano,
Pós-graduação em RH pela FGV,
International Speaker pelo IFTDO-EUA
Porto Alegre - RS - Brasil