Risperidona pelo SUS, a partir de janeiro - Achatamento da rebeldia? Sujeição em massa?
Por Marise Jalowitzki e esclarecimentos de Vera Beatriz Telichevesky - pediatra homeopata
19.setembro.2014
http://compromissoconsciente.blogspot.com.br/2014/09/risperidona-pelo-sus-partir-de-janeiro.html
Por estes dias foi veiculada uma notícia muito séria. A liberação pelo SUS, a partir de janeiro de 2015, da risperidona, que é o fármaco de primeira linha atualmente receitado para agressividade. Embora a risperidona seja indicada para casos de autismo e esquizofrenia, ela é uma das maiores prescrições para agressividade em crianças - segundo relatos recebidos aqui no grupo e declarações de educadores em escolas.
Segundo a pediatra e homeopata Vera Beatriz Telichevesky "há indicações precisas para o uso da risperidona, e as doses necessitam ser adequadas ao quadro e à individualidade de cada paciente. Crianças agressivas NÃO têm indicação de risperidona por esta razão, sendo que a maioria das vezes o que há por trás é uma família desajustada ou simplesmente desarmonizada, mal orientada. Tenho indicado terapia de família em muitos casos de agressividade, pois via de regra é o melhor caminho! A risperidona tem indicação para pacientes com autismo e agitação e/ou agressividade intensa, em que outras medidas mais conservadoras não surtiram efeito; além disto, é uma das drogas usadas na esquizofrenia, e mesmo assim, nestas duas situações clínicas (autismo e esquizofrenia), há que se cuidar dos possíveis efeitos colaterais, e verificar com frequência se está surtindo efeito.."
Como vimos, risperidona não está sendo receitada somente para os casos de autismo e esquizofrenia e, sim, para quase todas as situações que envolvam agitação, ansiedade, impulsividade e agressividade. Sem, muitas e muitas vezes, sequer adentrar nas causas, sem acompanhamento terapêutico, os psicotrópicos andam incorporados na vida diária das famílias, como nunca antes, envolvendo também crianças, sempre com menos idade.
Confesso que fiquei bastante apreensiva, triste mesmo, pois isso pode significar um "achatamento em massa" de toda a rebeldia, uma sujeição de toda uma geração! O fim da criatividade! Exagero? Claro que não! Especialmente entre crianças e jovens, a risperidona ocupa um lugar de destaque assustador.
Pais queixam-se de seus filhos rebeldes, crianças, muitas vezes, com menos de dois anos, crianças que mal começam a manifestar-se. E vai além! Pré-adolescentes e adolescentes, especialmente meninos, muitos deles no movimento normal da chegada da puberdade e sua carga de 800% a mais de testosterona, como saber lidar? Há mães que relatam que os meninos de 11 anos estão revoltados, negando-se a continuar tomando ritalina e o especialista receitando risperidona para conter a agressividade. Outro dia soube de um menino de 13 anos que pegou um ônibus em uma cidade do interior e veio até uma cidade próxima, área metropolitana de Porto Alegre, procurar o pai (casal separado), pedindo 'arrego', pois não queria mais tomar psicotrópicos!
Onde tudo isso vai parar? Sociedade com SIM (Síndrome de Indução Medicalizante), onde tudo, mas tudo mesmo, quer-se resolver à base de psicotrópicos e outros medicamentos, para tudo, em tudo! Nunca deu certo nem nunca vai dar! Só que agora, está ainda mais perverso, pois envolve diretamente as crianças, sempre mais pequenas crianças. Pessoinhas que terão seus cérebros avariados, devido ao excesso de prescrições apressadas, de diagnósticos falsos, vítimas da incoerência de um modelo falido.
Claro que não é fácil lidar com a agressividade dos pequenos, mas, é como reafirmo sempre: toda agressividade tem por detrás um pedido de socorro. Quando a criança se revolta, grita, esperneia, agride, na verdade está incomodada com alguma coisa e não sabe se expressar! Ao invés de tratá-la com raiva e impaciência, aguçando ainda mais a sua revolta, pais e educadores deveriam importar-se mais em conduzir as situações de revanchismo e rebeldia com parcimônia, com firmeza, mas não com rudeza! A maioria dos adultos esqueceu como é isso e escora-se nas fáceis prescrições de tantos médicos que, apressados e descompromissados, receitam sem avaliar consequências.
Medicamento para autismo será distribuído pelo SUS
Portal EBC*12.09.2014 - 15h09 | Atualizado em 12.09.2014 - 16h13
O Sistema Único de Saúde (SUS) passará a oferecer o primeiro medicamento para tratar os sintomas do autismo. O remédio, conhecido como Risperidona, será incorporado na rede pública e vai auxiliar na diminuição das crises de irritação, agressividade e agitação, sintomas comuns em pacientes com a doença.
A Risperidona deverá estar disponível no início de 2015. De acordo com o Ministério da Saúde, o órgão investirá R$ 669 mil para a compra do remédio. A estimativa do governo é de que o tratamento esteja disponível para a população a partir do início de 2015 e que beneficie cerca de 19 mil pacientes por ano.
A doença
O autismo aparece nos primeiros anos de vida. Apesar de não ter cura, técnicas, terapias e medicamentos, como o Risperidona, podem proporcionar qualidade de vida para os pacientes e suas famílias. Entre os sintomas comuns, o autista olha pouco para as pessoas, não reconhece nome e tem dificuldade de comunicação e interação com a sociedade. Com variação do grau da doença, pacientes apresentam comportamento agressivo, agitado e isso exige cuidado e dedicação permanentes.
De acordo com a estimativa da Organização Mundial da Saúde (OMS), 70 milhões de pessoas no mundo tenham a doença. No Brasil, a estimativa é que este número alcance duas milhões de pessoas.
O medicamento
O remédio é usado para tratar as chamadas psicoses. Isto significa que ele tem um efeito favorável sobre um certo número de transtornos relacionados ao pensamento e às emoções. De acordo com o fabricante do remédio, a Risperidona é indicada para o tratamento de transtornos do comportamento, para pacientes com demência nos quais os sintomas como agressividade, transtornos psicomotores ou sintomas psicóticos são comuns. Além do uso em pessoas com autismo, o medicamento é usado para os tratamentos de esquizofrenia e transtorno bipolar.
*Com informações do Ministério da Saúde
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Leia aqui como Gracielle Prado retirou a risperidona de seu filho de 3 anos, diagnosticado como TDAH e de como ele hoje está reintegrado socialmente e feliz. Uma história tocante.
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Marise Jalowitzki é educadora, escritora, blogueira e colunista. Palestrante Internacional, certificada pelo IFTDO - Institute of Federations of Training and Development, com sede na Virginia-USA. Especialista em Gestão de Recursos Humanos pela Fundação Getúlio Vargas. Criou e coordenou cursos de Formação de Facilitadores - níveis fundamental e master. Coordenou oficinas em congressos, eventos de desenvolvimento humano em instituições nacionais e internacionais, escolas, empresas, grupos de apoio, instituições hospitalares e religiosas por mais de duas décadas Autora de diversos livros, todos voltados ao desenvolvimento humano saudável. marisejalowitzki@gmail.com
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Maravilha de texto e depoimento! Parabéns à autora Marise e ao relato franco da mãe Gisele!
ResponderExcluirQue mais e mais pais se encorajem a assumir a missão de criar seus filhos sempre ancorados no amor e na dedicação!
Psiquiatria uma indústria da morte
ResponderExcluirbem isso!
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